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Qualidade de vida dos docentes em enfermagem:
uma revisão de literatura

Quality of life in teachers of nursing: review of literature

Calidad de vida de los docentes de enfermería: una revisión de la literatura

 

*Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem

da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Unimontes, Minas Gerais

** Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes. Bolsista

do Programa Institucional de Iniciação Científica Voluntária da Unimontes, Minas Gerais

*** Acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Unimontes

Membros do Grupo de Pesquisa em Enfermagem da Unimontes, Minas Gerais

**** Enfermeira. Orientadora de Iniciação Científica. Professora Mestre do Departamento

de Enfermagem da Unimontes, Minas Gerais

***** Enfermeira. Professora Mestre do Departamento de Enfermagem

da Unimontes, Minas Gerais

Lyssa Esteves Souza Souto*

Sarah Martins Souza**

Cássio de Almeida Lima***

Mayara Karoline Silva Lacerda***

Maria Aparecida Vieira****

Fernanda Marques da Costa*****

fernandafjjf@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo identificar o conhecimento sobre a qualidade de vida dos docentes de cursos de graduação em enfermagem do Brasil. Realizou-se uma revisão da literatura nas bases de dados SCIELO, LILACS e BDENF, no período de 2008 a 2012. Foram encontrados 80 artigos, dentre os quais, selecionaram-se 16 com as características definidoras. Conforme a literatura investigada, a categoria docente, na área da enfermagem, é uma das mais expostas a ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho relativa às tarefas extraclasses, reuniões, atividades adicionais, problemas com estudantes e pressão do tempo. O profissional dedica menos tempo à execução do seu trabalho na docência, à necessária atualização na área, ao lazer e convívio social e, consequentemente, ao convívio familiar e ao descanso físico e mental. Os resultados deste estudo poderão subsidiar, como fonte de informações, a elaboração de estratégias de suporte e enfrentamento para a promoção da saúde e da qualidade de vida dos docentes da enfermagem brasileira.

          Unitermos: Enfermagem. Qualidade de vida. Docente de enfermagem. Educação superior.

 

Abstract

          This study aimed at identifying the knowledge about the quality of life in teachers of the courses of graduation in nursing of Brazil. A review of literature was done based on the data of SCIELO, LILACS and BDENF, during the period of 2008 and 2012. Eighty articles were found, in which 16 with defining characteristics. According to the investigated literature, the teaching category, in nursing, is one of the most exposed and conflicted environments and of high demanding of work related to extra classes tasks, meetings, additional activities, problems with students and time pressure. The professional dedicates less time in the execution of his or her work in teaching, in the necessary up-to-date in the area, in leisure and social living and consequently, the family living and the physical and mental resting. The results of this study can subsidize, as source of information, the elaboration of strategies of support and request to the health and life quality increasement in the life of teachers of Brazilian nursing.

          Keywords: Nursing. Quality of life. Teaching of nursing. High Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A universidade tem papel determinante na formação de profissionais, não só por demonstrar resolubilidade em comparação com instituições de outra natureza, mas também por seu papel singular na definição da ética de desenvolvimento nacional por ser um lócus especial para crítica e transformação social. Um dos dimensionamentos das necessidades nacionais volta-se, sobretudo, para a formação de profissionais de saúde norteada pelos rumos do futuro da ciência, e somente a universidade pode contemplá-la plenamente (KOIFMAN, 2011).

    Os docentes universitários vivenciam obstáculos ligados às transformações articuladas com a ciência, à educação e o trabalho. Percebem-se estimulados a refletirem sobre suas práticas diárias no espaço acadêmico e nos serviços de saúde, mas, também, sentem as dificuldades para consolidarem propostas de mudanças e elaborarem planos consistentes (RAMOS et al., 2011).

    Para Martinez, Vitta e Lopes (2009), quanto maior o tempo de dedicação dos docentes ao trabalho, menor é a disponibilidade para as atividades cotidianas, como os afazeres domésticos, os cuidados com a família, saúde e lazer, ocorrendo sobrecarga de requisições pessoais e familiares e a qualidade de vida é afetada. Não é possível desenvolver seu trabalho profissional ou qualquer outra atividade constantemente, porque são necessárias pausas para repouso, distração, sono, a fim de não se entrar em processo de irritação ou cansaço.

    A insatisfação docente é constante no meio educacional, o que acarreta inúmeras consequências na qualidade das relações interpessoais no ambiente de trabalho. Muitas vezes, essas relações não estão de acordo com as expectativas e representações dos educadores e afetam a própria realização pessoal (MULATO; BUENO; FRANCO, 2010).

    No que tange aos professores da área da saúde, como a enfermagem, este docente assume função de destaque como agente de saúde, considerando que coloca em prática, não apenas a comunicação da ciência, mas é um agente de transformações que possui singularidades nos seus conhecimentos. A sua prática produz efeitos na formação dos novos profissionais, pois este passa a ser um vetor importante nos processos de subjetivação do sujeito para formação profissional e pessoal, tornando esta profissão uma atividade altamente enriquecedora, que proporciona diversas habilidades ligadas ao campo da saúde (GARCIA; OLIVEIRA; BARROS, 2008). No seu fazer docente vivencia períodos de estresse, agregado à competição, assessorias, consultorias, ao excesso de atribuições na graduação e pós-graduação e aos prazos curtos (CARAN et al., 2011).

    O cotidiano do docente enfermeiro, também, é marcado por experiências negativas que reavivam um discurso de permanente tensão entre professor-educando: declarações ofensivas, menosprezo ao docente e seu trabalho, comparações entre profissionais e inadequadas formas de se relacionar no ambiente acadêmico (RAMOS et al., 2011). Por seu dever de cuidar/educar seres humanos, dispõe sua saúde, não somente como uma questão de ausência de doença, mas como uma cativação diária por meio da qualificação de seus hábitos, alterações de atitudes e comportamentos saudáveis, para obter respostas positivas na satisfação de suas necessidades humanas (SANTOS; CAVALCANTE; BERARDINELLI, 2010).

    Nesta acepção, a qualidade de vida do docente de enfermagem se manifesta por diferentes problemas de saúde, pois exigem excessivamente de si mesmos, são líderes, formadores de opinião, tem destaque na formação dos estudantes e na orientação de atividades científicas (CARAN et al., 2011).

    Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que se aproxima dos níveis de satisfação encontrados na vida familiar, amorosa, social e ambiental e da própria estética existencial. O termo abrange muitas acepções, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em distintas épocas, espaços e contextos diferentes, sendo uma construção social sob a égide da relatividade cultural. Neste sentido, a noção de qualidade de vida transita em um campo semântico polissêmico no qual estão vinculadas as condições e estilos de vida; os argumentos de desenvolvimento sustentável e ecologia humana; os campos da democracia; do desenvolvimento e dos direitos humanos e sociais (CASTELLANOS, 1997; MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).

    Diante do exposto, percebe-se que há inúmeras situações não promotoras de qualidade de vida no decorrer da docência na enfermagem e não se pode afirmar que exista interação entre acadêmicos, docentes e a própria estrutura da universidade, no que concerne ao desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde, norteadas por atitudes positivas que respaldem um estilo de vida saudável para os professores.

    Assim, partindo destes pressupostos, que indicam a necessidade de se realizar investigações para subsidiar projetos que envolvam o sistema formador como espaço articulador de discussões relacionadas à qualidade de vida, justifica-se a elaboração do presente estudo, que contém a seguinte questão norteadora: Qual é a qualidade de vida dos docentes da área da enfermagem no Brasil?

    Tem como objetivo identificar o conhecimento produzido acerca da qualidade de vida de docentes na área da enfermagem brasileira, por meio da revisão de literatura.

Métodos

    Trata-se de uma revisão de literatura, que segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008), é um método de pesquisa que permite a busca, a avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do tema estudado, tendo como produto final o estado atual do conhecimento investigado e a identificação de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de pesquisas futuras.

    O levantamento bibliográfico foi realizado na rede de acesso da Biblioteca Virtual da Saúde em Enfermagem. Os artigos foram selecionados nas seguintes bases eletrônicas de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), utilizando como descritores: enfermagem, qualidade de vida, docente de enfermagem e educação superior.

    Os critérios de inclusão dos artigos foram: estudos na íntegra, no idioma português, no período 2008 a 2012 e que respondessem questão norteadora da pesquisa. Excluíram-se os artigos encontrados em mais de uma fonte de informação ou duplicados e aqueles não relacionados ao tema.

    Na busca inicial foram encontradas 80 publicações nas bases de dados SCIELO, LILACS e BDENF. Desses, 65 foram excluídos e 15 foram selecionados por atenderem aos critérios de inclusão propostos, constituindo-se na amostra deste estudo (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição dos artigos encontrados e selecionados

Resultados

    Todas as 15 publicações selecionadas atenderam aos critérios de inclusão e estão assim distribuídas: 12 na base Scielo; 01 na LILACS e 02 na BDENF.

    O QUADRO 1 apresenta os artigos selecionados, segundo título, periódico, autores, ano de publicação, características do estudo e principais desfechos da pesquisa no período de 2008 a 2012. No ano de 2010 houve o maior número de publicações (6), seguido de três em 2009 e o mesmo número em 2012.

    Os periódicos com maior número de publicações foram a Revista de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (3) e a Revista Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (2). A região brasileira com maior publicação foi a Sudeste, com 11 publicações.

    Quanto ao objetivo das publicações, os autores buscaram, em sua maioria, descrever a qualidade de vida dos docentes de enfermagem; os aspectos geradores de sofrimento e prazer no processo de trabalho; os hábitos de vida; os fatores facilitadores e os impeditivos para o cuidar de si.

    Verificou-se que o município de São Paulo foi o cenário de maioria das publicações (6), seguido do Rio de Janeiro (5), Nordeste (1), Santa Catarina (1), Vitória (1) e Rio Grande do Sul (1). Em relação aos tipos de estudos as publicações referem-se a Artigo Original (9) e de Pesquisa (6). Quanto a abordagem encontrou-se: estudos qualitativos (4), estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa (4), estudos descritivos (3), estudo descritivo com abordagem qualiquantitativa (1), estudo qualiquantitativo (1), estudo exploratório (1) e estudo qualitativo e descritivo (1).

Quadro 1. Distribuição dos artigos selecionados, segundo título, periódico, autores, ano de publicação, características do estudo e principais desfechos da pesquisa (2008-2012)

Título dos Artigos

Periódico/ano de publicação

Autor

Objetivo do estudo

Característica do estudo

Síntese das Conclusões/Recomendações

1

Prazer e sofrimento no processo de trabalho do enfermeiro docente.

Revista Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

 

2009

FERREIRA, E.M.

et al.

 

Identificar aspectos geradores de sofrimento e prazer no processo de trabalho do enfermeiro docente.

Local: Município de São Paulo.

Tipo: Artigo Original.

Estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa.

A multiplicidade de atividades, exigências institucionais, dificuldades de relacionamento entre os pares e o perfil do aluno são elementos importantes na apreensão do processo de trabalho dos docentes.

2

Fatores facilitadores e impeditivos no cuidar de si para docentes de enfermagem.

Texto Contexto Enfermagem.

 

out./dez. – 2011

SOARES, R.J.O., et al.

Descrever os fatores facilitadores e os impeditivos para o cuidar de si do docente de enfermagem e discutir as implicações destes fatores na perspectiva da saúde do trabalhador.

Local: Rio de Janeiro.

Tipo: Artigo Original

Estudo exploratório.

Os fatores impeditivos acabam, sobrepondo-se aos fatores facilitadores para o cuidar de si. Verificou-se que momentos de lazer e descanso são de grande importância para o docente.

3

Qualidade de vida do enfermeiro no trabalho docente: Estudo com o Whoqol-BREF.

Escola Anna Nery

 

abr./ jun. - 2012

CONCEIÇÃO, M.R. et al.

 

Verificar a qualidade de vida do enfermeiro docente que trabalha em instituição federal, estadual e privada e comparar os resultados entre os três grupos.

Local: Nordeste

Tipo: Pesquisa

Estudo quantitativo.

Verificou-se que a qualidade de vida global dos enfermeiros docentes foi considerada boa, além de estar diretamente relacionada com ambiente e a vida social dos docentes. Observou-se que as relações sociais e o ambiente influenciam tais resultados.

4

O estresse nos docentes de enfermagem de uma universidade pública.

REVISTA DE PESQUISA: Cuidado é Fundamental Online

set./dez.

2009

MIRANDA, L.C.S.; PEREIRA, C.A.; PASSOS, J.P.

Avaliar o nível de estresse dos docentes de Enfermagem de uma Universidade Pública e analisar os fatores desencadeantes do estresse no docente de Enfermagem.

Local: Rio de Janeiro.

Tipo: Pesquisa

Estudo descritivo com abordagem qualiquantitativa.

O nível de estresse elevado, destacando os fatores: excesso de atividades, condições de trabalho e as sobrecargas de atividades associadas a um ambiente desconfortável de trabalho.

5

O ensino na área da saúde e sua repercussão na qualidade de vida docente.

Revista Brasileira de educação médica.

 

2010

SILVÉRIO, M.R et al.

Conhecer a repercussão do processo de ensino-aprendizagem (PEA) na qualidade de vida e saúde de docentes, mais especificamente de profissionais da área da saúde de uma universidade de Santa Catarina.

Local: Santa Catarina.

Tipo: Pesquisa

Estudo qualitativo.

As interações sociais do ambiente universitário interferem, limita e/ou promove a qualidade de vida e a saúde dos docentes. O enfrentamento pela melhor qualidade de vida está voltado ao ambiente.

6

Indicadores da qualidade de vida no trabalho entre docentes decurso de graduação em enfermagem.

Arquivo Ciência da Saúde

jul./set. 2008

 

MAGALHAIS, L. C.B.; YASSAKA, M.C.B.; SOLER, Z. A.S.G.

Identificar indicadores da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) entre docentes de um Curso de Graduação em Enfermagem.

Local: São Paulo.

Tipo: Artigo Original

Estudo descritivo.

A natureza do trabalho e a preocupação com a instituição geravam sentimentos de ansiedade.

7

Perfil dos docentes de cursos de graduação em enfermagem de universidades públicas e privadas.

 

Revista de enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

2011 jan./mar.

TERRA, F. S.; SECCO, I. A. O.; ROBAZZI, M. L. C.C.

Identificar o perfil dos docentes de cursos de graduação em enfermagem de universidades pública e privada.

Local: Rio de Janeiro.

Tipo: Artigo de pesquisa

Estudo descritivo.

Houve maior ocorrência de doenças como hipertensão arterial, o hipotireoidismo e a Diabetes Mellitus, nos professores de enfermagem da universidade pública e 66% têm mais de 40 anos de idade.

8

Estudo sobre hábitos de vida de docentes de enfermagem segundo os modos adaptativos de Roy.

Revista de enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

2010 jan./mar.

SANTOS, I. S.; CALVALCANTE, L. B.; BERARDINELLI, L. M. M.

Analisar os hábitos de vida dos docentes de enfermagem, relacionando-os aos modos adaptativos de Roy: fisiológico, autoconceito e interdependência.

Local: Rio de Janeiro.

Tipo: Artigo de Pesquisa.

Estudo descritivo.

Os enfermeiros enquanto docentes de enfermagem estão ligados a adaptação ao ambiente de trabalho realizando assim um autocuidado.

9

Enfermagem tradicional, atual e do futuro: a visão de docentes de enfermagem.

Revista de enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

out./dez. 2010

MULATO, S. C.

 

Identificar com docentes de um curso de enfermagem, sua visão sobre a enfermagem tradicional, atual e do futuro.

Local: Ribeirão Preto.

Tipo: Artigo de pesquisa

Estudo qualiquantitativo.

Acredita-se que a enfermagem venha melhorar futuramente, sendo valorizada e assim interferindo na qualidade de vida dos mesmos. Revelam preocupação com a formação e ampliação da atuação e do conhecimento científico bem como com o trabalho multidisciplinar e humanizado.

10

Prazer e sofrimento no processo de trabalho do enfermeiro docente.

Revista Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

2009

FERREIRA, E. M.

Identificar os aspectos geradores de sofrimento e prazer no processo de trabalho do enfermeiro docente.

Local: Município de São Paulo.

Tipo: Artigo Original

Estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa.

Aspectos geradores de prazer e sofrimento no processo de docência estão diretamente ligados ao desinteresse dos alunos e desvalorização deles. Observa-se que quando há maior inteiração entre docente-aluno o trabalho torna-se mais prazeroso.

11

Gênero e qualidade de vida percebida – estudo com professores da área de saúde.

Ciência & Saúde Coletiva.

2012

OLIVEIRA, E. R. A.

Avaliar as condições de trabalho sobre a saúde e qualidade de vida percebida de mulheres docentes do ensino superior na área da saúde, da cidade de Vitória - ES.

Local: Vitória- ES.

Tipo: Artigo Original

Estudo qualitativo descritivo do tipo exploratório.

A carga horária do trabalho dos docentes interfere na saúde mental de forma negativa influenciando no sono, doenças psíquicas, comprometimento na interação social e outros. Recomenda-se que os docentes devem ter um momento de lazer para melhor cuidar da saúde.

12

Trabalho, educação e saúde na perspectiva das concepções de enfermeiros em atividade docente

Trabalho Educação e Saúde.

mar./jun. - 2010

CARVALHO, S. M.; PAES, G. O.; LEITE, J. L.

 

Suscitar reflexões sobre o trabalho dos profissionais de saúde que atuam na formação de novos profissionais, no caso enfermeiros docentes, e sua relação com a educação e a saúde.

Local: Rio de Janeiro.

Tipo: Artigo Original

Estudo qualitativo e descritivo.

Ressalta-se que o processo do trabalho dos docentes vem sofrendo mudanças em relação saúde, trabalho e educação. Faz-se necessário que ocorra capacitação para os educadores.

13

Prazer e Dor na Docência: revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout.

Saúde e Sociedade São Paulo.

2012

ANDRADE, P.S.; CARDOSO, T. A. O.

Apresentar considerações acerca dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout entre os docentes.

Local: São Paulo.

Tipo: Artigo Original

Estudo qualitativo.

O desgaste emocional como o estresse entre os docentes estão diretamente interligado ao serviço. Torna-se necessário o desenvolvimento de estudos para melhor entender tais comportamentos.

14

Condições de saúde auto-referidas de professores de uma universidade regional.

Revista Gaúcha de Enfermagem.

2010 jun.

FONTANA, R. T.; PINHEIRO, D. A.

Objetivou-se investigar as condições de saúde auto-referidas de professores universitários e a interface com sua ocupação.

Local: Rio Grande do Sul.

Tipo: Artigo Original.

Estudo quantitativo.

A maioria dos docentes, sofrem de alguma espécie de exibição a riscos ou morbidades consequência ao excesso de carga horária no trabalho. Portanto, a valorização dos docentes e alunos contribui para promoção de saúde dos educadores.

15

Docência em Enfermagem: insatisfações e indicadores desfavoráveis

 

Acta Paulista de Enfermagem.

2010

MULATO, S. C.; BUENO, S. M. V.; FRANCO, D. M.

Buscou-se identificar e analisar entre docentes de um curso de graduação em Enfermagem, os momentos de insatisfação e os indicadores desfavoráveis de sua profissão e a relação entre esses elementos.

Local: Interior Paulista.

Tipo: Artigo Original

Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa.

O excesso de atividades realizadas pelos docentes da graduação em Enfermagem tem como consequência a insatisfação no trabalho. Aconselha-se maior investimento na universidade e assim no corpo docente.

Discussão

    No que se refere aos desfechos das publicações, verifica-se que os autores descreveram pontos similares sobre as dificuldades de relacionamento entre os docentes e acadêmicos de enfermagem, sendo elementos importantes na apreensão do processo de trabalho. Mencionaram que o ambiente de trabalho influencia em resultados negativos para a vida familiar, saúde, situação financeira, lazer e o próprio serviço. Os fatores impeditivos acabam sobrepondo-se aos fatores facilitadores para o bem-estar, refletindo, assim, na qualidade de vida (CONCEIÇÃO et al., 2012; FERRREIRA et al., 2009).

    A maioria dos autores retrata a categoria docente como uma das mais expostas a ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasses, reuniões e atividades adicionais, problemas com discentes, que chegam até as ameaças verbais e físicas, e pressão do tempo. No caso dos enfermeiros docentes, o excesso de trabalho está relacionado às atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração, gerando a insatisfação no trabalho. Esta insatisfação docente é constante no meio educacional, o que acarreta inúmeras implicações na qualidade das relações interpessoais no ambiente de trabalho (OLIVEIRA et al., 2012; MULATO; BUENO; FRANCO, 2010 ).

    Ressalta-se que o processo do trabalho dos docentes sofre mudanças em relação saúde, trabalho e educação. A carga horária dos docentes interfere na saúde mental de forma negativa, podendo influenciar no sono, doenças psíquicas e comprometimento na interação social (CARVALHO; PAES; LEITE, 2010; OLIVEIRA, 2012). As doenças que estão diretamente ligadas ao trabalho dos educadores, especialmente quando se trata de docentes da saúde, é uma alta taxa de estresse, doenças psicossociais, desgaste emocional, além de hipertensão arterial, hipotireoidismo e a Diabetes Mellitus (TERRA; SECCO; ROBAZZI, 2011). Os resultados das publicações demonstram que a natureza do trabalho realizado e a preocupação com a instituição geram sentimentos de ansiedade nos trabalhadores (MAGALHAIS; YASSAKA; SOLER, 2008).

    Para proporcionar melhor qualidade de vida à esses profissionais devem ocorrer intervenções, como maior entrosamento entre docentes e discentes para evitar o sofrimento no trabalho, momentos de lazer e descanso. Os enfermeiros, enquanto docentes de enfermagem, devem promover uma adaptação ao ambiente de trabalho para realizar o autocuidado (SANTOS; CALVALCANTE; BERARDINELLI, 2010; FERREIRA, 2009). Algumas publicações identificam que o enfretamento para melhorar os resultados na qualidade de vida dos docentes em enfermagem está voltado ao ambiente de trabalho e cada estresse deve ser investigado e analisado de forma individual para melhor intervenção (SILVÉRIO, 2010; MIRANDA; PEREIRA; PASSOS, 2009; MAGALHAIS; YASSAKA; SOLER, 2008; CARVALHO; PAES; LEITE, 2010).

    Espera-se que esta revisão possa proporcionar reflexão acerca da interação entre acadêmicos, docentes e a própria estrutura da universidade, no que concerne ao desenvolvimento de estratégias de promoção da saúde norteadas por atitudes positivas que respaldem um estilo de vida saudável para todos os professores.

Referências

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