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Situação dos primeiros molares permanentes de 

escolares de 07 aos 18 anos do município de Gameleiras, MG

La realidad de los primeros molares permanentes de escolares de 7 a 18 años del municipio de Gameleiras, MG

Status of the first permanent molars of students from 07 to 18 years the city of Gameleiras, MG

 

Graduado em Odontologia

(Brasil)

Marcone de Oliveira Rocha

marconeoliveirarocha@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo buscou avaliar a situação dos primeiros molares permanentes de escolares de 07 aos 18 anos do município de Gameleiras – MG. Foram selecionadas 584 fichas da avaliação bucal do Programa Saúde na Escola – PSE, onde 296 eram de escolares do sexo masculino e 288 de escolares do sexo feminino. Dentre os principais resultados, o dente 36 foi o mais acometido por lesões cariosas. Pode se concluir que os primeiros molares inferiores são os mais acometidos por lesões cariosas e que apesar de cada vez mais a população está tendo informações sobre a prevenção da cárie dentária, pode se observar que ainda é um grande problema a ser enfrentado. Deve-se reforçar para população os cuidados com a higiene bucal e sequência de erupção dentária.

          Unitermos: Primeiro molar permanente. Cárie. Erupção dentária.

 

Abstract

          This study sought to assess the situation of the first permanent molars of schoolchildren aged 07 to 18 years the city of Gameleiras - MG. 584 records were selected oral evaluation of the School Health Program - PSE, which were 296 male students and 288 female students. Among the main results, the tooth 36 was the most affected by caries. It can be concluded that the first molars are the most affected by caries and although increasingly people are having information about the prevention of tooth decay, it can be seen that it is still a major problem to be faced. Should enhance the care for people with oral hygiene and tooth eruption sequence.

          Keywords: First permanent molar. Caries. Tooth eruption.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Primeiro Molar Permanente inicia sua formação na vida intra-uterina, sendo que ao nascimento começa a mineralização, no terceiro ano de vida a coroa está completamente formada, erupcionando aos seis anos. É o primeiro dente da série dos permanentes, sem antecessor, irrompe distalmente do segundo molar decíduo, sendo importante durante a mastigação e essencial ao desenvolvimento de uma boa oclusão1,2.

    Desde o inicio do século passado, foi considerado e determinado por ANGLE como o dente “Chave de Oclusão”, sendo evidente sua importância no desenvolvimento da dentadura mista e permanente1.

    Os primeiros molares permanentes são os dentes mais acometidos por lesões cariosas, provavelmente por terem sua erupção concluída em torno dos seis anos de idade, erroneamente são confundidos com dentes decíduos e acabam tendo uma menor atenção quanto à higienização, sua perda logo na infância acarreta alterações deletérias no arco dentário que podem repercutir por toda a vida3, 2.

    A perda de um molar permanente pode gerar distúrbios na articulação têmporomandibular (ATM), redução da capacidade mastigatória em 50%, gengivite, destruição dos tecidos de suporte e migração mesial dos segundos molares permanentes do mesmo lado da perda dental, extrusão, retração gengival e hipersensibilidade do primeiro molar superior permanente com a perda do seu antagonista4.

    O objetivo do estudo foi avaliar a situação dos Primeiros Molares Permanentes de escolares de 07 aos 18 anos do município de Gameleiras – MG.

Metodologia

Área do estudo

    O município de Gameleiras está localizado na mesorregião norte de minas gerais e na microrregião de Janaúba, possui uma população estimada de 5139 habitantes, com altitude de 500 metros, tendo um clima semiárido5.

    Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal. A partir de dados secundários obtidos das fichas de avaliação odontológica do Programa Saúde na Escola – PSE, realizado no mês de agosto de 2013 em todas as escolas municipais e estaduais do município de Gameleiras, algumas foram selecionadas tendo critérios de inclusão: Fichas totalmente preenchidas e com ausência de rasuras, para avaliação da situação de primeiros molares permanentes desses escolares. Foram selecionadas 584 fichas onde 296 eram de escolares do sexo masculino e 288 de escolares do sexo feminino, tendo esses escolares uma faixa etária de 7 aos 18 anos. Os dados foram tabulados e analisados pelo programa estatístico SPSS® (Statistical Package for the Social Science) versão for Windows 17.0.

Resultados

    Das 584 fichas avaliadas 296 eram de escolares do sexo masculino e 288 do sexo feminino. Os resultados relacionados à situação dos primeiros molares permanentes podem ser observados na Tabela 1.

Tabela 1. Situação dos Primeiros Molares Permanentes de escolares de 07 aos 18 anos do município de Gameleiras, MG

Discussão

    No Brasil, a prevalência de cárie dentária em crianças e adolescentes acomete, com maior frequência, grupos populacionais menos favorecidos socioeconomicamente. Na maior parte dos municípios brasileiros, em especial os mais pobres, a saúde bucal constitui ainda um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no que se refere à universalização e à equidade do atendimento e, nesse contexto, a cárie dentária se configura em um dos principais problemas de saúde bucal a serem equacionados e ainda é um sério problema de saúde pública 6,7.

    A maioria das lesões de cárie na popu­lação em idade escolar concentra-se nas superfícies mastigatórias dos primeiros molares permanentes cujas cicatrículas e fissuras são menos beneficiadas pelo trata­mento com fluoretos do que as superfícies lisas e sua anatomia oclusal, que não apresenta uma boa coalescência intercuspídica; ocupação de uma posição mais posterior no arco dentário, dificultando o acesso da escova e fio dental; o fato de irromper muito cedo na cavidade oral, o que contribui para agravar a situação em dois aspectos: 1º, a criança ainda apresenta dificuldades na execução da limpeza e 2º, muitas vezes sua erupção não é percebida pelos pais, sendo considerado dente de leite, visto que não houve esfoliação de nenhum desses para o seu nascimento 8,9.

    Alguns estudos 4, 3, 6,10 observaram que os primeiros molares inferiores foram os mais acometidos por alterações causadas por lesões cariosas, onde o mesmo foi observado no presente estudo.

    O primeiro molar permanente ocupa lugar de destaque no sistema estomatognático, devido sua função mastigatória ou fisiológica. Sua manutenção na cavidade oral é fundamental para verificação da dimensão vertical; desenvolvimento da articulação temporomandibular; da curva de spee; da curva de Wilson e estabelecimento da chave de oclusão. Entretanto as alterações produzidas pela perda uni ou bilateral dos primeiros molares permanentes inferiores não se restringem ao segmento posterior do arco dentário, acarretando graves alterações na região ântero-inferior, levando a uma maior ocorrência de diastemas e desvios da linha média, migração distal dos caninos inferiores, tendo como conseqüência uma classe II de caninos e que poderá exigir tratamento ortodôntico e reabilitador em decorrência da complexidade da má oclusão instalada10, 4,11.

    O estudo 10 observou que o dente 16 foi o menos acometido por lesão de cárie, observado também no presente estudo.

    A dificuldade das crianças em higienizar corretamente a região posterior, associada à ausência de uma orientação dos pais ou responsáveis sobre prevenção, contribui para a elevada freqüência de perda dos primeiros molares permanentes. Portanto é inegável a necessidade de ampliar o acesso à atenção e o cuidado das famílias no desenvolvimento de hábitos para a saúde bucal desde a infância, havendo a necessidade do fortalecimento da atuação das equipes responsáveis pela atenção primária pressupõe a garantia do acesso à consulta odontológica e ao desenvolvimento de habilidades pessoais para se proteger da cárie dentária. Paralelamente, é essencial que haja melhor utilização da capacidade potencial do nível local para indicar as ações de promoção em saúde cuja execução compete a outros setores, como saneamento e educação, entre outros4.

Conclusão

    Com base na metodologia empregada e resultados alcançados, conclui-se que: 

  1. Os primeiros molares inferiores são os mais acometidos por lesões cariosas e no presente estudo o dente 36 foi o mais acometido.

  2. Apesar de cada vez mais a população está tendo informações sobre a prevenção da cárie dentária, pode se observar que ainda é um grande problema a ser enfrentado. Deve-se reforçar para população os cuidados com a higiene bucal e sequência de erupção dentária.

Referências

  1. ALMEIDA, Viviane Chaves et al. Situação dos primeiros molares permanentes na clínica de odontopediatria da Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO. Revista rede de cuidados em saúde, v.1, n.1, 2007.

  2. LOPES, Érica Fonseca et al. Condição do primeiro molar permanente: avaliação após 3 anos. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 68, n. 1, p. 29-32, jan./jun. 2011.

  3. COSER, Maria Christina et al. Freqüência de cárie e perda dos molares permanentes. RGO, Porto Alegre, v. 53, n.1, p. 63-66, jan./mar. 2005.

  4. MELO, Francineide Guimarães Carneiro; CAVALCANTI, Alessandro Leite. Perda precoce de primeiros molares permanentes em escolares de Campina Grande/PB. UFES Rev. Odontol., Vitória, v.9, n.3, p.17-22, set./dez. 2007.

  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php. Acesso em: 29 de setembro de 2013.

  6. MELO, Francineide Guimarães Carneiro et al. Perda precoce de molares permanentes e fatores associados em escolares de 9, 12 e 15 anos da rede pública municipal de Campina Grande, Estado da Paraíba, Brasil. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 33, n. 1, p. 99-105, 2011.

  7. FELDENS, Carlos Alberto et al. Associação entre a experiência de cárie em molares decíduos e primeiros molares permanentes. Pesq Bras Odontoped Clin Integra, João Pessoa, v. 5, n.2, p. 157-163, mai./ago. 2005.

  8. FRAZÃO, Paulo. Irrompimento do primeiro molar permanente em crianças de 5 e 6 anos de idade. Rev Bras Epidemiol, v. 14 n.2, p. 338-346, 2011.

  9. OLIVEIRA, Marcelo Martins et al. Avaliação do índice CPO-D em primeiros molares permanentes de escolares da rede pública de Poços de Caldas, MG relacionada á prevenção precoce. R. Un. Alfenas, Alfenas,v.5 p.43-46, 1999.

  10. TEIXEIRA, Mayla Kezy et al. Primeiro Molar Permanente: Estudo da prevalência de cárie em crianças. Int J Dent, Recife, V.10, n.4, p. 223-227, out./dez. 2011.

  11. NORMANDO, David; CAVACAMI, Cristina. A influência da perda bilateral do primeiro molar inferior permanente na morfologia dentofacial – um estudo cefalométrico. Dental Press J Orthod, v. 15 n.6, p. 100-6 nov./dez. 2010.

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