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Nível de atividade física em professores da rede 

municipal de ensino no município de Pimenta Bueno, RO

Nivel de actividad física en profesores de la red municipal de enseñanza en el municipio de Pimenta Bueno, RO

 

*Acadêmicos do 8° Periodo do curso

de Educação Física – FACIMED-Cacoal, RO

**Professor Esp. da Faculdade

de Ciências Biomédicas de Cacoal, RO

Renê Teixeira Santos*

Simone de Oliveira Santos**

rene.coquinho@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A atividade física é uma área relevante de investigação pela sua relação inversa com as doenças degenerativas, isto é, indivíduos ativos tendem a apresentar menor mortalidade e morbidade por essas doenças. A alta prevalência de sedentarismo na sociedade atual tem sido um problema recente para a civilização moderna e um dos principais desafios no campo da saúde pública. O presente estudo teve por objetivo avaliar o nível de atividade física em professores de uma escola pública no município de Pimenta Bueno/RO. O estudo possui delineamento transversal e metodologia descritiva. A amostra foi constituída por 45 professores, sendo 35 (77,23%) do gênero feminino com uma média de 39,26 anos com dp ± 8,64 anos e 10 (22,77%) do gênero masculino com uma média de 37,7 anos ± 7,02. Para estimar o nível de prática habitual de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ, formato curto, versão seis, tendo como referência a última semana. Para análise estatística foi utilizada uma estatística descritiva através do pacote Biostatic 5,0, onde se trabalhou com média e desvio padrão e escala em percentuais. Os indivíduos foram classificados em muito ativo, ativo, irregularmente ativo e sedentário. Neste contexto foi identificado que 09 (90%) dos homens e 31(88,9%) das mulheres apresentam um bom nível de atividade física, dentro dos padrões recomendados de atividade física. E 01 (10%) dos homens e 5 (11,1%) das mulheres são sedentários ou irregularmente ativos fora dos padrões recomendados pela atividade física.Com base nos resultados aqui apresentados conclui-se que os professores apresentam bons níveis de atividade física, sendo que esses dados podem contribuir no planejamento de estratégias com o propósito de aumentar os níveis de atividade física e, conseqüentemente, reduzir a prevalência de sedentarismo.

          Unitermos: Professores. Nível de atividade física. Sedentarismo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A sociedade moderna tem sofrido com a alta prevalência de sedentarismo, que é um dos principais desafios no campo da saúde pública (NUNES e BARROS, 2004). Segundo o IBGE, 1998, apud Silva e Malina (2000), recentes resultados da pesquisa sobre padrão de vida mostram que 80,8% dos indivíduos investigados não praticam exercício semanalmente.

    De acordo com Morris et al (1953), apud Nunes e Barros (2004) o sedentarismo, como fator de risco secundário (não-causal), vem sendo estudado cientificamente desde os anos 50, a partir dos estudos pioneiros com grupos de trabalhadores ingleses de empresas públicas, que relacionaram o baixo nível de atividade física no trabalho e a morbimortalidade por doenças cardiovasculares, mais precisamente o infarto e o derrame. Apesar de todas essas evidências científicas, a maioria da humanidade leva vida sedentária (ALVES, 2005).

    Pesquisadores nas áreas de exercício físico, Educação Física e de Medicina do Exercício e do Esporte, pelos métodos de pesquisa epidemiológica, já demonstraram que tanto a inatividade física como a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde (BLAIR, et al,1995 e PAFFENBARGER, 1994 apud ARAUJO e ARAUJO, 2000).

    Segundo Santos e Knijnik (2005) a crescente difusão de informações e imagens a respeito de saúde, corpo e todas as formas de movimento, resultam num aumento pela procura de atividade física, mas não garantem a real adesão continuada à mesma, ou seja, as pessoas iniciam as práticas estimuladas por motivos vários, mas seguidamente não conseguem incorporá-la efetivamente no seu cotidiano, deixando-a de lado seguidas vezes.

    Segundo a ACSM (Colégio Americano de Medicina do Esporte) (2000), Johnson e Ballin (1996); Pate, et al (1995) apud Araújo e Araújo (2000), programas de incentivo à prática de atividade física precisam ser estimulados por políticas públicas.

    As pessoas têm experimentado, tanto no papel de trabalhadores como no de consumidores de produtos e serviços, certa inquietação, estão mais exigentes tentando encontrar um ponto de equilíbrio entre sua vida e o trabalho, administrando ao mesmo tempo fatores como saúde, trabalho e produtividade; trabalho, vida pessoal e lazer; trabalho, estilo de vida e qualidade de vida (TIMOSSI et al, 2008).

    Em decorrência da gama de informações que a literatura traz sobre os perigos do sedentarismo para o organismo, e para possíveis doenças cardiovasculares, o presente estudo teve por objetivo avaliar o nível de atividade física em professores de duas escolas municipais no município de Pimenta Bueno/Rondônia.

2.     Materiais e métodos

    A presente pesquisa é de campo, caráter transversal, descritiva do tipo exploratória por envolver um questionário (Thomas e Nelson, 2002), e segundo Campbell e Stanley (1995) de abordagem quali-quantitativa.

    A amostra por conveniência foi constituída por 45 professores de duas escolas da rede municipais do município de Pimenta-Rondônia, com idade de 22 a 65 anos.

    Para analisar os dados do nível de atividade física foi utilizado o consenso realizado entre o CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta em 2002, considerando os critérios de freqüência e duração, que classifica as pessoas em cinco categorias:

1.     Muito Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão e/ou b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

2.     Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; e/ou 

b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; e/ou 

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).

3.     Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à freqüência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a freqüência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação. Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à freqüência ou quanto à duração da atividade: a) Freqüência: 5 dias/semana ou b) Duração: 150 min/semana. Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à freqüência nem quanto à duração.

4.     Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

    A classificação deu-se a partir da soma da quantidade de dias e minutos ou horas das atividades físicas realizadas, considerando os critérios de intensidade e duração.

    Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal-RO FACIMED, sobre o processo n° (1042-13).

    Para análise estatística foi utilizada uma estatística descritiva através do pacote Biostatic 5,0, onde se trabalhou com média e desvio padrão e escala em percentuais.

3.     Resultados e discussão

    A tabela 1 apresenta o percentual da amostra de ambos os gêneros, podemos observar que o gênero feminino corresponde 35 (77,23%) e o gênero masculino a 10 (22,77%).

Tabela 1. Apresenta o percentual da amostra em ambos os gêneros

    A tabela 2 faz uma análise descritiva da média da idade (anos) em ambos o gêneros, podemos observar que os gênero masculino obtiveram uma média de 37,7 desvio padrão de 7,02, sendo inferior ao gênero feminino que obteve uma média de 39,26 desvio padrão de 8,64.

Tabela 2. Análise descritiva da idade (anos) em ambos os gêneros

    Na tabela 3 segundo a classificação do IPAQ, nota-se que 11,1% dos participantes possuem baixo nível de atividade física, sendo 4,4% sedentários e 6,7% são insuficientemente ativos, o que aumenta as chances desses indivíduos terem risco de algumas doenças degenerativas.

    Nota-se ainda que 88,9% dos professores apresentam um bom nível de atividade física, incluindo ativo e muito ativo, sendo 53,3% ativos e 35,6% muito ativos. Com a soma dos gêneros, percebe-se que os homens apresentaram melhor nível de atividade física que as mulheres.

    Os resultados encontrados nestes estudos coincidem com o estudo de Madureira et al (2003), que destaca a relação dos níveis de atividade física habitual, 73,3% nos homens e 40,0% das mulheres, classificando-os na categoria ativo e muito ativo, que prevalece o gênero masculino mais ativo que o gênero feminino.

    O presente estudo tem resultados que assemelham-se aos resultados encontrados por Silva et al (2007), que destacou em seu estudo que homens possuem maior nível de atividade física que as mulheres.

    A presente pesquisa apresenta ainda, resultados que vão de encontro com os estudos de Souza et al (2005), que analisando o nível de atividade física de 52 universitários da instituição UESB - Jequié/BA de ensino superior, indicou que 45,4% dos indivíduos pesquisados eram insuficientemente ativos e destes 60% referiram uma condição de saúde negativa.

    Em um estudo apresentado por Elsangedy et al (2008), onde o sedentarismo foi a condição prevalente em ambos os sexos, principalmente entre as mulheres. Além disso, aproximadamente 26% dos docentes universitários foram considerados insuficientemente ativos.

    O estudo de Amorim et al (2011), mostrou que a maioria dos acadêmicos dos cursos de Educação Física e Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina, alcançaram um bom nível de atividade física. Acredita-se que os conhecimentos adquiridos ao longo do curso podem servir de estímulo para um estilo de vida mais saudável e principalmente, para que os profissionais divulguem os benefícios que a atividade física pode proporcionar.

Tabela 3. Apresenta a classificação em percentual no nível de atividade física entre os professores

4.     Conclusão

    Com base nos resultados apresentados conclui-se que os professores apresentam bons níveis de atividade física, e que os homens apresentam melhor nível de atividade física que as mulheres, sendo que esses dados podem contribuir significantemente no planejamento de estratégias com o propósito de aumentar os níveis de atividade física e, conseqüentemente, reduzir a prevalência de sedentarismo.

    Sugere-se para que os professores tenham um bom nível de atividade física, os mesmos têm que praticar exercício físico, conciliando atividades que se adaptem aos hábitos cotidianos dos mesmos, fazendo com que o local de trabalho, o ambiente físico os encontros sociais passem a representar oportunidades de práticas de atividade físicas ao invés de representarem um incentivo ao sedentarismo.

Referências

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