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O meio aquático no tratamento e prevenção de doenças respiratórias

El medio acuático en el tratamiento y prevención de las enfermedades respiratorias

 

*8º Período do curso de Educação Física

Estagiaria na Academia Mega Force em Goiânia, GO

**8º Período do curso de Educação Física

Estagiaria no Studio Viver+ em Itaberai, GO

***Formado em Educação Física (Licenciatura) 1-2009

Formado em Educação Física (Bacharelado) 2-2009

Personal Trainer na Academia Mega Force em Goiânia, GO

Carla Coelho do Couto Oliveira Arruda*

carlawelberth@hotmail.com

Marcella Mendes Siqueira**

mds.marcella@hotmail.com

Welberth Luiz Nunes Arruda***

welbertharruda@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Esse estudo busca mostrar os efeitos e a influência das modalidades praticadas no meio aquático no tratamento e na prevenção de doenças do sistema respiratório. A asma também conhecida por bronquite alérgica ou bronquite asmática que tem por definição: doença inflamatória crônica das vias aéreas tornando as mesmas hiperirritáveis e hipersensíveis de acordo com SAFRAN 2002. Em pessoas susceptíveis (geneticamente predispostas), cerca de cinqüenta por cento dos casos ela ocorre antes dos 10 anos de idade, onde esta inflamação causa crises nas quais são observados episódios recorrentes de falta de ar, aperto no peito, particularmente à noite ou de manhã bem cedo, variando de pessoa pra pessoa o grau de intensidade e a freqüência com que ocorre. Pessoas que sofrem crises com alterações climáticas bruscas e pessoas que sofrem todos os dias com o mal foram analisadas neste trabalho. Bronquite foi a moléstia escolhida para esta argumentação que busca desmitificar se as práticas de atividades dentro da água colaboram para uma melhoria do estado da doença, caso colabore, se essa melhoria é significativa. Busca-se mostrar uma intensificação dos resultados referentes ao estado da asma analisando o conjunto feito pelo meio aquático e um acompanhamento médico especializado na área. Causada por diversos fatores como a predisposição genética, a poluição, entre outros fatores, a asma é a quarta maior causa de hospitalização no Brasil, sendo gastos cerca de 76 (setenta e seis) milhões de dólares com as quatrocentas mil internações por ano dados recolhidos da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

          Unitermos: Meio aquático. Asma. Tratamento. Prevenção.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Enfocado nesta pesquisa a asma, doença também conhecida por bronquite alérgica ou bronquite asmática. Foram analisados dados de voluntários a pesquisas efetuadas por outros pesquisadores com praticantes de alguma atividade física ou reabilitação fisioterápica desenvolvida na água tal como: natação, hidroginástica, hidroterapia e que possuem um acompanhamento com um alergista (médico especializado na área).

    A natação é uma desporto que teve seu início como modalidade esportiva por volta do ano 1800 (mil e oitocentos) e desde então ouve um crescente número de adeptos, como é até os dias atuais (ANMPE). Sabe-se que a natação traz muitos benefícios para a saúde, definido por alguns autores como homeostase (conceito que não iremos contestar neste trabalho), fortalecimento muscular, melhora da capacidade aeróbica, da resistência cardiorespiratória, da flexibilidade e vários outros benefícios que serão citados no decorrer deste. Descobertas mais recentes mostraram que a natação possui grande relação com a melhora da qualidade de vida de uma pessoa com asma.

    A hidroginástica é uma modalidade que ocupa o mesmo espaço da natação, com benefícios semelhantes, porém, com focos diferentes. Mais voltada para exercícios que visam resistência muscular, melhora do condicionamento físico, entre outras.

    A hidroterapia é um método alternativo para tratamento de pessoas com limitações físicas que ocupa o mesmo espaço da hidroginástica e da natação (Hidroterapia). Conseqüentemente com alguns fatores em comum, os benefícios também se assemelham.

    Ambas são semelhantes nos resultados obtidos da pesquisa que busca mostrar se ocorre ajuda e até onde essa ajuda é percebida. Viu-se que a semelhança entre as 3 (três) práticas aquáticas analisadas vinha pelo meio de prática comum, a água e que é ela, mais precisamente os movimentos dentro dela, que afetam positivamente na prevenção e no tratamento da doença já citada.

Tratamento, prevenção e atividade física

    A atividade no meio aquático de forma alguma exclui o tratamento acompanhado por um especialista na área, na verdade o tratamento e a atividade se complementam, trabalham em conjunto. O tratamento vai até certo ponto, proporcionando uma grande melhoria na qualidade da respiração, porém com a adesão a alguma prática na água os resultados se intensificam, pois além do aperfeiçoamento da respiração (reeducação respiratória), há uma melhora na postura, ganho de tônus muscular, resistência cardiovascular e fortalecimento dos músculos responsáveis pela respiração. (TEIXEIRA, 1991)

    Quando o indivíduo está começando com a prática da modalidade aquática escolhida, é recomendado que o mesmo a pratique regularmente, entre 3 e 5 vezes por semana para que obtenha resultados mais expressivos. A natação é um esporte recomendado para o asmático, mas exige um acompanhamento com um profissional especializado e capacitado na área para que os exercícios sejam prescritos corretamente. Caso sejam intensos pode-se agravar mais o caso e caso sejam muito fracos não se obtém resultados expressivos.

    O professor de educação física fica incumbido da prescrição das atividades físicas que devem ser orientadas para prevenir ou evitar o agravamento dos desvios posturais já instalados, focando exercícios que visem o desbloqueio torácico (TEIXEIRA, 1991) com intuito de melhorar as funções ventilatória e respiratória. Também cabe ao professor de educação física perceber até onde ele pode forçar o seu “aluno paciente” para que esse não venha a ter um bronco espasmo (contração da musculatura dos brônquios) induzido pelo exercício (BIE) que impede a passagem de ar até os pulmões, é caracterizado por uma perda de 10% a 15% no fluxo expiratório máximo, esse é um dos fatores limitantes nas atividades físicas para o indivíduo asmático. Mas caso aconteça, segue abaixo algumas atitudes que podem ajudar a reverter o quadro:

  1. Diminuir o ritmo da atividade do aluno.

  2. Estimular a respiração diafragmática com freno labial (inspiração nasal com expiração oral, e lábios semicerrados).

  3. Manter a criança sentada e reclinada para frente ou recostada para trás.

  4. Utilizar a medicação broncodilatadora.

  5. Se necessário, utilizar a respiração auxiliada (técnica de auxílio na expiração com o objetivo de mantê-la ventilada). Não substitui a administração do broncodilatador ou socorro médico. (TEIXEIRA, 1991)

    A asma não possui cura, apenas tratamentos farmacológicos e alguns cuidados com o portador da doença. Cuidados como escolha dos ambientes que cercam a pessoa asmática, evitar locais com alto índice de poluição ou presença de alérgenos, essas são algumas das precauções que se pode tomar e que também colaboram para que a doença possa se estabilizar. Conforme a situação, o grau de intensidade da doença, o asmático pode levar uma vida absolutamente normal, sem muitas limitações, só apresentando sintomas em crises agudas nos meses mais frios do ano ou quando têm alguma infecção respiratória (resfriados ou gripes) (TEIXEIRA 1990). Essa pessoa com asma deve ser lembrada que seus brônquios não estão, mas são inflamados, por melhor que ela esteja se sentindo. Durante uma Crise os sintomas mais comuns são:

  1. O músculo que circunda a parede do brônquio se contrai;

  2. A parede do brônquio inflama e incha (edema);

  3. Uma quantidade excessiva de muco espesso é produzida.

    As atividades feitas no meio aquático também têm como característica evitar o envelhecimento precoce, pois possuem menor impacto fazendo com que as articulações envolvidas nos exercícios se preservem por mais tempo. A prática dessas atividades desde a infância onde a doença já citada é mais incidente faz com que veias e artérias fiquem mais fortes e também sejam preservadas, evitando futuras doenças cardiológicas e pulmonares (Os benefícios da natação), sem contar no desenvolvimento psicomotor da criança, no ganho de força e resistência muscular, melhora da postura, na diminuição da ansiedade, aumento da flexibilidade entre outros benefícios que serão citados e repetidos no decorrer deste artigo.

Dados estatísticos

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a asma é a quarta maior causadora de hospitalização no Brasil, sendo gastos cerca de 76 (setenta e seis) milhões de dólares, aproximadamente 120 (cento e vinte) milhões de reais por ano em decorrência das quatrocentas mil internações. Além dos fatores desencadeadores da doença já citados, a poluição e o tabagismo também contribuem bastante para o aumento da incidência da mesma no Brasil e no mundo.

    Segundo estudos da Health Latin América (2001), em cinqüenta por cento dos casos ela aparece antes dos 10 anos de idade, nesse caso, ligada a predisposição genética, ou extrema exposição à poluição ou a algum alérgeno nesta faixa etária, tendo maior incidência sobre crianças do sexo masculino, sendo considerada a principal causa de faltas às aulas.

    Para uma parcela significativa da população, a prática de atividade física em geral para o asmático é tido como paradoxo, visto como maléfico para o mesmo, porém a atividade prescrita por um profissional capacitado tem efeito exatamente contrário ao do senso comum. É muito benéfico e muitas vezes indicado por médicos especialistas. Há casos extremos em que o nível da doença chegou a tal ponto em que o indivíduo necessita de balão de oxigênio, acompanhamento contínuo, nesses casos e em alguns outros específicos, a atividade precisa ser repensada. (GUALDI, 2004).

Asma, definição, causas e sintomas

    A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas tornando as mesmas hiperirritáveis e hipersensíveis. Em pessoas susceptíveis, esta inflamação causa crises nas quais são observadas episódios recorrentes de falta de ar, aperto no peito e tosse, particularmente à noite ou de manhã bem cedo, variando de pessoa pra pessoa. É uma reação das vias aéreas à lesão causada por diversos agentes. A mucosa respiratória agredida por algum agente externo (poluição, cigarro, alérgenos, entre outros) envia um sinal para medula óssea para que esta produza células especiais de defesa. A medula óssea interpreta este sinal como se o aparelho respiratório estivesse sendo invadido por parasitas e manda células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios). Este processo inflamatório é o responsável pelos sintomas da asma. Ele ocasiona edema (inchaço) da parede interna dos brônquios que por sua vez dificulta a passagem do ar. (SAFRAN 2002).

    Há vários níveis da doença que variam de acordo com a freqüência e intensidade com que ocorrem. São geralmente divididas em quatro níveis:

Asma Intermitente

  1. Sintomas menos de uma vez por semana;

  2. Crises de curta duração (leves);

  3. Sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês);

  4. Provas de função pulmonar normal no período entre as crises.

Asma Persistente Leve

  1. Presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia;

  2. Presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês, porém, menos de uma vez por semana;

  3. Provas de função pulmonar normal no período entre as crises.

Asma Persistente Moderada

  1. Sintomas diários;

  2. As crises podem afetar as atividades diárias e o sono;

  3. Presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana;

  4. Provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado.

Asma Persistente Grave

  1. Sintomas diários;

  2. Crises freqüentes;

  3. Sintomas noturnos freqüentes;

  4. Provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado (Asma sob controle).

    Pesquisas de campo relacionadas com essa área já comprovaram que em todos os voluntários analisados que já faziam tratamento farmacológico e praticavam uma atividade física na água a mais de 3 meses conseguiam observar uma diminuição considerável na intensidade das crises e em alguns casos até mesmo a ausência das mesmas. (Asma e os benefícios da atividade física)

    Esse mal que atinge principalmente as crianças por possuírem imunidade baixa contra agentes externos, ou por ter predisposição genética (casos nas família), podem vir a ter alterações torácicas causadas, por exemplo, por ausência de ar em determinadas regiões pulmonares que ocasiona obstrução de algumas vias aéreas que por sua vez causa retração das costelas. Devido a sua forma e elasticidade, necessárias para sua função, o tórax é facilmente deformável. Caso a prática da atividade física, mais especificamente aquática, seja realizada desde a infância, funcionará como prevenção para uma possível deformidade torácica (RATTO, 1981).

    O condicionamento físico desenvolvido durante o período de prática da natação, por exemplo, fará com que o coração e os músculos envolvidos na prática dessa atividade necessitem de menor quantidade de oxigênio, o que significa que o indivíduo não precisará respirar tanto para realizar à mesma quantidade de trabalho e o seu pulmão também terá sua capacidade volumétrica ampliada. (SEVERINO et al, 2007).

Considerações finais

    Os trabalhos científicos que comprovam os dados desta pesquisa ainda são muito poucos, de forma que a verdadeira dimensão das doenças respiratórias no Brasil é desconhecida. É necessário que se haja mais estudos enfocando outras doenças, outras modalidades, outras causas, sintomas, efeitos e até estudos mais aprofundados sobre a problemática escolhida para este artigo.

    Foram analisadas várias pesquisas anteriores e vários dados de voluntários dessas pesquisas. Com problematização semelhante, porém, efetuadas por outros pesquisadores ficou comprovado que praticantes de alguma atividade física desenvolvida na água possuem um aproveitamento melhor da capacidade pulmonar e melhora visível de todo sistema respiratório. O meio aquático e as modalidades praticadas no mesmo favorecem de forma considerável no tratamento e na prevenção de doenças respiratórias. Ainda não se possui estudos conclusivos para se afirmar alguns dados citados neste trabalho e em trabalhos anteriores como: o motivo pelo qual a doença tem maior incidência sobre crianças e adultas do sexo masculino, quais outras doenças crônicas também podem ser tratadas com a ajuda do meio aquático, entre outras que podem ser observadas pesquisando sobre a área.

Referências bibliográficas

  • ANMPE – Associação dos Nadadores Masters de Pernambuco. Disponível em: http://www.anmpe.com.br/origem.html. Link acessado dia 17/06/2011.

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  • SAFRAN, Marc R.; KESG, D.B.; VAN CAMP, S. P. Manual de Medicina Esportiva, ed. Manole, 19ª edição, 2002.

  • SEVERINO, Fernanda Gadelha; PESSOA, Maria Tereza Aguiar; MORANO; et al. A hidroterapia no tratamento de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica; 21/03/2007.

  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Disponível em: http://www.sbpt.org.br/download/I_cons_bras_dpoc_200.zip. Acessado dia 17/06/2011.

  • TARANTINO, AB. Doenças pulmonares. 5ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.

  • TEIXEIRA, L.R. Educação Física escolar: alterações posturais e respiratórias na infância e adolescência. São Paulo: Escola de Educação Física da USP, 1991.

  • TEIXEIRA, L.R. Efeitos de um programa de atividades físicas para criança asmática, avaliados por provas de função pulmonar. São Paulo: 1990. P.72 Dissertação (Mestrado). Escola de Educação Física da USP.

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