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Assistência de enfermagem nas urgências 

mais freqüentes: revisão da literatura

La atención de enfermería en las urgencias más frecuentes: una revisión de la literatura

 

* Graduação em Enfermagem pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – MG

* Pós Graduada em Saúde Pública/ Saúde da Família pelas Faculdades Funorte de Montes Claros – MG

* Pós Graduando em Trauma, Emergências e Terapia Intensiva pelas Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros - MG

Laudielle Glace David Vasconcelos

lauglace@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve por objetivo rever a assistência de enfermagem nas urgências mais freqüentes. Para tal foi realizado revisão literária de estudos sobre urgências que acometem um paciente vitimado por alguma hemorragia, queimadura, envenenamento, intoxicação ou complicação de patologias, como o diabetes e a hipertensão. A metodologia analisou artigos científicos junto à base de dados LILACS, BDENF, SCIELO e BVS e em acervo de biblioteca em livros e revistas sobre o tema; sendo depois selecionados. Os resultados deste estudo mostram que o enfermeiro tem que está cada vez mais aprimorando o atendimento as urgências para que se tenha uma assistência de qualidade.

          Unitermos: Urgências. Assistência de enfermagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No que se refere a urgência, foi se tornando mais nítido o reconhecimento de que, em todos os níveis do atendimento: a presença do agravo à saúde é indiscutível e o risco de vida é real e iminente ( ROMANI et al., 2009 p. 50).

    Considerando que a enfermagem é o grupo operacional que mais participa diretamente no processo que envolve urgência e com o aumento da demanda assistencial, tornou-se mais evidente no contexto de especificidades apresentadas pelo serviço de urgência; a necessidade da equipe de enfermagem aperfeiçoar-se e rever os conceitos primordiais na assistência.

    Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo identificar, a partir de revisão da literatura científica, as urgências mais freqüentes, correlacionando-as com as intervenções de enfermagem.

Metodologia

    Trata-se de um estudo de revisão de literatura considerando os materiais disponíveis nas bases de dados bibliográficos SCIELO, BVS, BDENF, e LILACS. Os seguintes limites foram estipulados: período compreendido entre Janeiro de 2008 à Julho de 2013 e idioma português.

    Do resultado do processo de pesquisa junto às bases de dados e no acervo da biblioteca, foram selecionadas 132 publicações, das quais 85 estavam relacionadas diretamente com a elaboração deste estudo. Demais materiais utilizados foram obtidos a partir de pesquisa não sistemática em bibliotecas locais, considerando a sua pertinência e a relevância de sua citação em trabalhos consultados.

    Para análise e síntese do material observaram-se os seguintes procedimentos: a) leitura informativa ou exploratória, que constitui na leitura do material para saber do que tratavam os artigos; b) leitura seletiva, que se preocupou com a descrição e seleção do material quanto a sua relevância para o estudo, excluindo-se os artigos que não eram pertinentes ao tema de interesse; c) leitura crítica ou reflexiva que buscou as definições conceituais sobre as urgências mais freqüentes e cuidados na assistência de enfermagem.

Resultados e discussão

    A assistência de enfermagem nas urgências mais freqüentes são: crise hipertensiva, complicações do diabetes, hemorragia digestiva alta e baixa, epistaxe, choque cardiogênico, hipovolêmico e séptico, edema agudo de pulmão, assistência ao queimado, acidentes por animais peçonhentos e intoxicações exógena.

Crise hipertensiva

    A ocorrência de crise hipertensiva tem possibilitado a procura pelas instituições hospitalares, uma vez que é um problema de saúde que pode acometer o indivíduo em qualquer horário (SOUZA, 2009).

    Segundo Filho et al. (2008), crise hipertensiva é a entidade clínica onde há aumento súbito da PA, acompanhada de sintomas que poderão ser leves (cefaléia, tontura, zumbido) ou graves (dispnéia, dor precordial, coma e até morte), com ou sem lesão aguda de órgãos-alvo.

    As urgências hipertensivas mais comuns são: hipertensão acelerada ou maligna, hipertensão perioperatória, congestão pulmonar, angina instável sem dor no momento da crise hipertensiva, ataque isquêmico transitório, AVC sem indicação de trombólise, insuficiência renal aguda ou elevação de creatinina, pré enclâmpsia. (CALIL, PARANHOS, 2009, p. 134).

    Para Guimarães, Lopes e Lopes (2010, p. 552), as urgências hipertensivas podem ser tratadas com drogas de uso oral e ter seus níveis pressóricos reduzidos em um período de 24 horas.

Complicações do diabetes

    Grande parte dos pacientes portadores de diabetes mellitus em uso de insulinoterapia diária apresentam quadros de hipoglicemia severa e são freqüentes admitidos no pronto socorro. (BRUNNER; SUDDARTH, 2009, p. 418).

    De acordo Chacra (2009, p. 382), pacientes inconscientes devem receber glicose hipertônica por via intravenosa ou glucagon. No caso em que os pacientes estão conscientes, a ingestão de carboidratos é suficiente.

    A síndrome não-cetótica hiperosmolar hiperglicêmica (SNCHH) é uma condição grave em que a hiperosmolaridade e a hiperglicemia predominam, com alterações sensoriais. Ao mesmo tempo, a cetose é mínima ou ausente. (BRUNNER; SUDDARTH, 2009, p. 1196).

    Conforme Brunner e Suddarth (2009, p. 1197), o cuidado de enfermagem aos pacientes com SNCHH inclui rigorosa monitoração de sinais vitais, estado hídrico e valores laboratoriais.

Hemorragia digestiva alta e baixa

    A hemorragia digestiva alta varicosa é uma situação de gravidade em urgência gastrointestinal, com taxas significativas de ressangramento e mortalidade. (ZATERKA; EISIG, 2011, p. 282).

    O tratamento do paciente com hemorragia digestiva baseia-se na ressuscitação volêmica criteriosa para reversão do choque e correção da hipovolemia, visando restabelecer o equilíbrio hemodinâmico. (MAGALHÃES et al., 2005 apud ZATERKA E EISIG, 2011).

Epistaxe

    Nas palavras de Nouraei (2007 apud Neto et al., 2013), a epistaxe é uma das urgências mais freqüentes em otorrinolaringologia, com potencial risco a saúde dos pacientes, e sua prevalência na população gira em torno de 12%.

    Três são os objetivos básicos do tratamento da epistaxe. Devemos ter em mente o volume de sangue perdido, identificar o local da hemorragia e instituir a melhor terapêutica. Na grande maioria das vezes os tamponamentos nasais controlam o problema. (JUNIOR, 2009).

    Na opinião de Oliveira, Parolin e Junior (2008, p. 379), nos cuidados com a epistaxe resultante de trauma, examinar cuidadosamente o líquido eliminado para ter certeza de que não há líquor (fluido cerebrospinal) misturado ao sangue.

Choque cardiogênico

    A mortalidade em pacientes com choque cardiogênico pós-infarto agudo do miocárdio permanece muito alta, com metade dos pacientes evoluindo para óbito em 48 hs. (FREITAS et al, 2012).

    Neste sentido, Hochman (2003 apud Freitas et al, 2012) afirma que esse grupo de pacientes necessita de uma resposta terapêutica rápida e sistêmica, visando a melhora do débito cardíaco e manutenção da perfusão de outros órgãos, com o uso de drogas vasoativas.

    O choque cardiogênico foi considerado em qualquer paciente que necessita de internação na UTI, o uso contínuo de duas ou mais drogas vasoativas endovenosas por mais de 48 horas, além de intubação orotraqueal e ventilação mercancia. (JATENE et al., 2008).

Choque hipovolêmico

    Na visão de Oliveira, Parolin e Junior (2008, p. 243): “a vítima de trauma em choque hipovolêmico deve ter a via aérea permeável, oxigenação restaurada, ter acesso venoso para reposição de volume, ser imobilizada e transportada imediatamente ao hospital [...].”

Choque séptico

    Paciente com sepse grave e choque séptico apresentam vasodilatação e grandes perdas hídricas para o espaço intersticial que podem somar-se à depressão miocárdica (VINCENT; GERLACH 2004 apud WESTPHAL et al., 2011).

    Picard et al. (2006 apud Brito e Silva, 2010, p. 530), os maiores objetivos do tratamento estão na manutenção de uma adequada oferta de oxigênio e minimização dos efeitos da resposta inflamatória.

    No uso de suporte hemodinâmico e das terapias adjuvantes o enfermeiro pode ter ações voltadas tanto para assistência direta ao paciente, bem como com preparo e cuidados com medicamentos. (BRITO; SILVA, 2010).

Edema agudo de pulmão

    Figueiredo e Vieira (2011) destaca que o edema pulmonar agudo é um quadro clínico de urgência, constituindo grande risco de morrer para o cliente, caso não sejam adotadas medidas terapêuticas eficazes.

    O cuidado de enfermagem inclui assistência na administração de oxigênio, intubação e ventilação mecânica quando ocorre a insuficiência respiratória. . (BRUNNER; SUDDARTH, 2009, p. 552).

    Os autores Brunner e Suddarth (2009) salientam que o posicionamento adequado pode ajudar a reduzir o retorno venoso para o coração. O paciente é posicionado ereto, preferivelmente com as pernas pendendo sobre a lateral do leito.

Assistência ao queimado

    Aragão et al. (2012) considera que as queimaduras têm sido considerável grave problema de saúde pública no Brasil.

    Em seu trabalho Almeida et al. ( 2008, p. 560) descreve que as queimaduras acarretam para as vítimas, desde lesões superficiais leves, até lesões profundas e graves, muitas vezes levando ao óbito.

    O correto manuseio da dor é o ponto crucial do tratamento de dor aguda relacionada à queimadura, e existem formas diferentes para abordar a dor, exigindo aptidão técnica do profissional. (SILVA; RIBEIRO, 2011).

    Os medicamentos utilizados na sedação e analgesia do paciente queimado possuem determinados efeitos colaterais esperados após sua administração. (SILVA et al., 2012 p. 586).

Acidentes por animais peçonhentos

    Estima-se que ocorrem anualmente no Brasil cerca de 26.000 casos de acidentes com serpentes, 21.000 com aranhas e 39.000 com escorpiões, podendo estar relacionados à ocorrência de óbitos ou produção de seqüelas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p.431).

    No dizer de Freitas et al. (2006 apud Martins, 2011), a subnotificação dos casos associada à desinformação quanto à importância de se levar o animal para a identificação; dificulta o conhecimento do perfil dos acidentes, bem como seu diagnóstico e prevenção.

    Envenenamentos ofídicos representam um problema de saúde pública em todo o mundo de sua alta incidência, a gravidade e as seqüelas dos ferimentos de mordida, e a taxa de letalidade. (OLIVEIRA et al., 2010, apud LEITE et al., 2013).

    Pinho e Pereira (2001 apud Lima et al., 2009), quanto menor o tempo entre a picada e o atendimento, menores são as chances de ocorrer complicações, como necrose, síndrome compartimental e insuficiência renal aguda.

    Destaca-se a importância de uma avaliação detalhada da lesão por picada de aranha que deve atentar-se para os sinais e sintomas locais de inflamação, o aparecimento de secreções, tecido desvitalizado e necrose. (KAMIMURA; PAIVA; AYRES, 2009, p. 929).

    Silva et al. (2010) faz algumas considerações importantes sobre o assunto: a utilização da gasolina e querosene pode agravar as manifestações, aumentando a dor e contribui para a necrose do tecido.

    O soro antiescorpiônico ou antiaracnídico é indicado nos acidentes moderados e graves. Nesses casos, o paciente deve ser mantido em unidade de terapia intensiva para monitoramento dar funções vitais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 436).

Intoxicações exógenas

    Segundo observação de Porto e Viana (2010, p. 425), o envenenamento é a principal causa de morte acidental em crianças e, no caso dos adultos, é freqüentemente observado em indivíduos que tentam o suicídio.

    Intoxicações não intencionais ocorrem principalmente na infância. No Brasil, os produtos de limpeza doméstica são como principais causas desses eventos. (PRESGRAVE; CAMACHO; VILLAS BOAS, 2008).

    Nesta abordagem Figueiredo e Vieira (2011, p. 291) afirmam que as intoxicações exógenas podem acontecer através da absorção de venenos ou por inalação. Em ambos os casos, o sinal clínico mais evidente é a confusão mental, que pode evoluir até o coma.

    Guimarães, Lopes e Lopes (2010, p. 1616) salientam que a avaliação e manutenção das vias aéreas desobstruídas para que se possa executar uma ventilação adequada é uma etapa primordial no tratamento inicial do paciente intoxicado.

    A descontaminação gastrointestinal é uma das etapas do tratamento das intoxicações agudas causadas por exposição oral. (GUIMARÃES; LOPES; LOPES, 2010, p. 1617).

Considerações finais

    Através deste estudo pode-se concluir que a atuação da equipe de enfermagem nas urgências possui um papel importante e que cada vez mais se torna necessário a ampliação do conhecimento e o aprimoramento das técnicas no atendimento das urgências.

Referências

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