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A prática da corrida de rua em parques públicos de Goiânia 

com orientação de um profissional de Educação Física

La práctica de la carrera urbana en parques públicos de Goiania con orientación de un profesional de la Educación Física

 

*Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira

**Orientador. Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira

Mestre e Doutor em Educação Física

(Brasil)

Eduardo Fernandes Silveira*

Sabrina Garcia Souza*

Ademir Schmidt**

eduphernandes@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho objetiva verificar a eficácia da corrida de rua com orientação de um profissional de educação física em parques públicos de Goiânia. O presente estudo é do tipo descritivo e quantitativo, foram elaborados questionários, aplicados nos locais onde estes corredores treinam. Consultadas, ao todo, 50 pessoas, 64% do sexo masculino e 36% do sexo feminino, todos praticantes de corrida. Conclui-se que todos os indivíduos avaliados buscam exercícios físicos desta modalidade para benefícios que vão além do lazer. Obter saúde em geral e melhorar o condicionamento físico para a participação em competições lideraram os motivos de se ter um profissional especializado acompanhando a rotina de treinos dos corredores.

          Unitermos: Corrida de rua. Exercício físico. Orientação profissional.

 

Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física - Bacharelado.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 193 - Junio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O número de adeptos da corrida de rua que treina por conta própria aumenta a cada dia. Isto é causado pela facilidade de acesso a algumas informações sobre treinamento adquiridas pela própria internet, revistas, vídeos ou pela vivência nas academias, ou até mesmo pela questão financeira.

    A prática de atividade física é sempre importante para se ter uma boa qualidade de vida, mas feita de forma errada, pode trazer riscos de lesões. As lesões podem ocorrer por gestos motores realizados incorretamente, onde as posturas incorretas colocam a coluna vertebral e as articulações em descompensação de cargas, risco de lesões articulares e desvios posturais, levando o corpo à fadiga muscular e mental, causando muitas vezes excessos de treinamento, o conhecido “overtraining”.

    A importância do profissional de educação física é extrema, visto que, ele é o profissional habilitado e que tem conhecimento para orientar e prescrever a prática da atividade física e do esporte com segurança e coerência na busca dos objetivos procurados pelo praticante respeitando os fundamentos do treinamento esportivo e da fisiologia do exercício.

    Este trabalho objetiva verificar a eficácia da corrida de rua com orientação de um profissional de educação física em parques públicos de Goiânia.

2.     Corrida de rua e seus benefícios

    O atletismo segundo Fernandes (1981) não se limita somente à resistência física, mas integra essa resistência à habilidade física, sendo dividido em três tipos de provas, disputadas individualmente que são as corridas, os saltos e os lançamentos. As provas de atletismo são atividades naturais do homem: o andar, o correr, o saltar e o arremessar, por esta razão, o atletismo é considerado “esporte base”.

    Newsholme, Leech e Duester (2006) afirmam que a corrida para muitos animais significa a própria sobrevivência enquanto para nós, seres humanos, a corrida não se limita a sobrevivência, mas também, a nossa versatilidade. A corrida de rua surgiu e se popularizou na Inglaterra no século XVIII, no resto do mundo, obteve maior destaque, após a primeira Maratona Olímpica (RUNNER’S WORLD, 1999 apud SALGADO e CHACON-MIKAHIL, 2006). Por volta da década de 70 com grande incentivo de método Kenneth Cooper, criador de teorias relacionadas à corrida e do famoso Teste de Cooper, acontece o “jogging boom”. Nesta mesma época surgiam provas com participação da população em geral, juntamente com os corredores de elite (SALGADO e CHACON-MIKAHIL, 2006).

    Este esporte vem se popularizando devido à grande procura por corridas de rua, e foi o que mais cresceu (EVANGELISTA, 2009). Salgado e Chacon-Mikahil (2006) afirmam que o aumento no número de adeptos às corridas de rua se deve a algumas particularidades, como ser acessível a todas as pessoas, ser uma prática de lazer, e ter o intuito mais participativo do que competitivo.

    A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, 2009) define as corridas de rua como provas de pedestrianismo que podem ser disputadas em circuitos de rua (ruas, avenidas, estradas) com distâncias oficiais variando de 5 km a 100 km. Segundo a Associação Internacional de Maratonas e Corridas de Rua (AIMS), sediada em Londres, as Maratonas, assim como as Corridas de Rua, vem crescendo mais como um comportamento participativo do que como esporte competitivo (IAAF, 2010).

2.1.     Treinamento esportivo aplicado a corrida de rua

    Segundo Weineck (2003), o desempenho esportivo só pode ser atingido, se houver uma base necessária durante a infância e a juventude, isso requer um planejamento minucioso e prolongado. Entende-se que o bom profissional de educação física utilizará de toda a ciência e aparato tecnológico para prescrever o treinamento de cada indivíduo. A chamada ciência do treinamento esportivo é bastante utilizada visto que, é o conjunto de procedimentos e meios utilizados para se conduzir um atleta à sua plenitude física, técnica e psicológica dentro de um planejamento racional, visando executar uma performance máxima num período determinado (DANTAS, 2003).

    O atletismo também precisa da contribuição da ciência do treinamento esportivo para obter resultados, se houver um bom planejamento, respeitando os princípios de treinamento sendo eles: princípio da individualidade biológica, sobrecarga, adaptação e da especificidade e as fases deste indivíduo, ele obterá resultados a curto, médio e a longo prazo.

    Os princípios são assim explicados: o princípio da individualidade biológica explica a variabilidade de elementos da mesma espécie; utilização de testes e medidas para revelar as características individuais. Deve-se considerar a junção do genótipo (carga genética) com o fenótipo (meio, acrescido, somado ao indivíduo) (DANTAS, 2003).

    O princípio da especificidade preconiza que para desenvolver qualquer fator determinante de uma performance é preciso trabalhá-la especificamente. Para Barbanti (2010) a adaptação do organismo sempre se faz de acordo com o estímulo a que ele foi submetido, por isso a prática de uma atividade física produzirá uma adaptação do organismo que será específica para esta atividade.

    O princípio da sobrecarga é especificado com base no fenômeno da assimilação compensatória, no qual o organismo é capaz de restituir sozinho as energias perdidas pelos diversos desgastes (reação de adaptação) e ainda preparar-se para uma carga de trabalho mais forte, ou seja, imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase (BARBANTI, 2010).

    A regularidade de práticas de cunho aeróbio devem ocorrer pelos menos quatro vezes por semana, assim preconiza o ACSM (2009), assim, os objetivos são atingidos, devido à maior possibilidade de adaptação do organismo aos estímulos dados a ele. Dentre os benefícios atingidos por um indivíduo treinado destacam-se: maior eficiência cardiovascular através de uma freqüência cardíaca de repouso mais baixa e um maior volume de ejeção sistólica, melhora dos processos homeostáticos do organismo, a pressão arterial tende a entrar rapidamente em um processo de estabilização saudável e o tecido adiposo diminuí (POWERS e HOWLEY, 2009). O organismo melhor oxigenado permite uma vascularização do cérebro de forma mais eficiente. O exercício fortalece os ossos prevenindo a osteoporose e torna o sono mais agradável diminuindo a ansiedade (NIEMAN, 2003). A corrida desenvolve componentes cardiorrespiratórios estimulando grandes massas musculares. Com a regularidade obtêm-se também a redução dos riscos cardiovasculares, câncer de colón, diabetes e diminuí os sintomas de ansiedade e depressão (NOAKES, 2003).

    A corrida se constitui como treinamento predominantemente aeróbio, e pode ser trabalhada de formas diferentes, ou seja, a partir de métodos diferenciados, são eles, treinamento contínuo, no qual não há intervalos para descanso e é mantida uma intensidade única durante uma mesma sessão de treino. Outro método bastante difundido é o treinamento intervalado, o qual envolve séries repetidas de exercícios intercaladas com períodos de descanso. Neste caso há variação de intensidade, inclusive este método se sustenta nesta particularidade metodológica, intensidades mais altas podem ser utilizadas durante o exercício para sobrecarregar o sistema cardiorrespiratório, partindo da descontinuidade do exercício. Geralmente se realiza uma série predominante anaeróbia, “tiros”, sendo percorridas distâncias com grande velocidade, seguidos de momento de descanso ou caminhadas. Não é indicado para iniciantes, sendo que indivíduos com um ou dois meses de treino regular já podem aderir a este tipo de método.

    Outro método de treinamento é o Fartlek, semelhante ao treinamento intervalado, porém, em um formato livre, realizado em trilhas ou estradas. O ciclo de exercício-descanso não é mensurado ou cronometrado de maneira precisa e sistemática, mas baseado na percepção do participante, bem como nos obstáculos naturais oriundos dos locais escolhidos para a prática.

3.     Metodologia

    O presente estudo é do tipo descritivo que, conforme Mattos, Rossetto Junior e Blecher (2008) têm como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a freqüência em que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores.

    Participaram da pesquisa 50 corredores de rua. Como critérios de inclusão dos sujeitos para a referida pesquisa foram considerados: a) praticar corrida de rua por pelo menos duas vezes na semana em parques públicos da cidade de Goiânia (Parque Flamboyant e Alameda Ricardo Paranhos); b) assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido; c) para ser considerado do grupo de corrida deveria ter orientação de um profissional de educação física.

    A pesquisa foi realizada com o cumprimento das exigências da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os procedimentos metodológicos não causaram qualquer constrangimento ou desconforto aos entrevistados, e somente foram realizados com consentimento prévio, por escrito, mediante explicação detalhada da pesquisa.

    Como instrumento para coleta de dados foi utilizado um questionário composto de 15 perguntas fechadas, de múltipla escolha, desenvolvido especificamente para o estudo em questão. Para a tabulação dos dados foi utilizado o programa da Microsoft Office Excel (2007) após a transformação dos dados absolutos em porcentagem.

4.     Análise e discussão dos dados

    Tendo em vista os dados coletados, passa-se então para a análise das respostas obtidas através do questionário.

    Inicialmente nota-se que o público masculino constitui maioria, face à prática constante da corrida de rua. Em porcentagem somam 64% do total de avaliados. Apesar de homens ainda serem maioria, as mulheres tem praticado esta atividade física de forma expressiva, conforme dados do gráfico 1, o que totaliza 36% dos entrevistados.

Gráfico 1. Sexo

    Pode-se atribuir a este fato a divulgação midiática a despeito da importância da prática de exercícios físicos. Muitos são os jornais, internet, revistas e demais informativos que sugerem a prática regular de caminhadas ou corridas dentre outras atividades como sendo essenciais para quem almeja saúde e condicionamento físico.

    O gráfico 2 demonstra que a grande maioria de corredores encontrados nos parques pesquisados são jovens com idade entre 21 e 30 anos de idade, a somatória de praticantes nesta faixa etária totalizou 44% daqueles que responderam aos questionários. Mas outras peculiaridades também chamam atenção. Como por exemplo 10% indivíduos de idade superior a 50 anos ativos fisicamente e que escolheram a corrida de rua para demonstrar que o fator idade não é um impeditivo nesta opção esportiva.

Gráfico 2. Idade

    No gráfico 3 são citadas as principais patologias encontradas entre os praticantes de corrida e caminhada.

Gráfico 3. Complicações

    Os dados colhidos também demonstram que há forte incidência de patologias dentre os corredores pesquisados. Dos entrevistados, verificou-se a existência de 68% acometidos por hipertensão, 44% com diabetes, não especificadas se do tipo I ou II. Outros 36% responderam que se consideram obesos e 18% indicam problemas osteo-articulares como é o caso de artrites e artroses.

Gráfico 4. Exercício

    A opção pela corrida tem sido maior que apenas caminhar no parque. Ao todo 70% dos avaliados se deslocam até o local pesquisado para correr e apenas 30% geralmente caminham. Muitos destes corredores começaram com as caminhadas. Interessante salientar que esta progressividade é cíclica, aqueles que até então apenas andavam pelo parque mudaram sua visão acerca dos benefícios de possibilitar ao corpo esforços maiores, a exemplo da melhoria da capacidade respiratória, diminuição do tecido adiposo, somados ao tônus muscular mais aparente.

Gráfico 5. Freqüência

    Esses indivíduos demonstram ainda, que a prática da corrida tem sido realizada por 56% dos pesquisados três vezes durante a semana, o que prova a regularidade e concomitante adequação corporal dada à continuidade dos treinos. Outros 24% freqüentam duas vezes por semana e o restante (20%) mantém a assiduidade de cinco dias semanais. Na pesquisa realizada por Borges e Almeida (2011) os dados foram de 50% de corredores que treinam três vezes por semana, sendo que apenas 12% afirmaram manter uma freqüência de treino duas vezes semanais. Em estudo de maior abrangência em número de entrevistados e em locais distintos, Castro e Magalhães (2011) identificaram que em regiões mais periféricas da cidade de Goiânia, 53,2% dos corredores pesquisados realizam seus treinos com uma freqüência de 5 vezes por semana e 37,1% treinavam três vezes semanais. Este número significa que dependendo da região, a freqüência dos praticantes de corrida têm alterações consideráveis.

Gráfico 6. Duração

    Sobre a duração o gráfico 6 mostra o seguinte: somado à freqüência semanal, o tempo de corrida expressado por aqueles pesquisados, tem em sua maioria (60%) indivíduos que correm cerca de 45 minutos a cada treino. Outros 10% correm em torno de 60 minutos e 30% dedicam apenas meia hora para esta atividade. Quando 80% destas pessoas disseram que este tempo se repete em todos os seus treinos, isto indica uma programação prévia de treinamento, mesmo que isso não signifique o seguimento de periodização preconizada por um profissional especializado. Talvez esse tempo esteja dentro da disponibilidade de cada um para estar ali. Contudo, a importância de variar volume e intensidade em treinos de corrida permite que haja aprimoramento de maiores distâncias percorridas com menor tempo. Com o tempo, seguida uma periodização que envolva estas duas variáveis, os corredores sofrerão menor desgaste físico para percorrer espaços antes com grande exigência cardio-pulmonar. Isto porque trabalhar com alterações na intensidade e no volume de treino geram melhorias no desempenho esportivo. Lembrando que, ao aumentar a intensidade, necessariamente o volume deve ser minimizado, evitando assim situações de overtraning.

Gráfico 7. Tempo de realização

    De acordo com as respostas do questionário, em média, os indivíduos que estão no Parque e na Alameda pesquisada, vem praticando a caminhada ou corrida há cerca de 10 meses. Independente do motivo que os atraiu para a prática, conseguem se manter durante um longo período, isso pode justificar a grande aceitação deste tipo de atividade física em diferentes lugares da cidade. A pouca necessidade de um aparato técnico para a realização do exercício fideliza os que praticam e aliciam novatos. Além disto, 60% dos avaliados mantém o mesmo tempo para dedicação aos exercícios, citados no gráfico 6, outros 40% afirmam que variam sua permanência na atividade. Isto porque o cotidiano implica em possibilidades de treinar durante mais ou menos tempo.

Gráfico 8. Variação de intensidade

    A variabilidade de estímulos condicionam os corredores de forma que melhorem seus níveis de aptidão física. Ao mudar a intensidade da corrida, tornando-a mais extenuante, a exemplo da exigência de maior velocidade, também se faz necessário, inicialmente, até que o corpo se acostume com este novo ritmo, que haja um decréscimo no volume dado ao treinamento. Assim a intensidade e o volume não andam juntas, mas ao aumentarmos uma a outra deve ser repensada. Tudo isto visando uma boa periodização do sujeito em questão, bem como, a preservação nos níveis físicos e até fisiológicos dele.

    Na pesquisa identificou-se que 64% dos corredores aplicam o princípio da variação na intensidade do exercício. A minoria (36%) desconsidera esta prerrogativa de treinamento. Algumas indicações para que isso ocorra: falta de uma montagem periódica de treinos, pouco tempo de prática, limitações de ordem física ou mesmo passarem por um período em que as maiores alterações no treino dizem respeito ao volume. Como a curva de aumento de volume implica no declínio da curva de intensidade, esta pode ser a explicação para este número de corredores não alterarem a intensidade de seus treinos. Ao movimentar uma destas duas variáveis, a outra tende a permanecer até que aconteça uma nova mudança de método de treino.

Gráfico 9. Controle de esforço

    Nesta fase da pesquisa, questionou-se a forma de avaliar a corrida e as sensações corporais no momento do treino. Dos avaliados (50%) respondeu que utiliza o freqüêncimetro para verificar a freqüência cardíaca exigida nas diferentes ocasiões do treinamento, principalmente pelas variações de intensidade provocadas naturalmente pelo percurso ou pelas alterações de exercícios. Outros 30% conferem seus esforços através de um controle de percepção subjetiva e o restante (20%) aferem seus esforços com consulta à pulsação.

Gráfico 10. Orientação

    Todos os 50 corredores consultados para esta pesquisa são orientados por um professor de educação física que preparam e ajudam em seus treinos. Aqueles que desenvolvem seus exercícios físicos sob a orientação profissional podem aprimorar suas capacidades corporais. Se considerado a variabilidade de treino com intuito de melhorar o desempenho, as mudanças, como aumento do volume ou intensidade de treino, avaliações constantes acerca dos benefícios alcançados e ainda se o corredor está respeitando o tempo de descanso para recuperação. Todos estes pontos são relevantes para o alcance de bons resultados, principalmente que optam por praticar a corrida não apenas como lazer, mas passam a ser competidores de tal modalidade.

Gráfico 11. O que levou a prática?

    A prescrição médica aparece como motivação para a prática da corrida para 50% dos pesquisados. Enquanto melhorar ou manter a saúde segue em terceiro lugar, com 40% da escolha dos avaliados. Outros 10% iniciaram a prática a convite de amigos. Mas a grande maioria (60%) dos corredores avaliados estão praticando a corrida seguindo recomendações de um professor de educação física. Este é um número considerável se analisarmos a quantidade de praticantes ora argüidos. Em suma, indicação médica, como demonstrado nesta pesquisa, ainda continua a ser um dos principais motivos que levam as pessoas recorrerem a alguma atividade física. Se a sociedade se antevisse aos graves problemas ocasionados pelo sedentarismo, talvez se deixasse de enxergar a prática de exercícios como se fosse a cura para os males, passando a ser vislumbrada sobre o viés da promoção da saúde.

Gráfico 12. Objetivo

    Quando questionados sobre os objetivos da prática da corrida todos afirmam que através dela é possível adquirir saúde em geral. Outros motivos também aparecem secundariamente, como o caso do emagrecimento, citado por 60% dos avaliados. Redução de estresse e melhor condicionamento físico foram citados por 70% dos corredores pesquisados. Esse resultado demonstra a forte relação entre exercício físico e qualidade de vida.

    Outro dado importante compartilhado nesta pesquisa diz respeito à participação em competições. Nos questionários distribuídos 54% das respostas indicavam a intencionalidade dos praticantes de corrida quanto a participarem de competições. Por isso a importância de um professor de educação física gerindo o treino destes competidores, ao passo que não buscam apenas manter-se em forma, mas lograrem vencedores em corridas de rua.

    Apenas 10% dos indivíduos pesquisados citaram o lazer como motivo para praticar a corrida no Parque ou na Alameda. Os dados reafirmam que aqueles corredores que participaram da pesquisa não estão nestes lugares e com treinos assíduos apenas para diversão, buscam outras conquistas que superam este aspecto da corrida em parques.

Gráfico 13. Objetivo alcançado

    Esses dados corroboram que são diversas as causas que levam indivíduos a praticarem a corrida e especialmente chama atenção a crescente apropriação deste método de exercício em grandes cidades como é o caso de Goiânia. Independente de qual seja o lugar, notória é a utilização de espaços públicos como parques, praças ou ruas para se exercitar, inclusive, muitas pessoas privilegiam lugares abertos por acreditar que eles associam outros adjetivos além da própria dinâmica do movimento corporal, podem ainda usufruir da liberdade proporcionada por estes ambientes. Por isso quando questionados, 76% informaram que seus objetivos são alcançados com a prática constante da corrida e apenas 24% discordam, afirmando não terem seus objetivos atingidos. Castro e Magalhães (2011) tiveram resultados diferentes destes em sua pesquisa. Eles chegaram ao percentual de 96,8% dos corredores da região periférica da capital goiana que não obtiveram êxito em seus objetivos. Os pesquisadores avaliam que isto se deve ao pouco tempo de prática destes indivíduos, cerca de três meses, bem como a falta de orientação profissional, já que na região central, 31,5% alegaram ter alcançado os objetivos estabelecidos inicialmente. Fatores financeiros e a maior incidência de acompanhamento de um profissional especializado foram apontados como fundamentais nesta estatística, além do tempo de realização da atividade, 36,4% praticam há mais de 4 anos. Os fatores apresentados nesta pesquisa análoga diferem-se da pesquisa ora elucidada, principalmente por pertencerem a universos bem distintos de uma mesma cidade. Enquanto neste estudo buscou-se um maior contato com corredores acompanhados por professores de educação física, naquela citada para comparação, além de ter sido realizada em uma região afastada do centro da cidade, envolvia indivíduos que não tinham os mesmos objetivos daqueles que responderam aos questionamentos despendidos nesta análise.

5.     Conclusão

    De fato, são muitos os fatores que levam a escolha por exercícios ao ar livre como é caso de corridas ou caminhadas em parques públicas ou mesmo nas ruas. No entanto, esta predileção desconsidera, na maioria dos casos, a necessidade de um acompanhamento profissional com maior proximidade.

    Neste trabalho observou-se que são diversos os fatores que levam os praticantes de exercícios aeróbicos a não optarem por um professor de educação física. No entanto, uma grande parte dos sujeitos questionados respondeu que tem a ajuda de um especialista para a realização de seus treinos.

    A prática de corrida de rua bastante difundida atualmente está relacionada não apenas às facilidades de local para que ela ocorra, mas também há uma forte relação com a divulgação midiática sobre os benefícios de uma simples caminhada. Como se notou na pesquisa, muitos adeptos da corrida começaram caminhando, depois foram sentido os ganhos e passaram a se exigir mais. Até como conseqüência disto buscaram auxílio junto a um professor de educação física.

    Com a orientação adequada de um professor de educação física os objetivos da prática de exercícios podem ser melhor trabalhados, sejam eles de cunho estético, ligados à qualidade de vida, emagrecimento, saúde, redução do estresse, condicionamento físico, saúde em geral, participar de competições ou mesmo que significasse apenas um momento de lazer.

    Com a ajuda de um especialista, o controle da variação de estímulos é elaborado considerando a especificidade do indivíduo. Isto porque a mensuração de volume e intensidade e quando devem ser modificados, dependem de uma avaliação constante, não cabendo isso ser feito pelos praticantes.

    Em suma, a prática da atividade física confere benefícios que vão além do físico, por conseqüência outros ganhos também são citados, a exemplo do bem estar mental ou espiritual. Entretanto, se faz necessário analisar a especificidade de cada indivíduo que se propõe a praticar exercícios como a corrida, pois algumas pessoas podem apresentar restrições a determinados volumes e intensidade de treino requerendo uma ajuda profissional para conhecimento de suas possíveis limitações.

Referências bibliográficas

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 193 | Buenos Aires, Junio de 2014  
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