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Revisão de literatura: a importância do dimensionamento

de pessoal nos serviços de assistência a enfermagem

Una revisión de la literatura: la importancia del dimensionamiento del personal em los servicios de asistencia de enfermería

Review: the importance of sizing of personal assistance services in nursing

 

*Bacharel em Enfermagem pela Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

Especializando em Prevenção e Controle de Infecção (WA Faculdades Integradas

de Brasília, DF e Residência Multiprofissional em Saúde da Família, UNIMONTES

Enfermeira ESF Maracanã e Residente do Hospital Universitário Clemente Farias, HUCF

**Graduanda do Curso de Enfermagem na Faculdade Santo Agostinho de Montes Claros, 

MG Acadêmica de Enfermagem do Serviço de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar

da Santa Casa de Montes Claros, MG

Suzane Fonseca Oliveira*

suzanne.fonseca@hotmail.com.br

Laura Rodrigues Vieira**

lrvieira93@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Trata-se de uma revisão de literatura referente à importância do dimensionamento de pessoal nos serviços de assistência a enfermagem, pontuando a evolução e a importância do dimensionamento do pessoal de enfermagem. Estudo qualitativo, realizado através de revisão de literatura nas bases Lilacs e Scielo. O presente estudo mostra o dimensionamento de pessoal como uma etapa importante que direciona a assistência da equipe de enfermagem, sendo importante o enfermeiro conhecer e adequa os recursos humanos, garantindo um cuidado com qualidade e segurança.

          Unitermos: Dimensionamento de pessoal. Enfermagem. Sistema de classificação de pacientes.

 

Abstract

          This is a review of literature concerning the importance of sizing of staff in nursing care, punctuating the evolution and importance of the sizing of the nursing staff. Qualitative study through literature review in Lilacs and Scielo. The present study shows the design staff as an important step that directs the care of the nursing staff, it is important to know the nurses and adequate human resources, ensuring quality care and safety.

          Keywords: Scaling staff. Nursing. Grading of patients.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Segundo ANTUNES e COSTA (2003), o dimensionamento do Pessoal de enfermagem e um tema que atualmente, está online. Sendo Muito discutido e abordado fóruns e literatura de enfermagem. Esse maior interesse pelo assunto tem ocorrido porque as Instituições precisam adequar-se, uma nova realidade cujos recursos financeiros são mais escassos, necessitando melhorar o serviço prestado ou implementar novos métodos de assistência.

    A Resolução COFEN nº 168/1993 determina que o Enfermeiro Responsável Técnico da Instituição garantir os recursos humanos necessários à assistência de enfermagem e à segurança do paciente (COREN IN COFEN, 1993).

    Segundo ANSELMI (2000) a equipe de enfermagem representa um importante segmento dos recursos humanos dentro das instituições hospitalares. A falta de recursos financeiros em saúde tem gerado redução de gastos e tem ocorrido corte nos recursos humanos, impactando principalmente no pessoal de enfermagem, com consequente queda na qualidade do cuidado prestado ao cliente e sobrecarga de trabalho dos profissionais remanescentes.

    Na prática administrativa, a previsão de pessoal de enfermagem é um processo que depende do conhecimento da carga de trabalho existente nas unidades de internação. Essa carga de trabalho depende, por sua vez, das necessidades de assistência dos pacientes, bem como do padrão de cuidado pretendido (GAIDZINSKI, 1994 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

    Na tentativa de resolver o problema de cálculo do número de horas de assistência de enfermagem, tem sido introduzido, no dimensionamento de pessoal, o chamado Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) que permite considerar a gravidade do paciente internado no cálculo de pessoal de enfermagem para o setor (GAIDZINSKI citado por ANTUNES e COSTA, 2003).

    Pesquisa realizada em instituições hospitalares na cidade de Ribeirão Preto mostra que as enfermeiras utilizam como critérios de dimensionamento a média de permanência, características da unidade, taxa de ocupação dos leitos, modelo de assistência de enfermagem, tipo de clientela, tipo de convênio, composição da equipe de enfermagem e do setor, horas trabalhadas por dia e por mês, taxa de absentismo e Sistema de Classificação de Pacientes. Apesar de usarem critérios considerados importantes, não realizam o dimensionamento conforme preconizado, podendo, dessa forma, comprometer a sustentação de forma mais efetiva do processo de gerenciamento de recursos humanos (CAMPOS, 2004).

    Entretanto, para o enfermeiro não basta apenas conhecer a realidade do dia a dia para decidir e atuar. Há a necessidade da criação de um método que transforme os dados intuitivos em uma argumentação relevante, na tentativa de se conseguir uma mudança no quadro de pessoal de enfermagem (LAUS, 2003).

    Sendo assim relevante a proposta de criar protocolos que subsidie o dimensionamento de pessoal.

Objetivo

    Realizar uma revisão de literatura referente ao tema “A importância do dimensionamento de pessoal nos serviços de assistência a enfermagem”, pontuando a evolução e a importância do dimensionamento do pessoal de enfermagem.

Metodologia

    Trata-se de um estudo qualitativo, realizado através de revisão de literatura nas bases Lilacs e Scielo, aonde foram encontrados 40 artigos e após leitura dos títulos e resumos, foram selecionado 14 artigos.

Revisão de literatura

    Segundo KURCGANT (1994) citado por MATSUSHITA (2005), o dimensionamento de pessoal é a etapa inicial do processo de provimento de pessoal, que tem por finalidade a previsão da quantidade de funcionários por categoria, requerida para suprir as necessidades de assistência de enfermagem, direta ou indiretamente prestada à clientela.

    Segundo GAIDZINSKI (1994) citado por VIGNA & PERROCA (2007), o método de dimensionamento de pessoal de enfermagem pode ser definido como um processo sistemático que visa determinar o número e a categoria profissional requerida com o objetivo de prestar cuidados de enfermagem garantindo qualidade e segurança a um grupo de pacientes.

    É importante lembrar que uma parte considerável dos hospitais brasileiros utilizam, para o cálculo de pessoal de enfermagem, a fórmula proposta pela Liga Nacional de Educação em Enfermagem dos Estados Unidos da América do Norte e pela Associação Americana de Enfermeiras, que considera, como horas de assistência de enfermagem, números extraídos da realidade daquele país, totalmente inadequados para a nossa situação. Por isso, é lastimável que os administradores, bem como os responsáveis pela chefia dos serviços de enfermagem, utilizem esse método sem considerar as profundas diferenças entre a situação dos hospitais americanos e brasileiros (GAIDZINSKI citado por ANTUNES e COSTA, 2003).

Evolução do processo de dimensionamento de pessoal

    Os modelos adotados para quantificação de pessoal têm passado por um processo evolutivo.

    GAIDZINSKI (1998) citado por MATSUSHITA (2005), caracterizou a evolução dos métodos utilizados para dimensionar o pessoal de enfermagem em quatro períodos: o método intuitivo ou das relações de proporção (antes de 1939); introdução da variável horas médias de cuidado (1939); introdução das variáveis relativas às ausências (1947); introdução do Sistema de Classificação de Pacientes (1960).

    O cálculo era intuitivo, baseado na relação número de enfermeiros e número de leitos disponíveis, gerando uma proporção diária de enfermeiros por leito. (GAIDZINSKI, 1994 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

    No final da década de 30, nos Estados Unidos, ocorreu a primeira evolução do método, quando pesquisadores analisaram a carga de trabalho de enfermagem; a partir de então, a proporção de enfermeiros por leito passou a ser substituída pelas variáveis horas diárias de cuidados dos pacientes de acordo com o tipo de especialidade (GAIDZINSKI, 1994 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

    A segunda evolução do método ocorreu em 1956, com a introdução das variáveis relativas às ausências por folgas, férias e licenças nas horas médias de assistência de enfermagem (CONNOR, 1989 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

    A última evolução ocorreu com a introdução do sistema de classificação de pacientes como norteador do dimensionamento de pessoal, em 1961 (GAIDZINSKI, 1994 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

    Em investigação realizada no John Hopkins Hospital, nos Estados Unidos, os pacientes foram classificados em três grupos: autocuidado, cuidado parcial ou intermediário e cuidado intensivo ou total. A média de horas assistenciais de enfermagem foi determinada de acordo com cada classificação enfermagem (CONNOR, 1989 citado por VIGNA & PERROCA, 2007).

Sistema de classificação de pacientes

    O sistema de classificação de pacientes pode ser definido como método que determina monitora e valida às necessidades de cuidado individualizado do paciente, focando os padrões de qualidade (VIGNA & PERROCA, 2007).

    Segundo GIOVANNETTI (1979) citado por VIGNA & PERROCA (2007), o sistema de classificação também pode ser conceituado como a identificação e classificação de pacientes em grupos de cuidados ou categorias, e a quantificação dessas categorias como uma medida dos esforços de enfermagem requeridos.

    A utilização de sistema de classificação possibilita agrupar os pacientes por complexidade assistencial, observando o perfil de cada grupo ou categoria previamente estabelecida; distribuir os leitos para atendimento da demanda por grupo de pacientes; realocar recursos materiais e humanos; detalhar a dinâmica operacional do sistema e reorientar a equipe envolvida no processo assistencial (LAUS (1961), citado por VIGNA & PERROCA (2007).

    O Sistema de classificação de pacientes (SCP) vem sendo utilizado também para orientar a determinação do custo da assistência de enfermagem, o que possibilita aos diretores dos serviços de enfermagem fundamentar suas argumentações e justificativas na aprovação da previsão orçamentária para a contratação de pessoal (ANTUNES, 2003).

    Segundo GIOVANNETTI (1979) citado por VIGNA & PERROCA (2007), existem dois tipos de instrumentos pra classificação de pacientes:

  1. Protótipo que descreve o perfil de cada tipo de cuidado baseado no Cuidado Progressivo ao Paciente (CPP), sendo visto como um instrumento subjetivo;

  2. Avaliação de Indicadores Críticos que classifica o paciente por pontuações a partir de indicadores como: movimentação, higiene, nutrição, eliminações, comunicação, sinais vitais etc., nos quais cada indicador recebe um peso de acordo com a complexidade do cuidado. Assim, a categoria na classificação é determinada pelo total de pontos dados a cada paciente.

    No Brasil, em 1972, Ribeiro foi uma das primeiras autoras a tratar da temática classificação de pacientes. Em seu estudo a autora apontou o conceito de Cuidado Progressivo do Paciente (CPP) para nortear o dimensionamento de recursos humanos em enfermagem com vistas a planejar uma distribuição mais equitativa da assistência, gerar maior satisfação ao paciente e à equipe de saúde, aumentando a produtividade e eficiência hospitalar (Ribeiro (1972), citado por VIGNA & PERROCA (2007).

    Desde então instrumentos para classificar os pacientes têm surgido, desde então, e têm sido implantados em diferentes instituições de cuidados de saúde (FUGULIN, 1994 e PERROCA, 2004).

    Em 1994 foi desenvolvido um instrumento de classificação, estabelecendo cinco categorias de cuidados, de acordo com a complexidade assistencial dos pacientes internados: intensivos (I), semi-intensivos (S), alta dependência (AD), intermediários (IN) e mínimos (M) (FUGULIN, 2002).

    A publicação da Resolução COFEN nº 189/96 oficializou o cálculo de pessoal de enfermagem por meio de parâmetros para o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de formação dos profissionais de enfermagem, recomendando que o dimensionamento do quadro de profissionais fundamente-se nas características referentes à instituição, ao serviço de enfermagem e à clientela (COFEN, 1996). Essa regulamentação foi atualizada em 2004, por meio da resolução n° 293/2004.

Conclusão

    O presente estudo mostra que o dimensionamento de pessoal é uma etapa importante que direciona a assistência da equipe de enfermagem, sendo importante o enfermeiro conhecer e adequa os recursos humanos às reais necessidades de assistência, garantindo que o paciente receba um cuidado de qualidade que proporcione segurança.

    O dimensionamento de pessoal evolui contribuindo de forma significativa para a melhoria da qualidade da assistência prestada e redução da sobrecarga da equipe de enfermagem.

Referências

  • ANSELMI, M.L. Quadro de referência para elaboração do orçamento de enfermagem em instituições hospitalares. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2000.

  • ANTUNES, A.V; COSTA, M.N. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Ver. Latino americana de Enfermagem 2003; 11(6): 832-9.

  • CAMPOS, L.F. Dimensionamento de pessoal de enfermagem nos hospitais de Ribeirão Preto, SP. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem; 2004.

  • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 168/93. Legislação e Normas. In: Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais. Belo Horizonte (MG); 1997.

  • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº189/96.Estabelece parâmetros para dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas instituições de saúde. In: Conselho Regional de Enfermagem. Documentos básicos de enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares. São Paulo; 1997.p.177-80.

  • CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 293/2004. Fixa e Estabelece Parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados. In: Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. Rio de janeiro; 2004.

  • CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Livreto Dimensionamento de Pessoal. São Paulo; 2010.

  • FUGULIN, M. F.T. et al. Implantação do sistema de classificação de pacientes na unidade de Clínica Médica do Hospital Universitário de S. Paulo. Rev. Med. HU - USP, São Paulo, v. 4,n. 1/2, p. 63-8, 1994.

  • GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 4. ed., 2002.

  • LAUS, A.M. Dimensionamento de pessoal de enfermagem para unidades de internação médicas e cirúrgicas no hospital das clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. São Paulo: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2003.

  • MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 6. ed. 2. reimpr. 289 p., 2007.

  • MATSUSHITA, Mari Sahamura; ADAMI, Nilce Piva and CARMAGNANI, Maria Isabel Sampaio. Dimensionamento do pessoal de enfermagem das unidades de internação do Hospital São Paulo. Acta paul. enferm. [online]. 2005, vol.18, n.1, pp. 9-19. ISSN 0103-2100.

  • PERROCA, M.G; GAIDZINSKI, R.R. Análise da validação de constructo do instrumento de classificação de pacientes proposto por Perroca. Revista Latino americana de Enfermagem 2004;12(1):83-91.

  • VIGNA, CINTHIA P; PERROCA, MARCIA G. Utilização de sistema de classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem. Arq. Ciências Saúde; 2007 jan-mar;14(1):8-12.

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