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Comunicação entre médicos e enfermeiros como instrumento

básico do cuidar dentro da unidade de terapia intensiva

La comunicación entre médicos y enfermeros como instrumento básico del cuidado en la unidad de terapia intensiva

Communication between doctors and nurses care as a basic tool in the intensive care unit

 

*Especialização em Emergência e UTI, na Faculdade Social da Bahia

**Orientadora do curso de especialização em Emergência e UTI

na Faculdade Social da Bahia

***Universidade Federal de Alagoas

****Universidade Federal da Bahia

*****Universidade Federal do Ceará, INTA-FGF

(Brasil)

Vanessa Cerqueira Nascimento*

Ana Debora Santana Santos*

Jamile Paixão Lopes Santos**

Shirley de Jesus Coelho***

Amuzza Aylla Pereira dos Santos***

Renata Costa Silva****

Roberta Santos Cerqueira****

Hildson Leandro de Menezes*

José Joceilson Cruz Assis*****

Gilberto Santos Cerqueira*****

profa.shirley@live.com

 

 

 

 

Resumo

          A comunicação é um tema complexo com importância na qualidade em assistência por ser direta ou indiretamente associada ao cuidado de enfermagem. Assim o objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica comunicação entre médicos e enfermeiros como instrumento básico do cuidar dentro da unidade de terapia intensiva. Foi realizado um Estudo de revisão bibliográfica através das bases de dados do SciELO, LILACS, Bireme e Google acadêmico, na qual foram selecionados estudos clássicos e recentes relevantes para a discussão do tema abordado.Verificou-se que comunicação entre médicos e enfermeiros na unidade de terapia intensiva é de vital importância para o funcionamento da unidade, porém ocorre problemas nessa comunicação principalmente na comunicação verbal devido a problemas de relações interpessoais e comunicação escrita devido a grafia do médicos. Contata-se a necessidade de elaboração de programas de educação continuada com intuito de diminuir os problemas de comunicação entre a equipe médica e de enfermagem.

          Unitermos: Comunicação. Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva.

 

Resumen

          La comunicación es un tema complejo, con importancia en la calidad de atención que debe directa o indirectamente asociados con la atención de enfermería. Así, el objetivo de este estudio fue realizar una revisión de la literatura la comunicación entre los médicos y las enfermeras como un instrumento básico de la atención en la unidad de cuidados intensivos. Hemos llevado a cabo un estudio de revisión de la literatura a través de la base de datos SciELO, LILACS, Google Scholar y Bireme, que se seleccionaron los estudios clásicos y recientes de interés para la discusión del tema. Se encontró que la comunicación entre los médicos y enfermeras de la unidad de cuidados intensivos es de vital importancia para el funcionamiento de la unidad, pero este problema se presenta principalmente en la comunicación verbal, debido a problemas de comunicación interpersonal y escrito porque la ortografía de los médicos. Póngase en contacto con la necesidad de desarrollar programas de educación continua con el fin de reducir los problemas de comunicación entre el personal médico y de enfermería.

          Palabras clave: Comunicación. Enfermería. Unidad de Cuidados Intensivos.

 

Abstract

          Communication is a complex issue with importance in care quality to be directly or indirectly associated with nursing care. Thus the aim of this study was to perform a literature review communication between physicians and nurses as a basic instrument of care within the intensive care unit. We conducted a literature review study through the databases SciELO, LILACS, and Google scholar Bireme, which were selected classic and recent studies relevant to the discussion of the subject. It was found that communication between doctors and nurses in the intensive care unit is of vital importance for the functioning of the unit, but this problem occurs mainly in verbal communication due to problems of interpersonal and written communication because the spelling of doctors. Contact the necessity of developing continuing education programs in order to reduce the problems of communication between the medical staff and nursing.

          Keywords: Communication. Nursing. Intensive Care Unit.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A comunicação é um processo: Uma pessoa emite uma mensagem para outra(s), a pessoa que envia codifica os pensamentos em uma mensagem. A mensagem é canalizada geralmente por palavras para o receptor. O receptor decodifica a mensagem, pensa sobre e responde internamente (CAPITANIO, 2003).

    A comunicação é o processo de transmissão e compreensão de informações, ela está inserida no contexto social e representa a conversação entre indivíduos, considerada como uma interface na troca de informações tornando em comum a mensagem transmitida. Caso essa interação não aconteça o processo de comunicação não se efetivou.

    No âmbito da saúde comunicação significa muito mais que uma simples transmissão de informações, a tarefa desse profissional é decodificar, decifrar e perceber o significado da mensagem que muitas vezes acontece não só pela escrita ou verbal, mas pela expressão facial, audição e o tato, realizados conscientemente ou não. Este ato realizado de forma desconexa pode gerar conflitos originados pela não compreensão ou transmissão de uma atitude ou mesmo por uma reação inesperada.

    O conflito entre profissionais da medicina e da enfermagem, historicamente as duas principais categorias profissionais responsáveis pelo cuidado do paciente, é originado a partir da associação de diversos fatores que vão desde a constituição da equipe multiprofissional até as questões salariais (OLIVEIRA et al., 2010).

    A construção da relação dicotômica médico-enfermeiro abrange atributos históricos de cada ator da organização social instituída como equipe multidisciplinar em saúde, bem como contempla a noção de representações sociais dos mesmos (OLIVEIRA et al., 2010).

    A literatura é unânime em denunciar a relação conflituosa das categorias profissionais ora evidenciadas (ELIAS; NAVARRO, 2006; LIMA; BASTOS, 2007). A análise fatorial permite avaliar os fatores que interferem na relação médico-enfermeiro, sendo que destes configuram-se como fatores de prevenção do conflito: Divisão de tarefas na equipe, Influência do hospital-escola e Reflexo no paciente. Em contrapartida, são consideradas geradoras do conflito as categorias Comunicação interprofissional, Reconhecimento interprofissional e Condições de trabalho.

    A comunicação é um importante instrumento em ciências da saúde principalmente na relação médico enfermeiro na unidade de terapia intensiva onde o estresse, a intensividade do cuidar e a gravidade dos pacientes podem contribuir para erros na comunicação. Além disso, falhas na comunicação pode gera conflitos e ocasionar erros no preparo e administração de medicamentos. Assim observa-se que trabalhos sobre a comunicação entre enfermeiro e médicos são escassos na literatura. Baseado nessas premissas, o objetivo desse trabalho foi investigar como ocorre a comunicação entre médicos e enfermeiros no cuidar dentro da unidade de terapia intensiva

2.     Metodologia

    Foi realizada uma revisão da literatura, a qual foi embasada em artigos científicos e livros. Segundo Gil (2007, p. 44) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas.

    Esse estudo de revisão bibliográfica possui base descritiva e foi realizada no período de setembro de 2012 a fevereiro de 2013 com o levantamento de dados pesquisados na literatura com o objetivo de selecionar estudos clássicos e recentes relevantes para a discussão do tema abordado encontrados em bibliotecas virtuais e base de dados como Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Google acadêmico e Science direct.

    Para iniciar a busca dos resumos, foram acessados os sites e, por meio da Terminologia em Saúde, consultada os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), identificando os seguintes descritores: comunicação, enfermagem, medicina e UTI) e enfermagem bem como suas respectivas traduções para o idioma inglês, sendo considerados apenas os artigos que possuíam esse descritor no seu resumo ou abstract. Além dos critérios de inclusão supracitados foram incluídos apenas os artigos relevantes para o tema.

3.     Resultados e discussão

    A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é diferente de outras unidades de internação. É um ambiente que possui muitas máquinas, no qual os indivíduos convivem em situações de emergências, risco e morte diariamente, uma variedade de profissionais em um pequeno espaço físico, havendo isolamento social, criando assim muitas barreiras para uma comunicação adequada (NASCIMENTO; TRENTINI, 2004).

    Dentro da cultura complexa de uma organização hospitalar interagem dois grupos de grande importância para a atividade-fim do hospital, o médico e o enfermeiro. Por suas tarefas serem interdependentes, é mantido entre eles um estreito relacionamento é uma comunicação intermitentemente.

    A Comunicação é a troca de informações, fatos, idéias e significados. Entre os componentes de uma comunicação estão a mensagem, o comunicador, o receptor, e o meio.

    Nos processos de codificação, decodificação e feedback são sentidas as influências de seus componentes como: a urgência da mensagem, a experiência e a habilidade do emissor, e a imagem que este tem do receptor. Mas, a maior interferência na comunicação ocorre por conta dos ruídos de interpretação, capazes de distorcer a mensagem durante o processo comunicativo (QUINN, 2003).

    A comunicação diz respeito ao ato de se comunicar fora ou dentro da instituição, com clientes e outros profissionais. O profissional de saúde precisa saber comunicar–se e gerenciar a comunicação (BERNDT, 2003). "Os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem manter a confiabilidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não–verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio, de pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação” (BRASIL, 2001; FLEURY; FLEURY, 2001).

    Entre os fatores que impulsionam a necessidade de fortalecer os processos de comunicação entre enfermeiros e médicos na unidade de terapia intensiva esta na maior demanda da troca de informações sobre o paciente e cuidar em terapia intensiva, haja vista que esses pacientes necessitam de cuidados intensivos devido ao grande risco de morte e essa comunicação aumenta a efetividade do cuidar pois a evolução do paciente e melhor acompanhada e os cuidados passam a ser mais intensos.

    A importância da informação em saúde destaca–se pela visão epidemiológica que propicia ao enfermeiro identificar problemas individuais e coletivos dos pacientes, relacionados como elementos para a análise da situação encontrada, subsidiando a busca de possíveis alternativas de encaminhamento e planejamento para a resolução dos problemas encontrados na unidade de terapia intensiva (PERES et al., 2006).

    Essas informações abrangem os dados referentes ao processo saúde–doença do indivíduo ou população analisada e ao transformar esses dados em conhecimento efetivo para a ação de cuidados de Enfermagem, instrumentalizam a implantação de uma metodologia da assistência. A padronização apresenta importância especial na representação e comunicação das informações de Enfermagem (PERES et al., 2006).

    A comunicação satisfatória entre o paciente, o médico e a equipe multiprofissional que o cerca é uma preocupação constante e importante na humanização da assistência. A habilidade de comunicar-se com o outro é uma das qualidades importantes para o enfermeiro, que deve demonstrar sensibilidade à comunicação não verbal e ter capacidade de ouvir atentamente, sabendo o que falar e quando falar, em linguagem clara e acessível (STEFANELLI, 2005).

    Os problemas de comunicação que podem gerar atos inseguros pertencem a três categorias: falhas no sistema em que o canal de comunicação não existe, não está funcionando ou não é regularmente utilizado; fracasso na emissão das mensagens, quando o canal de comunicação existe, mas a informação não é transmitida; falhas na recepção, quando o canal de comunicação existe, a mensagem foi enviada de maneira correta, mas o receptor a interpretou de forma equivocada ou com atraso (REASON, 1997).

    O Food and Drug Administration (FDA) avaliou, no período de 1993 a 1998, os relatórios de erros de medicamentos que foram fatais e identificou que 16% das causas desses erros foram atribuídas à falha na comunicação (MEADOWS, 1997).

    No processo de prescrição de medicamentos, a utilização do papel carbono é vista como um fator positivo, pois elimina a fase de transcrição que seria um passo adicional para se incorrer em erro; no entanto, quando de má qualidade, a segunda via da prescrição não apresentará boa resolução, podendo ocasionar problemas relacionados à sua legibilidade, com conseqüente erro no processo seguinte, caracterizando assim um erro de comunicação entre o médico e a equipe de enfermagem (SILVA et al., 2007).

    Em estudo realizado no Brasil, 43,8% dos profissionais de enfermagem apontaram a caligrafia do médico, ilegível ou difícil de ser lida, como uma das quatro causas mais freqüentes para a ocorrência de erros de medicação, isso ocorre por falha na comunicação escrita (BOHOMOL; RAMOS, 2003).

    A construção da relação dicotômica médico-enfermeiro abrange atributos históricos de cada ator da organização social instituída como equipe multidisciplinar em saúde, bem como contempla a noção de representações sociais dos mesmos (OLIVEIRA et al., 2010).

    Contudo, geralmente, esses profissionais possuem um relacionamento estreito e conflitante, por problemas pessoais ou estruturais, donde surgem obstáculos à excelência na produção em serviços de saúde o que reflete no cuidado do paciente crítico.

    O conflito entre médico e enfermeiro é um dos principais problemas nas instituições de saúde, já que entre eles se estabelece o mais estreito vínculo profissional. Desse conflito, emergem problemas que prejudicam a relação em uma equipe multidisciplinar, e, principalmente, o paciente, cujos cuidados resultam dessa relação (SILVA et al., 2006).

    Tal conflito, muitas vezes velado, é traduzido sob a forma de uma discreta disputa de poder, em que ambos querem demonstrar o seu papel preponderante no tratamento do doente: o que prescreve ou o que administra os medicamentos. O primeiro se recusa a ouvir os conselhos do segundo, que por sua vez se recusa a obedecer às recomendações do primeiro. Isso implica em perturbações no seguimento de esquemas terapêuticos, ou mesmo em erros que poderiam ser evitados.

    O conflito entre médico e enfermeiro pode ser um dos principais problemas nas instituições de saúde, já que entre eles se estabelece um vínculo profissional o mais estreito. Desse conflito, emergem problemas éticos que prejudicam a relação na equipe multidisciplinar, e, principalmente, o paciente. A depender dos resultados dessa relação, desse-se envidar esforços para que esses conflitos sejam evitados (OLIVEIRA et al., 2010).

    Portanto, as relações interpessoais e profissionais entre médico enfermeiros podem ser fontes potenciais de conflitos éticos, inclusive com possíveis repercussões na qualidade do atendimento prestado aos pacientes, dessa forma os profissionais deve agir com cautela quando houver um erro de comunicação ou prescrição de modo que seja resolvido de forma amigável evitando possíveis mal entendido até mesmo disseminação como fofoca pela unidade hospitalar.

    O enfermeiro também pode criar novas maneiras para se comunicar com a equipe médica utilizado a tecnologia da informação através de prontuário eletrônico, lousa digitais, email entre outras.

4.     Falha da comunicação entre médico-enfermeiro na unidade de terapia intensiva

    A comunicação é imprescindível para que se estabeleça uma relação interpessoal, nela estão compreendidos vários fatores que estabelecem quais os níveis das informações transmitidas, minimizando as diferenças encontradas aproximando ao máximo de uma coesão das variadas percepções.

    Estado emocional: O estado emocional em que os comunicadores se encontram é fundamental para que a comunicação flua eficazmente. Uma pessoa com seu estado emocional alterado pode emitir ou receber mensagens com distorções consideráveis, causada pelo seu estado de espírito.

    Harmonia consigo mesmo:Pessoas que tem boa auto-imagem estão bem integradas e são felizes consigo mesmas, têm melhores condições de compreender os outros, em lados da comunicação.

    Empatia: É à base das relações interpessoal. Percepção ou sensibilidade é fundamental ao processo de comunicação, mas nem sempre é racional, objetiva ou mesmo consciente. Tem pessoas que são empáticas por natureza outras tem que trabalhar esse seu lado com sua experiência de vida.

    A arte de saber ouvir: A capacidade de saber ouvir os outros é de uma importância crucial, contudo tem sido negligenciada na comunicação por ser muito difícil de ser alcançada, demandando tempo gasto, um bom ouvinte, estar disposto mudar de idéia sobre um determinado assunto, quando necessário com o intuito de alcançar seu ouvinte.

    Entretanto, observa-se que a relação médico/ enfermeiro não se estabelece de forma eficaz, atrapalhando a rotina do serviço assim como a prestação de cuidados executados aumentando as chances de negligências e imprudências dentro da saúde. Diante deste exposto temos alguns requisitos para acreditar que a comunicação entre ambas as partes são um pressuposto para a indução do erro. Segundo Siqueira e Kurcgant (2005, p. 448) a passagem de plantão é um dos episódios que mais se mostrou ruídos na comunicação, pois devido a complexidade dos pacientes os relatos são extensos e o fato de todos os profissionais do ambiente estarem no momento se havia uma quebra da continuidade da assistência, gerando insatisfação dos pacientes. Além disso, evidenciando que elementos não verbais interferem na passagem de plantão e que relatos escritos divergiam dos relatos falados ocasionando em discórdias e prováveis problemas.

    A passagem de plantão é um momento crucial, pois nele será garantida a continuidade da assistência prestada, transmitindo as informações do estado de cada paciente, as pendências, tratamentos como exames, cirurgia ser realizada ou cancelada e situações do próprio setor a serem resolvidas administrativamente. É neste momento que a atenção e o saber ouvir são cruciais ao entendimento e processamento das informações, pois uma mensagem transmitida e recebida distorcida pode causar um dano irreversível.

    Além da passagem de plantão tem o próprio diálogo entre médicos e enfermeiros no decorrer do plantão, essa conversação ocorrida de forma irregular pode gerar implicações em procedimentos realizados como: pedir medicação emergencialmente sem prescrever no prontuário do paciente, ou até mesmo prescrever, porém, confundir o paciente a ser administrado, esquecer-se de confirmar as alergias e administrar a medicação indevidamente, solicitar exames e consultas com especialistas verbalmente sem descrever no prontuário seja ele eletrônico ou manual, este último mais complicado pelo fato de muitos médicos terem uma letra ilegível, fato este que muitas vezes ocasiona no tratamento indevido por conta má qualidade da escrita.

    De acordo com Araújo; Silva; Puggina (2006, p. 420) iatrogenia é um ato causado sem intenção, mas prejudicial podendo trazer seqüelas psicológicas ao paciente muito mais dolorosas que um cortar de um bisturi ou mais intensas que dores físicas possam causar, influenciando na eficácia do tratamento.

    Muitas iatrogenias acontecem no decorrer do cotidiano, como por exemplo dar a noticia aos familiares do falecimento de um ente querido, por muitas vezes esse momento é negligenciado pelo médico ao passar a informação de forma corriqueira, esquecendo que para aquela família não é mais um paciente que faleceu e sim parte de sua geração. A maneira, o tom de voz e as expressões não-verbais expressadas entre os médicos e os enfermeiros podem destoar um entendimento negativo do familiar até mesmo do paciente que não condiz com a real situação daquele enfermo. Ramos; Bortagarai (2012, p. 166) também diz que a imprudência do profissional na má utilização da comunicação não-verbal e a inadequada percepção pelo paciente é considerado como um ato iatrogênico. A ausência de diálogo coerente traz ao serviço má qualidade na prestação de serviços e insatisfação do paciente.

    Ainda de acordo com o autor, a prestação da assistência ao paciente deve conter alguns requisitos como: um olhar atencioso, saber ouvir, um toque confortante e carinhoso transmitindo segurança, proteção e satisfação.

    Os conflitos profissionais devem ser discutidos de forma construtiva, para que os obstáculos sejam superados, restabelecendo a harmonia no ambiente de trabalho, otimizando o serviço, melhorando no convívio entre si contribuindo numa boa prestação de cuidados minimizando os danos causados por discórdias dispensáveis. Stumm; Maçalai; Kirchner (2006, p. 467) ressalta que “se não houver co-participação entre emissor e receptor na busca de soluções, não ocorrerá mudança de comportamento e crescimento nas relações interpessoais”. Conviver em harmonia é um pré- requisito para desenvolver um bom trabalho, acima de tudo estar bem consigo próprio, não deixar que o emocional interfira na profissão é uma tarefa difícil e deve ser praticada diariamente, consecutivamente.

5.     Considerações finais

    Uma das principais dificuldades que o enfermeiro enfrenta em unidade de terapia de intensiva está relacionada à demanda de atividades burocráticas e administrativas e à manutenção de um bom relacionamento interpessoal entre equipe médica e de enfermagem.

    A relação interpessoal é uma constante na unidade de terapia intensiva problemas entre as equipes repercutem na dinâmica de funcionamento da unidade, podendo gerar danos à saúde desses profissionais e no cuidado do paciente. Nesta relação, os conflitos são freqüentes, daí a necessidade de o enfermeiro possuir habilidade e competência para administrar de forma adequada, sabendo ouvir as partes envolvidas em busca de soluções.

    A educação continuada pode ser um instrumento para diminuir os problemas de comunicação entre a equipe médica e de enfermagem, cursos de relações humanas e ou interpessoais poderiam diminuir os conflitos entre esses profissionais. Além disso, treinamentos de microinformática aumentam a efetividade da comunicação já que a tecnologia da informação é uma importante ferramenta para facilitar a comunicação na unidade de terapia intensiva

Referências

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