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A Educação Física Escolar: visão dos pais/responsáveis 

da escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC

La Educación Física Escolar: la visión de los padres/responsables de la escuela Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC

A School Physical Education: parents school vision Augusto Mondardo Nova Veneza, SC

 

Acadêmico do curso de Educação Física – Licenciatura

Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

(Brasil)

Gabriel Westrup de Souza

bielws@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A presente pesquisa teve por objetivo principal analisar a percepção dos pais sobre as aulas de Educação Física do ensino fundamental de nove anos, da Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza/SC. A metodologia utilizada para a efetivação do estudo foi à abordagem qualitativa e exploratório descritiva, tendo como instrumento de pesquisa um questionário com perguntas abertas e fechadas. A coleta de dados foi realizada com 31 pais que possuem filhos na Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC, sendo que retornaram somente 21 questionários.

          Unitermos: Educação Física. Escola. Pais/Responsáveis.

 

Abstract

          This research aimed at analyzing the perception of parents about the physical education of elementary school nine years, the School Augusto Mondardo Nova Veneza, SC. The methodology used for the realization of the study was exploratory and descriptive qualitative approach, with the research instrument, a questionnaire with open and closed questions. Data collection was conducted with 31 parents who have children in school Augusto Mondardo Nova Veneza, SC, and only 21 returned questionnaires.

          Keywords: Physical Education. School. Parents/Guardians.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 191, Abril de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A Educação Física escolar encontra-se permanentemente em discussão, pois se trata de uma disciplina curricular que traz contribuições para a formação cognitiva e afetivo-social de seus alunos.

    Durante o Estágio Supervisionado II, realizado, na escola E.M.E.I.E.F. Caetano Ronchi do município de Criciúma durante a 6ª fase do curso de Educação Física, foi possível observar que havia certo distanciamento por parte dos pais com relação ao acompanhamento da vida escolar dos filhos, e principalmente nas aulas de Educação Física que os alunos não usavam roupas e calçados adequados para frequentar as aulas, não tinham respeito com os colegas e nem com o professor.

    Nesse sentido, observou-se a relevância em elaborar uma pesquisa de campo, que envolvesse os pais/responsáveis que possuem filho (as) na Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC, uma vez que a responsabilidade da educação não se restringe somente a escola, mas também a família.

    O presente estudo intitulou-se: A Educação Física Escolar: visão dos pais da escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC.

    Tendo por base a problemática levantada, apontou-se o seguinte problema: Qual a percepção dos pais/responsáveis sobre Educação Física escolar na Instituição de Ensino Municipal Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC.

    Diante disto, para responder ao problema geral da pesquisa temos como principal objetivo: analisar a percepção dos pais/responsáveis sobre as aulas de educação física do ensino fundamental de nove anos, da Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC. Tendo como objetivos específicos: Verificar como se dá o acompanhamento dos pais/responsáveis em relação à Educação Física; Constatar se a Educação Física é importante para as crianças; Identificar se os pais acompanham o horário das aulas de educação física; Perceber se as crianças utilizam trajes adequados pra as aulas de Educação Física, através das falas dos pais/responsáveis; Identificar como são as aulas de Educação Física.

    As questões que nortearam a pesquisa e nos permitirá atingir os objetivos e responder ao problema inicial são: Qual a importância da Educação Física para formação das crianças? Qual o acompanhamento dos pais/responsáveis em relação à Educação Física? Os alunos se demonstram motivados quando tem aulas de Educação Física?

    O estudo proposto aconteceu dentro da Linha de pesquisa Educação e Cultura do Movimento Humano e tem seu referencial teórico estruturado em: Percurso da Educação Física Brasileira (SOARES, 2007; GHIRALDELLI, 1998) Educação Física Escolar (COLETIVO DE AUTORES, 1992; PELLANDA apud KUNZ, 2006; BRASIL, 1996; (BRACHT, 2005; BRASIL, 1997b); Educação Física: aproximações com os pais (BUSCAGLIA, 1997; SILVA, 2008; COLETIVO DE AUTORES, 1992; BRASIL, 1998 apud, JESUS, 2010; DESSEN; POLONIA, 2005); Metodologia (GIL, 1994; MINAYO, 2009). Na sequência apresenta-se a metodologia, a tabulação e análise dos dados coletados, as conclusões e as referências.

2.     Percurso da Educação Física brasileira

    A Educação Física passou por várias tendências até os dias de hoje, na qual temos uma e Educação Física escolar votada para o estudo da cultura corporal do movimento onde se estuda e se trabalha através do homem para tornar o homem um ser humano mais humano e mais crítico e comprometido com a sociedade que temos.

    Para que se compreenda o momento atual da Educação Física, a fim de buscar sua identidade, é necessário discorrer o seu percurso, assim nos deparamos com a Educação Física Higienista (até 1930) tinha como principal objetivo a saúde a higiene do corpo, preocupava-se em formar homens e mulheres sadios, fortes e dispostos à ação, disciplinava hábitos saudáveis às pessoas.

    Para Soares (2007, p. 18) “No caso do Brasil, a Educação Física aparecerá vinculada aos ideais eugênicos de regeneração e embranquecimento da raça, figurando com congressos médicos, em propostas pedagógicas e em discursos parlamentares”.

    A educação física aparecia fortemente com a ginástica e através dela com os seus exercícios que tiraria as pessoas de todos os males e vícios e os dariam uma vida segura e regrada na sociedade capitalista.

    Na sequencia Ghiraldelli coloca a Educação Física Militarista (1930-1945) impôs um padrão de comportamento estereotipado, na qual elimina os fracos e premia os fortes, num sentido de raça suprema, cidadão como soldado.

    A tendência de Educação Física Pedagogicista (1945-1964) se preocupava com a juventude que frequentava a escola. A ginástica, a Dança e o desporto eram os caminhos corretos de se educar os alunos, era fazer com que o aluno aceitasse as regras de convívio democrático.

    Com o Golpe Militar de 64, outra tendência surge que é a chamada Educação Física Competitivista (pós-64) teve como foco principal a competição por si só, objetivando a superação individual, impondo uma ideia de atleta herói.

    Paralelo a essas todas vem a Educação Física Popular. É a Educação Física da organização dos trabalhadores foi outra forma de se pensar, propondo um papel de organização e mobilização da sociedade, com esse efeito ela vai se tornando o que os trabalhadores chamaram de solidariedade operária.

    Dentro dessa perspectiva é preciso que entendam que o movimento humano não pode ser tomado como algo abstrato, regido exclusivamente pelo tecnicismo “neutro” da área, mas deve ser compreendido e estudado como intimamente ligado ao movimento social. E isso fica claro quando tomamos lutas/danças que representam não apenas movimentos musculares, mas movimentos sociais de libertação popular (podemos pensar como exemplo, na capoeira). (GHIRALDELLI 1998, p.54).

    Com o fim da ditadura militar inicia-se um processo de discussão sobre a Educação Física brasileira, entre as liberais e as progressistas. As tendências liberais se constituem de Desenvolvimentista, Psicomotricidade, Saúde Renovada e Esportivizada, e as progressistas que se constituem em Crítico – Superadora e Emancipatória.

3.     Educação Física Escolar

    A Educação Física escolar desenvolve uma reflexão pedagógica sobre o que o homem vem construindo no decorrer de sua história, conhecida pela expressão corporal: jogos, lutas, danças, esportes e outros que de certa forma são criadas e desenvolvidas pelos homens através de experiências vividas no decorrer de sua história e incluída em sua cultura.

    É necessário que se compreenda que o homem não nasceu pulando, correndo, saltando, jogando etc. Isso são práticas corporais que ele foi desenvolvendo e construindo conforme foi havendo necessidades no decorrer da sua história.

    As aulas de Educação Física tem um sentido também lúdico onde instiga o aluno a pensar, criar novas culturas tanto em seu meio de trabalho como no próprio lazer.

    A expectativa da Educação Física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos - a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.40).

    A Educação Física torna o aluno um ser emancipado, na qual possa ser mais humano consigo e com os que os rodeiam e que o mesmo esteja preparado para confrontar e enfrentar com o mundo capitalista que o rodeia.

    O mais eficiente opressor é aquele que convence seus subordinados a amar, a desejar e a se identificar com o seu poder, e, qualquer prática de emancipação, portanto, envolve aquilo que é mais difícil entre todas as formas de libertação, liberar nós mesmos de nos mesmos. (PELLANDA apud KUNZ, 2006, p. 45).

    As pessoas se deixam envolver pelo consumismo com o discurso de busca de um conforto, que na realidade se matam para adquirir, adquirem e no final acreditam que aquilo já não é mais valido pois já apareceu o novo o mais atual e se iludem novamente se deixando explorar pelo sistema.

    Para Bracht (2005, p.41)

    Os objetivos da Educação Física na escola não podem ser simplesmente deduzidos logicamente dos conhecimentos sobre o desenvolvimento da criança. É preciso para tanto, elucidar qual o papel desejável para a Escola em nossa sociedade. Isto por sua vez implica, tanto em fazer uma leitura da sociedade em que vivemos como implica em projetar a sociedade que almejamos. Portanto, para uma teoria para a prática pedagógica em Educação Física, o “porquê” (decisões normativas) não pode ser discutido isoladamente do “como” (questões técnico-metodológicas).

    Deve-se planejar e reorganizar essa forma de pensar sobre a educação física, quem queremos e pra que queremos educar.

    De acordo com a LDB Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.

Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

3º - A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica. (BRASI, 1996)

    A Educação Física como componente curricular contribui para a socialização dos alunos, pois proporciona liberdade para que os alunos possam se relacionar, principalmente através dos esportes e jogos cooperativos.

    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (1997).

    Nos jogos, ao interagirem com os adversários, os alunos podem desenvolver o respeito mútuo, buscando participar de forma leal e não violenta. Confrontar-se com o resultado de um jogo e com a presença de um árbitro permitem a vivência e o desenvolvimento da capacidade de julgamento de justiça (e de injustiça). Principalmente nos jogos, em que é fundamental que se trabalhe em equipe, a solidariedade pode ser exercida e valorizada (BRASIL, 1997b, p.25).

    A Educação Física é responsável pela cultura corporal movimento que visa o desenvolvimento do ser em todos os aspectos.

4.     Educação Física: aproximações com os pais/responsáveis

    A escola busca aproximações com os pais/ responsáveis, para que possam perceber a importância do acompanhamento escolar de seus filhos em todas as disciplinas, e não diferente para com a Educação Física, na qual ainda se pensa que é simplesmente “jogar”. “A Educação Física escolar pode sistematizar situações de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a conhecimentos práticos e conceituais”. (BRASIL, 1997b, p.24).

    Hoje a família é percebida como um contexto complexo, mas promotor do desenvolvimento, da sobrevivência e da socialização da criança, [...] não há dúvida de que a família, tal qual existe atualmente, é uma força poderosa. Ela desempenha importante papel na determinação do comportamento humano, na formação da personalidade, no curso da moral, na evolução mental e social, no estabelecimento da cultura e de suas instituições. (BUSCAGLIA, 1997, p. 78)

    “Supõe-se que a criança entre para a escola com um lugar simbólico já estabelecido pela família, e que ela já se veja com condições de ter acesso a outros bens de cultura”. (SILVA, 2008, p. 17)

    A criança quando vai para a escola, ela deixa de ter atenção para si, ou seja, o individual e passa a ser de forma coletiva com os demais alunos, na escola é o espaço a criança começa a dar seus primeiros passos longe dos pais/responsáveis e a fazer parte de outros lugares e grupos que não tinha contato antes.

    [...] o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 1998 apud, JESUS, 2010, p.29).

    A família contemporânea se constitui de diferentes formas, entretanto não diminui sua responsabilidade quanto à vida escolar de seus filhos, ao contrário, só aumenta. De acordo com a LDB Nº 9.394/96 em seu artigo 6º estabelece que, “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental”. (BRASIL, 1996)

    É de suma importância que a escola e os pais/responsáveis estejam juntos, acompanhando a vida escolar de seus filhos, conforme nos mostra Coletivo de Autores (1992, p.32).

    O confronto do saber popular (senso comum) com o conhecimento científico universal selecionado pela escola, o saber escolar, é, do ponto de vista metodológico, fundamental para a reflexão pedagógica Isso porque instiga o aluno, ao longo de sua escolarização, a ultrapassar o senso comum e construir formas mais elaboradas de pensamento.

    Os pais/responsáveis e a escola devem manter um diálogo para possam esclarecer dúvidas e entender o que está sendo ensinado. A Educação Física proporciona a autonomia dos alunos para que possam conversar sobre tudo o que lhes são ensinados, tanto em casa com seus pais como na escola.

    [...] o sucesso da parceria pais-professores está interligado à compreensão das diferentes questões que os envolvem na ação educativa, com respeito ao aluno e sua história escolar considerem que pais e educadores têm uma relativa igualdade no impacto sobre a criança, compreendam que pais e educadores devem ser honestos uns com os outros e aprendam a se adaptar uns aos outros e a concentrar o seu investimento sobre a criança. Todos estes aspectos são relevantes quando visam o seu bem estar e o seu desenvolvimento. (DESSEN; POLONIA, 2005 p. 309).

    Para Buscaglia (1997) a família deve assumir sua parte da responsabilidade, pois é dentro dos limites desta unidade social. Mas, além disso, que se aprende a ser único, a desenvolver a individualidade e identidade.

    Entre as diversas atribuições da família em relação aos seus filhos há uma muito importante, que está prevista no Art. 55 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, que é a determinação de que “os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. (BRASIL, 1990, p. 14).

    É na família que a criança inicia o processo de construção do seu conhecimento, é no seio familiar que ela começa a ter os primeiros gostos, vontades e visão de mundo de um senso comum ou não.

5.     Metodologia

    O estudo realizado caracteriza-se por uma pesquisa de campo básica que para Gil (1994, p. 43), “[...] permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social”.

    Para esta pesquisa usamos a abordagem qualitativa. Conforme Minayo (2009, p.22), a pesquisa qualitativa “se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, crenças [...] o que corresponde a um espaço mais profundo das relações.”

    Nesta pesquisa os objetivos e os procedimentos realizados são vistos como exploratórios descritivos. Exploratórios porque segundo Gil (1994, p.44) [...] tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis [...] envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas com pessoas diretamente envolvidas com o assunto.

    E é descritiva por ter como “objetivo a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos [...]”. (GIL, 1994, p. 45).

    Para a coleta de dados envolvemos 21 pais/responsáveis, da Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza S/C. A cada participante foi entregue um termo de consentimento informando sobre o objetivo da pesquisa, que assinaram concordando com a pesquisa.

    O instrumento utilizado foi um questionário, para Gil, (1994), o questionário é uma técnica de investigação com um número determinado de questões apresentadas por escrito às pessoas com a finalidade de conhecer opiniões, crenças, sentimentos, interesses, situações vivenciadas e etc.

    O questionário foi elaborado e embasado na fundamentação teórica deste artigo, sendo entregues aos pais pela Direção da escola, tendo como prazo para resposta 30 dias.

    O questionário foi organizado com perguntas abertas e fechadas, para que os pais pudessem expressar como percebem as aulas de Educação Física do ensino fundamental de nove anos, da Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza /SC.

    Os dados coletados por meio de questionários foram analisados de acordo com o referencial teórico proposto e logo após elaborou-se as conclusões que finalizam este trabalho.

6.     Análise dos dados

    A pesquisa foi realizada na Escola Augusto Mondardo da rede municipal de Nova Veneza, SC, no segundo semestre de 2013. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário com todos os pais/ responsável, que possuem filhos nesta unidade escolar. Cada pai/responsável recebeu um questionário para a identificação do grau de escolaridade, idade, gênero e o vinculo que tem com a criança da escola envolvida na pesquisa. O questionário continha perguntas abertas e fechadas a respeito das aulas de educação física realizadas na Escola Augusto Mondardo de Nova Veneza, SC.

    Primeiramente foi esclarecido à direção da escola com entrega de ofício, e a mesma se responsabilizou em comunicar os pais/responsável sobre a importância da sua participação na pesquisa.

    Os pais/responsáveis atenderam prontamente a solicitação de participação na pesquisa. Juntamente com o questionário foi encaminhado um termo de consentimento, para que os pais/responsáveis pudessem autorizar, devolvendo ao pesquisador.

    É importante dizer que dos 31 questionários distribuídos aos pais/responsável, 21 retornaram para a escola, mostrando que os pais/responsável responderam a pesquisa com empenho e se colocaram a disposição para maiores esclarecimentos, se necessário.

    Os dados coletados foram tabulados por semelhança para facilitar a organização e análise. Para efeito de sigilo, os pais serão denominados neste estudo como Pai/Responsável 1 (P/R 1), Pai/Responsável 2 (P/R 2), Pai/Responsável 3 (P/R 3), Pai/Responsável4 (P/R 4), e assim respectivamente com todos os pais/responsável.

    De acordo com dados podemos perceber o grau de escolaridade dos pais/ responsável, sendo que 1 possui o ensino superior completo ; 8 possuem o ensino fundamental completo; 8 possuem o ensino médio completo; e 4 possuem o ensino fundamental inicial.

    Na segunda análise apresentamos a faixa etária dos pais/responsáveis, participantes da pesquisa. Os pais/responsáveis que reponderam possuem faixa etária de 20 a 30 anos, 4 pais/responsáveis; 31 à 40 anos 8 pais/responsáveis; de 41 à 50 anos 6 pais /responsáveis; de 51 à 60 anos 3 pais/responsáveis.

    Ainda no intuito de caracterizar os pais/responsável, procurou-se saber o gênero dos pais/responsáveis, que responderam o questionário.

    Foi possível perceber que 12 pessoas do gênero feminino responderam o questionário e 9 do gênero masculino. “A família transmite valores, atitudes, cultura, conhecimento e habilidades para a vida, com base na maneira como oferece suporte emocional, social e financeiro para as crianças” (DESSEN; SILVA, 2004, apud, GUALDA; BORGES; CIA, 2013, p. 309).

    Então é no seio familiar que o indivíduo começa a se conhecer e se adaptar-se com o mundo com o apoio dos pais/ responsáveis. Nos estudos levantados certificou-se que 9 pais responderam o questionário; 9 mães e 3 avós.

    Após caracterizar os investigados, procurou-se verificar com os pais / responsável, se quando frequentavam a escola, havia as aulas de Educação Física e como eram.

    Para todos os questionados havia aulas de Educação Física quando frequentavam a escola, entretanto o que podemos perceber que para P/R 16, P/R 20 e P/R 21 as aulas eram mais o menos e não colocaram que atividades praticavam; para P/R 5, P/R 12, P/R 13, P/R 14, P/R 17 consideram que suas aulas eram divertidas e voltadas para jogos e brincadeiras; já para os P/R 1, P/R 2, P/R 3, P/R 4, P/R 6, P/R 7, P/R 8, P/R 9, P/R 10, P/R 11, P/R 15, P/R 18, P/R 19 consideram que suas aulas eram voltadas para a prática de esportes, juntamente com atletismo e ginástica.

    “Sim fazíamos teste Cooper, jogávamos futebol, handebol e praticávamos corrida” (P/R 3).

    Para o Coletivo de Autores (1992, p. 38)

    “[...] busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo e formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da historia, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criados e culturamente desenvolvidas”.

    Através das expressões corporais que são múltiplas o professor como mediador pode fazer com que o aluno cresça numa forma espiralada onde o conhecimento que ele tem hoje amanhã possa ser expandido.

    De acordo com os pais/responsáveis eles acompanham os filhos, e demonstram saber os respectivos horários das aulas de Educação Física, sendo que 19 pais/responsáveis apontam que os mesmos possuem 2 de aulas de Educação Física por semana, entretanto os alunos desta unidade escolar possuem 2 dias de aulas, com carga horária de 3 aulas, na qual uma contém uma hora e dez minutos (aula faixa) e outra aula contém uma hora, contabilizando num total de 130 minutos /aulas por semana.

    De acordo a LDB 9394/96:

Art. 23º, § 2º. O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.

Art. 24º. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;

    Como o calendário escolar deve se adequar as necessidades, quem determina é o município, então na Escola Augusto Mondardo o horário das aulas foi definido para as aulas de Educação Física fosse reservado dois dias por semana de aula na qual um período é de 1 hora e 10 minutos e outro dia é de uma hora. Assim os alunos tem 2 dias de aula por semana num total de 130 minutos de aulas semanais de Educação Física.

    Segundo dados levantados todos os pais/responsáveis acreditam serem importantes às aulas de Educação Física na Escola Augusto Mondardo, pois 4 acreditam que ajuda na qualidade de vida; 8 incentiva o esporte e assim por diante e somente 1 diz que contribui para formação de criança. “Sim, pois incentiva os alunos a praticar esportes e atividades físicas, isso é positivo” (P/R 7).

    Entendo que estes pais/responsáveis foram formados em uma época em que a Educação Física ainda era isso que eles relatam, isto é, somente esporte, entretenimento, descanso, brincadeira e curtição. Mas, essa época se foi. Isso é algo ultrapassado e se não podemos mais mudar hábitos e tradições nos pais, nosso foco tem de ser nos alunos. Perpetuar uma Educação Física com menor importância que as outras disciplinas, não pode mais ser nosso papel. Antes sim ensinar a nossas crianças que esta disciplina é tão importante quanto as outras. Que o corpo está presente também nas aulas de matemática e história e nas demais. Que somos corporais e desse modo cultivar hábitos que mais tarde serão transmitidos quando estas crianças se tornarem pais.

    A Educação Física chamada de cultura corporal está sendo repassada para os alunos, pois de acordo com os questionados os filhos tem uma variedade de atividades sendo desenvolvidas na escola, é possível identificar que a maioria dos pais/responsáveis está ciente, que nos dias que os filhos têm aulas práticas é de estrema importância compareça nas aulas com roupas apropriadas e calçadas adequados, pois os mesmos são fornecidos pela Secretaria de Educação Municipal, além de ser o uniforme da escola.

    A roupa apropriada permite aos alunos mais flexibilidade, destreza nos movimentos e com calçados adequados, os alunos podem utilizar a quadra com menos riscos de se machucarem.

    Podemos perceber que há uma variedade de atividades realizadas na escola.

    “Ele pratica atletismo, futebol, voleibol e outras atividades” (P/R 7).

    De acordo com o Coletivo de Autores: (1992, p. 38).

    Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física, tem características bem diferenciadas das da tendência anterior. Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas.

    Então se temos uma história a ser conhecida e difundida por que não anunciá-la aos alunos assim enriquecendo a cultura escolar através da Educação Física.

    Pelos dados obtidos a maioria dos pais/ responsável percebem que seus filhos gostam das aulas de Educação Física, acreditando que as aulas são para a distração, para ficar um pouco longe dos cadernos ou seja para brincar. Acredito que isso fica visível pelo fato das aulas serem ao ar livre e as crianças comentarem em casa que gostam e se divertem.

    Para P/R 2: “Meu filho acha importante, porque é um momento de distração e entretenimento”.

    O primeiro ciclo vai da pré-escola até a 3ª série. É o ciclo de organização da identidade dos dados da realidade. Nele o aluno encontra-se no momento da síncrese. Tem uma visão sincrética da realidade. Os dados aparecem (são identificados) de forma difusa, misturados. [...] Nesse ciclo o aluno se encontra no momento da "experiência sensível", onde prevalecem as referências sensoriais na sua relação com o conhecimento. O aluno dá um salto qualitativo nesse ciclo quando começa a categorizar os objetos, classificá-los e associá-los.

    O segundo ciclo vai da 4ª à 6ª séries. É o ciclo de iniciação à sistematização do conhecimento. Nele o aluno vai adquirindo a consciência de sua atividade mental, suas possibilidades de abstração, confronta os dados da realidade com as representações do seu pensamento sobre eles. Começa a estabelecer nexos, dependências e relações complexas, representadas no conceito e no real aparente, ou seja, no aparecer social. Ele dá um salto qualitativo quando começa a estabelecer generalizações. (Coletivo De Autores, 1992, P.35)

    Com dados analisados na Escola Augusto Mondardo as crianças se encontram nestes dois respectivos períodos, na qual estão em fase de organização e sistematização do conhecimento, sendo a fase de explorar ou seja o brincar e se aperfeiçoar com o maior número de objetos que eles possam conhecer e o professor deve ser esse mediador na escola.

    Segundo pais/responsáveis seus filhos têm aulas teóricas sobre os devidos conteúdos e não somente está sendo “lançado a bola” ou “ficando livres por si só”. Assim os alunos estão aprendendo na sala e tendo a oportunidade de criar e praticar os conteúdos fora.

    Isso já mostrando as tendências progressistas tratando o conhecimento cientifico e prático.

    De acordo com dados analisados 100% dos pais/ responsáveis acreditam que as aulas de educação física contribuem significativamente na formação de seus filhos.

    No Coletivo de Autores (1992, p. 50)

    A Educação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal.

    É possível perceber que os alunos da Escola Augusto Mondardo do Município de Nova Veneza S/C tem acompanhamento de seus pais/responsáveis. No que diz respeito à disciplina de educação física, podem não ter um conhecimento sobre os objetivos das aulas, mas acreditam que contribui para a formação de seus filhos.

7.     Conclusão

    Ao término deste trabalho podemos concluir que a educação física brasileira surge de uma luta de classes aonde vem sofrendo certas crises identidade, passando por várias mudanças.

    Notamos que os pais/ responsáveis da Escola Augusto Mondardo acompanham os alunos e acreditam na importância das aulas de Educação Física, seja ela para auxílio ao esporte, saúde ou mesmo acrescentar novas atividades a seus filhos.

    Os pais/responsáveis em suas respostas não demonstram ter entendimento sobre a Educação Física atual, pois a Educação Física aparece nas falas, voltada ao esporte rendimento e auxílio a saúde. Então, em que momento os pais/ responsáveis percebem que as aulas de Educação Física proporcionam a reflexão? E quando pensam e criam novas atividades a partir daquela que eles aprenderam?

    Os pais/responsáveis na sua grande maioria responderam acompanhar seus filhos inclusive saberem de seus horários de aulas por semana.

    Os pais/responsáveis, no seu tempo de escola, as aulas de Educação Física eram mais esportivizada.

    Também é importante destacar, que através dos questionamentos, que os pais/responsáveis conseguem perceber que seus filhos gostam das aulas de Educação Física pelas atividades que são propostas e nos dias de aula demonstram empolgação, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de todos que da escola fazem parte.

    Após esse estudo conseguimos constatar que os pais/responsáveis além de acompanhar o ensino e aprendizagem de seus filhos, percebem a sua importância. E que a Educação Física não deve ser somente aquela de rendimento, na qual o bom atleta nos esportes se sobre sai e o que não tem aptidão para tal é excluído ou deixado de lado, virando um mero telespectador da aula.

    A Educação Física é para todos, deve ser organizada e planejada a fim de que possibilidade a formação humana.

Referências

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