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Percentual de gordura de mulheres de 18 a 

40 anos que praticam treinamento resistido

Porcentaje de grasa de mujeres de 18 a 40 años que practican entrenamiento resistido

 

*Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira.

**Orientador. Mestre e Doutor em Educação Física

Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira

(Brasil)

Ludmilla Cândida Bessa*

Heliton Gonçalves*

Ademir Schmidt**

ludmillabessa@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Atualmente os valores correspondentes ao sedentarismo e a obesidade crescem cada vez mais. Diante disso, o presente estudo analisou o percentual de gordura de mulheres de 18 a 40 anos que praticam o treinamento resistido. Foi utilizada uma pesquisa descritiva, na qual participaram 20 mulheres, praticantes de treino resistido de uma academia média/grande porte do Setor Sul de Goiânia-GO. O método utilizado para avaliar a composição corporal foi a equação de sete dobras cutâneas de Jackson, Pollock e Ward (1980), apud Pitanga (2008), convertido em percentuais de gordura pela equação de Siri (1961). O foi obtido na pesquisa a média da massa corporal de 58,3 kg com o desvio padrão de 7,4, média de massa gorda de 11,60 kg com desvio padrão de 2,7 como percentual de gordura foram alcançados valores médios de 19,8% com desvio padrão de 3,5 o que segundo a tabela de Pollock e Wilmore (1993) é classificado como “bom”, visto que a média de idade é de 27,4 anos de idade. As praticantes não eram iniciantes na prática do treino resistido, ou seja, há uma melhora circunstancial no que diz respeito à diminuição do percentual de gordura com o treino resistido praticado de forma orientada e bem estruturado e isso contribui diretamente para uma possível desmistificação do treino resisto como uso exclusivo de praticantes com fim hipertrófico.

          Unitermos: Treinamento resistido. Mulheres. Avaliação. Composição corporal.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 187, Diciembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    No Brasil, assim como em outros países a obesidade tem aumentado significativamente, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) um universo de 95,5 milhões de pessoas de 20 anos ou mais de idade há 3,8 milhões de pessoas (4,0%) com déficit de peso e 38,8 milhões (40,6%) com excesso de peso, das quais 10,5 milhões são consideradas obesas, isso nos remete a uma preocupação com a nossa saúde e corpo (IBGE, 2002-2003). Os dados do IBGE nos remetem a uma constante preocupação com a alimentação, o que não é diferente para com as mulheres atarefadas com insuficiência de tempo para realizar uma alimentação balanceada, acarretando em uma alimentação hipercalórica com falta dos nutrientes necessários.

    Atualmente as mulheres desempenham atividades fora do lar e enfrentam, muitas vezes, dupla e até mesmo tripla jornada de trabalho. Ocupam-se em desempenhar funções profissionais para ajudar no orçamento da família e ainda atuam como mães, donas de casa e esposa, acarretando na falta de tempo para cuidarem de si mesmas.

    Os efeitos do treinamento aeróbio para a redução da gordura corporal são bastante conhecidos. Há alguns anos acreditava-se que este era o melhor método para emagrecer. Porém, existem outros métodos que são tão eficazes e até melhores que o treinamento aeróbio. Gentil (2005, p. 01), afirma que “uma das vantagens do treinamento resistido é que as atividades mais intensas produzem maiores gastos calóricos e elevações na taxa metabólica de repouso por tempo e magnitude proporcionais a intensidade da atividade”. Outro efeito positivo do treinamento com sobrecarga é que ele pode manter ou aumentar a massa muscular e a melhorar composição corporal.

    Através do treinamento resistido podem-se evidenciar os benefícios da sobrecarga para a queima de gordura, desmistificando mitos que relacionam a musculação apenas como método de hipertrofia. Muitos dados na literatura concordam que o aumento da intensidade dos exercícios é mais eficiente para otimizar o emagrecimento, o fato é que quanto maior a massa magra, maior é a queima de caloria em repouso. Esse é um dos principais fatores que contribui diretamente para o emagrecimento com a utilização da musculação.

    Sendo assim, este estudo teve como objetivo avaliar o percentual de gordura de mulheres de 18 a 40 que praticam o treinamento resistido.

2.     Treinamento resistido e percentual de gordura de mulheres

2.1.     Sedentarismo e obesidade

    No Brasil a desnutrição foi um problema que perdurou por anos, porém esse quadro hoje se reverteu e não é mais a desnutrição que tem preocupado a população, o que tem chamado muito a atenção é que a obesidade tem crescido. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 38,5% das mulheres estavam acima do peso, enquanto que em 2011 as proporções passaram para 44,7%. O estudo aponta que 25,4% das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso. A proporção aumenta para 39,9% entre mulheres de 25 a 34 anos, e chega a 55,9% dos 45 aos 54 anos. Entre as mulheres, 6,9% das que têm de 18 a 24 anos são obesas. O índice quase dobra entre mulheres de 25 a 34 anos (12,4%) e quase triplica entre 35 e 44 anos (17,1%). Após os 45 anos, a frequência da obesidade se mantém estável, atingindo cerca de um quarto da população feminina (OMS, 2006).

    O sedentarismo é o precursor para o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas e é de extrema necessidade a identificação de determinantes de atividade física, como forma de prevenir e incentivar a população para a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo (PITANGA, 2002). O sedentarismo é caracterizado pela falta, ausência ou diminuição de atividades físicas e um dos fatores para o aumento do sedentarismo é o desenvolvimento tecnológico que impulsiona o homem a viver sob o regime de menor esforço reduzindo a atividade muscular e os estímulos orgânicos apenas ao indispensável, consequentemente, proporcionando sérios prejuízos para a saúde física e mental (GUIMARÃES, 2001).

    Com avanços tecnológicos e facilidade de divulgação da mídia, a informação da necessidade de prática de atividade física tem chegado mais facilmente ao conhecimento da população, porém este mesmo avanço tecnológico tem deixado à população mais parada em frente aos componentes tecnológicos, que tem ficado cada vez mais sentada e tem feito crescer assustadoramente os níveis de sedentarismo no mundo.

    Atividades diárias como comprar comida congelada ao invés de fazer em casa, andar de carro ou de moto ao invés de ir a pé ou de bicicleta, simplificou a vida tornando as pessoas mais sedentárias. Esse estilo de vida não contribui para uma vida saudável, levando as pessoas a praticar cada vez menos atividades esportivas e exercícios físicos, visto que até mesmo suas atividades diárias não exigem nenhum condicionamento, fazendo com que o consumo calórico seja muito acima do gasto energético e junto a esses aspectos os problemas de saúde vem aumentando cada vez mais. De acordo com Pitanga (2008, p. 140) “a incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo renal e morte cardíaca súbita são bastante frequentes em pessoas obesas”.

    Relacionado ao novo estilo de vida humano, tem aumentado a incidência de problemas cardiovasculares e que poderiam ser prevenidos com atividade física regular. Este mesmo estilo de vida tem ainda, aumentado o tempo de trabalho, consequência de aumento da necessidade capitalista de consumo e isso desfavorece a promoção da saúde física e mental relacionada ao estresse. E ainda há diminuição de autoestima dos indivíduos, reduzindo a qualidade de vida. O excesso de peso e de magreza ou a preocupação com esses fatores pode trazer vários problemas à saúde física e mental dos indivíduos, reduzindo a qualidade de vida (QUIOCA, LANGE, GRIGOLLO et al, 2010) .

    A atividade física deve ser estimulada desde cedo e os seus benefícios também devem ser sempre lembrados, pois a prática de atividades regulares favorece a prevenção de diversas doenças, ajudando o indivíduo a ter uma melhor qualidade de vida. Além dos exercícios é importante reforçar que um mau hábito alimentar e os excessos de consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro são fundamentais para que o indivíduo tenha predisposição a esses problemas.

2.2.     A importância da avaliação física

    A avaliação física tem a função diagnóstica da condição física, durante o treinamento tem a função formativa, ou seja, acompanhamento do treinamento a médio e longo prazo e, após o treinamento tem a função somativa, ou em outras palavras, verificar se os objetivos previstos foram alcançados (KISS, 2003).

    A avaliação da composição corporal desempenha importante função no controle da massa corporal (peso corporal), pois fornece subsídios para prescrever e orientar exercícios físicos, recomendar o consumo energético adequado e como critério para acompanhamento das condições de saúde tanto individual quanto populacional (QUEIROGA, 2005).

    A técnica de espessura do tecido adiposo subcutâneo parecer ser a mais adequada para estudos da composição corporal em nosso meio, considerando, sobretudo o menor custo dos aparelhos utilizados, a não invasividade do método, rapidez na medida e facilidade para interpretação dos resultados, bem como a boa correlação entre as medidas antropométricas e a densidade corporal (PITANGA, 2008).

    Para classificar o nível de gordura corporal são recomendados valores de 15% para homens e 23% para mulheres, enquanto a quantidade de gordura de 25% ou mais para homens, e 32% ou mais para mulheres são consideradas como obesidades (PITANGA, 2008). É importante lembrar que as mulheres têm um requerimento adicional mínimo de gordura (gordura específica sexual) que é armazenada na maior parte ao redor dos seios e ao redor do quadril. Esta gordura aumenta o peso corporal da mulher em 5-9% e está envolvida na produção de estrogênio, assegurando o equilíbrio hormonal e a função menstrual (BEAN, 1999).

2.3.     Treinamento resistido e resultados na composição corporal

    A força muscular pode-se definir como a força ou tensão que um músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra uma resistência ou um esforço máximo (FOSS e KETEYIAN, 2000). O treinamento de força inclui o uso regular de pesos livres, máquinas, peso corporal e outras formas de equipamento para melhorar a força, potência e resistência muscular (SIMÃO, 2004).

    O objetivo principal do exercício de sobrecarga é desenvolver a capacidade de ativação do maior número possível de unidades motoras, ou seja, estimular e desenvolver a capacidade neuromuscular de recrutamento (BARBANTI, 2010).

    Existem diversos tipos de treinamento de força, dentre eles pode-se destacar os seguintes treinamentos, isométrico, dinâmico e o excêntrico.

    O treinamento isométrico refere-se a uma ação muscular em que não ocorre mudança no comprimento do músculo (PLATONOV, 2004). Este tipo de treinamento de força é realizado normalmente contra um objeto imóvel. O treinamento isométrico também pode ser realizado pela contração de um grupo muscular fraco contra um grupo muscular forte (FLECK e KRAEMER, 2006).

    O treinamento dinâmico de resistência invariável apresenta-se mais apropriado em relação à contração isotônica, em vista que a massa corporal ou a resistência deslocada é mantida constante (PLATONOV, 2004, FLECK e KRAEMER, 2006). Já o método dinâmico de resistência variável se desenvolve através de um braço de alavanca, engrenagem ou arranjo de polias, objetivando alterar a resistência em uma tentativa de acompanhar os aumentos e diminuições de força (curva de força) ao longo de toda a amplitude do movimento do exercício (FLECK e KRAEMER, 2006).

    O treinamento de força excêntrico refere-se a uma ação muscular na qual o músculo se alonga de um modo controlado e pode ser executado numa diversidade muito grande de aparelhos para o desenvolvimento de força (FLECK e KRAEMER, 2006).

    Arruda, Assumpção, Urtado et. al (2010) realizaram um estudo de revisão bibliográfica relacionando o treinamento de força com a redução corporal. Eles concluíram que o treinamento de força apresenta um importante papel na busca pelo emagrecimento, visto que promove a manutenção e/ou melhora da massa magra, aumentando assim o gasto energético em repouso.

    Souza (2012) comparou três metodologias diferentes de treinamento para verificar as alterações ocorridas na composição corporal, gordura e massa magra. Participaram da pesquisa 9 mulheres com idade variando entre 20 e 30 anos e que foram dividas em três grupos, corrida A, treinamento resistido B e caminhada C. Elas foram submetidas a avaliações antropométricas e metabólicas antes e após o término da pesquisa, que não levou em consideração a dieta das voluntárias. O protocolo para os grupos consistiu em três treinamentos semanais com a duração de 25 minutos. Para o grupo A, sendo realizada a corrida na esteira ergométrica em intensidade 10% abaixo do limiar anaeróbio sem intervalo. Já o grupo B realizou o trabalho com 4 exercícios para membros inferiores de caráter hipertrófico a 80% de 1 RM, com pausas de 1 minuto entre 4 séries de cada exercício. O grupo C realizou caminhada em esteira ergométrica com intensidade 30% abaixo do limiar anaeróbio sem intervalo, durante 8 semanas. Após as 8 semanas verificou-se uma diminuição no peso gordo para o grupo A, -3,43 kilos (Kg), grupo B, -2,83 Kg e grupo C -1,48. E no ganho de massa magra grupo A, 1,73 Kg, grupo B, 3,36 Kg e grupo C diferenciando dos outros grupos perdendo 0,4 em média comparando pré e pós-treino.

    Pedroso, Simões, Bertato et. al (2007) avaliaram os efeitos de um programa de treinamento de força na composição corporal e na capacidade física de mulheres com hipertensão arterial. Nove mulheres foram submetidas a um programa de treinamento de força durante oito semanas e, antes e após o programa, aos seguintes testes: 1) composição corporal (peso e percentual de gordura corporal); 2) capacidade aeróbica (teste de caminhada de 6 minutos); 3) força (testes de 10 repetições máximas); e 4)flexibilidade (teste de sentar e alcançar). Antes e depois de cada sessão de treinamento registrou-se o uso de medicação e foi aferida a pressão arterial. Durante o programa, não ocorreram complicações clínicas. Com o treinamento de força, não houve alterações significantes no peso corporal, no teste de caminhada de 6 minutos, no teste de sentar e alcançar e no puxador de costas, mas houve uma significante diminuição do percentual de gordura corporal e aumento das cargas nos testes de 10 repetições máximas nos exercícios leg-press 45º e supino. Concluíram que o programa de atividade física proposto foi seguro e benéfico para mulheres com hipertensão arterial, sendo eficiente para aumentar a força muscular e diminuir o percentual de gordura das voluntárias.

    Ferreira (2008) realizou um estudo no qual foi realizado um treinamento resistido em circuito com 9 estações de exercícios resistidos, de 10 semanas, com 3 sessões semanais. O estudo avaliou as alterações da composição corporal de mulheres adultas de 33 a 45 anos completos, saudáveis, sedentárias não habituadas ao treinamento resistido, a pelo menos um ano não fumantes, com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9 kg/m², visando o aumento da massa magra e diminuição da massa gorda. Inicialmente foram selecionadas 21 voluntárias, porém cinco desistiram e outras duas mesmo permanecendo até o final do treinamento, foram excluídas das análises estatísticas devido a uma frequência inferior a 85%. Foram avaliadas as seguintes variáveis: massa corporal (MC), massa magra (MM), massa gorda (MG), percentual de massa gorda (%MG) dentre outras. Em cada sessão de treino foram realizadas 2 (duas) voltas no circuito com 1 (um) série de 6 a 12 repetições máximas de 1RM por estação em cada volta, respeitando 1(um) minuto de intervalo entre cada estação até o fim das duas voltas. Os resultados obtidos foram que na massa corporal entre o pré e o pós treino, não apresentou nenhuma diferença significativa, no entanto, tanto o aumento da MM em mais de 3 kg, como a redução do MG em mais de 4kg foram significativos, demonstrando alterações relevantes a composição corporal das voluntárias, com diminuição significativa do percentual de gordura em praticantes 6 (seis) pontos percentuais no % MG 37,1 no pré treinamento para 31,19% após as 10 semanas de treinamento no circuito resistido proposto.

3.     Metodologia

    A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002, p.66) “caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características”.

    Participaram desta pesquisa 20 mulheres, com faixa etária entre 18 e 40 anos, praticantes de musculação de uma academia média/grande porte do Setor Sul de Goiânia-GO.

    Mediante a leitura e assinatura do Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento, realizou-se a coleta dos dados. A estimativa da gordura corporal das mulheres foi feita a partir da estimativa da densidade corporal obtida pela equação de sete dobras cutâneas (tríceps, subescapular, axilar média, supra ilíaca, peitoral, abdominal, e coxa), sugerida para mulheres de Jackson, Pollock e Ward (1980), apud Pitanga (2008), convertida em percentuais de gordura pela equação de Siri (1961). Os instrumentos utilizados foram um adipômetro científico da marca Cescorf para medir a taxa de gordura corporal em milímetros (mm) e uma balança digital com estadiômetro da marca Toledo para medir a massa corporal total em quilogramas (kg) e a estatura em centímetro (cm) das mulheres. Para Schmidt (2010, p. 12) “a técnica de espessura do tecido adiposo subcutâneo é um método simples de ser realizado, é de fácil interpretação, requer pouco tempo, o equipamento é de baixo custo e é bastante seguro”.

    Para a coleta dos dados as mulheres estavam descalças e com o mínimo de roupa possível. Primeiro foi medido a massa corporal total e a estatura das mulheres e logo em seguida foi medido a taxa de composição corporal.

    Os valores de massa corporal e composição corporal foram analisados com base na estatística descritiva de média e desvio padrão, utilizando a Microsoft Office Excel para Windows, versão 2010.

4.     Resultados e discussão

    No que diz respeito aos resultados foram coletados dados que se referem à média de idade e estatura, média da massa corporal, média da massa gorda e por fim a média da percentagem de gordura.

Tabela 1. Idade e estatura (média e desvio padrão)

Gráfico 1. Média da massa corporal (kg)

    O gráfico 1 evidencia a média da massa corporal das mulheres de 18 a 40 anos analisadas na pesquisa, onde as mesmas obtiveram uma média de 58,3 kg com o desvio padrão de 7,4. O resultado é semelhante ao estudo de Quioca (2010) em Joaçaba – SC, onde a média foi 59,4kg. A diferença maior ocorreu em relação ao desvio padrão de 9,8, mostrando que o grupo de Joaçaba é mais heterogêneo que o aqui analisado.

Gráfico 2. Média massa gorda (kg)

    No gráfico 2, a média da massa gorda das mulheres analisas foi de 11,6 kg com desvio padrão de 2,7, evidenciando-se mais homogeneidade nesta variável. O estudo de Quioca (2010) encontrou uma média de 23,2% de massa gorda em suas avaliadas, para um desvio padrão de 4,7%.

Gráfico 3. Média massa corporal magra (kg)

    A média da massa corporal magra mostrada no gráfico 3 expõe os valores de 46,5kg com desvio padrão de 6,3. No estudo de Quioca (2010), o percentual de peso magro das mulheres foi de 41,45% e o desvio padrão 3,8. Esse componente é importante devido envelhecimento que produz modificações na taxa metabólica basal. Por certo, quanto mais velha a pessoa menor será seu gasto calórico produzido pelo metabolismo basal. Contudo um indivíduo com maior quantidade de massa magra é de fato levado a níveis maiores de gasto calórico através do metabolismo basal, visto que será utilizada maior quantidade de energia através da queima de gordura entre outras reações para manter em pleno estado as células musculares desenvolvidas.

Gráfico 4. Média da percentagem de gordura

    O gráfico 4 faz menção da porcentagem da massa corporal gorda, onde é evidenciado a média de 19,80 % com desvio padrão 3,5. Se comparamos os valores expostos com a tabela de Pollock e Wilmore (1993), sabendo que a média de idade das mulheres é de 27,4 anos de idade, as mesmas são classificadas no índice “bom” de percentual de gordura. É necessário analisar que as mulheres que fizeram parte da pesquisa já estão treinando há algum tempo, e isso evidencia sim a contribuição do treino resistido para diminuição do percentual de gordura das mesmas.

    Ao compararmos o resultado expresso nesse trabalho com estudos de Ferreira (2008), percebe-se o constante benefício do treino resistido na obtenção de resultado no que diz respeito à perda de massa gorda e o ganho de massa magra. O estudo de Ferreira efetuou uma pesquisa com mulheres com média de idade de 38 anos por 10 semanas e obteve um resultado satisfatório, onde após a análise final concluiu-se o acréscimo de massa magra e a perda comprovada de massa gorda.

5.     Conclusão

    O estudo deixa claro o benefício direto do treino resistido para a redução de gordura corporal, conforme fora exemplificado de forma explícita no decorrer da pesquisa. O praticante de treino resistido não só aumenta o consumo calórico no metabolismo basal, como também permite o fortalecimento muscular, se bem orientado é claro, com isso diminuirá os riscos de lesões musculares, entre outros malefícios decorrentes da prática desorientada.

    Se tratando do principal tema abordado que se refere à diminuição do percentual de gordura através da utilização do treino resistido, sabendo que a medida de idade é de 27,4 anos de idade as praticantes classificam-se em “bom” o tal percentual, podendo afirmar de forma concreta e embasada que o treino resistido é sim um contribuinte de forma direta para a diminuição desse percentual, visto que se tratam de praticantes não iniciantes desse tipo de treino onde é cientificamente comprovada entre outras coisas, a consumação e utilização de maior quantidade de tecido adiposo para a manutenção do metabolismo basal.

    Fica a necessidade concreta de maiores análises no que diz respeito ao treino resistido como contribuição de redução da gordura corporal, para que sejam desmistificados mitos a respeito de que o treino resistido é benéfico apenas para pessoas com o verdadeiro propósito de hipertrofia muscular e/ou com objetivo estético. Porém, os estudos até aqui realizados já somam de forma satisfatória para um novo olhar para o treino resistido, somando-o a inúmeras variedades de treino como perspectiva de emagrecimento entre outros fins benéficos.

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