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A psicomotricidade e sua importância na Educação Física Escolar

La psicomotricidad y su importancia en la Educación Física escolar

 

*Discentes do Curso de Educação Física

**Orientador. Docente do curso de Educação Física

Gestão da Área de Desporto e Reabilitação e Biomédica

Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO

(Brasil)

Alessandro Almeida Machado*

Eliane Leite Tavares*

Kelsen Klayton Ataídes Silva*

Nivaldo de Morais Souza Junior*

Prof. Ms. Kleber Miralha de Oliveira**

alessandroalmeidamachado@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho se constitui um relato de experiência da prática de ensino vinculada a disciplina de estágio supervisionado I em uma instituição de ensino municipal de Goiânia, o estágio o ocorreu no período 27/08/2012 a 21/11/2012, sendo após definido a instituição. O estágio foi realizado na Escola Municipal Goiânia, onde o objetivo foi verificar a importância da psicomotricidade nas aulas de educação física nos alunos da Turma B do Ciclo I vespertino. Em nosso período de observação percebemos que os alunos apresentavam dificuldade em realizar atividades que proporcionavam o seu desenvolvimento físico e motor. Segundo Fonseca (1994) a organização e hierarquização psicomotora, as relações da práxis da criança com o meio ambiente proporcionam a vivência de toda gama de relações que resultam em explorações sensório-motoras, coordenação viso motora, espaço perceptivo-motor, equilíbrio, tempo, ritmo, linguagem e esquema corporal. Portanto foram propostas aulas com intuito de oportunizar o desenvolvimento integral dos alunos, sem fragmentá-los, através de jogos e atividade lúdicas no intuito de contribuir para uma melhora da motricidade fina, lateralidade e a construção de uma consciência corporal. De forma geral os resultados que obtivemos foram bastante significativos. Verificamos que a maioria dos alunos pôde melhorar muito a sua motricidade fina, noção espaço-temporal, agilidade e percepção, equilíbrio e velocidade.

          Unitermos: Educação Física. Psicomotricidade. Desenvolvimento global.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 189, Febrero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho se constitui um relato de experiência da prática de ensino vinculada a disciplina de estágio supervisionado I em uma instituição de ensino municipal de Goiânia. Verificou-se que os alunos não tinham atividades direcionadas e planejadas para seu desenvolvimento físico e motor, não tendo a oportunidade de vivenciar conteúdos que oportunizavam ter um gama de valências motoras que serão importantes no seu aprendizado escolar e no seu desenvolvimento global.

    Segundo Gallahue e Ozmun (2002), as capacidades de coordenação motora são à base de uma boa capacidade de aprendizagem sensório-motora. Quanto mais elevado for seu nível de desenvolvimento, mais rápido e mais seguramente poderão ser aprendidos movimentos novos ou difíceis, com uma economia de esforço, propiciando melhor orientação e precisão (PEREIRA, 2002).

    De acordo com os conteúdos foram desenvolvidos e empregados os métodos e conceitos da psicomotricidade e com isso os alunos foram estimulados através de jogos e atividades lúdicas, que possibilitem contribuir para uma melhora da motricidade fina, motricidade global, lateralidade e a construção de uma consciência corporal, além de conceitos de afeto e cooperação, para uma melhor convivência em sociedade.

    Por meio da exploração motora a criança desenvolve consciência do mundo que a cerca, e de si própria. O controle motor possibilita à criança experiências concretas, que servirão como base para a construção de noções básicas para o seu desenvolvimento intelectual (ROSA NETO, 2002).

    Os alunos, a maioria é de classe social baixa e média, a grande maioria mora próximos à escola, outros se deslocam da região primária para estudar na referida escola. Foram propostas aulas práticas na quadra poliesportivas, onde os alunos foram estimulados a trabalhar e desenvolver suas valências motoras.

    Propormos oportunizar o desenvolvimento motor, afetivo, social e psicológico dos alunos para ter uma aprendizagem significativa para sua formação integral, os alunos serão explorados por meios de jogos e atividades lúdicas que oportunizem a conscientização do próprio corpo.

    Proporcionar e identificar através de atividades lúdicas, pré-desportivas e jogos, valores e conceitos de cooperação, cidadania, afetividade, socialização e autoconhecimento para que possa existir uma possibilidade de uma sociedade mais justa e conseqüentemente uma melhora nas valências motoras: coordenação motora global, estruturação espacial, organização temporal e lateralidade.

Metodologia

    Este trabalho se constitui um relato de experiência da prática de ensino vinculada a disciplina de estágio supervisionado I em uma instituição de ensino municipal de Goiânia, o estágio o ocorreu no período 27/08/2012 a 21/11/2012, sendo após definido a instituição, foi organizado o estudo em 4 aulas de observação, 3 aulas de co-regência e 8 aulas de regência.

    O trabalho a ser realizado foi na Turma B do Ciclo I vespertino, tendo meninas e meninos. Das aulas de observação e co-regência foram sistematizados relatórios que demonstram os pontos negativos e positivos das aulas, nas regências foram confeccionados planos de aula de acordo com o plano de ensino. As aulas teóricas e práticas foram realizadas na quadra poliesportivas, onde os alunos foram estimulados a trabalhar e desenvolver suas valências motoras. A avaliação se deu de modo continuo, onde se verificava a cooperação, participação e valores sociais que foi desenvolvido nas aulas.

    As atividades utilizadas para este desenvolvendo motor foram jogos e brincadeiras onde os alunos teriam que se equilibrar, arrastar, saltar, pular, fazer rolamentos, acertar alvos e correr, estas atividades foram realizadas no período de regência, nossa intenção era proporcionar as crianças atividades diferenciadas fora de atividades esportivas.

    Segundo Fonseca (1989) em Psicomotricidade, o corpo não é entendido como fiel instrumento de adaptação ao meio envolvente ou como instrumento mecânico que é preciso educar, dominar, comandar, automatizar, treinar ou aperfeiçoar, pelo contrário, o seu enfoque centra-se na importância da qualidade relacional e na mediatização, visando à fluidez eutônica, a segurança gravitacional, a estruturação somatognósica e a organização práxica expressiva do indivíduo.

O papel da Educação Física no desenvolvimento da criança

    Segundo Fonseca (1994) a organização e hierarquização psicomotora, as relações da práxis da criança com o meio ambiente proporcionam a vivência de toda gama de relações que resultam em explorações sensório-motoras, coordenação viso motora, espaço perceptivo-motor, equilíbrio, tempo, ritmo, linguagem e esquema corporal; além da importância de um ambiente com oportunidades de experiências sociais, sensoriais e afetivas, que possibilitam a passagem da inteligência prática à inteligência reflexiva, indispensável à alfabetização e adaptação escolar.

    O poder agir, o poder do próprio, de acordo com Lapierre (1988) e a descoberta deste “poder agir” associado ao “poder sentir” é o que traz uma nova dimensão ao prazer do movimento, e o prazer de ação, de vivenciar as coisas simples e complexas. O qual o prazer de viver é o próprio corpo e experimentar o prazer do movimento em si mesmo.

    Segundo Barreto (2000) o desenvolvimento psicomotor é importante na prevenção de problemas de aprendizagem.

    A psicomotricidade atualmente é concebida como integração superior da motricidade, produto de uma relação entre o indivíduo e o meio, na qual a consciência se forma e se materializa. (Vitor Da Fonseca,1988)

    A lateralidade contribui na formação da autoimagem e da auto cognição, no esquema corporal, na percepção da simetria do corpo, na estrutura espacial (LE BOULCH, 1992). Ainda segundo o autor a criança deve ser estimulada desde recém nascida, até sua faixa etária de 9 anos de idade, idade esta que a criança já está com seu desenvolvimento motor - principalmente lateralidade e equilíbrio, praticamente definidos. Caso isto não aconteça, essa criança na sua fase adulta terá problemas nas suas habilidades motoras. (LE BOULCH, 2001).

    Além do que, segundo Lima et al.(2001). Um controle mal definido do equilíbrio em crianças pode acarretar uma postura mal definida, dificultando assim o andar correto da criança e através das experiências sensórios motoras. A aulas de Educação física podem melhorar a sua necessidade de movimentos motores, neste caso, o equilíbrio.

    Segundo Gallahue (2002), Coordenação Motora Fina: Capacidade de controlar pequenos músculos para exercícios refinados. Exemplo recorte, colagem, encaixe, escrita, etc.

  • Coordenação Motora Global: Possibilidade do controle e da organização da musculatura ampla para a realização de movimentos complexos. Exemplos: correr, saltar, andar, rastejar, etc.

  • Estruturação Espacial: É a orientação e a estrutura do mundo exterior, a partir do Eu e o depois a relação com outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento, é a consciência da relação do corpo com o meio.

  • Organização Temporal: É a capacidade de avaliar tempo dentro da ação, organizar-se a partir do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e a um depois, é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. E saber situar o momento do tempo em relação aos outros.

  • Estruturação Corporal: Relacionamento do indivíduo com o mundo exterior, conhecimento e controle do próprio corpo e de suas partes, adaptação do mesmo ao meio ambiente.

  • Imagem Corporal: A experiência do indivíduo em relação ao próprio corpo sujeito, impressão subjetiva.

  • Conhecimento Corporal: Conhecimento intelectual que se tem do próprio corpo.

  • Esquema Corporal: Tomada de consciência de cada segmento do corpo (interna e externa) o desenvolvimento do esquema corporal se da a partir da experiência vivida pelo indivíduo com base na disponibilidade do conhecimento que tem sobre o próprio corpo e de sua relação com o mundo que o cerca.

  • Lateralidade: Representa a conscientização integrada e simbólica interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a linha média do corpo, que no decorrer estão relacionados com a orientação face aos objetos. Essa conscientização do corpo pressupõe a noção de direita e esquerda e, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação, melhor capacidade e dominância cerebral.

O prazer da aprendizagem psicomotora

    Percebe-se que a importância da psicomotricidade nas aulas de educação física escolar como uma forma de aprendizado, dentro dos conteúdos e dos planos elaborados para os alunos, foi constatar que no início do estudo a maioria dos alunos não tinham o habito e nem a prática de atividade que fizessem com que eles vivencia-se na prática no seu desenvolvimento global.

    Em Fonseca (1994) a construção da consciência corporal é importantíssima para o desenvolvimento completo do ser. A organização psicomotora, as relações da criança com o meio ambiente possibilitam a passagem da inteligência prática a inteligência reflexiva, indispensável a alfabetização e adaptação escolar, que poderão interferir fielmente em sua vida adulta.

    Ao final do estágio no termino das aplicações todos os alunos se esforçaram ao máximo para realizar as atividades que muitas dessas eram novidades, as crianças tiveram prazer em participar das aulas e na aprendizagem do conteúdo apresentado, com aulas de psicomotricidade houve uma melhora de problemas de socialização, aprendizado e comunicação que a turma apresentava

    Para Pereira (2002), um dos objetivos da educação infantil é o de ensinar a criança a observar fatos cuidadosamente, em especial, quando estes são contrários aos previstos por ela. Desenvolver habilidade de comunicação, também significa realizar ações, mas é preciso falar sobre elas, sistematizá-las por meio de narrativas das experiências.

    Segundo Wallon (1975), em uma de suas teorias, o ser humano é biologicamente social, visto como totalidade considerando indissociáveis os aspectos emocionais, físicos e intelectuais.

    Le Boulch (1992), constata que a lateralidade contribui na formação da autoimagem e da auto-cognição, no esquema corporal, na percepção da simetria do corpo, na estrutura espacial, características importantíssimas para o desenvolvimento motor do indivíduo.

Conclusão

    Por meio do estágio supervisionado I, percebe-se a importância de trabalhar a psicomotricidade como conteúdo da educação física, atividade de suma importância para interação do aluno com o meio, proporcionando uma oportunidade de vivenciar uma atividade lúdica que mostre uma nova realidade, mostrando que é possível trabalhar outros conteúdo da educação física no ambiente escolar, os objetivos com estágio foram alcançados oportunizando uma experiência satisfatória com o conteúdo, a metodologia foi eficaz, mostrando que é importante realizar um bom planejamento de aulas para que tudo possa acontecer sem imprevistos.

    Sabe-se que é necessário para o aluno um desenvolvimento motor que é papel da educação física escolar proporcionar este desenvolvimento, por meio atividades planejadas com a metodologia adequada de acordo com cada faixa etária, realizando atividades direcionadas para que o aluno tenha maior desenvolvimento de suas valências motoras, proporcionando a este aluno uma oportunidade de desenvolvimento total que o mesmo necessita.

    Percebe-se que educação física escolar e pelo seu campo de atuação possibilita desenvolver e estimular na esfera psicomotora dos alunos, seu domínio cognitivo e social, desenvolvendo uma melhor aprendizagem escolar.

Referências

  • FONSECA V. Psicomotricidade e Psiconeurologia: introdução ao sistema psicomotor humano. Rev. Neuropsiq. Infânc. Adolesc. 1994; 2(3): 23-33.

  • FONSECA, V. Psicomotricidade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

  • GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2002.

  • LE BOULCH, J. O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.

  • LIMA, C.B. et al. Equilíbrio Dinâmico: Influência das Restrições Ambientais. Rev. Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 3(1), 83-94, 2001

  • PAZIN, J; FRAINER, D; MOREIRA, D. Crianças Obesas têm atraso no desenvolvimento motor. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 11(101), 1-6, 2006. http://www.efdeportes.com/efd101/criancas.htm

  • PEREIRA, C.O. Estudo dos Parâmetros em Crianças de 02 e 06 anos de Idade na Cidade de Cruz Alta. Dissertação de mestrado (Ciências do Movimento Humano). Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina – CEFID/UDESC, 2002.

  • ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 1996.

  • SILVA JUNIOR, A. G.: Aprendizagem por meio da ludicidade. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

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