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Prevalência de sobrepeso e obesidade em uma amostra de pré-escolares residentes em três municípios da fronteira oeste do Sul do Brasil

El predominio de sobrepeso y obesidad en una muestra de niños de preescolar
de tres municipios de la frontera occidental del Sur de Brasil

 

*Licenciada em Educação Física, URCAMP, Alegrete, RS

**Licenciado Em Educação Física, URCAMP, Alegrete, RS

Especializando em Educação Física Escolar, UFSM, Santa Maria, RS

***Profa. Mestre do Curso de Educação Física, URCAMP, Alegrete, RS

Doutoranda em Educação e Ciências: Química da Vida e Saúde, UFSM, Santa Maria, RS

(Brasil)

Karine Piazer Fabiano*

karinepiazer@hotmail.com

Rhenan Ferraz de Jesus**

rhenanferraz@yahoo.com.br

Jaqueline Copetti***

jaquecopetti@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi averiguar e comparar a prevalência de sobrepeso e obesidade em pré-escolares de cinco e seis anos de idade, pertencentes a escolas públicas entre três municípios da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi realizado um estudo descritivo, comparativo de corte transversal. Participaram desta investigação 178 crianças de ambos os sexos, sendo 92 do sexo feminino e 86 do sexo masculino, oriundas dos municípios de Alegrete, Manoel Viana (MV) e São Francisco de Assis (SFA). Foram analisados valores referentes à massa corporal e a estatura para calcular o Índice de Massa Corporal, utilizando como base os dados interpretados pelos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007), conforme peso e estatura para idade. Pelos resultados obtidos na comparação entre estes três municípios, evidenciamos 26,8% sobrepesados e 14,6% obesos em Alegrete, 23,5% sobrepesados e 11,8% obesos em MV e 23% sobrepesos e 25,7% obesos em SFA. Notamos que o município de Alegrete apresentou uma maior prevalência em pré-escolares sobrepesados, bem como a cidade de SFA denotou uma maior prevalência de crianças obesas, ficando evidente, que o excesso de peso infantil vem tomando proporções epidêmicas em alguns municípios gaúchos. Assim, vemos a necessidade de conscientizar a população, não apenas nesta região, de que o excesso de gordura corporal na infância pode trazer sérios riscos à saúde futuramente.

          Unitermos: Sobrepeso. Obesidade. Crianças. Índice de Massa Corporal.

 

Resumen

          El objetivo de este estudio fue determinar y comparar la prevalencia de sobrepeso y obesidad en niños en edad preescolar de cinco y seis años de edad, de las escuelas públicas en los tres condados del oeste de la frontera de Río Grande do Sul, Brasil. Se realizó una comparación descriptiva, transversal. La muestra estuvo conformada por 178 niños de ambos sexos, con 92 mujeres y 86 hombres, procedentes del Alegrete, Manoel Viana (MV) y San Francisco de Asís (SFA). Los valores fueron analizados en relación con la masa corporal y talla para calcular el índice de masa corporal, utilizando como base los datos interpretados por los parámetros de la Organización Mundial de la Salud (OMS, 2007), como peso y talla para la edad. Los resultados obtenidos en la comparación entre estos tres países, se observó un 26,8% sobrepeso y 14,6 % obesidad Alegrete, 23,5 % sobrepeso y 11,8 % obesidad y el 23 % en el MV sobrepeso y 25,7 % obesidad en SFA. Tomamos nota de que la ciudad de Alegrete mostró una mayor prevalencia en niños preescolares con sobrepeso, así como la ciudad de SFA denota una mayor prevalencia de niños obesos cada vez más evidente que el niño con sobrepeso está tomando proporciones epidémicas en algunas ciudades del estado. Vemos, pues, la necesidad de crear conciencia, no sólo en esta región, que el exceso de grasa corporal en la infancia puede conducir a riesgos de salud graves en el futuro.

          Palabras clave: Sobrepeso. Obesidad. Niños. Índice de Massa Corporal.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios de saúde pública. No Brasil, estima-se que o índice de obesidade infanto-juvenil subiu 240% nas últimas duas décadas (OPAS, 2003). Sabe-se que ela pode iniciar em qualquer idade, ocorrendo mais frequentemente no primeiro ano de vida, bem como entre os cinco e seis anos e na adolescência (FISBERG, 2004). Desde então, o excesso de peso infantil e a obesidade em crianças é um problema crescente em todo o mundo, pois, cerca de 22 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade estão acima do peso (OMS, 2005, p.12), dessa forma, sabendo que a obesidade pode ser definida como doença, na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal ponto que a saúde pode ser afetada (WHO, 2007), a nossa atenção se fez, necessariamente, buscando um julgamento mais profundo na ocorrência de sobrepeso e obesidade em pré-escolares da educação infantil.

    Sabemos que, há décadas, a obesidade era sinônimo de beleza e saúde na infância, não causando incômodos e preocupações. No entanto, conforme alguns autores (NAHAS, 2006; GORGATTI e COSTA, 2008), atualmente ela constitui um dos principais problemas de saúde pública no mundo, atingindo proporções epidêmicas. Para exemplificar isso, segundo dados da Força Tarefa Internacional, uma em cada dez crianças no mundo é obesa (WHO, 2007), assim, com base nesse e outros indicadores existentes, podemos perceber que a obesidade deixou de ser um problema particular e tornou-se um grave problema de saúde. Sendo na infância, mais especificadamente, o período onde ela é considerada resultado das comodidades tecnológicas, as quais modificam o cotidiano das crianças, tornando-as sedentárias, juntamente com os maus hábitos alimentares, que ainda podem ser corrigidos pelos pais ou responsáveis (ESCRIVÃO et al., 2000).

    Tais resultados estão ligados, em sua grande maioria, ao fenômeno do mundo globalizado, o qual ocasionou transformações socioeconômicas nos costumes do homem, implicando na diminuição de atividade física e uma alimentação inadequada e com o avanço tecnológico de aparelhos modernos e práticos tais como: celulares, computadores, automóveis, entre outros; o qual contribuiu para o sedentarismo acarretando riscos à saúde e principalmente a obesidade (UEHARA e MARIOSA, 2005).

    Além disso, as crianças, incentivadas pelos avanços tecnológicos, ao se tornarem menos ativas contribuem na incidência cada vez mais progressiva da obesidade infantil, e mais, determinando várias outras complicações na infância, tais como consequências à saúde na idade adulta. Muito além de um estilo de vida sedentário associado a uma má alimentação, segundo Gomes e Pinto (2013, p.3) existem outros fatores que determinam a obesidade infantil, como fatores genéticos, fisiológicos, sociais e metabólicos. A partir disso, uma relação positiva entre a inatividade, como o tempo gasto assistindo televisão, e o aumento da adiposidade em escolares vem sido observada. Sendo que, nesse período da infância, o seu manejo é ainda mais difícil, pois, em geral, a obesidade está relacionada com mudanças de hábitos de vida e disponibilidade dos pais, além da falta de entendimento da criança quanto aos danos que a mesma pode lhe proporcionar (MELLO et al., 2004).

    Em vista disso, para Soares e Petroski (2003, apud RIBEIRO et al., 2013, p.59), definir em que condições e quais populações estão mais propicias ao desenvolvimento da obesidade, é importante para que o seu controle e combate possam ser direcionados de uma forma eficaz. Assim, diante do que foi exposto, o objetivo desta pesquisa foi averiguar e comparar a prevalência de pré-escolares sobrepesados e obesos de cinco e seis anos de idade pertencentes à educação infantil de escolas públicas entre três municípios da Fronteia Oeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil.

Materiais e métodos

    O estudo teve caráter descritivo, comparativo de corte transversal. Neste caso, a abordagem descritiva é praticada quando o que se pretende buscar é o conhecimento de determinadas informações e por ser um método capaz de descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987).

    Constituímos uma amostra de 178 crianças pré-escolares de ambos os sexos, entre cinco e seis anos de idade, provenientes de cinco escolas do município de Alegrete, duas de Manoel Viana e três de São Francisco de Assis. As avaliações foram realizadas em um local cedido pelas escolas, normalmente, uma sala de professores ou sala de aula vazia. Todos os alunos avaliados apresentaram o termo de consentimento livre esclarecido assinado pelos responsáveis.

    Para realização deste estudo, foram coletados dados do peso corporal e da altura destes pré-escolares com a utilização de balança digital e fita métrica para, posteriormente, calcularmos o Índice de Massa Corporal (IMC). Os dados foram coletados pelos pesquisadores após treinamento e padronização de medidas.

    Por compreendemos que as novas curvas da WHO (2007) se adaptam ao padrão de crescimento infantil aos cinco anos de idade e aos pontos de corte de sobrepeso e obesidade recomendados para os adultos, utilizamos a referência da Organização Mundial da Saúde de 2007, a qual preenche a lacuna antes existente nas curvas de crescimento e que correspondem à referência adequada para uma avaliação nutricional das crianças e adolescentes dos cinco aos dezenove anos. Assim, os dados obtidos nesta pesquisa foram comparados com a nova curva de crescimento da National Center for Health Statistics - NCHS e interpretados com base nos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007), conforme peso e estatura para idade.

    Os dados foram revistos e digitados em planilhas Excel (97-2003) e, posteriormente, realizando uma análise estatística descritiva dos resultados para checagem automática e consistente para suas médias e desvio-padrão, como também suas variáveis e percentuais apresentados.

Resultados e discussão

    Evidenciamos uma totalidade de 178 crianças pré-escolares avaliadas, 92 do sexo feminino e 86 do sexo masculino, destas 75 (42,13%) pertences ao município de Alegrete, 40 (22,48%) de MV e 63 (35,39%) da cidade de SFA. Para melhor elucidar nossos resultados, eles foram apresentados individualmente por município e, logo após uma comparação entre os três municípios, foram apresentados e discutidos por ambos os sexos.

Figura 1. Resultado do IMC dos pré-escolares do Município de Alegrete – RS

    No município de Alegrete, dos pré-escolares avaliados, 41 (54,7%) eram do sexo feminino. No entanto, pela Figura 1, podemos observar que 26,8% destas meninas foram classificadas com sobrepeso e 14,6% com obesidade, já quanto ao sexo masculino houve um percentual mais elevado, de 32,3% com sobrepeso e 24,4% de obesos.

    Em relação a isso, também, em outros dados relevantes para essa prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares do sexo masculino, na pesquisa realizada por Ribeiro et al. (2013) sobre a predominância de sobrepeso e obesidade de escolares do sexo masculino em municípios do estado de Santa Catarina, encontramos um percentual de 26,4%, sendo um tanto similar ao nosso estudo, no entanto, a faixa etária destes estava entre sete a dezessete anos.

    Em um estudo, realizado por Martiniano e Morais (2005), sobre o índice de massa corporal em escolares com faixa etária de quatro a oito anos no Município de Mogi-Mirim/SP, foi encontrado um total de 27,9% de crianças com sobrepeso e obesidade. Também, esse resultado foi semelhante ao encontrado por Oliveira e Fisberg (2003, apud MARTINHO e MORAIS, 2005), onde verificaram que o sobrepeso e obesidade correspondia a 30% das crianças de Recife, PE.

Figura 2. Resultado do IMC dos pré-escolares do Município de Manoel Viana – RS

    Quanto ao município de MV, dos pré-escolares submetidos à avaliação do IMC, 22 deles (55%) eram do sexo masculino. Pela Figura 2, podemos notar que 20% dessas crianças são consideradas sobrepesadas e 17,5% obesas, predominando um quantitativo de meninas com sobrepeso (23,5%) e de meninos com obesidade (21,7%). Desse modo, podemos destacar certa discrepância quanto aos quantitativos apresentados neste município, pois não houve predominância em apenas um sexo na classificação entre sobrepeso e obesidade.

    Corroborando com esta discussão, em estudo realizado por Costa et al. (S/D, apud MARTINIANO e MORAIS, 2005), foram encontrados os valores de 33,7% de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Santos/SP. Outro trabalho com 958 escolares matriculados na rede pública de ensino, em dez escolas da cidade-satélite de Taguatinga (Brasília/DF), observou uma prevalência de 10,6 e 7,7 de sobrepeso e de obesidade, respectivamente, e totalizou uma frequência de 18,3% de crianças acima do peso (SANTOS et al., 2005).

    Também, podemos destacar a pesquisa de Monteiro et al. (1995, apud Silva et al., 2003) onde foi relatado uma prevalência da obesidade em menores de cinco anos variando de 2,5% entre os mais pobres, e 10,6% no grupo economicamente mais favorecido. Isso vem de encontro com dados da pesquisa de orçamento familiar (POF) 2008-2009 realizado pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, onde foi verificado que o excesso de peso e obesidade são encontrados a partir dos cinco anos de idade em todos as classes socioeconômicas, e nas regiões de todo o país. Esta pesquisa aponta que, em 2008, um em cada três crianças de cinco a nove anos tinham excesso de peso.

Gráfico 3. Resultado do IMC dos pré-escolares do Município de São Francisco de Assis – RS

    A Figura 3 apresenta os resultados do IMC dos pré-escolares da cidade de SFA, onde das 63 crianças que fizeram parte do quantitativo investigado, 55% pertencem ao sexo feminino. Na ilustração abaixo, é possível observarmos que, destas meninas estudadas, 23% apresentaram sobrepeso e 25,7% obesidade; e dos 45% dos meninos investigados, 32,1% foram considerados sobrepesados e 25% obesos. Frente a isso, verificamos que há uma prevalência maior de pré-escolares do sexo masculino acima do peso adequado.

    Comparando os dados deste estudo com a pesquisa de Balaban e Silva (2001), que determinou uma prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola privada do município de Recife, encontramos dados similares, onde o sobrepeso denotou ser mais prevalente nas crianças (34,3%) do que em adolescentes (20%), sendo detentor de maior dominância, cujo sexo masculino atingiu maior prevalência com 34,6%. E de mesma predominância, a obesidade foi mais frequente em crianças (14,2%) do que em adolescentes (4,2%), havendo, ainda, uma maior prevalência de obesidade no sexo masculino (14,7%) do que no feminino (4,4%).

    Também, em pesquisa de Soar et al. (2004) com 419 crianças entre sete e nove anos de idade, para determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de uma escola pública de Florianópolis, encontrou-se prevalência de 17,9% de sobrepeso, sendo maior no sexo masculino (19,1%) do que no feminino (16,7%) e 6,7% de obesidade, com maiores valores no sexo masculino (7,9%) do que no feminino (5,4%), embora a diferença não tenha sido estatisticamente significante. Com base nisso, podemos evidenciar um quadro preocupante de sobrepeso e obesidade, principalmente entre os meninos.

Figura 4. Resultado comparativo do IMC entre o sexo feminino

dos pré-escolares dos três municípios da Fronteira Oeste – RS

    Já na Figura 4, foram apresentados os resultados comparativos dos três municípios investigados pelo sexo feminino, evidenciando que o município de Alegrete apresentou a maior incidência de sobrepeso (26,8%) e a cidade de SFA detentora da maior prevalência de obesidade (25,7%). Cabe ressaltar que no município de Alegrete prevaleceu o maior índice de pré-escolares do sexo feminino com o peso considerado normal (56%).

    Corroborando com este resultado, em uma investigação feita por Silva et al. (2003), as prevalências de sobrepeso e obesidade foram de 22,6% e 11,3%, respectivamente, sendo motivo de preocupação entre as crianças do sexo feminino, pois a prevalência de sobrepeso foi de 27,0% e a de obesidade foi de 9,8%, quando comparadas com as prevalências masculinas de sobrepeso (17,6%) e obesidade (13%).

    A maioria das pesquisas demonstra ser a prevalência da obesidade infantil e adulta maior no sexo feminino, não havendo causas bem definidas para esta ocorrência, mas a WHO (1998) sugere que a maior prevalência neste sexo se deve ao fato de que o excesso de energia é preferencialmente estocado, sob a forma de gordura e não de proteína, como acontece no sexo masculino.

    Segundo dados da OMS (2005), os fatores associados à obesidade infantil, e as fases mais acarretadas são, a fase entre seis a dez anos com meninas e meninos entre 21,8% e 21,5% respectivamente. Assim sendo, podemos perceber que são percentuais como estes que denotam a tendência de meninas a uma prevalência maior da associação do sobrepeso e obesidade nesta fase.

Figura 5. Resultado comparativo do IMC entre o sexo masculino

dos pré-escolares dos três municípios da Fronteira Oeste – RS

    Para o sexo masculino, como demonstra a Figura 5, o comparativo evidenciou que 56,5% dos pré-escolares de MV apresentaram peso normal, já o município de Alegrete apresentou dados mais elevados tanto para sobrepeso (32,3%) quanto para obesidade (26,4%) quando comparamos os três municípios entre si.

    Ao confrontarmos os resultados do presente estudo com os de outros estudos nacionais, no que se refere à prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 7–17 anos matriculados na rede de ensino pública da Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Miguel do Oeste/SC, encontramos uma pesquisa realizada por Ribeiro et al. (2013), que ao compará-los por ambos os sexos e municípios, a prevalência de sobrepeso nos municípios de Belmonte (P=0,021), Descanso (P=0,010) e São Miguel do Oeste (P=0,009), para o sexo masculino, apresentou-se mais elevada (P≤0,05). No entanto, em relação à prevalência de obesidade, não foram observadas diferenças significativas entre o sexo masculino e o sexo feminino.

    Colaborando para essa discussão, conforme dados da investigação de Silva, Pinto e Raiol (2011) em um colégio em Belém/PA, foi encontrado uma prevalência alta de sobrepeso e obesidade 22,5% e 19,4% em 160 alunos de ambos os sexos e idade de 09 e 16 anos. Em relação ao sexo, os meninos tiverem uma prevalência maior de sobrepeso (28,0%) e obesidade (29,3) em relação às meninas (15% e 9%), respectivamente.

    Em meio ao que discutimos até o presente momento, e pelos resultados observados neste estudo, a prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada nestas escolas, oriundas de três municípios gaúchos da fronteira oeste, apresentou-se elevada, podendo ser considerada um sério problema de saúde. Compreendemos que estas prevalências de sobrepeso e obesidade têm crescido de forma enérgica, sendo associada a diversos fatores, e entre eles estão presentes desde aos hábitos alimentares quanto à inatividade física, como elencadas por inúmeros autores (ESCRIVÃO et al., 2000; SILVA et al.,2003; SOARES e PETROSKI, 2003; UEHARA e MARIOSA, 2005; GOMES e PINTO, 2013).

Considerações finais

    Frente a este estudo, percebemos que o município de Alegrete apresentou uma maior prevalência em pré-escolares sobrepesados, bem como a cidade de São Francisco de Assis denotou uma maior prevalência de crianças obesas, desse modo, ficando evidente, após comparamos os resultados encontrados entre os três municípios, que a prevalência de excesso de peso para essas crianças é preocupante, com destaque para o sexo masculino, o qual apresentou os índices mais elevados.

    Desta maneira, não é em vão que estudos apontem que a obesidade vem tomando proporções epidêmicas, neste caso, também em alguns cidades do interior do RS/Brasil, pois sabemos que a obesidade está relacionada a diversos problemas de saúde. Assim, concluímos que, pelos resultados obtidos, esta pesquisa nos leva a uma reflexão maior da necessidade de esclarecimentos sobre sobrepeso e obesidade, entendendo que seja fundamental conscientizar a população, não apenas nesta região, de que o excesso de gordura corporal na infância pode trazer sérios riscos à saúde futuramente.

Referências

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