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O incomodo: um caso de bullying no Ensino Superior

El malestar: un caso de bullying en Educación Superior

 

*Pedagoga formada pela UFRJ, 2014. Integrante do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio

à Participação e à Diversidade em Educação (LAPEADE) do Programa de Pós-Graduação

em Educação da UFRJ. Foi bolsista de IC Cientifica da Faperj. Monitora da disciplina

e Linguagem Corporal do curso de Pedagogia da UFRJ. Integrante da pesquisa Corpo, Educação

e Sociedade, financiada pela CNPQ e sob a coordenação do Prof. José Jairo Vieira

**Professora Adjunta III no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal

do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde também integra o Programa de Pós-Graduação

em Memória Social (PPGMS). Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal

do Rio de Janeiro, mestrado em Ciências Sociais: Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisa

do Rio de Janeiro - IUPERJ e doutorado em Ciências Sociais: Sociologia

pelo Instituto de Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro - IUPERJ

***Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Programa

de Pós-Graduação em Educação. Vice Coordenador do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio

à Participação e à Diversidade em Educação (LAPEADE) do Programa de Pós-Graduação

em Educação da UFRJ. Pesquisador do Laboratório de Análises Estatísticas, Econômicas, Históricas

e Sociais das Relações Raciais (LAESER) do Instituto de Econômica da UFRJ. Vice-Coordenador

da Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Física Escolar do CESPEB

da Faculdade de Educação da UFRJ

Mariana Lopes Gallego*

mariana.gallego@hotmail.com

Andréa Lopes da Costa Vieira**

andrea.lcosta@uol.com.br

José Jairo Vieira***

diversidade.desigualdade.educa@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo pretende expor e analisar um caso de bullying ocorrido em um curso superior de uma Universidade do Rio de Janeiro. Para a realização do trabalho foi feito um trabalho de campo em uma turma do curso de pedagogia durante algumas aulas no segundo semestre de 2010, o principal instrumento de coleta foi a observação sistemática e a elaboração de um caderno de campo com a descrição das aulas. A metodologia foi a qualitativa. Principal situação foi observada com relação a comentários feitos pela turma sobre uma das alunas que ao final do processo acabou abandonando a disciplina. A nossa investigação colocou em evidência que o problema da exclusão/bullying está presente no curso de pedagogia, que tem como objetivo formar novos professores. Professores esses que, dentro de uma proposta inclusiva, devem garantir princípios democráticos de participação social plena, que como pudemos observar, enquanto alunos praticam a exclusão. No entanto, ainda é preciso batalhar muito para que todas as escolas sejam inclusivas, pois isso significa lutar por uma sociedade justa, livre e solidária, sem preconceitos e quaisquer discriminações.

          Unitermos: Ensino Superior. Bullying. Pedagogia. Formação de Professores. Inclusão.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução: um caso de bullying no Ensino Superior

    No Brasil, vem crescendo nos últimos anos o discurso em prol da Educação Inclusiva, com base no ideal de “Educação para Todos”. Nesse contexto, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966, das Nações Unidas, garante este direito no seu artigo 13º, que estabelece que "a educação superior deverá tornar-se de acesso igualitário para todos,...”. Partindo dessa perspectiva, o presente trabalho apresenta um estudo de caso de uma turma de graduação do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro que viabiliza a discussão sobre o acesso igualitário a todos ao ensino superior, sobre a existência do fenômeno de bullying existente no curso de formação de professores e sobre a falta da discussão/ reflexão da inclusão neste curso.

    O objetivo deste trabalho é alertar e informar sobre as discriminações ainda existentes no ensino superior, focando no curso de pedagogia que tem por objetivos formar educadores com o papel de garantir o acesso igualitário e sem exclusões na esfera educacional.

    Em um primeiro momento é apresentado um resumo do diário de campo da turma observada, dando ênfase aos momentos em que a prática da exclusão e do fenômeno de bullying é praticado. Posteriormente é feito uma discussão critica sobre o fenômeno de bullying, suas consequências e o papel do educador e de futuros educadores frente a essa prática de exclusão.

Primeiro momento - O campo e o caso: A turma de sexta feira à tarde e o bullying

    O Curso de graduação em Pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro é composto por 9 períodos, e apresenta um fluxograma curricular sugerido para a realização do curso.

    Tal fluxograma é seguido à risca pela maioria dos alunos, já que o mesmo é usado como critério para disponibilidade de vagas nas turmas. Assim sendo, a turma de sexta feira à tarde é frequentada em sua maioria por alunos do sexto período, mas fazem-se presentes também, alunos de períodos mais avançado e uma única aluna do segundo período.

    O primeiro encontro da turma ocorreu no dia 3 de setembro de 2010, ficou evidente que os alunos conheciam todos os integrantes da turma, já que se cumprimentavam e faziam perguntas pessoais uns para os outros. Até mesmos os alunos que não pertenciam ao sexto período, eram colegas conhecidos de corredor ou já haviam cursado outras matérias junto com este grupo de alunos.

    A professora pediu para que os alunos sentassem em círculo para a apresentação pessoal e informal de cada componente da nova turma. A maioria dos alunos demonstrou desânimo com a atividade, já que vinham repetindo esta mesma atividade há 6 períodos e todos já sabiam o que o outro iria dizer, respostas prontas repetidas por quase todo o grupo, revelando que estavam no sexto período da faculdade. A média de idade do grupo era 23 anos, haviam escolhido o curso de pedagogia por se interessarem por crianças ou pelo sistema educacional, a maioria apresentava experiências profissionais através de estágios e poucos trabalham como auxiliares em escolas particulares. Uma aluna chamou muita atenção na apresentação, além de ser desconhecida do grupo, foi a que notoriamente utilizou o maior tempo em sua apresentação, disse ter 40 anos, expressava-se com muito entusiasmo por ter passado no vestibular após 20 anos afastada de uma instituição escolar, ressaltando a importância de estar freqüentando uma universidade federal.

    Diferentemente dos demais alunos escolheu o curso de pedagogia para poder ajudar na educação escolar de seu filho que foi diagnosticado com o transtorno desafiador opositivo, diferentemente do resto da turma que durante a apresentação relatou somente sua vivencia na educação superior, a mesma aluna forneceu detalhes pessoais de sua vida, disse que mora na barra da tijuca e que enfrenta um grande congestionamento para chegar à faculdade, revelou também que é mãe de três meninos - um de 14 anos, o do meio com 9 anos e o caçula -, que foi diagnosticado com o transtorno, possui 4 anos. Relatou que a relação com o filho é muito difícil, já que o mesmo se mostra muito agressivo e violento e é regularmente convocada a comparecer a escola frequentada por seu filho para atualizações de seu comportamento.

    Diz que seu sonho sempre fora ser policial, já havia prestado provas várias vezes, mas nunca fora chamada para exercer a profissão, e acredita que caso venha a ser convocada para o exercício será cercada de muitas dúvidas, já que recentemente havia conquistado uma vaga em uma universidade pública, após tantos anos sem estudar, no curso em que aprenderá mais sobre seu filho e como auxiliá-lo em sua vida escolar.

    É notório o desconforto da turma em relação à apresentação da aula, e a professora não demonstra nenhuma reação à apresentação da aluna, imediatamente a regente da turma apresenta uma breve explicação do conteúdo a ser tratado e dispensa a turma.

    Na segunda aula, realizada no dia 10 de setembro, a professora pediu que novamente os alunos sentassem em círculo e iniciou um debate sobre o Projeto Politico Pedagógico (PPP) e sua existência na escola. A turma chega à conclusão de que o mesmo é somente um documento e não é posto em prática - no dia-a-dia escolar, e a aluna em questão demonstra estar surpresa com a conclusão da turma e relata que na escola de seu filho é diferente, que ao contrário do relatado pela turma, o PPP se faz presente sim, que a mesma foi à escola de seu filho e questionou a coordenadora sobre o projeto politico pedagógico e esta lhe garantiu que o projeto estava presente na rotina da escola. Após esta declaração, a aluna foi duramente criticada por alguns colegas da sala alegando que sua fonte de informação não era válida, já que ela procurou a escola de seu filho e em condição de mãe e estudante de pedagogia à escola lhe fornecerá informações inverídicas, visando não perder um cliente. A professora observou o debate e a críticas dos colegas de classe à aluna, e visando interromper a discussão que se encontrava acalorada, mudou o assunto dizendo que a aula estava encerrada e no próximo encontro seria passado um filme.

    O próximo encontro se fez presente no dia 24 de setembro, e conforme prometido, a professora utilizou o filme “O Preço do Destino”. Como metodologia inicial, a turma formou pequenos grupos isolados para assistir ao filme e fazer observações relevantes em seus cadernos, e a aluna do segundo período buscou se integrar em alguns desses grupos, mas fora vetada, ao relatar à professora o ocorrido a mesma respondeu que não havia problema, ela faria suas anotações sozinha. Durante a exibição do filme muitos alunos cochichavam, trocando ideias sobre suas anotações e percepções, a aluna do segundo período buscou varias vezes dialogar com a professora sobre os acontecimentos do filme, mas a mesma não lhe deu abertura para tal. E encerrou a aula sem discussões sobre o filme.

    No próximo encontro, dia 22 de outubro, a aluna observada faltou, e sua falta foi notada pela turma, onde as alunas comentaram entre si que a “policial“ havia faltado.

    Em conversa informal com algumas alunas da turma indaguei porque a chamavam de “policial” me disseram que havia posto esse apelido nela já que ela vivia falando que queria ser policial, e não sabiam o que ela estava fazendo na pedagogia, indagaram que se o sonho dela era de ser policial, que devia seguir essa carreira e não fazer faculdade de pedagogia, onde somente atrapalhava as aulas, fazia comentários considerados por elas “idiotas”, interrompia sempre a explicação da professora para fazer suas perguntas, a consideravam intrometida, já que por diversas vezes “se metia” na conversa alheia sem ter sido chamada para a conversa. Também se incomodavam com as roupas que a aluna do segundo período usava, considerada jovem de mais para a sua idade e o fato da aluna estar sempre procurando a professora regente e fazendo elogias, era considerada bajuladora.

    Ao procurar a professora para indagar sua percepção e opinião sobre o caso de exclusão presente na sala de aula, a mesma se mostrou indiferente, não sabia o nome de nenhuma das alunas e relatou que nunca observara nada de anormal em sala de aula. Apenas que havia uma aula que estava faltando de mais.

    A aluna que a professora notou a ausência é a mesma aula observada, faltou todos os encontros a partir do dia 24 de setembro. Encontrei-me com ela no corredor da faculdade para saber por que havia parado de frequentar as aulas, a mesma me relatou que estivera muito doente e impossibilitada de frequentar as aulas, me relatou também que não sabia se continuaria frequentando a disciplina, pois se sentiu rejeitada pela turma, não conseguiu estabelecer nenhuma amizade e ficou muito chateada ao saber que a professora havia pedido um trabalho em grupo e nenhuma colega de classe se preocupou em procurá-la para avisá-la, estava se sentindo mal em frequentar a turma e iria conversar com a professora para saber se deveria ou não continuar frequentando a disciplina.

    A aluna nunca mais compareceu às aulas.

Segundo momento - Refletindo sobre o caso

    Educação Inclusiva significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem (GLAT e PLETSCH, 2004). Para tornar-se inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipe de gestão, bem como rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a compõem e que nela interferem.

    Portanto, mais do que uma nova proposta educacional, a Educação Inclusiva pode ser considerada uma nova cultura escolar: uma concepção de escola que visa o desenvolvimento de respostas educativas que atinjam a todos os alunos, independente de suas condições intrínsecas ou experiências prévias de escolarização.

    A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e permanência do aluno na escola com aproveitamento acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento.

    As pessoas se precipitam para experiências e experimentações diversas durante a vida, e todas elas resultam em algo aprendido. Isso nos caracteriza enquanto seres humanos de forma bastante diferenciada em relação aos animais. Si aprendemos no nosso dia a dia, nós o fazemos sempre nas relações sociais, em diferentes grupos sociais e com propostas e objetivos diferentes. No entanto, além de aprender para sobreviver, ou melhor, para viver, devemos também aprender para ser, pois essa atividade nos constitui enquanto pessoas, nas nossas trocas constantes, ou seja, no âmago dos processos de socialização.

    Embora não estejamos imbuídos em encaminhar nossa investigação para análise de como as representações coletivas são construídas ou tecidas e socializadas, sabemos que os fenômenos de inclusão e exclusão também derivam dela, pois tudo que produzimos e conceitualizamos, por si só é uma representação. (SALGADO e AMARAL, 2006)

    A dialética inclusão/exclusão gesta subjetividades específicas que vão desde o sentir-se incluído até o sentir-se discriminado ou revoltado. Estas subjetividades não podem ser explicadas unicamente pela determinação econômica ou por qualquer outro tipo de diferença, elas determinam e são determinadas por formas diferenciadas de legitimação social e individual, e manifestam-se no cotidiano como identidade, sociabilidade, afetividade, consciência e inconsciência (Sawaia, 2002, p.9).

    Entendemos por estigmatização a delimitação de espaços e a determinação de papéis sociais, os quais se espera que sejam seguidos rigorosamente pelos portadores do estigma. A identidade social virtual e a representação social que temos do sujeito constituem a base deste processo de estigmatização, tendo em vista que a sua identidade social real, ou seja, aquilo que realmente são (Goffman, 1978) pode ou não corresponder às nossas expectativas, embora em primeira instância, isto não seja considerado.

    O estereótipo se refere à construção de uma imagem geral sobre alguém ou alguma coisa, com base em critérios, a partir de valores e experiências compartilhadas por um determinado grupo. (BARDIN, 1977)

    Cabe ressaltar ainda, que a inclusão é um processo e, como tal, não tem um fim determinado. Requer um processo permanente de construção de sentidos, construção esta coletiva, que parte da necessidade de minimizar as barreiras à aprendizagem – sejam elas quais forem, experienciadas por quem quer que seja – e, consequentemente, de aumentar a participação de um ou vários sujeitos ou grupos que se encontram em situação de exclusão (Silva & Salgado, 2005, p.48).

    Há uma estreita ligação entre bullying e exclusão escolar ocasionados pela intolerância ao diferente. As vítimas são humilhadas e excluídas por fatores relacionados à aparência física ou comportamentos apresentados que não se enquadram aos padrões ditos como aceitos pela sociedade. Como vimos estar presente no caso da turma de sexta feira à tarde.

    Para que o aluno consiga mudar este quadro é necessário que ele quebre a imagem que construíram dele. Portanto a solução é maior que as forças que o sujeito pode usar, pois ela vem de fora, da sociedade que estigmatizou, rotulou tudo aquilo que lhe é diferente, normatizou comportamentos sugerindo que eram os únicos naturalmente aceitos.

    Em todas as experiências de aprendizagem, as relações interpessoais aparecem como sendo mais importantes para o sujeito; o modo de atuar, de reagir, de compreender só se expressa nas relações com outras pessoas. Por este motivo nossa preocupação neste trabalho volta-se para o estudo das exclusões ocorridas em sala de aula, em específico, como relatado em nosso estudo de caso, a provocada pelo fenômeno de bullying que tem como origem a falta de tolerância e respeito às características diferenciais do outro, que é visto como alguém insignificante que pode ser usado como instrumento de diversão.

    Bullying é conceituado como uma variedade de comportamentos de maus-tratos adotados conscientemente por um ou mais indivíduos em relação a outro, podendo ser de caráter físico e/ou psicológico, caracterizado pela sua repetitividade (FANTE, 2005; MARTINS, 2005) e desequilíbrio de poder (ESTRELA e AMADO, 2000). As atitudes agressivas não apresentam motivações evidentes e se manifestam por meio de insultos, intimidações, apelidos pejorativos, gozações que magoam, acusações injustas, implicâncias com alunos que apresentam biotipo, comportamento ou forma de se vestir diferenciados, causando a exclusão, danos morais, materiais ou físicos (FANTE, 2005).

    As consequências causadas pelo bullying vão desde reações de estresse, baixo rendimento escolar que pode ser apresentado tanto pela vítima como pelo agressor, baixa autoestima, pensamentos destrutivos, como a ideia de vingança, que pode ser exteriorizada contra a própria instituição, pensamentos e ações suicidas (FANTE, 2005), e no caso relatado a desistência da frequência a disciplina.

    Percebe-se que a sociedade cria padrões em que muitos alunos não se encaixam, assim as características particulares de cada aluno vão determinam sua posição nas relações interpessoais dentro da sala de aula. As relações entre alunos podem ser observadas a olho nu, interpretadas e classificadas como, por exemplo, a posição do líder, os alunos que ficam isolados e as formações de grupos fechados;

    O isolamento é uma das características mais marcantes do bullying, talvez a mais nefasta, não tendo com quem contar, com quem conversar, a vítima passa a maior parte do tempo sozinha. Segundo Carvalho (2006) o isolamento contraria a necessidade de interação social própria do ser humano.

    O bullying é considerado uma forma de exclusão social, e o dever de todo educador é garantir, tanto quanto estudante quanto educando, a participação social plena de todos os indivíduos. Segundo Wanderley (1999):

    “Perspectiva de trabalho de combate à exclusão tem, ainda, que prover níveis de proteção que garantam o exercício da cidadania, romper a relação entre a subordinação, a discriminação e a subalternidade, brutais em nosso pais, é uma dos muitos desafios colocados.”

    Neste sentido, a educação inclusiva tem importância fundamental, pois busca, por princípios básicos, a minimização de todo e qualquer tipo de exclusão em arenas educacionais. (SANTOS e PAULINO, 2006)

    Fica evidente, com os relatos acima, que a instituição possui entraves a serem superados quanto a uma formação inclusiva dos estudantes, criando uma enorme lacuna entre teoria e prática, permitindo-nos verificar as práticas incoerentes dos futuros professores.

Considerações

    A nossa investigação colocou em evidência que o problema da exclusão/ bullying está presente no curso de pedagogia, que tem como objetivo formar novos professores. Professores esses que, dentro de um proposta inclusiva, devem garantir princípios democráticos de participação social plena, que como pudemos observar, enquanto alunos praticam a exclusão .

    Para falar de educação inclusiva, temos de abordar, antes, a questão da inclusão social, ou seja, o processo de tornar participantes do ambiente social total (a sociedade humana vista como um todo, incluindo todos os aspectos e dimensões da vida - o econômico, o cultural, o político, o religioso e todos os demais, além do ambiental) todos aqueles que se encontram, por razões de qualquer ordem, excluídos.

    Assim, a inclusão social se apresenta como um processo de atitudes afirmativas, públicas e privadas, no sentido de inserir, no contexto social mais amplo, todos aqueles grupos ou populações marginalizadas historicamente ou em consequência das radicais mudanças políticas, econômicas ou tecnológicas da atualidade.

    Uma das dimensões do processo de inclusão social é a inclusão escolar conjunto de políticas públicas de levar a escolarização a todos os segmentos humanos da sociedade.

    O professor, como agente de mudanças, deve ter em mente, sempre, a responsabilidade social, de garantir o acesso igualitário a educação, que o cargo lhe confere e participar decisivamente do esforço de inclusão.

    Não resta dúvida de que tolerância e solidariedade são necessárias para a construção de um mundo melhor. Essas lições devem ser aprendidas na escola, uma vez que a educação não está restrita ao seu aspecto cognitivo. Portanto, inclusão começa na escola e conviver com a diferença, num ambiente de naturalidade, é um direito de TODOS os seres humanos.

    No entanto, ainda é preciso batalhar muito para que todas as escolas sejam inclusivas, pois isso significa lutar por uma sociedade justa, livre e solidária, sem preconceitos e quaisquer discriminações.

Referências bibliográficas

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