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A pesquisa etnográfica e a concepção de ciência em Marx

La investigación etnográfica y la concepción de ciencia en Marx

 

Acadêmica do 5º de Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Estadual

de Maringá (UEM). Foi participante do PET/DEF (Programa de Educação Tutorial

da Educação Física) e também do PIBID (Programa de Bolsas de Iniciação a Docência) Atualmente participa do Projeto de 

Ensino “Educação Física, Educação e Marxismo” (EFEMARX) e também do Projeto de Extensão “Educação e Educação Física:

Aproximações de Análise à Luz da Crítica marxiana da Economia Política”

Ana Claudia Rodrigues Russi

ana.russi@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo que norteia este estudo de caráter bibliográfico é compreender significado e as características da tipologia de pesquisa etnográfica. Para isso, inicialmente foi apresentada a origem e o papel da ciência para a concepção marxiana. Desse modo, apontou-se e discutiram-se as principais características da tipologia de pesquisa etnográfica. Concluiu-se que a ciência é uma práxis construída historicamente pelos homens e que sua constituição é determinada pelo modo de produção da sociedade. Além disso, foi possível constatar que a etnografia é um instrumento de pesquisa extremamente válido no que tange a apreensão das características e particularidades de certo grupo específico de pessoas.

          Unitermos: Pesquisa etnográfica. Karl Marx. Ciência.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este estudo tem como principal objetivo compreender o significado e as características da tipologia de pesquisa etnográfica e com isso discutir o papel e o significado da ciência na vida do ser social.

    Compreendemos que o homem, ao longo de seu desenvolvimento, já se organizou em diversos tipos de sociedade. Podemos citar a comunidade primitiva, a sociedade escravista, a feudal e, hoje, a sociedade capitalista. Cada sociedade é caracterizada por um modo de produção econômico da vida do homem e esse modo de produção é o que determina todas as dimensões e atividades da vida do homem. Sobre isso, Andery et al (2012, p. 12) afirmam que “Nesse processo do desenvolvimento humano multideterminado, que envolve inter-relações e interferências recíprocas entre idéias e condições materiais, a base econômica será o determinante fundamental”.

    A partir disso podemos compreender que a organização econômica da sociedade influencia o modo como os homens explicam o mundo, influencia a produção do conhecimento em todos os sentidos. Portanto, consideramos essencial o entendimento dessa relação de influências recíprocas entre o modo de produção da vida e as outras dimensões sociais para compreender a ciência e, com isso, as especificidades do tipo de pesquisa etnográfica.

    Sendo assim, nesta pesquisa partimos da seguinte questão: Quais são as características do tipo de pesquisa etnográfica? Para responder a essa questão consideramos ser necessário compreender a origem e o papel da ciência na sociedade atual. No próximo item desenvolveremos melhor estas questões e apontaremos os instrumentos e técnicas utilizados na pesquisa etnográfica.

Gênese e desenvolvimento da ciência na concepção marxiana

    A história do desenvolvimento do modo de produção das sociedades reflete o desenvolvimento das outras dimensões sociais, entre elas, a ciência, ou conhecimento científico. Concordamos com Andery et al (2012, p. 13) quando apontam o significado de ciência: “A ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem de entender e explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância, permitam a atuação humana”. E ainda completam:

    Dentre as idéias que o homem produz, parte delas constitui o conhecimento referente ao mundo. O conhecimento humano, em suas diferentes formas (senso comum, científico, teológico, filosófico, estético, etc.), exprime as condições materiais de um dado momento histórico. Como uma das formas de conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história, a ciência é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que nelas interfere (ANDERY ET AL, 2012, p. 13).

    Então compreendemos, com os autores acima citados, que a ciência hoje é resultado de um processo histórico. Baseamo-nos na concepção de Marx sobre conhecimento científico apresentada no livro “Introdução ao Estudo do Método de Marx” de José Paulo Netto. Netto (2011) afirma que, para Marx, a teoria não se resume ao exame das formas dadas de um objeto específico, partindo de sua aparência, descrevendo-o, detalhando-o e criando modelos explicativos. Para Marx:

    (...) o conhecimento teórico é o conhecimento do objeto – de sua estrutura e dinâmica – tal como ele é em si mesmo, na sua existência real e efetiva, independentemente dos desejos, das aspirações e das representações do pesquisador. A teoria é, para Marx, a reprodução ideal do movimento real do objeto pelo sujeito que pesquisa: pela teoria, o sujeito reproduz em seu pensamento a estrutura e a dinâmica do objeto que pesquisa. E esta reprodução (que constitui propriamente o conhecimento teórico) será tanto mais correta e verdadeira quanto mais fiel o sujeito for ao objeto (NETTO, 2011, p. 20, grifos do autor).

    Existe uma frase de Marx muito conhecida e reproduzida: toda ciência seria supérflua se a sua forma de manifestação, ou sua aparência, e a essência das coisas coincidissem imediatamente. Isso quer dizer que explicar a aparência superficial de um objeto, mesmo que ela revele características desse objeto, não é suficiente para uma pesquisa que pretende apreender a realidade, a dinâmica ou a essência desse objeto, pois, como já dito a aparência e a essência não coincidem. O pesquisador comprometido em apreender a essência do objeto precisa pautar sua análise no caráter da totalidade, sobre isso Netto (2011, p.45) afirma:

    (...) o conhecimento concreto do objeto é o conhecimento das suas múltiplas determinações – tanto mais se reproduzem as determinações de um objeto, tanto mais o pensamento reproduz a sua riqueza (concreção) real. As “determinações as mais simples” estão postas no nível da universalidade; na imediaticidade do real, elas mostram-se como singularidades – mas o conhecimento do concreto opera-se envolvendo universalidade, singularidade e particularidade.

    O caráter da totalidade afirmado acima não significa realizar um trabalho imenso, grande, que discuta e analise tudo o que envolve o objeto de pesquisa. O caráter da totalidade significa compreender que o assunto ou objeto de pesquisa que o pesquisador se propõe a analisar é um fenômeno particular que expressa características e é influenciado pelo movimento do universal. Cada fenômeno particular é parte de um movimento universal que é formado pela relação de inúmeros fenômenos particulares. É preciso compreender como o fenômeno particular, ou o objeto de pesquisa, é influenciado pelo universal. O fator decisivo nessa questão é o entendimento de que a totalidade é mais do que a soma das partes, ela tem uma qualidade maior do que a simples soma das partes, pois, inclui além da soma das partes a relação entre as partes (LESSA e TONET, 2008).

    Compreender essa relação entre o universal e o particular é compreender que todas as dimensões da vida do homem estabelecem uma relação de influências recíprocas entre si. Mas, além disso, é compreender que a categoria determinante na vida do homem é o trabalho. Sendo assim, o trabalho estabelece relação com as outras dimensões, a exemplo, a ciência, porém, o determinante último e hegemônico é o trabalho. Compreender a totalidade é compreender a relação entre as partes da totalidade, ou seja, a relação entre a ciência e o trabalho, pois, está é determinada pelo trabalho. Dessa forma, para apreender a essência e dinâmica do objeto particular pesquisado, ou seja, para fazer ciência, é necessário partir da categoria da totalidade.

    Nesse sentido, apreender a essência de qualquer objeto de pesquisa é apreender as relações sociais que o criam. É compreender que este objeto não se encontra em um estanque, que ele se encontra em uma sociedade, em um modo de produção que o cria da forma como ele é hoje. Com isso, cada fenômeno particular é parte do universal, é determinado pelo movimento do universal. O particular, o singular e o universal estão dentro da mesma totalidade. E em cada particularidade está imbricado o movimento da sociedade, a essência das relações sociais. Cada particularidade é determinada pela essência da sociedade, ou seja, pelo modo de produção da sociedade.

    Dessa forma, toda a pesquisa que não considere as múltiplas determinações entre seu objeto de pesquisa, ou seja, entre a particularidade que pretende analisar a o universal, que é o modo de produção da vida do homem, não é capaz de apreender a essência de seu objeto.

    Ao longo de sua história o homem desenvolveu diversos meios e técnicas de pesquisa que hoje se caracterizam em tipologias de pesquisa diferentes. Hoje em dia esses tipos de pesquisa se caracterizam por utilizar de instrumentos e técnicas diferentes, que visam alcançar determinado objetivo. Andery et al (2012, p. 13) afirma que:

    Enquanto tentativa de explicar a realidade, a ciência caracteriza-se por ser uma atividade metódica. É uma atividade que, ao se propor conhecer a realidade, busca atingir essa meta por meio de ações passíveis de serem reproduzidas. O método científico é um conjunto de concepções sobre o homem, a natureza e o próprio conhecimento, que sustentam um conjunto de regras de ação, de procedimentos prescritos para se construir o conhecimento científico.

    Sobre os diversos instrumentos e técnicas de pesquisa, Severino (2007, p.100) afirma:

    Uma infinidade de aparelhos tecnológicos enche os laboratórios, desenvolvem-se variados procedimentos de observação, de experimentação, de coleta de dados, de registros de fatos, de levantamento, identificação e catalogação de documentos históricos, de cálculos estatísticos, de tabulação, de entrevistas, depoimentos, questionários, etc.

    Segundo o autor, o conhecimento científico se diferencia de outros conhecimentos, como o religioso, o senso comum, etc., na medida em que recorre a um conjunto de procedimentos lógicos e técnicas operacionais que visam apreender a realidade dos fatos.

A pesquisa etnográfica

    Sendo assim, abordaremos os procedimentos e técnicas de um dos métodos de pesquisa existentes: a pesquisa etnográfica. Segundo Cançado (1994, p. 55):

    Etnografia é literalmente a descrição de culturas ou de grupos de pessoas que são percebidos como portadoras de um certo grau de unidade cultural. É um método muito utilizado em antropologia e enquadra-se dentro de um paradigma qualitativo ou interpretativista de pesquisa. Atualmente, sociólogos, lingüistas e psicólogos sociais começaram a interessar-se por esse método por perceberem a importância de se estudar o comportamento no seu contexto social.

    O mesmo autor ainda afirma que nesse método de pesquisa os procedimentos de coletas de dados se assemelham àqueles da prática de trabalho de campo. Nele, pesquisadores utilizam-se de duas fontes principais para obter dados: o olhar, que se refere à observação, anotações de campo e gravações de áudio e vídeo; e o perguntar, que se refere à utilização de questionários, entrevistas, etc.

    Mattos (2001) define a etnografia da seguinte forma:

    Etnografia - Grafia vem do grego graf(o) significa escrever sobre, escrever sobre um tipo particular - um etn(o) ou uma sociedade em particular. Antes de investigadores iniciarem estudos mais sistemáticos sobre uma determinada sociedade eles escreviam todos os tipos de informações sobre os outros povos por eles desconhecidos. Etnografia é a especialidade da antropologia, que tem por fim o estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, e manifestações materiais de suas atividades, é parte ou disciplina integrante da etnologia é a forma de descrição da cultura material de um determinado povo (2001, s/p, grifos do autor).

    Dessa forma, a etnografia é uma metodologia de pesquisa muito utilizada em antropologia, e a antropologia é uma ciência que se dedica ao estudo do homem. Portanto, dentro dessa perspectiva, a etnografia busca estudar um grupo específico de pessoas e identificar “(...) os modos como esses grupos sociais ou pessoas conduzem suas vidas com o objetivo de "revelar" o significado cotidiano, nos quais as pessoas agem. O objetivo é documentar, monitorar, encontrar o significado da ação” (MATTOS, 2001, s/p).

    André (2012) afirma que as técnicas tradicionalmente utilizadas em estudos etnográficos são a observação participante, entrevistas intensivas e análise de documentos, e explica cada uma delas da seguinte maneira:

    A observação é chamada de participante porque parte do princípio de que o pesquisador tem sempre um grau de interação com a situação estudada, afetando-a e sendo por ela afetado. As entrevistas têm a finalidade de aprofundar as questões e esclarecer os problemas observados. Os documentos são usados no sentido de contextualizar o fenômeno, explicitar suas vinculações mais profundas e completar as informações coletadas através de outras fontes (ANDRÉ, 2012, p. 28).

    Outra característica desse tipo de pesquisa é o fato de o pesquisador ser seu instrumento principal. Isso porque todos os procedimentos, instrumentos e dados são mediados pelo pesquisador em seu ambiente de pesquisa. Além disso, no decorrer da pesquisa ele tem a possibilidade de reavaliar e modificar seus procedimentos de acordo com as mudanças e necessidades que surgem durante a pesquisa.

    Nesse tipo de pesquisa o pesquisador deve apreender o significado que as pessoas ou o grupo que ele está estudando têm sobre si mesmo e sobre seu modo de vida, ou seja, o significado que as pessoas atribuem àquilo que o pesquisador visa analisar. Por isso, essa metodologia envolve um trabalho de campo, pois, o pesquisador precisa aproximar-se do modo de vida, hábitos, valores, etc., do grupo que pretende pesquisar para apreender o significado que os hábitos e ações têm para essas pessoas ou grupos.

    Dessa forma, de acordo com André (2012, p. 20):

    O etnógrafo encontra-se, assim, diante de diferentes formas de interpretações da vida, formas de compreensão do senso comum, significados variados atribuídos pelos participantes às suas experiências e vivências e tenta mostrar esses significados múltiplos ao leitor.

    Desse modo, compreendemos que em uma pesquisa etnográfica o pesquisador escolhe um grupo de pessoas que tenham certo grau de unidade cultural. Ele deve se aproximar desse grupo para ter a aceitação do mesmo e com isso iniciar a sua coleta de dados. Essa coleta acontece de três formas predominantes nesse tipo de pesquisa: entrevistas, observações e análise de documentos. A partir disso, de forma genérica, ele tentará apreender o significado ou a visão que aquelas pessoas que ele investiga têm sobre suas ações, hábitos, cultura, eventos, etc. André (2012) afirma que ao final desse processo o pesquisador terá uma série de informações sobre esse grupo, que foram por ele coletadas, interpretadas e transcritas em palavras.

    Finalmente, a pesquisa etnográfica busca a formulação de hipóteses, conceitos, abstrações, teorias e não sua testagem. Para isso faz uso de um plano de trabalho aberto e flexível, em que os focos da investigação vão sendo constantemente revistos, as técnicas de coleta, reavaliados, os instrumentos, reformulados e os fundamentos teóricos, repensados. O que esse tipo de pesquisa visa é a descoberta de novos conceitos, novas relações, novas formas de entendimento da realidade (ANDRÉ, 2012, p. 30).

    Um dos ambientes de estudo da pesquisa etnográfica mais freqüente é a escola. Os autores afirmam que o interesse pela utilização da etnografia na escola iniciou-se na década de 70 e é voltada ao estudo do comportamento dos alunos em sala de aula e da avaliação curricular com o intuito de “(...) apreender o dinamismo próprio da vida escolar” e o significado dos hábitos e ações nesse ambiente (ANDRÉ, 2012, p. 42).

    Portanto, entendemos que esse tipo de pesquisa pode se aplicar diversos tipos de pessoas e grupos como: estudo de um grupo de alunos de uma escola, ou também de professores, de uma comunidade de índios ou de um grupo religioso. Enfim, de algum grupo que tenha uma unidade cultural ou alguma relação de hábitos e valores em comum.

    No estudo etnográfico realizado por Golçalves et al (2007) foram selecionados 69 adolescentes. A característica em comum entre esses adolescentes é o fato de todos terem nascido no ano de 1993 em Pelotas (Brasil). Os autores buscaram descrever o nível de atividade física desses adolescentes. Eles realizam duas abordagens metodológicas dentro dessa pesquisa: a epidemiológica e a etnográfica. Na abordagem etnográfica foram realizadas entrevistas com os adolescentes e suas mães separadamente durante 6 meses.

    Os resultados do estudo epidemiológico apontam que 48% dos meninos adolescentes são sedentários e 67% das meninas adolescentes são sedentárias. E como complemento para a discussão eles apontam, a partir do estudo etnográfico, que a obtenção desses resultados onde as meninas são mais sedentárias que os meninos, se justificam pelo fato de que as meninas da família recebem menos incentivo e apoio para realizar atividade física do que os meninos.

    Desse modo, podemos do que trata a especificidade de um estudo etnográfico. No estudo apresentado, as análises de tipo epidemiológico realizaram questionários com os alunos e mensurou, a partir das respostas em relação à prática de atividade física, se os alunos eram sedentários ou não. A partir da obtenção desse resultado, com o estudo etnográfico, eles puderam abordar esse mesmo fato de forma diferente, ou seja, buscando a compreensão do significado que a prática de atividade física tem dentro da cultura e dos hábitos das famílias abordadas. Com isso, dentro do estudo etnográfico eles puderam apreender o significado da prática de atividade física para esse grupo de pessoas.

Conclusão

    A partir das questões levantadas neste estudo podemos concluir que a pesquisa etnográfica é um tipo de pesquisa que se enquadra dentro da abordagem qualitativa de pesquisa e que também é extremamente relevante na compreensão dos significados dos hábitos, ações e valores de certo grupo ou conjunto de pessoas.

    Sua importância se encontra na possibilidade de compreender os fatos para além da visão apenas do pesquisador, ou seja, compreender a visão que o grupo de pessoas pesquisadas tem sobre si mesmos e sobre sua cultura, e não apenas obter os dados sem levar em consideração a subjetividade das pessoas.

    No entanto, penso que é preciso atentar para que, ao realizar esse tipo de pesquisa, não se perca a objetividade dos fatos, ou seja, para que a análise de um grupo de pessoas não se feche apenas na apreensão da visão das pessoas sobre os fatos. Não é possível obter a compreensão da objetividade dos fatos a partir da simples visão das pessoas sobre os fatos, é preciso apreender os fatos a partir da sua existência concreta na realidade. Entendemos que os fenômenos e práxis sociais tem uma existência objetiva que independe da consciência das pessoas, ele tem sua própria dinâmica e estrutura de funcionamento. A objetividade dos fatos está na realidade e se expressa na subjetividade das pessoas, ou seja, na sua consciência. Cada pessoa tem percepções e apreensões da realidade diferentes, sendo assim, a realidade se expressa de forma diferente na consciência de cada pessoa. Isso ocorre desta forma devido a diversos fatores que não podemos abordar neste estudo. Contudo, um estudo que se encerra na análise da visão das pessoas sobre sua vida, sobre a realidade não da conta de explicar esses quesitos.

    Captar e compreender a visão das pessoas é importante, porém, tendo como base a compreensão da realidade concreta onde as relações entre essas pessoas e as seus reflexos da realidade são construídos. Essa objetividade de que falamos é a sociedade, ou seja, a organização social em que essas pessoas estão inseridas, e a sociedade tem seu funcionamento próprio independente da consciência das pessoas. Essa objetividade influencia a construção da subjetividade das pessoas. Contudo, é necessário compreender que a vida, os hábitos, os valores e ações de certo grupo de pessoas está relacionado e determinado pelo modo de produção em que elas estão inseridas. Com isso, ao lado do estudo do significado de uma cultura para certo grupo de pessoas é necessário realizar a análise da objetividade onde se cria essa cultura.

Referências

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