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O badminton da escola: um relato de experiência

El bádminton en la escuela: relato de la experiencia

 

*Autor

**Orientadora

Curso de Especialização em Educação Física Escolar

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Educação Física

Ricardo Martins Giffoni*

Professora Ms. Luciana Santos Collier**

rgiffoni@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Na história da Educação Física, o Esporte e a Educação Física Escolar foram estabelecendo uma associação bastante consistente. A pedagogia da Educação Física incorporou o esporte, sem a preocupação de alterar seus princípios fundamentais da concorrência e do rendimento, originando duras críticas. Enquanto componente da cultura da humanidade e elemento de apropriação desta cultura, o esporte deve estar presente nas aulas de educação física fortalecendo as possibilidades de reflexão e crítica social. Este trabalho tem como objetivo incentivar a adoção do Badminton como uma possibilidade de trabalhar o esporte dentro das aulas de Educação Física Escolar. Este relato de experiência conta de que forma fui construindo em parceria com os alunos, uma sistematização para esta modalidade esportiva ser desenvolvida dentro das aulas de educação física, durante a minha prática docente no C.E. Maria Pereira das Neves.

          Unitermos: Badminton. Escola. Educação Física.

 

          Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Educação Física da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção de grau de Especialista em Educação Física Escolar.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Educação Física ao longo de sua história priorizou os conteúdos ligados à prática dos movimentos: ao “saber fazer” (procedimental). Já o “porque fazer” (conceitual) e “como se relacionar dentro desse fazer” (atitudinal), ficaram em segundo plano ou não eram desenvolvidos intencionalmente nas aulas.

    Durante a década de 1980, a resistência à concepção biológica da Educação Física, foi criticada em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos (Darido e Rangel, 2005). A Educação Física foi modificando as suas práticas esportivizantes pela necessidade da sociedade em criar cidadãos reflexivos, críticos e conscientes das atividades praticadas. No Brasil, a partir de importantes mudanças político-sociais, é considerada como um elemento essencial para a formação do cidadão. 

    Atualmente, coexistem, na área da Educação Física, diversas concepções sobre qual deve ser o papel da Educação Física na escola. Essas concepções têm em comum a tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional. São elas: Humanista; Fenomenológica; Psicomotricidade, baseada nos Jogos Cooperativos; Cultural; Desenvolvimentista ; Interacionista-Construtivista; Crítico-Superadora; Sistêmica; Crítico-Emancipatória; Saúde Renovada, baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1998); além de outras (DARIDO, 2003).

    Faz-se necessário destacar que, na prática pedagógica, as perspectivas que se instalam não aparecem de forma pura, mas com características particulares, mesclando aspectos de mais de uma linha pedagógica. Em outras palavras, dificilmente seguimos uma única abordagem.

    Outros autores ao se debruçarem sobre essa questão propõem uma mudança na forma de olhar daqueles que atuam com a Educação Física. Segundo o Coletivo de Autores (1992) o professor precisa fazer com que aluno entenda que

    o homem não nasceu pulando, saltando, arremessando, balançando, jogando etc. Todas essas atividades corporais foram construídas em determinadas épocas históricas, como respostas a determinados estímulos, desafios ou necessidades humanas (1992, p.39).

    Essa percepção dos autores reforça a necessidade de se compreender que o ser humano é mais do que um ser determinado biologicamente: ele é fruto da cultura em que vive. Neste sentido a escola e, mais especificamente, a Educação Física Escolar (EFE) são fatores determinantes na constituição e reprodução da cultura. Sua ação pode ser percebida numa via de mão dupla: tanto a EFE influencia na construção cultural das comunidades escolares, como as comunidades influenciam na constituição de uma cultura da EFE.

    Este trabalho ilustra tal relação recíproca na medida em que professor, alunos, comunidade e prática pedagógica da EFE foram sendo construídos em parceria, com diálogo e conquistas. De dentro para fora e de fora para dentro da escola.

Justificativa

Esporte e Educação Física Escolar

    Segundo Bracht (1999) o nascimento da EF se deu, por um lado, para cumprir a função de colaborar na construção de corpos saudáveis e dóceis, que permitissem uma adequada adaptação ao processo produtivo nacionalista.

    A história da Educação Física, fez com que o Esporte e a Educação Física Escolar estabelecessem uma associação bastante consistente. A prática esportiva esteve muito fortemente orientada pelos princípios da concorrência e do rendimento. Além disso, Bracht (1999) alerta-nos para o fato de que o

    Aumento do rendimento atlético-esportivo, com o registro de recordes, é alcançado com uma intervenção científico-racional sobre o corpo que envolve tanto aspectos imediatamente biológicos, como aumento da resistência, da força etc., quanto comportamentais, como hábitos regrados de vida, respeito às regras e normas das competições etc. Treinamento esportivo e ginástica promovem a

    aptidão física e suas conseqüências: a saúde e a capacidade de trabalho/rendimento individual e social, objetivos da política do corpo (p.74).

    A pedagogia da Educação Física incorporou o esporte, sem a preocupação de alterar seus princípios fundamentais (o desempenho atlético-esportivo ou desempenho produtivo e a intervenção no corpo “máquina” com vistas a melhorar o seu funcionamento orgânico), agregando ainda novos sentidos/significados, como preparar as novas gerações para representar o país no campo esportivo internacional (COSTA, 1971 apud BRACHT, 1999).

    Os documentos da política de desenvolvimento dos esportes e da educação dos anos 70 deixam claro que a Educação Física possuía um papel importante no projeto de Brasil dos militares, que era o desenvolvimento da aptidão física e do desporto. A primeira, considerada importante para a capacidade produtiva da nação (da classe trabalhadora), e o segundo, levaria o nome do país ao cenário das nações desenvolvidas (BRACHT, 1999).

    Na Educação Física Escolar o esporte precisa estar presente como componente da cultura da humanidade e como elemento de apropriação desta cultura. Além disso, consiste em excelente elemento de reflexão e crítica social. A escola muitas vezes é o local onde a criança tem o primeiro contato com o esporte, por isso devemos atentar para que as aulas de Educação Física utilizem-no de forma correta e coerente, para que dele tirem o maior proveito possível, trazendo para os alunos todos os benefícios que o mesmo pode representar para a formação física, mental e do caráter do cidadão.

    Nas minhas aulas estou sempre proporcionando aos alunos a vivência na prática esportiva independente das regras e das dimensões oficiais da quadra previstas para o esporte olímpico, profissional e de competição. O importante é a participação e a integração do jogo coletivo. Os alunos estão praticando o esporte da escola e desenvolvendo os seus benefícios físicos e sociais.

    Ao dialogar com os alunos e detectar suas necessidades e preferências estamos estimulando a troca de experiências e a construção do esporte da escola e suas adaptações.

    Este processo de autonomia e socialização permite aos alunos uma independência para a criação do novas regras e novos conceitos em relação ao esporte nas aulas de Educação Física. O professor é um facilitador e um mediador proporcionando aos alunos compartilharem suas experiências nas aulas de Educação Física.

    Na escola, através do esporte e das atividades lúdicas estaremos aproximando seres humanos, o que com certeza é muito mais importante para a nossa sociedade do que futuros medalhistas olímpicos. Em nossas práticas pedagógicas o objetivo é a formação do cidadão para conviver em sociedade e o prazer em compartilhar experiências praticando os jogos. É fundamental discutir exaustivamente com os alunos o desenvolvimento sócio-histórico do esporte, deixando bem claro para eles a diferença do esporte de alto rendimento e o esporte escolar, bem como as relações dele com a sociedade e o do de produção capitalistas.

    Segundo Freire (2012) o esporte educacional não deve ter por objetivo buscar talentos ou formar atletas campeões. Sua finalidade é formar alunos vencedores na vida pelos ensinamentos que o esporte lhes propicia.

    A Educação Física e o Esporte têm grande importância no processo de socialização. As interações sociais proporcionadas em uma aula de Educação Física são muito variadas, sendo que muitas vezes é nesta disciplina escolar que o aluno tem a oportunidade de relacionar-se de diferentes maneiras com o seu colega, com o ambiente escolar, com o professor, etc. Portanto, os professores devem ter o cuidado com os possíveis conflitos, visando aulas em que o esporte seja tratado de maneira respeitosa, porém sabendo fazer desses momentos, interessantes meios para se discutir alguns valores.

    O esporte pode desenvolver, quando este for o objetivo do professor, qualidades como responsabilidade, coragem, disciplina e persistência além de socializar e propiciar o exercício do “jogo limpo”, do fair play, o respeito às regras e a valorização do companheiro de jogo como indispensável à realização deste.

    O esporte na Educação Física Escolar proporciona aos alunos a oportunidade de compartilhar a prática coletiva em que todos são aceitos e incluídos nas atividades sem a resistência daqueles que normalmente nos momentos de lazer selecionam os praticantes de acordo com o interesse e a performance. Nas aulas de Educação Física, através do professor, conseguimos organizar estes momentos em que todos os alunos participam independente das limitações e experiências anteriores. O importante é a vivência da prática esportiva da escola. O esporte surpreende pela rapidez e amplitude de sua progressão, que se impõe pela atração que desperta, incita a ação, competição, superação de esforço, e que deste modo, favorece o enriquecimento pessoal, além de ser um extraordinário meio de expressão que revela os limites de cada um (FERREIRA, 2001).

    Cabe à escola e, mais especificamente, a Educação Física, como uma de suas tarefas, oferecer à sociedade outras possibilidades de prática do esporte. E é isso que a coloca numa posição de produzir novos conhecimentos acerca do esporte, colocando-os à disposição da sociedade. O que é completamente diferente e distante dela ser apenas um lugar de transmissão de um conhecimento já pronto e inabalável sobre o esporte, ou de apenas o transpor didaticamente para a escola.

    Segundo Freire (1992) a Educação Física só será de corpo inteiro a partir do momento em que nestas aulas, nós profissionais pudermos entender que não basta aplicar novos conteúdos para as crianças, mas sim, proporcionar a elas momentos agradáveis tanto para rever conceitos antigos como absorver conceitos novos. Se aceita, então, a idéia de que não só é possível à escola produzir a sua própria cultura escolar de esporte, como também a idéia de que é com essa cultura que a escola vai intervir na história cultural da sociedade e vice-versa. Portanto, visualizamos na Educação Física Escolar um momento de múltiplas comunicações. 

    As aulas de Educação Física devem superar o ensino, apenas, das modalidades e técnicas esportivas e, principalmente, o ensinar por ensinar. Os professores devem estar atentos aos interesses dos alunos, reconhecendo e respeitando o aporte cultural de cada um, garantindo com isso, o ensino contextualizado das manifestações relativas à cultura de movimento, possibilitando dessa forma, com que os alunos adquiram um senso crítico em relação a como são transmitidas tais atividades.

    As crianças aprendem que entre ela e o mundo existem os outros e que para convivência social precisam obedecer a determinadas regras e ter determinados comportamentos. As crianças aprendem também a conviver com vitórias e derrotas e a vencer através do esforço pessoal. Através do esporte desenvolvem a independência, a confiança em si mesmas e o sentido de responsabilidade.

    A Educação Física Escolar deve ser entendida como um momento fundamental para o desenvolvimento dos alunos e o esporte é a ferramenta que o professor de Educação Física tem em mãos para ser um diferencial no ambiente escolar. A aula de Educação Física é mais uma oportunidade para que os alunos reproduzam a sua cultura de esporte e lazer e participem de algo que envolve linguagem, expressão e contato. É necessário então fazer da Educação Física Escolar uma oportunidade de que os alunos enlacem suas vidas, estipulem metas e reflitam sobre acontecimentos.

O Badminton

    Foi na Índia que o Badminton nasceu, com o nome de Poona. Oficiais ingleses a serviço neste país gostaram do jogo e levaram-no para a Europa. O "poona" passou a se chamar Badminton quando, na década de 1870, uma nova versão do esporte foi jogada na propriedade de Badminton, pertencente ao Duque de Beaufort's, em Gloucestershire, Inglaterra.

    Não se tem uma data concreta de que ano o esporte foi trazido ao Brasil, porém, sabe-se que o badminton era praticado no país como um esporte amador a partir da década de 1970. Tornou-se uma modalidade oficial apenas em 1984, quando foi realizado em São Paulo, a primeira competição. No ano seguinte, o Brasil conquistou o Campeonato Sul-americano, na Argentina.

    A Confederação Brasileira de Badminton foi fundada em 1993 e está localizada na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo.

    O esporte através do Badminton representa a mudança das abordagens dos tempos passados para os dias de hoje em que os benefícios do esporte estão na socialização e inclusão. Além dos estímulos psicomotores o que mais precisamos abordar nas aulas de Educação Física são os aspectos afetivos em que os alunos compartilham momentos de respeito e solidariedade.

    Ao oferecer o Badminton a Educação Física Escolar proporciona aos seus alunos a oportunidade de praticar o esporte com seus benefícios físicos, sociais e principalmente conhecer um desporto de tradição oriental e com a uma história própria. Tratar o esporte como importante meio de socialização dentro da escola e com um olhar crítico é bastante necessário.

    O objetivo de desenvolver o Badminton da Escola é ampliar a cultura corporal dos alunos e trabalhar diferentes conhecimentos, movimentos e habilidades nas aulas de Educação Física com esse esporte não tradicional da cultura brasileira.

    O Badminton é barato para iniciantes, altamente atrativo para as crianças e dá condicionamento físico a quem pratica propiciando o desenvolvimento das habilidades motoras básicas (movimentos fundamentais e combinados). Desenvolve a organização espacial, a coordenação óculo-manual, a coordenação viso-motora, a lateralidade, o equilíbrio, a coordenação fina e grossa e o ritmo além de reforçar o desenvolvimento da capacidade motora como força, resistência aeróbica, velocidade, flexibilidade e coordenação.

    Segundo Gonçalves (2012) o Badminton é um esporte para todas as idades e é inclusivo porque pode ser disputado entre meninos e meninas, jovens e idosos e até entre pessoas de diferentes classes sociais. Para as crianças, especificamente, o Badminton melhora a concentração, a rapidez de raciocínio e ajuda aquelas com hiperatividade a ter mais calma e atenção.

Objetivos

Objetivo geral

    Este trabalho tem como objetivo incentivar a adoção do Badminton como uma possibilidade de trabalhar o esporte dentro das aulas de Educação Física Escolar, a partir de uma sistematização que fui construindo em parceria com os alunos durante a minha prática docente no C.E. Maria Pereira das Neves.

Objetivos específicos

  • Ampliar o repertório esportivo, a cultura esportiva e corporal;

  • Conhecer e aprender a jogar o badminton, levando em conta a estrutura necessária, as regras, os equipamentos e as habilidades necessárias, mas adaptando à realidade.

Metodologia

O Badminton no Colégio Estadual Maria Pereira das Neves

    No ensino fundamental a minha prática pedagógica seguia o planejamento com jogos pré-desportivos e em seguida introduzia os jogos com regras adaptando-os ao espaço físico e principalmente ao contexto do aluno. O futsal, basquete, handebol e o voleibol são os esportes de conhecimento do aluno e, conseqüentemente, os mais praticados na Educação Física Escolar.

    Na Escola Estadual Maria Pereira das Neves/Niterói– RJ, onde atuo como docente desde 2007, existe uma quadra coberta, de dimensões pequenas, mas que permite a vivência das práticas esportivas mesmo com algumas adaptações às regras oficiais, prevalecendo assim, o esporte da escola (Bracht, 1997). Além da quadra a escola oferece um espaço descoberto que permite a utilização para as atividades das aulas de Educação Física e a proximidade com a praia de Charitas também amplia as possibilidades das aulas.

    Resolvi trabalhar com o Badminton por interesse próprio, já que comecei a praticar nas horas de lazer e ao perceber a oportunidade implantei esta modalidade olímpica em minhas aulas e compartilho efetivamente com meus alunos neste processo de ensino-aprendizagem. Esta troca de experiências é riquíssima tanto para eles como para mim. Alguns alunos já conheciam o esporte, pois na comunidade alguns projetos já foram desenvolvidos com o badminton há alguns anos atrás. Desta forma fomos construindo o badminton da nossa escola, respeitando os limites estruturais e humanos que fomos encontrando.

    Comecei em 2011 introduzindo a peteca e depois o badminton, pois comprei um Kit com 4 raquetes , rede e as petecas. A peteca e o badminton podem ser praticados em uma iniciação sem a rede ou até mesmo com uma corda esticada simulando a rede. Neste improviso e usando os espaços da escola tanto o pátio como a quadra, comecei a prática do badminton na escola. A iniciação da modalidade foi feita no próprio ato de jogar, pois não dispúnhamos de material na quantidade adequada para praticarmos as etapas necessárias de uma progressão pedagógica. Assim fomos criando algumas estratégias que possibilitassem a participação de todos como: rodízio, contagem de pontos, divisão de grupos, utilização dos espaços.

    Ao lecionar no turno da noite na Educação de Jovens e Adultos (EJA), também introduzi a peteca e depois o Badminton tendo uma aceitação satisfatória. Independentemente da idade, jovens e adultos jogam o Badminton e descobrem o prazer de um novo jogo, dividindo o mesmo espaço e socializando a prática. Interessante notar que os próprios alunos da EJA gostaram tanto que pediam aos outros professores para realizarem estas atividades também.

    O ensino médio hoje é o segmento em que estou atuando com mais turmas e o planejamento segue com a prática do Badminton. Os alunos se interessam bastante e sempre nos dias das aulas solicitam a prática do jogo. Procuro propiciar a prática do Badminton seja na própria aula de Educação Física ou em momentos somente de lazer dentro da escola. No início do processo de ensino-aprendizagem comecei introduzindo o jogo propriamente dito sem a preocupação de apresentar os fundamentos e as regras pois o Badminton da escola se desenvolve em um projeto de construção coletiva. Durante a prática os alunos começam a despertar o interesse em conhecer as ferramentas do jogo , os fundamentos e as regras básicas logicamente com as adaptações necessárias para a construção do Badminton da Escola dentro de um contexto próprio. Usamos a quadra coberta e o pátio descoberto para montarmos os campos de jogo e estes espaços são utilizados tanto nas aulas de Educação Física como também em horários vagos.

    Jogam meninas e meninos de todas as idades. É um jogo que se adapta a espaços pequenos, tanto ao ar livre como interiores. Alguns aprendem rápido enquanto outros apresentam dificuldades, mas o período de aprendizagem é relativamente curto. As aulas seguem de acordo com os objetivos do currículo mínimo da Secretaria de Educação do Estado/RJ da disciplina Educação Física, mas sempre destinando um espaço-tempo para a prática do badminton.

    Pretendo ampliar este projeto na escola com a aquisição de mais recursos. Para isso, estou em negociação com a diretora da Unidade Escolar a fim de viabilizar esta aquisição. Para dinamizar as aulas, preciso da confecção dos postes para sustentação das redes, além das redes, raquetes e petecas específicas da modalidade. Com mais recursos materiais, podemos incentivar a prática do Badminton na escola, tendo a adesão de mais alunos.

    O esporte proporciona um elevado grau de diversão e motivação elevando o número de praticantes que respondem positivamente à iniciativa. Criando o hábito da prática do “Badminton da escola” podemos organizar alguns eventos como festivais e torneios da modalidade. Outras formas de integração seriam convidar outras escolas e projetos que oferecem o Badminton como prática esportiva, para fazermos alguns jogos.

    O esporte proporciona um elevado grau de diversão e motivação elevando o número de praticantes que respondem positivamente à iniciativa. Criando o hábito da prática do “Badminton da escola” podemos organizar alguns eventos como: festivais e torneios da modalidade, tendo o cuidado de não priorizar o rendimento ou a competitividade, mas sim a ludicidade e o prazer pela prática. Outras formas de integração seriam convidar outras escolas e projetos que oferecem o Badminton como prática esportiva, para fazermos alguns jogos.

    Segundo Darido (2003) o importante quanto à avaliação na Educação Física é que através de observações o professor pode analisar o aluno em todos os momentos da aula, não sendo preciso conhecer o resultado de uma estratégia avaliativa formal para realizar uma mudança nas aulas. Isto pode ser realizado durante todas as aulas e em todas as situações, e estas informações devem voltar para os alunos informando-os sobre suas dificuldades bem como os avanços alcançados.

    A avaliação do processo ensino-aprendizagem em minhas aulas se aproxima da opinião da autora e assim como na proposta humanista a avaliação deve considerar a observação, análise e conceituação de elementos que compõe a totalidade da conduta humana, ou seja, a avaliação deve estar voltada para a aquisição do conhecimento, habilidade e atitude dos alunos.

    Luckesi (1999), com muito brilhantismo, afirmou que a maior dificuldade do processo pedagógico não é avaliar o aluno, mas sim implementar um bom ensino, acolhendo, nutrindo e sustentando o educando, sem castigo ou punição, no sentido de proporcionar a inclusão de todos os alunos, num verdadeiro ato de amor.

    No decorrer do meu trabalho de conclusão de curso entrei com um processo de permuta para o município de São Gonçalo/RJ e foi deferido; portanto deixei a escola em que relatei a minha experiência pedagógica, mas ficou o legado do Badminton e todo aprendizado do processo de construção vivenciado pelos alunos.

    Apesar de ter me afastado, tenho notícias que, para a minha satisfação, os professores que agora lecionam na escola, estão dando continuidade à prática do Badminton por demanda criada pelos próprios alunos, cujo interesse pela modalidade é cada vez maior.

Conclusão

    Dos vários conteúdos escolares, o jogo pode ser considerado de fácil aplicação, pois; não é estranho à criança, uma vez que a maioria já teve experiências com jogos e brincadeiras; não exige espaço ou material sofisticado; variam em complexidade de regras, ou seja, desde pequeno pode-se jogar com poucas regras ou chegar a jogos com regras de altíssimo nível de complexidade; podem ser praticados em qualquer faixa etária e por ambos os sexos ao mesmo tempo; são na maioria das vezes divertido e prazeroso para os seus participantes; e aprende-se o jogo pelo método global, diferentemente do esporte que geralmente é aprendido/ensinado por partes (DARIDO e RANGEL, 2005).

    É bom deixar claro que, apesar da facilidade de aplicação, não podemos deixar de lado os objetivos que pretendemos alcançar com a realização dos jogos. Portanto, ao mesmo tempo em que proporcionamos aos alunos o prazer em jogar, possuímos objetivos educacionais, ao tentar garantir a aprendizagem dos conteúdos também nas dimensões conceituais e atitudinais.

    Ao oferecer o jogo no espaço montado; os alunos e professores se organizam para que todos participem da prática. Durante estes momentos o professor orienta, de acordo com as dificuldades dos praticantes, a melhor forma de se adequar ao jogo. Alguns alunos se adaptam com mais facilidade, enquanto outros apresentam mais dificuldades. O papel do professor é estimular a persistência no aprendizado e até participar efetivamente, auxiliando os alunos na prática propriamente dita.

    Ao implantar o jogo do Badminton da escola todos se comprometem na construção do espaço, na elaboração das regras e na conservação do material. A rotina nas aulas é aderida e todos solicitam a prática do Badminton da escola.

    Finalmente, a proposição e aplicação de novas propostas no âmbito da Educação Física escolar são possíveis e desejáveis, mas para que essas propostas se consolidem é necessário um maior comprometimento na realização de estudos que se aproximem da realidade dos professores.

Referências bibliográficas

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