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Impacto de um programa de atividades 

físicas nos cuidados à saúde de mulheres idosas

Impacto de un programa de actividades física en los cuidados de la salud de mujeres mayores

Impact of a physical activity program in the healthcare of older women

 

*Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

**Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Doutor

em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal

de São Paulo (UNIFESP). Professor no Curso de Bacharelado

em Educação Física - Modalidade Saúde da UNIFESP

Priscila Casanova*

Sionaldo Eduardo Ferreira**

sionaldo@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Com o envelhecimento ocorre uma redução funcional para as atividades de vida diária, depressão no estado de humor e motivação, com reflexos nos cuidados à saúde. Assim, este estudo verificou os efeitos de um programa de atividades e orientações físicas para um grupo de mulheres com mais de 55 anos. Foram utilizados questionários para avaliação do risco de doenças cardiovasculares, do nível de atividade física, do estado de humor, da percepção de qualidade de vida, anamnese geral e uma entrevista sobre hábitos e cuidados relacionados à saúde. A amostra foi composta por 50 voluntárias distribuídas aleatoriamente nos grupos Controle (N=18, com 66,8 ± 9,1 anos) e Experimental (N=32, com 63,1 ± 5,3 anos). As avaliações iniciais não demonstraram diferenças significativas entre os grupos. A avaliação do estado de humor pela Escala de Brunel detectou uma piora no Grupo Experimental após o programa de exercícios físicos, enquanto a avaliação pela Escala Geriátrica de Depressão revelou uma redução da depressão para ambos os grupos. A análise das entrevistas sobre cuidados à saúde revelou melhoria na percepção geral sobre a saúde e nos cuidados pessoais após a participação nas atividades propostas. Analisando os resultados em conjunto, observa-se que apesar de uma relativa piora no estado de humor, provavelmente relacionada a eventos particulares, maior confiança no avaliador e à sazonalidade (reavaliação realizada durante o inverno), houve melhora significativa nos cuidados e nas percepções de saúde física e cognitiva.

          Unitermos: Educação Física. Envelhecimento. Mulheres. Saúde. Autonomia.

 

Abstract

          With aging a functional reduction for activities of daily living, depression in mood and motivation, with reflections on care health occurs. This study examined the effects of a program of physical activities and guidelines for a group of women over 55 years. Questionnaires for assessing the risk of cardiovascular disease, physical activity level, mood state, the perception of quality of life, general history and an interview about habits and health-related care were used. The sample consisted of 50 volunteers randomly distributed in the Control Group (N = 18, with 66.8 ± 9.1 years) and Experimental Group (N = 32, with 63.1 ± 5.3 years). Initial assessments showed no significant differences between groups. The assessment of the mood Scale Brunel noted a worsening in the Experimental group after the exercise program while evaluating the Geriatric Depression Scale revealed a reduction in depression for both groups. The analysis of the interviews on health care revealed improvement in overall perception of health and personal care after participation in the activities proposed. Analyzing the results together, it is observed that despite a relative worsening in mood, probably related to particular events, greater confidence in the evaluator and seasonality (reassessment during the winter), a significant improvement in the care and perceptions of physical and cognitive health.

          Keywords: Physical Education. Aging. Women. Health. Autonomy.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Brasil passa por um fenômeno chamado Transição Demográfica, de forma que a fecundidade tem diminuído e a expectativa de vida aumentado. Esse aumento da expectativa de vida causa um conseqüente crescimento da população idosa de forma a haver grandes concentrações na camada mais idosa da população comparada a outras camadas e faixas etárias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

    As projeções para os próximos 20 anos apontam para a duplicação da população idosa no Brasil, de 8 para 15%. O aumento gradativo da camada mais idosa causa desconforto devido à necessidade de políticas públicas especializadas na prevenção e promoção de saúde e aumento da demanda para atender essa população, havendo também a necessidade de proteger a saúde incentivando novos hábitos de cuidado à saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a qualidade de vida como uma percepção individual de sua posição na vida, no contexto da cultura e de valores em que vivem com relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e interesses. É um grupo de conceitos amplos que afetam a saúde física, estado psicológico, nível de independência, relacionamentos sociais, opinião pessoal e o relacionamento com seu ambiente (SCHNEIDER e IRIGARAY, 2008).

    O estado de humor é fator preponderante para classificar o nível de qualidade de vida dos indivíduos. Quando manifestações do humor são inadequadas com relação à intensidade, freqüência e duração denominam-se os transtornos do humor, como o estresse, depressão, ansiedade. A depressão pode aparecer em todas as etapas da vida, mas sua incidência é maior em idosos do que em jovens (CHEIK et al., 2003; ANTUNES et al., 2005).

    A partir do ponto de vista biológico, a depressão é considerada como uma disfunção dos neurotransmissores causada por herança genética ou alterações funcionais cerebrais. De acordo com Carlson (1990), a depressão é um estado de extrema tristeza geralmente acompanhado de letargia e raciocínio lento, porém às vezes pode ser caracterizado por uma agitação irrequieta. Comprovadamente a depressão em idosos pode anular do direito de independência e autonomia (CHEIK et al., 2003).

    De acordo com a OMS, atividades físicas leves a moderadas são grandes estimulantes que podem retardar declínios da saúde mental (OMS, 2010). O treino em circuito é organizado em forma de “estações” onde os exercícios são executados alternando membros superiores e inferiores, com um mínimo de descanso entre cada “estação” e que preconizam o condicionamento cardiorrespiratório. As atividades em circuito abrangem o treino de forma contínua, surtem o efeito pela aplicação de cargas. É um método que permite o condicionamento cardiopulmonar e neuromuscular. Ainda é o tipo de exercício que pode ser trabalhado com idosos por ser motivador (BRENTANO e KRUEL, 2004).

    Um programa de exercícios físicos é útil não somente no combate a espiral descendente da função cardiorrespiratória, mas também no combate da osteoporose, relacionada a fraturas súbitas de quadril que podem levar a uma maior inatividade e à morte. O trabalho de força para os idosos é fundamental, pois garantem a função e a estrutura muscular, articular e óssea. Para a OMS, o envelhecimento ativo é o processo de aproveitar ao máximo as oportunidades para ter um bem-estar físico, psíquico e social durante toda a vida. O objetivo é estender a qualidade e esperança de vida a idades avançadas (POWERS e HOWLEY, 2005; OMS, 2010).

    Sobretudo, o envelhecimento não deve ser considerado uma doença, mas um aproveitamento da vida. Para possibilitar esse aproveitamento a saúde deve acompanhar o envelhecimento, tanto na redução de funcionalidade quanto as condições de saúde. Considerando a prática de exercício físico observa-se uma redução de maiores investimentos públicos, privados e pessoais do envelhecimento ou fase senil. O exercício físico é fundamental como ação preventiva, promotora e não medicamentosa sobre a saúde de forma a propiciar sua manutenção e melhoria (FREITAS, 2006).

Métodos

Sujeitos

    Foram convidadas a participar deste estudo, mulheres na faixa etária a partir de 55 anos e submetidas ao critério de randomização, de forma que as voluntárias foram dispostas em dois grupos, a saber:

  • Grupo Controle (C): 18 (dezoito) voluntárias que passaram pelas avaliações do projeto, mas sem intervenção durante a fase experimental, sendo oferecido após a conclusão da coleta de dados um programa semelhante ao oferecido ao Grupo Experimental;

  • Grupo Experimental (E): 32 (trinta e duas) voluntárias que passaram pelas avaliações propostas e submeteram-se ao programa de condicionamento físico e de orientações.

Instrumentos

  • Anamnese: questões para o conhecimento geral da ingressante no projeto, identificando os cuidados em relação à saúde, suas possíveis patologias e uso de medicamentos, bem como, seus hábitos e atividades cotidianas (EPSTEIN et al., 2004).

  • Questionário de Risco de Doença Cardiovascular (RDC) e Physical Activity Readiness Questionnarie (PAR-q): Visam identificar riscos para doenças cardiovasculares e problemas cardíacos (PITANGA, 2005).

  • International Physical Activity Questionnarie (IPAQ): Visa analisar o tipo, a quantidade e a intensidade da atividade física que as pessoas realizam (MATSUDO, 2001).

  • Classificação Socioeconômica: Tem o intuito de classificação a população de acordo com critérios econômicos (ABEP, 2008).

  • Escala de Humor de Brunel: Visa analisar os estados emocionais e os estados de humor, sendo usada para medir variações emocionais associadas ao exercício e bem-estar (ROHLFS, 2006).

  • Escala Geriátrica de Depressão Abreviada de Yessavage: Visa demonstrar a tendência ou não de idosas a terem depressão (FREITAS, 2006).

  • Avaliação Física: Propõem obter dados de suas medidas antropométricas e de composição corporal (PITANGA, 2006).

  • Questionário de Qualidade de Vida (“Medical Outcome Study 36: Item Short-form Health Status Survey” - SF-36): Visa classificar e identificar o nível de qualidade de vida de acordo com suas próprias percepções (CICONELLI, 1999).

  • Entrevista Semiestruturada: De forma complementar aos questionários e instrumentos utilizados, visa obtenção de informações adicionais sobre o estilo de vida das voluntárias, sua compreensão de saúde e quais medidas/cuidados são adotadas para que elas mantenham ou obtenham melhoras no estado geral de saúde.

Protocolo do estudo

    Inicialmente ambos os grupos foram submetidos ao processo de avaliação sob a utilização dos questionários, testes e entrevista. Assim, o Grupo Experimental (E) foi submetido ao programa de atividades físicas e orientações, sendo instruído uma vez por semana no período de duas horas sobre as práticas corporais e a realização de exercícios físicos em outros horários ao longo da semana, e o Grupo Controle foi instruído a manter as suas atividades normais.

    Após o período de 4 (quatro) meses de intervenção, ambos os grupos foram novamente avaliados, compreendendo assim a Avaliação Final e o foi oferecido ao Grupo Controle a possibilidade de participação no mesmo programa oferecido ao Grupo Experimental.

    As atividades do estudo foram realizadas no Parque Municipal Roberto Mário Santini (Emissário Submarino de Santos-SP), junto às atividades do Programa de Extensão Quiosque da Saúde e contaram com um programa de jogos pré-desportivos (voleibol, futebol, basquete), sessões de treinamento resistido, caminhadas, circuitos combinados com estímulo à memória, coordenação motora, coordenação motora fina, recreação e socialização.

    A intensidade das atividades físicas foi determinada como leve a moderada com frequência de uma vez por semana e duração aproximada de 120 minutos por sessão; acompanhadas do desenvolvimento de atividades complementares com exercícios respiratórios e proprioceptivos. As voluntárias se exercitaram diariamente seguindo uma Cartilha orientando sobre a forma correta para realizar as atividades físicas em outros dias, para além daqueles de participação no projeto.

    As sessões do programa seguiram a seguinte ordem:

  • Práticas corporais sobre conceitos de saúde (45 minutos);

  • Alongamento e aquecimento neuromuscular (15 minutos);

  • Parte principal (atividades motoras) e (45 minutos);

  • Relaxamento e estímulo à percepção corporal (45 minutos).

Resultados

    Para compor a amostra deste estudo, foram selecionadas após cadastro inicial, 70 voluntárias, porém 20 delas declinaram da participação no projeto, assim o mesmo foi concluído por 50 voluntárias.

    Os resultados obtidos na avaliação inicial evidenciam que ambos os grupos apresentaram-se semelhantes na maioria das variáveis, demonstrando a proximidade entre seus aspectos de saúde e de cuidados à saúde. A Tabela 1 apresenta os dados obtidos na anamnese descrevendo-as características de idade e risco de doenças cardíacas.

Tabela 1. Idade e Risco Cardíaco (PAR-q e RDC)

    Sobre o nível de atividade física praticada (Tabela 2), os grupos não apresentaram diferenças significativas na avaliação inicial, enquanto na avaliação final, o grupo Controle reduziu o nível de atividade física e o Experimental aumentou.

Tabela 2. Avaliação da Freqüência da Prática de Atividade Física relatada

    Além da freqüência de atividade física praticada foi analisado o nível de atividade física utilizando-se o Questionário IPAQ, no qual demonstrou que todas as voluntárias, tanto do grupo Experimental como do grupo Controle, são fisicamente ativas. Porém há uma diferença significativa em relação ao grupo Controle após a intervenção do programa de atividades (Tabela 3).

Tabela 3. Nível de Atividade Física (IPAQ)

    Dentre as diferenças encontradas na avaliação inicial notamos a Escala Geriátrica de Depressão, Questionário de Qualidade de Vida (SF-36) nos domínios limitação por aspectos físicos e aspectos mentais.

    Sobre as características de Qualidade de Vida notamos que não houve diferenças significativas entre os grupos. Já em relação aos aspectos emocionais do grupo Experimental houve diferença que comprova efeitos do programa de atividade física aplicado para a população selecionada (Tabela 4).

Tabela 4. Avaliação da Qualidade de Vida através do Questionário SF-36

    Ao analisar os grupos Controle e Experimental observamos diferenças significativas o Total de distúrbio de Humor, que é a subtração do vigor pela soma de todos os outros domínios pertencentes ao humor e sobre a escala Geriátrica de Depressão (Tabela 5).

Tabela 5. Avaliação do Estado de Humor pelas Escalas de Brunel e Geriátrica de Depressão

    Dentre os aspectos de saúde, as voluntárias referiram doenças comuns nesta população. Foram mais freqüentemente citadas: diabetes mellitus, problemas renais, hipertensão, obesidade, problemas musculares e problemas oculares - que incluem astigmatismo, catarata, glaucoma, miopia e hipermetropia. Identificando as doenças de todo o grupo as mais referidas, para essa população, foram elencadas a partir de sua freqüência que foram problemas oculares (29%), hipertensão (21%), outros – doença celíaca, labirintite, escoliose, osteoporose – (15%).

    Dentre os parâmetros analisados, foi observada a importância da prática de atividades físicas por todas as voluntárias elencado de acordo com os critérios: atividade social, saúde, emagrecimento, condicionamento físico, lazer e estética classificado de forma que o 1 equivale a nada e o 5 a extremamente importante.

    As Figuras 1 e 2 ilustram a freqüência das respostas para o grupo Experimental e Controle, sobre a importância da prática de atividade física, demonstrando de certa forma a mudança da percepção da atividade física sobre suas vidas, deslocando o gráfico mais para a direita chegando a maioria dos critérios ao extremamente importante.

Figura 1. Importância da atividade física escala de acordo com a ocorrência no grupo Experimental

 

Figura 2. Importância da atividade física de acordo com a ocorrência no grupo Controle

    A análise da entrevista semi-estruturada ocorreu a partir de três domínios principais para determinar a importância da saúde e dos cuidados à saúde das voluntárias. O domínio entendimento sobre a saúde é apresentado na Figura 3 que analisa o conhecimento sobre saúde das voluntárias sobre elas mesmas.

Figura 3. Entendimento sobre saúde do grupo Experimental

    O domínio classificação de saúde atual é ilustrado na Figura 4 que analisa a percepção de saúde das voluntárias.

Figura 4. Classificação de saúde atual de acordo com percepção do grupo Experimental

    As atitudes tomadas ou vivenciadas para se chegar ao estado de saúde relatado pelas voluntárias estão representadas na Figura 5.

Figura 5. Descrição das atitudes referentes à saúde pessoal do grupo Experimental

Discussão

    Nos últimos anos observou-se uma maior atenção ao discurso sobre os cuidados em saúde, e esse deve ser incrementado com a participação de novas práticas que possam educar a população com o tipo de hábitos que sejam úteis e de fácil acesso. O cuidado em saúde é um conjunto de procedimentos tecnicamente orientados para o êxito do tratamento. Dessa forma, os cuidados à saúde se baseariam em técnicas e práticas acessíveis e que a população pudesse utilizar para promover a saúde.

    Em relação à freqüência da prática de atividade física pôde ser observado que o grupo Experimental apresentou um aumento significativo, diferente do grupo Controle que apresentou uma redução na freqüência da prática de atividade física. Aparentemente, há associação entre o nível de saúde e a prática de atividades físicas, causando grande impacto na população, pois há a necessidade da manutenção da independência e autonomia que declina com o aumento da idade (NEGRÃO e BARRETO, 2005; FREITAS, 2006).

    Os resultados obtidos no Questionário de Qualidade de Vida (SF-36) e na Escala Geriátrica de Depressão demonstram que não houve diferenças significativas entre os grupos de forma que ambos mantiveram seus escores. Sobre o questionário para avaliação do estado de humor (Brunel), nota-se diferença significativa para o grupo Experimental no teste pré e pós intervenção para o total de distúrbio de humor (TDH); detalhadamente essa diferença pôde ser identificada pelo aumento dos escores, significativamente, dos domínios tensão e fadiga. Ainda que não esperado, este resultado pode estar relacionado a um efeito sazonal, dada a época de aplicação das avaliações.

    A partir da análise das entrevistas, percebeu-se inicialmente que o conceito de saúde para as voluntárias se resume à prática de atividades físicas e à alimentação saudável, isso remete apenas ao bem-estar físico e esquece que a definição para a saúde ultrapassa o limite do bem-estar físico caminhando também para o sucesso emocional e social.

    Contextualizando as entrevistas, observou-se a intensa presença de comparações, situação comum para essa faixa etária. Quando perguntadas sobre saúde ou se seu estilo de vida é saudável a maioria das respostas foi sim e as comparações são feitas a partir de pessoas acamadas, doentes ou institucionalizadas. Esse tipo de comparação eleva a autoestima fazendo com que as respostas se assemelhem e acima de tudo que haja pouco ganho de qualidade de vida, de humor e de aspectos de saúde, já que o ponto de partida apresenta-se elevado, quando comparado a familiares e conhecidos de semelhante idade.

    De acordo com critérios da importância da prática de atividade física no grupo Experimental observa-se o deslocamento homogêneo do gráfico para a direita. No grupo Controle há heterogeneidade sobre a importância da prática de atividade física nos mesmos critérios de forma que o programa de atividades físicas foi eficiente para a conscientização corporal e da saúde para as participantes, demonstrando que se por um lado um programa com encontros semanais pôde apresentar como de baixa eficiência para adesão e modificações na estrutura e composição corporal, por outro lado, pode ser eficaz na educação e conscientização da importância da inclusão desta prática para manutenção ou melhora do estado geral de saúde.

    A taxa de desistência das participantes no estudo apresenta-se como um resultado importante, pois a partir da busca das razões para a mesma, foram destacados fatores como o déficit de aprendizagem e capacidade motora, necessidade de um enfoque para programas individualizados de atividades físicas, inadaptação às atividades em grupo e problemas pessoais. O relato de que a falta de experiência prévia na prática de atividades físicas ou o déficit motor contribuiu significativamente para a não adesão ao projeto, configura um aspecto a ser explorado no intuito de adequar programas específicos para o começo de um programa de atividades físicas na fase senil. O elevado número de desistências do programa de exercícios possivelmente não tenha atendido a demanda, necessidade e cuidados para as voluntárias de forma que um programa de atividades de maior freqüência semanal traria maior assiduidade das participantes pelo maior estímulo e contato com a prática de atividades específicas e direcionadas a esta população.

    Frente aos resultados obtidos neste estudo, sugere-se que um programa de atividades físicas para a fase senil, quando realizado apenas uma vez na semana, pode ser pouco efetivo no que se refere à inclusão da atividade física na vida diária, dado ao índice de abandono e de adoção de sua realização em outros dias/momentos da semana pelas voluntárias que se mantiveram freqüentes. Porem pôde se observar que com a aproximação a temas sobre saúde física, mental e convívio social houve alterações consideráveis em relação a TDH, EDG, aspectos emocionais, freqüência de atividade e nível de atividade física.

    O estudo identificou que o incentivo à pratica de exercícios físicos e a adoção de novos hábitos para a promoção e recuperação da saúde, são relevantes para a mudança de comportamento e estímulo à alterações no estilo de vida, em especial a partir da inclusão da prática de exercícios físicos na vida diária, encorajando e desencadeando outros comportamentos de cuidado à saúde, complementado significativamente as estratégias de incentivo à adoção de hábitos de vida mais saudáveis, estimulando a manutenção da independência e da autonomia.

Referências bibliográficas

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