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Influência do incentivo e não incentivo verbal 

durante a execução do teste sobre os valores de 1RM

La influencia del incentivo y no incentivo verbal durante la ejecución del test sobre los valores de 1RM

Influence of incentive and non verbal stimulation during the implementation of the test on the values of 1RM

 

Graduando em Educação Física, Unifadra, Dracena

Mestrado em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo, SP

(Brasil)

Melissa Bodini Vasconcelos Alencar*

Luciana Sanae Takahashi Ota**

melissaalencar@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A força muscular é considerada componente importante de programas de exercícios físicos. O objetivo do presente estudo foi analisar e comparar os valores de 1RM quando influenciados ou não pelo incentivo verbal durante a execução do teste, com participação de 10 voluntárias, realizando o teste de 1RM com incentivo verbal e sem o incentivo verbal. Concluindo que o incentivo verbal influencia significativamente no resultado do teste, porém é importante a realização de demais estudos para comparar experimentalmente os efeitos do incentivo verbal nas demais variáveis apresentada.

          Unitermos: Incentivo verbal. 1RM. Força muscular.

 

Abstract

          Muscle strength is considered an important component of exercise programs. The aim of this study was to analyze and compare the values ​​of 1RM when influenced or not by verbal encouragement during the test run, with the participation of 10 volunteers performing the 1RM test with verbal encouragement and without verbal encouragement. Concluding that the verbal encouragement significant influence on the test result, but it is important to conduct further studies to experimentally compare the effects of verbal encouragement to the other variables presented.

          Keywords: Verbal encouragement. 1RM. muscle strength.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A importância do desenvolvimento de um programa de treinamento de força para conservação da capacidade de trabalho torna- se cada vez maior conforme o aumento da idade do indivíduo, já que há tendência progressiva ao declínio.

    A força muscular é um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde (GUISELINE, 2004), pode ser definida como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento realizado em dada velocidade (FLECK, 1999), ou seja, ao contrair-se no deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina nas estruturas denominadas miofibrilas (BADILLO & AYESTARÁN, 2001).

    A força muscular pode ser desenvolvida através de um treinamento resistido (TR), como a musculação, que é conceituado como o uso de halteres, pesos, aparelhos e outros equipamentos com o propósito de melhorar o condicionamento físico, a aparência e/ou o desempenho esportivo (GUEDES, 2003 e BAECHLE & GROVES, 2000).

    Bem como, o treinamento da ginástica localizada, que apresenta características semelhantes à musculação (como séries, carga, pausas, repetições) e se difere pela utilização de trilha musical, na qual padroniza a velocidade de execução dos movimentos, em aulas coletivas (SABA, 2003).

    A força muscular vem sendo vem sendo mensurada através de testes de força e resistência de força, em que figuram o de 1RM. O teste de 1RM tem sido aplicado com diversas finalidades na área do treinamento de força, classicamente, e principalmente no exercício supino ou agachamento (SEWALL, 1999 e SCHOFFSTALL, 2001).

    Diante da importância e elevada gama de aplicação do teste de 1RM, estudos têm identificado variáveis intervenientes sobre a mensuração do teste. A influência do incentivo verbal tem-se mostrado significativo no sentido de aumento das quilagens levantadas (NAIR, 1996).

    Na busca de melhor avaliar a influência da técnica de execução sobre os valores de 1RM, este estudo teve como objetivo de comparar a influência do incentivo e não incentivo verbal durante a execução do teste sobre os valores de 1RM.

2.     Objetivo

    Analisar e comparar os valores de 1RM quando influenciados ou não pelo incentivo verbal durante a execução do teste.

3.     Materiais e métodos

3.1.     Amostra

    A amostra foi composta por 10 voluntárias, freqüentadores de uma academia do município de Dracena/SP, com idade média de 30,5 ± 7,2 anos, estatura média de 170 ± 5,2cm anos e peso corporal médio de 67 ± 7,4 kg

3.2.     Procedimentos metodológicos

    A força máxima foi determinada por meio do teste de 1-RM no exercício supino em banco horizontal. Esse exercício foi escolhido por ser bastante popular nos treinamentos com pesos de indivíduos com diferentes níveis de treinabilidade.

    O teste foi realizado no período da manhã, com intervalo de um dia para quando submetidos ou não ao incentivo verbal e na mesma ordem estabelecida para cada voluntario.

    Previamente foi empregado um protocolo de familiarização para reduzir os efeitos de aprendizagem, vale ressaltar que a forma e a técnica de execução do exercício utilizado foram padronizadas e continuamente monitoradas na tentativa de garantir a eficiência do teste.

    O início da testagem foi precedido por uma série de aquecimento (seis a 10 repetições) com aproximadamente 50% da carga estimada para a primeira tentativa no teste de 1-RM. Após dois minutos de repouso o teste era iniciado. Os indivíduos foram orientados para tentar completar duas repetições.

    Caso as duas repetições fossem completadas na primeira tentativa, ou mesmo se não fosse completada sequer uma única repetição, uma segunda tentativa era realizada, após um intervalo de recuperação de três a cinco minutos, com uma carga superior (primeira possibilidade) ou inferior (segunda possibilidade) àquela empregada na tentativa anterior. Tal procedimento foi repetido novamente em uma terceira e derradeira tentativa caso ainda não se tivesse determinado uma única repetição máxima. A carga registrada como 1RM foi aquela na qual cada indivíduo conseguiu completar uma única repetição máxima (CLARKE, 1973).

3.3.     Estatística

    A análise estática e análise dos dados foi realizado por meio das médias dos mesmos e suas variáveis.

4.     Resultados

    O gráfico 1 mostra os valores médios dos grupos quando realizado ou não o incentivo verbal na execução do exercício de leg press.

    No incentivo verbal o grupo apresentou uma média de 78 ± 8%, já quando não ocorre o incentivo verbal a média cai para 38 ± 5%, ocorrendo uma diferença média significativamente de 39 ± 5%, esta maior do que o percentual encontrado quando não ocorre o incentivo verbal.

Gráfico 1. Comparação dos valores no exercício de leg press

    No gráfico 2 podemos observar os valores médios dos grupos quando realizado ou não o incentivo verbal na execução do exercício de supino.

    No incentivo verbal o grupo apresentou uma média de 34 ± 7%, já quando não ocorre o incentivo verbal a média cai para 19 ± 1%, ocorrendo uma diferença média de 15 ± 6%.

Gráfico 2. Comparação dos valores no exercício de leg press

5.     Discussão

    O estudo de LACHANCE e HORTOBAGYI (1994) apresenta a avaliação da influência de três cadências (velocidade máxima, 2/2 e 2/4) utilizadas numa performance muscular máxima durante o exercício de puxada e supino. Os autores encontraram que em cadências rápidas ocorre um maior número de repetições realizadas, um melhor trabalho muscular e uma maior potência utilizada. Mostrando assim que o número de repetições é influenciado pela cadência que se está trabalhando.

    Tal cadencia está diretamente relacionada ao presente estudo, visto que ocorre uma diferença significativamente quando o avaliado recebe o incentivo verbal, ao qual este passa a realizar o exercício com melhor cadência.

    HOEGER et al. (1987) analisaram diversos exercícios e encontraram diferença no número de repetições em alguns deles em diferentes percentuais analisados. O exercício de leg press apresentou um número significativamente maior de repetições a 40% de 1RM, puxada e supino apresentaram semelhança no número de repetições, mas diferindo dos demais exercícios; já os exercícios de rosca bíceps, extensão de joelhos e flexão de joelhos mostraram semelhança entre si diferindo dos demais. Por isso, dependendo do exercício o número de repetições para um mesmo percentual pode variar para a manutenção da carga escolhida. Pois, para um mesmo percentual, exercícios que envolvam grandes grupos musculares tendem a realizar um número maior de repetições.

    Já o presente estudo mostrou os seus melhores valores no exercício de leg press do que quando comparado ao exercício de supino, salientando que os voluntários são do sexo feminino, destacando que as mesmas trabalham mais os membros inferiores do que os superiores, por isso apresentando os melhores resultados no leg press.

    Analisando-se as variáveis isoladamente, nota-se que poucas pesquisas comparativas foram desenvolvidas, visando determinar a influência do incentivo verbal e não incentivo durante a execução do teste de 1RM.

6.     Conclusão

    Este resultado relata que o individuo não subestime o seu desempenho e, hipoteticamente, aumente sua autoeficácia cognitiva. Entretanto, pouco se sabe sobre o mecanismo no qual o indivíduo subestima a cumprir uma determinada sobrecarga de treinamento nos exercícios de força. Contudo, é observada elevada atividade neuromuscular quando o mesmo recebi um incentivo verbal.

    Todavia, análises de possíveis intervenções nos resultados obtidos em função de técnicas diferentes de execução dos exercícios não estão totalmente esclarecidas.

    Baseado nos resultados apresentados propõe-se que sejam feitos mais estudos sobre o tema com maior número de voluntários, para que se possa verificar a possível repetição dos resultados encontrados neste estudo. Bem como, o incentivo a novas pesquisas, relacionando este tema, que se encontra pouco esclarecido na literatura científica.

Referências bibliográficas

  • BADILLO, J. AYESTARAN, E. Fundamentos do Treinamento de Força. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

  • BAECHLE, T. R.; GROVES, B. R. Treinamento de Força: passos para o sucesso. Porto Alegre. Artes Médicas, 2000.

  • CLARKE, D. H. Adaptations in strength and muscular endurance resulting from exercise. In: Wilmore JH, editor. Exercise and sports sciences reviews. New York: Academic Press, 1973;73-102.

  • FLECK, S. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

  • GUEDES, D. P. Musculação: Estética e saúde feminina. São Paulo. Phorte, 2003

  • GUISELINE, M. Aptidão física, saúde e bem-estar: Fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo. Phorte, 2004.

  • HOEGER, W. W. K.; BARETTE, S. L.; HALE, D. F.; HOPKINS, D. R. Relationship between repetitions and selected percentages of one repetition maximum. Journal of Applied Sport Science Research, v. 1, p. 11-13, 1987.

  • LACHANCE, P. F.; HORTOBAGYI, T. Influence of cadence on muscular performance during push-up and pull-up exercise. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 8, p. 76-79, 1994.

  • NAIR, P. J. Verbal encouragement: effects on maximum effort voluntary muscle action. Br J Sports Med 1996;30:28-35.

  • SABA, F. Mexa-se: atividade física, saúde e bem estar. São Paulo: Editora Takano, 2003.

  • SCHOFFSTALL, J. E. Effects of dehydration and rehydration on the one-repetition maximum bench press of weight-trained males. J Strength Cond Res 2001;15:102-8.

  • SEWALL, L. P. The effects rest on maximal efforts in the squat and bench press. J Appl Sports Sci Res 1999;5:96-9.

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