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Basquetebol em ação: esporte e sociedade

El baloncesto en acción: deporte y sociedad

 

Profissional em Educação Física

Universidade Estadual de Maringá

UEM – Campus Regional do Vale do Ivaí

Ivaiporã, Paraná

Natalia Fantin Sardi*

Géssica da Silva Oliveira

Nilson Roberto Moreira

na_sardi@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O basquetebol é um esporte que exige a capacidade de raciocínio rápido, desenvolvimento de estratégias, superação de si mesmo e dos adversários, disciplina e resoluções de problemas inesperados, ao desenvolver estas capacidades dentro do jogo, pode-se também resolver problemas do cotidiano. Portanto, o projeto tem por objetivo, desenvolver através da prática do basquetebol, o ensino da tática; oferecer experiências que ajudem os participantes a compreender, perceber, interpretar e executar as situações de jogos em si; promover situações e conhecimentos que levem os participantes a transferir esses processos para o seu cotidiano incorporando-os a sua vida, tanto esportiva, de lazer ou profissional, quanto social. Realizado duas vezes por semana, com duração de uma hora e meia, no Ginásio de Esportes da cidade de Lunardelli-Pr. Ao publico alvo definem-se meninas de 10 e 11 anos. Observamos mudanças em relação aos aspectos de convivência em grupo e motores, referentes ao “eu individual” (técnica) e ao “eu social” (tática) durante o jogo de basquetebol. Concluímos que a melhora da convivência em grupo auxiliou na aprendizagem motora, pois a prática de um esporte coletivo só é possível se houver companheirismo. Assim sendo, o repertório motor foi grandemente aumentado em relação aos fundamentos do basquetebol.

          Unitermos: Basquetebol. Jovens. Socialização.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com

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Introdução

Natalia Fantin Sardi    O Projeto de Extensão Basquetebol em Ação teve como proposta a formação do indivíduo integral. O indivíduo integral é dividido por Vieira e Vieira (2006) em Eu individual, o qual enfatiza a aquisição de habilidades motoras fundamentais e especializadas, habilidades necessárias para realizar os fundamentos técnicos; e no Eu social, o coletivo, onde a percepção auxilia no desenvolvimento do jogo. No plano didático-pedagógico, os exercícios são oferecidos para atender ao Eu individual, e o jogo é destinado ao desenvolvimento do Eu social.

    Sendo o basquetebol de acordo com Graça e Mesquita (2002), um esporte que exige a capacidade de raciocínio rápido, desenvolvimento de estratégias, superação de si mesmos e dos adversários, disciplina e resoluções de problemas inesperados, ele educa o aluno de forma que ao desenvolver estas capacidades, o aluno se utilizará delas dentro do jogo e também para resolver problemas de seu cotidiano, dentro da sociedade onde ele vive.

    Este projeto foi fundamentado na formação e desenvolvimento de todos com qualidade, tendo a atividade física e o desporto como ferramenta pedagógica para a formação da personalidade, caráter e da cidadania do individuo, sendo possível promover não somente a atividade física, mas também novas formas de pensar e agir do aluno (GARGANTA; OLIVEIRA, In: TAVARES; OLIVEIRA, 1996).

    O objetivo foi desenvolver através da prática do basquetebol experiências que ajudem a compreender, perceber, interpretar e executar não somente as situações de jogos em si, mas também promover situações e conhecimentos para que os alunos possam transferir esses processos para o seu cotidiano incorporando-os a sua vida, tanto esportiva, lazer ou profissional, quanto social.

Materiais e métodos

    O projeto era realizado duas vezes por semana, no Ginásio de Esportes da cidade de Lunardelli-Pr. Os participantes foram meninas de 10 e 11 anos matriculadas na 5ª série do Ensino Fundamental. Os treinos tinham duração de uma hora e meia, dividida em três partes. Os materiais utilizados foram bolas de basquete, apitos, cones, giz, cordas, tiras de pano, bancos, caixas de papelão, entre outros.

    Adaptamos alguns métodos de Lorenzo e Prieto (2002), para melhor desenvolvimento do projeto que teve um ano de duração.

Resultados

    Desde o início do projeto podemos notar várias mudanças em nossas alunas, mudanças em relação aos aspectos de convivência em grupo e motores, referentes ao “eu individual” e ao “eu social” durante o jogo de basquetebol.

    Sobre a convivência em grupo, ou seja, a socialização destas alunas, notamos que no início havia uma relação quase que de briga, algumas não se suportavam, pelos quais motivos hoje nem elas sabem. Hoje elas preferem não lembrar que um dia não foram amigas. A mudança no grupo em relação à socialização foi realmente espetacular até o momento e creio que continuará a melhorar, talvez ao ponto de elas estarem repassando o que aprenderam no projeto para sua vida familiar, seu cotidiano fora do projeto.

    A motricidade do Eu individual está muito aumentada, pois, no início algumas não conseguiam nem quicar a bola com apenas uma das mãos, hoje elas já demonstram habilidades para o drible em progressão visando à cesta. Em relação ao Eu social, algumas ainda, se não estavam com a posse da bola e estavam distante de quem portava a bola permaneciam imóveis e frequentemente com as mãos no quadril, apenas observando a portadora da bola. Agora observamos movimentação em quadra por parte destas que ficam imóveis esperando a bola vir até elas. As que estavam sem a posse da bola mas, próximas a que tinha a posse, se aglomeravam e empurravam umas as outras para tentar recuperar a posse da bola, após muitos exercícios lúdicos em que determinávamos espaços em que elas não podiam ultrapassar e um espaço mínimo de distancia da portadora da posse da bola, aos poucos essas aglomerações e empurrões foram desaparecendo, melhorando assim a troca de passes e os posicionamentos, aumentando assim a possibilidade de progressão à cesta.

Conclusões

    Concluímos que houve mudanças significativas em relação à convivência em grupo e em relação a aprendizagem motora das alunas. A melhora na convivência em grupo também auxiliou na aprendizagem motora, pois a pratica de um esporte coletivo ocorre através do companheirismo. Além de o repertório motor ter grandemente aumentado em relação aos fundamentos do basquetebol.

Referências bibliográficas

  • GARGANTA, J.; OLIVEIRA, J. Estratégia e táctica nos jogos desportivos colectivos. In: TAVARES, F.; OLIVEIRA, J. (Eds.). Estratégia e táctica nos jogos desportivos colectivos. Porto: FCDEF-UP, 1996. p.7-23.

  • GRAÇA, A.; MESQUITA, I. A investigação sobre o ensino dos jogos desportivos: ensinar e aprender as habilidades básicas do jogo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Porto, v.2, n.5, p.67-79, 2002.

  • LORENZO, A.; PRIETO, G. Nuevas perspectivas en la enseñanza del baloncesto. Lecturas: Educación Física y Deportes, 48, 2002. http://www.efdeportes.com/efd48/ensb.htm

  • VIEIRA, J. L. L.; VIEIRA, L. F. Análise e Ensino do Handebol. In: TANI, G; BENTO, J. O; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

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