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Afetividade, importante ferramenta na aprendizagem

La afectividad, un recurso importante en el aprendizaje

 

*Centro Universitário Adventista campus São Paulo

Especialização em Psicopedagogia

**Docente na Faculdade Adventista de Hortolândia

***Coordenadora do Curso de Psicopedagogia do Unasp

Docente na Faculdade Adventista de Hortolândia

Docente no UNASP - SP

****Docente na Faculdade Adventista de Hortolândia

*****Docente no UNASP, SP

Glauceli da Silva Florêncio*

Dra. Helena Brandão Viana**

MS. Evodite Gonçalves Amorim Carvalho***

Magda Jaciara Andrade de Barros****

Célia de Oliveira Abrahão*****

hbviana2@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste artigo foi analisar a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem e seu papel na relação entre educador, educando e família. Destacaremos que a afetividade quando presente nas relações escolares produz efeito positivo na formação do aluno. Não esquecendo de que a família também possui papel fundamental neste processo de aprendizagem, sendo a escola coparticipante desta formação. Foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativa com professores de escola pública da Rede Municipal e Estadual de Ensino. O trabalho se ampara em revisão de bibliografia onde alguns autores falam de sua vivência, estudos e pesquisas e que nos levam a repensar a nossa prática educativa em sala de aula.

          Unitermos: Afetividade. Aprendizagem. Avaliação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A afetividade é o sentimento que move a vida do ser humano, principalmente a das crianças. “Não pode haver dúvidas que o fato de que amar e ser amado produz aquele sentimento de pertencer a alguém, aquele senso de segurança necessário para que se possua confiança. Sem confiança não podemos enfrentar a vida” (McKENSIE apud DRESCHER,1999 p.56). E é com este sentimento, de confiança, que a criança inicia sua aprendizagem.

    Segundo Werlang (2010, p.8) “o tema educação traz consigo vários enfoques, e na atualidade é impossível falar em educação somente valorizando os conhecimentos, precisamos tocar no ponto das emoções”, não nos esquecendo de que o ser humano é movido por dois sentimentos: o da razão e o da emoção. Para Vygotski (apud OLIVEIRA,1992) não há separação entre intelecto e afeto, pois ambos estão interligados.

    A afetividade refere-se a todos os sentimentos que de alguma maneira toca o ser humano, seja esta de forma positiva ou negativa, é ela que contribui para a formação da autoestima da criança. “A pessoa quando se sente querida, é centrada e equilibrada e sabe se posicionar frente a todas as dificuldades que possam surgir” (PACHECO, CARNEIRO e CORREIA, 2012 p.10).

    A afetividade também pode ser concebida como o conhecimento que é construído através de nossas experiências, não se restringe a contato físico, mas com a interação que ocorre com as partes envolvidas, quer seja a intenção, os valores, as crenças, desejos, medos, enfim, sentimentos, que afetam as relações e, consequentemente o aprendizado (SANTOS e RUBIO, 2012).

    Não deve ser somente na escola que a criança deverá experimentar o afeto, primeiramente este deve permear as relações familiares. Drescher (1999) diz que o instinto de amar e ser amado é muito forte e que a maneira como os pais estendem seu amor ao filho afeta profundamente sua capacidade de relacionar-se de maneira eficaz com o outro.

    E nesta relação o aluno - na escola - poderia aprender através da afetividade, a ter respeito e demonstrá-lo com o próximo. Em nossa sociedade infelizmente a afetividade não está em evidência. Se nossas crianças vivessem a afetividade em seus lares, escola e na sociedade, teríamos uma relação social mais humanizada, diferente do que vemos hoje. As atividades nas escolas deveriam privilegiar momentos de harmonia entre alunos e não de competição, pois os efeitos que tais sentimentos causam, são de grande impacto no decorrer da vida (SANTOS e RUBIO, 2012).

    O tema proposto foi motivado a partir da visualização da necessidade de resgatar a afetividade na prática pedagógica, mostrando assim como esta ferramenta pode ser uma aliada em sala de aula. Vários autores - como Piaget, Wallon e outros contemporâneos como Arantes, Araújo - já manifestaram o interesse pelo assunto que embora não seja novo, se mostra pouco valorizado, talvez por conta das inúmeras cobranças que o professor sofre afim de que apresentem resultados nas avaliações que as escolas veem realizando com o propósito de avaliar a educação.

    A família é a base na vida do ser humano. É a responsável por fornecer às primeiras noções da vida em sociedade, inserir os conceitos de afeto, de cultura etc. A aprendizagem/afetividade se dá em todas as instâncias da sociedade, desde as primeiras carícias da mãe com o filho, passando para a relação com os demais integrantes da família, com os vizinhos, com os primeiros coleguinhas e assim o sujeito vai montando os recortes afetivos através de sua interação com o meio que o cerca (PEREIRA, 2004 p.99 - 100).

    “Apesar de diferentes em sua natureza, a afetividade e a cognição são inseparáveis, dissociadas em todas as ações simbólicas e sensório-motoras” (DE PAULA e FARIA, 2010. p.4)

    Segundo Bruner,1998 apud ARANTES, 2003 existe ligação na forma pela qual se constrói e se interpreta a experiência no mundo, ao que tudo indica a explicação se encontra na atividade simbólica que leva à elaboração de mundo, esta atividade é denominada pela criança nos primeiros anos de vida.

    Esse domínio não se dá pelo mero exercício intelectual de adquirir competência em alguma coisa, como em sintaxe ou nos significados em si, mas sim, para fazer com que coisas aconteçam: ser entendido em uma solicitação, protestar diante de uma interferência indesejada, etc. (BRUNER 1998 apud ARANTES, 2003, p.94).

    Conforme Bruner (1998) o ápice do aprendizado ocorre quando a criança aprende a realizar certos atos da fala, o uso da linguagem tem o objetivo de criar contextos sociais que por sua vez fornecerão a “marca” para os estados emocionais. A forma que a “marcação” da emoção é desencadeada é fruto das hipóteses de que o falante está desejando comunicar algo. Isto é realizada desde a concepção, quando a mãe estabelece a conexão com seu bebê, ela cria formatos de interação, mundos nos quais se interage de acordo com a realidade social. (ARANTES, 2003 p. 94).

Educação x afetividade

    São vários os motivos pelos quais muitos pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento vêm buscando compreender as relações entre a afetividade e a educação. Um motivo inicial seria o desconforto diante da noção iluminista de que tudo está alicerçado na razão, alicerçado no princípio de que o lógico é o racional e que os sentimentos e as emoções são vistos como algo negativo, que causa cegueira e distorce a realidade, e que devem por sua vez ser controlados (ARAÚJO, 2003).

    Alguns estudiosos como Damásio, Pavón, Martins, vêm tentando desconstruir essa visão científica e educacional, e tem buscado novas trajetórias para a visão de racionalidade que incorpora em seu modelo explicativo o papel funcional e organizativo dos sentimentos e das emoções nos raciocínios humanos (ARAÚJO, 2003).

    Quando pensamos em educação, concordamos que o educador é sem dúvida a peça fundamental no processo de aprendizagem. Sabemos que o professor não é o único responsável pelo sucesso ou não do educando durante sua vida escolar, mas seu papel é de vital importância (DE PAULA e FARIA, 2010). Para REGO (2004) é necessária uma prática pedagógica que atente as necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e motor para que desta forma se promova o desenvolvimento da criança em todos esses níveis.

    A educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é ela que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança (MAUCO, 1986 apud De PAULA e FARIA, 2010 p.2). Os autores ainda discorrem que na maioria das unidades escolares não ocorre à afetividade, pois segundo estes, o aluno é visto como um “lugar” onde o conteúdo deve ser depositado.

Metodologia

    Foi realizada uma pesquisa qualitativa com professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental I das escolas públicas das redes Estadual e Municipal do Estado de São Paulo. Participaram da pesquisa 30 professores. Foram duas escolas escolhidas, sendo uma da Rede Municipal de Ensino (DRE Capela do Socorro) e outra da Rede Estadual de Ensino (Região Sul 3). Ambas localizadas na Zona Sul do estado.

    As questões foram alternativas e não solicitamos a identificação dos participantes, preservando assim sua identidade. O tempo de realização da pesquisa foi de aproximadamente 30 dias, levando em consideração a disponibilidade dos professores em responder as questões e a devolutiva da mesma. Segue abaixo as tabelas com o resultado da pesquisa.

Resultados e discussão

Questionário sobre afetividade na prática pedagógica

Quadro 1. Afetividade inserida na Aprendizagem significativa

Afetividade inserida na Aprendizagem significativa

Sim

Não

1. Em sua opinião, a falta de afetividade e a ausência de valores podem interferir no processo de ensino-aprendizagem do aluno?

30

2. Você acredita que um aluno se sente estimulado e compreende significativamente o que lhe é ensinado com um ambiente afetuoso?

30

 

3. Avaliando suas aulas, você acredita estar contribuindo para a aprendizagem significativa?

30

    Podemos constatar que a totalidade de professores respondeu as questões de 1 a 3 SIM - que são conscientes de que o afeto é algo determinante na vida do aluno, que é importante no processo de ensino-aprendizagem e que promove em suas aulas um ambiente afetuoso e significativo.

Quadro 2. O Currículo e as demandas escolares promovem o distanciamento entre educador e educando?

O Currículo e as demandas escolares promovem o distanciamento entre educador e educando ?

Muito

Parcialmente

Pouco

4. O currículo que sua instituição promove, leva em consideração a realidade de seu aluno?

14

14

2

5. Considerando a quantidade de avaliações externas (SARESP, PROVA BRASIL, PROVA SÃO PAULO, etc.) e as cobranças internas da escola (data de sondagem, calendário escolar, etc.), embora aparentemente com boas intenções, você concorda que estas demandas distanciam o professor do cotidiano do aluno?

3

13

14

6. Em sua opinião, as cobranças que são feitas sobre que conteúdos deve se ensinar aos alunos para a realização das avaliações que mencionamos acima contribui para que ocorra uma relação superficial entre educador e educando. Concordo:

5

13

12

    Observamos nas questões 4 a 6 que houve uma diferença nas respostas dos professores. Na questão 4 fica claro que o tema do currículo contemplar a realidade do aluno permaneceu em MUITO e PARCIALMENTE. Apenas 2 professores responderam que o currículo não contempla a realidade de seus alunos. Nesta questão que aborda o currículo, questionamos se os professores têm realmente a noção que este currículo “oferecido pronto” contempla a realidade de seus alunos da periferia, pois no caso do Currículo do Estado de São Paulo, que é elaborado sem que haja a participação efetiva dos professores/alunos, fica a seguinte pergunta: como este pode contemplar a todos?

    Existem as diferenças regionais, econômicas e geográficas, as necessidades e realidades são totalmente diferenciadas. Diferenças estas que muitas vezes são constatadas nos Cadernos de Apoio das disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa e Natureza e Sociedade da Rede Municipal de Ensino, onde solicita do aluno informações das quais ele pode tem conhecimento, porém não uma vivência. Observo com certa frequência colegas de trabalho dizer que não apreciam trabalhar com este material, pois é enfadonho, complicado, pois seus alunos não vivem algumas das situações propostas nos cadernos. Como exemplo, ter vivências de um Zoológico, um Parque de Diversão, saber como é o centro de São Paulo, conhecer a Represa do Guarapiranga, Ter visitado um museu etc. Sabemos que estas atividades são propostas a fim de enriquecer o aprendizado do aluno e a partir destas o aluno poderá vivenciar novas experiências, como por exemplo, conhecer o Museu do Futebol, visitar o centro da cidade e conhecer o Rio Tamanduateí, porém não partem do conhecimento que este traz de sua vivência.

    Para Silva (2012) o currículo como construção social e o currículo enquanto prescrição/ou controle gera conflitos, pois nascem com propostas em pólos opostos. O currículo social busca o envolvimento do professor, que por sua vez, conhece a realidade da escola, de seu aluno e da comunidade. Já o “currículo de controle”, ao excluir o professor da elaboração, leva, muitas vezes, a uma resistência na implementação ou uma desmotivação no processo ensino-aprendizagem.

    Voltemos ao questionário, nas questões 5 e 6 podemos observar que novamente poucos professores respondem MUITO, acreditando que as demandas da escola, as avaliações externas e internas comprometem sim, a relação dele com seu aluno. A maioria dos professores opta por PARCIALMENTE e POUCO (dois professores riscaram a palavra pouco e colocaram NÃO, dizendo não acreditar que estas demandas interfiram em sua relação com os alunos).

Quadro 3. Possíveis fatores de desafeto

Possíveis fatores de desafeto

7. Qual desses fatores mais contribui com o distanciamento entre professor e o aluno

Quantidade de respostas

Salário

5

Salas superlotadas

22

Ausência de recursos

5

Trabalhar em 2 ou 3 escolas

9

Ausência familiar

19

Nenhum desses fatores

1

Outro

4

    Neste quadro foi permitido, se assim o professor desejasse, escolher mais de uma alternativa para os fatores que contribui para o distanciamento entre professor e aluno. O interessante é observar que reconhecemos aqui a contradição nas respostas 5 e 6 com esta questão 7. Vamos recordar: praticamente a metade dos professores assinalou PARCIALMENTE ou POUCO para afirmar que as cobranças e demandas escolares não afetam sua relação com o aluno, porém vemos neste quadro que muitos professores optaram por mais de um fator que eles reconhecem promover o distanciamento de seus alunos. Vamos iniciar pelas questões que tiveram maior escolha.

    Dos 22 professores que optaram por esta alternativa, 7 elegeram a dificuldade de salas superlotadas como primeiro fator de distanciamento. Concordo que não há como trabalhar com as dificuldades dos alunos e esperar um significativo aprendizado por parte da maioria com classes que têm uma média de 30 alunos por sala. Por mais que haja nas escolas o segundo professor (somente para o 1º e 2º ano – ciclo de alfabetização) o professor regente/efetivo encontra sim grandes dificuldades em trabalhar com classes superlotadas. Não há espaço para dar a devida atenção, um olhar diferenciado para um aluno que tenha dificuldades no aprendizado – limita - se assim a ação do professor.

    Dos 19 professores que optaram pela ausência familiar, 8 a escolheram como fator principal de uma relação comprometida e 3 colocaram esta questão como segundo fator. Concluímos então que 11 dos 19 professores vêem na ausência familiar um problema sério, pois este contribui para uma relação afetiva em desequilíbrio.

    Na questão abordada – trabalhar em 2 ou 3 escolas – dos 9 professores apenas 1 professor a elegeu como fator principal de relação superficial. Os demais elegeram esta questão como segundo ou terceiro fator. Acreditamos que o distanciamento ocorra pelo fato de o professor ter que se deslocar de uma escola para outra ou permanecer nela por dois ou três períodos, levando este ao estresse, pois necessita cumprir com o cronograma escolar, dar conta da aprendizagem de seus alunos, deslindar os conflitos em sala de aula e tantas outras cobranças que são atribuídas ao professor. Juntamente a esta questão abordaremos o fator - salário e ausência de recursos - pois estes obtiveram a mesma pontuação. A ausência de recursos, opção de 5 professores demonstra que algumas vezes este fator atrapalha no processo ensino-aprendizagem, pois como ter aulas mais criativas, motivar os alunos se não há recursos a disposição do professor? Porém estas escolhas foram eleitas como segunda e até quarta opção para justificar o distanciamento, não sendo em nenhum questionário eleita como fator principal.

    Constatamos que o fator salário foi escolhido por 5 professores, que apenas 2 escolheram como fator principal e os demais colocaram como segundo ou terceiro fator de relação superficial. Se compararmos esta quantidade aos 9 professores que optaram por trabalhar em mais de uma escola, verificamos que a primeira escolha se reflete nesta questão salarial, pois 5 dos 9 professores reconhecem que para ter o mínimo de conforto e sustentar uma renda familiar, trabalhar somente em uma escola não é possível. Não entraremos aqui nas condições de salário da carreira do magistério.

    Para finalizar a questão - outros – obteve 4 escolhas e suas justificativas foram: rotatividade de professores, falta de valores, imaturidade por parte da criança que chega ao 1º ano do Ensino Fundamental com 6 anos de idade, alunos matriculados durante todo o ano letivo, (o que compromete o acompanhamento deste aluno na sala de aula que já possuí um ritmo), ausência de limites e falta de apoio da gestão escolar. Concluímos esta analise do questionário ressaltando que a contradição ocorreu nos tópicos 5 a 7, pois a última questão do questionário deixa claro que o professor reconhece que existem fatores externos que não dependem dele solucionar e que estes afetam as relações na sala de aula.

Discussão

    Durante todo o desenvolvimento do trabalho foi ressaltado que a afetividade é ferramenta facilitadora no processo ensino-aprendizagem. Acreditamos que o professor tenha o papel de mediador na sala de aula para que esta relação aconteça. Saltini (2008) deixa claro que é o professor quem prepara o aluno para o futuro através da interação e socialização afetiva que este promove em suas aulas. Mais para que isto ocorra é preciso que o trabalho pedagógico seja interessante e que tenha sentido para o aluno, Araújo é enfático quando argumenta que o trabalho pedagógico requer novas tecnologias, novas ferramentas e outras linguagens, assim sendo, este pode ajudar no trabalho docente, tornando assim as aulas mais próximas das linguagens com que as crianças estão acostumadas a conviver (ARAÚJO, 2003 p.162).

    A escola precisa ser uma organização significativa, Moran (2008) acrescenta que a escola deve ser inovadora, empreendedora. A atual escola é previsível, burocrática demais e pouco estimulante tanto para professores como para os alunos. Segundo o autor a maioria das escolas se distancia velozmente da sociedade, das demandas atuais e sobrevivem apenas porque são espaços obrigatórios e legitimados pelo Estado. “A maior parte do tempo frequentamos as aulas porque somos obrigados, não por escolha real, por interesse, por motivação, por aproveitamento” (MORAN, 2008).

    Quando o professor tiver consciência de que suas aulas são condutos de relações interpessoais e que ele pode e deve promover relações afetivas à mudança neste quadro descrito por Moran iniciará. Pois a afetividade será vista como um tema transversal, nesta proposta de ensino a escola compreende que os conhecimentos voltados para a consciência dos próprios sentimentos, são tão importantes quanto os conhecimentos tradicionais dos currículos. Araújo declara que “diferente do ensino tradicional, entendemos que os sentimentos, as emoções e os valores devem ser inseridos no currículo e nas práticas educativas como conteúdos escolares” (ARAÚJO, 2003 p.163).

    Quanto ao currículo, este deve ser elaborado com a participação dos agentes no processo de escolarização, para que este se aproxime da realidade do educando e o motive em seu aprendizado.

    Neste caso as cobranças e dificuldades que o professor enfrenta, terão seu efeito minimizado. Sabemos que as avaliações são necessárias para saber onde estamos e aonde desejamos chegar e assim contribuir para a melhora do ensino.

Considerações finais

    É possível encontrar muitos autores na atualidade que discorrem sobre a importância da afetividade nas relações sociais. Vale ressaltar que a afetividade não se restringe apenas a sala de aula e a relação professor-aluno, mas primeiramente deve estar inserida no ambiente familiar.

    Segundo Cury (2003) as escolas não estão conseguindo educar a emoção, elas estão gerando jovens insensíveis, hipersensíveis ou alienados. E o professor tem papel fundamental na formação de uma emoção rica, protegida e integrada.

    O autor destaca a importância do professor, que mesmo com suas limitações é fundamental para afetar seus alunos, através de sua vivência, seu agir, seu falar enfim, sua conduta perante a classe. Sabemos que para que a aprendizagem seja efetiva é preciso que haja um clima afetivo na sala de aula, as interações professor- aluno é a primeira condição para que ocorra aprendizado. Será através do diálogo, do respeito, da troca de experiência que a criança terá confiança e prosseguirá no aprendizado.

    Um professor que permita esta relação será mais bem sucedido e promoverá a curiosidade e entusiasmo necessário para ao sucesso da aprendizagem de seus alunos.

Referências bibliográficas

  • ARANTES, Valéria Amorim (org.). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.

  • ARAÚJO, Ulisses. F. A dimensão afetiva da psique humana e a educação em valores. In ARANTES, Valéria Amorim (org.). Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.

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  • CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

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  • SAUL, Ana Maria Avela. A Avaliação Educacional. Série Ideias nº22. São Paulo: FDE, 1994.

  • SCHWANCK, Dinara Hahn. Avaliação Escolar : Análise Crítica sobre a elaboração de provas escritas. Revista do Professor. Porto Alegre, ano 25, nº 97 – jan./mar. 2009.

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  • SIQUEIRA, Alessandra Maria de Oliveira; NETO, Demuniz Diniz da Silva; FLORÊNCIO, Rutemara. A Importância da Afetividade na Aprendizagem dos Alunos. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.faceten.edu.br/Importancia %20da%20afetividade%20na%20aprendizagem.pdf acessado em 07/11/13.

  • WERLANG, Sandra Daniele. Afetividade e Aprendizagem na Educação Infantil. Porto Alegre, 2010.

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