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Importância da avaliação postural para 

as categorias de base no futebol de campo

La importancia de la evaluación postural para las categorías de base en el fútbol de campo

 

Mestre em Ergonomia pela UFSC

Profissional de Educação Física – FURB

Professor da Universidade Gama Filho - SP

Coordenador da Rede de Estudo da Postura Humana - REPH

Assessor Técnico Científico da Associação Desportiva e Social Ferroviários - ADSF

Josenei Braga dos Santos

jopostura@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Com o advento da Copa do Mundo, muitos adolescentes vislumbram ser um jogador de futebol e com isto, submetem seu corpo a qualquer situação na busca por um objetivo maior, ser um atleta profissional de futebol de campo. Neste artigo busco criar uma reflexão sobre as reais condições de saúde desta fase da vida e tento expressar alguns aspectos críticos, para que os responsáveis pelas categorias de base desta modalidade criem uma consciência e usem-na, em prol de uma formação esportiva de melhor qualidade tendo como foco monitorar a saúde destes adolescentes por meio da prática da atividade física.

          Unitermos: Futebol de campo. Evaluação postural. Categorias de base.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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    Atualmente estamos passando por um processo de muitas mudanças econômicas e esportivas em nosso país, tendo em vista que durante três anos, estaremos em evidência, devido aos megaeventos: Copa das Confederações, do Mundo, Olimpíadas e Paralimpiadas.

    Já é consenso entre as pessoas que o futebol de campo é uma das modalidades esportivas mais praticadas no mundo, e atrai cada vez mais adeptos a sua prática por diversos motivos: recursos de baixo custo para sua prática, união entre os povos, pela praticidade, pela paixão, por fazer parte da cultura das pessoas, da massificação da mídia, assim como, contribui e muito, quando bem orientado, para a formação humana e cidadania de seus praticantes e, principalmente, pela promoção de saúde por meio da mudança de hábitos saudáveis.

    Neste sentido, nos vemos na obrigação de investir em formação em recursos humanos altamente qualificados, baseados em educação, saúde e tecnologia, utilizando bases científicas, para obtenção de sucesso em qualquer segmento, para poder melhorar nossas formas de treinamento, bem como, avaliar pessoas comuns, praticantes e atletas, antes de se iniciar qualquer programa de treinamento (físico, técnico, tático e psicológico), condicionamento físico e até mesmo lazer, ainda mais, quando falamos das categorias de base, mais especificamente da adolescência (10 a 19 anos) como preconiza a Organização Mundial de Saúde.

    De acordo com o pensamento de Lazzoli et al. (1998), do ponto de vista da saúde pública e medicina preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma, para uma melhor qualidade de vida da população, pelo fato desta fase, ser uma das mais críticas para se desenvolver qualquer habilidade motora, pois de acordo com Silva et al. (2011) a obesidade assumiu proporções epidêmicas, o que se relaciona com os fatores de risco cardiovasculares, assim como, ao aparecimento de alterações posturais, tanto no adulto como em crianças e adolescentes.

    Portanto, todas estas mudanças podem ser explicadas também pelo crescimento que é físico e desenvolvimento que é mental, o que provoca diversas mudanças biopsicossociais em uma velocidade acelerada, que não podem ser analisados separadamente (Coutinho e Freitas 2010; Reato e Picanço, 2010).

    Outra situação que compromete bastante a saúde física são as alterações ocorridas na postura corporal (PC), devido ao pico de crescimento e desenvolvimento que ocorre, deixando-os descoordenados, sem muito controle dos gestos motores, refletindo de forma acentuada na (PC), porque esta é uma característica inata, sendo causada pela interação entre ser humano e o meio ambiente, que é percebido pelos órgãos dos sentidos na busca por um equilíbrio, dentro de uma concepção físico (que depende da tonicidade muscular) e mental (cognitivo e emocional), organizado pelo Sistema Nervoso Central (SNC) por meio de estímulos aferentes (recebidos) e eferentes (emitidos).

    Sendo assim, uma das estratégias que vejo como primordial para identificação destas alterações para poder monitorar este crescimento e desenvolvimento, é avaliar a (PC) destes adolescentes observando ser primordial a partir dos 12 anos de idade, momento em que as habilidades biopsicossociais começam a ficar mais latentes e acentuadas, em ambos os sexos, no intuito de prevenir problemas osteomusculares.

    Para se ter noção de como esta modalidade afeta a saúde de quem pratica a modalidade, Zanuto, Harada e Gabriel Filho (2010), quando estudaram o perfil de lesões no futebol amador constataram que 57% eram lesões com contato e 43% sem contato, na qual 38% foi na coxa, 24% no tornozelo, 10% joelho, 10% perna, 10% membro superior, 5% pé e 5% tronco.

    Selistre et al. (2009) quando fizeram um levantamento sobre as de lesões mais ocorridas em jogadores de futebol masculino Sub-21, identificaram que 75% eram nos membros inferiores, sendo as lesões musculares as características mais prevalentes 37,6%.

    Já Palacio, Candeloro e Lopes (2009) quando estudaram as lesões nos jogadores de futebol profissional identificaram que: 47% eram musculares, 26,5% ligamentares, 16,5% ósseas e 10% meniscais, o que reforça a afirmação de Brito, Soares e Rebelo (2009), quando explicitam que no futebol o risco de lesão é elevado, conforme os órgãos da modalidade têm demonstrado, o que aumenta as preocupações para com a incidência, causas e severidade das lesões.

    Neste sentido observa-se como primordial este monitoramento, haja vista, que campeonatos amadores, jogos regionais, profissionais e recreativos, na qual envolvem adolescentes, esquecem que os mesmos, estão em fase de formação maturacional e esportiva e já estão apresentando problemas que a médio e longo prazo, poderão comprometer a carreira esportiva.

    Com isto, cabe-nos aqui uma reflexão: Jogar por jogar para ganhar campeonatos sem respeitar esta fase, só para conquistar campeonatos, torneios e medalhas, ou desenvolver um trabalho focado em formação e qualidade, tanto para comissão técnica, pais e praticantes, no intuito de não comprometer a saúde de crianças e adolescentes para futuramente estar sobrecarregando os sistemas únicos de saúde da população mundial?

Referências

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