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O atletismo no contexto escolar

El atletismo en el contexto de la escuela

The track & field in the school context

 

*Acadêmico do Curso de Licenciado em Educação Física

**Professor MSc. do Centro de Ciências da Saúde da UNICRUZ

(Brasil)

Cesar Augusto de Oliveira Rodrigues*

cesar.rodrigues1970@hotmail.com

Erecy Roberto Segala Martins**

betosegalla2@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo busca analisar como, e se está sendo trabalhado o Atletismo nas aulas de Educação Física nas escolas municipais de Tupanciretã RS. Tendo o Atletismo como base dos movimentos naturais humanos, procurou-se conhecer melhor a sua utilização nas aulas e as estruturas disponibilizadas para a prática do mesmo pelas escolas municipais, a Pesquisa foi realizada com uma amostra de 11 (onze) professores de Educação Física, onde os mesmos responderam um questionário contendo questões referentes ao tema Atletismo. A pesquisa realizou-se em 7 (sete) escolas municipais de ensino fundamental da cidade de Tupanciretã, RS, O questionário foi analisado de forma descritiva diagnóstica utilizando o programa Microsoft Excel 2007, o qual mostra um resultado que é praticamente o retrato da atual educação nacional, onde as escolas cada vez mais obrigam o Professor de Educação Física a se adaptar com espaços diminutos, falta de materiais adequados e com alunos cada vez mais voltados aos esportes coletivos, os quais são amplamente destacados pela mídia. Desta forma forçando o Atletismo ficar em segundo plano e em muitos casos quase extinto das aulas.

          Unitermos: Atletismo. Professor de Educação Física. Educação Física. Professores.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Os movimentos atléticos, como habilidades básicas, estão presentes em todas as práticas dos movimentos humanos, seus atos motores são automáticos e cabe ao professor adotar uma metodologia adequada de ensino para não torná-lo desinteressante Porém, é importante salientar que a função da educação física escolar, não visa formar atletas e sim pessoas que pratiquem os mais diversos esportes em beneficio da saúde e do bem estar social. Onde as transformações devem ocorrer de acordo com as limitações físicas e técnicas dos alunos, ofertando atividades que lhes proporcione satisfação, pois não é tarefa da escola treinar o aluno e sim fazê-lo estudar o mesmo incluindo a todos se distinção de habilidades. (Oliveira, 2006).

    Desta forma é necessário ter consciência que é através do corpo que se desenvolve a educação, pois, é nele onde estão armazenadas as características e experiências pessoais de vida. e estas são as responsáveis pela formação corporal. Sendo assim deve-se adotar uma cultura de movimentos valorizando mais as práticas corporais, onde o papel da Educação Física é propiciar aos alunos atividades que lhes sejam prazerosas e não aquelas em que se sintam obrigados a fazer para não se sentirem deslocados do grupo. (Matthiesen, 2004)

    Percebe-se que Educação Física na atualidade está ficando em segundo plano na educação e, principalmente o Atletismo, o qual é conteúdo de suma importância nesta área. Desta forma ressalta-se que a deficiência a qual envolve esta modalidade vem desde os anos iniciais na escola, pois muitas vezes é deixada de lado por alguns profissionais. (Matthiesen et al, 2008)

    Porém os alunos, às vezes, rejeitam uma prática que não seja o futebol, onde só os melhores praticam e os menos habilidosos vão se excluindo naturalmente do grupo, isso somado à falta de estruturas em escolas, principalmente as públicas, onde em muitas não existem materiais nem locais para trabalhar, o que às vezes forçam o professor ao comodismo. Desta forma falta um pouco de inovação para a educação física escolar onde a mesma possa contribuir com maior variabilidade e possibilidades de movimentos. (Marques e Lora, 2009)

    Assim sendo este artigo teve como objetivo principal analisar como, e se, está sendo trabalhado nas escolas a prática do Atletismo nas aulas de Educação Física. E ainda como objetivos secundários objetivou verificar quais conteúdos estão sendo tratados nas aulas e identificar justificativas dos professores de Educação Física a respeito da prática, ou não, do Atletismo.

Metodologia

    A pesquisa se desenvolveu em 7 (sete) escolas municipais de ensino fundamental da cidade de Tupanciretã, RS. Contando como amostragem 11 professores de Educação física que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa, os quais assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde concordaram em responder a um questionário de maneira formal, sendo que para tal foi encaminhada Carta solicitando autorização para a Secretária Municipal de Educação.

    O instrumento de pesquisa constou de um questionário estruturado com perguntas abertas referentes ao trabalho realizado com o Atletismo na escola e se a mesma disponibilizava materiais para a sua prática. Este roteiro de entrevista elaborado pelo próprio pesquisador e, validado para esse fim por três especialistas da área, constou de uma Carta de Validação para aprovação do referido questionário.

    Os dados coletados através dos questionários foram descritos de maneira descritiva diagnóstica. Segundo Gil (2002) os mesmos objetivam levantar opiniões sobre determinadas atitudes da população. Os dados também foram analisados de forma quantitativa, através de percentuais e descritos através de gráficos utilizando como ferramenta de análise o programa Microsoft Excel 2007.

Resultados e discussões

    Por intermédio do questionário direcionado aos participantes da pesquisa relacionada ao tema Atletismo, obteve-se a idéia da real situação que se encontra a atual o Atletismo na escola, onde na maioria das aulas o que impera é a ansiedade dos alunos a terem uma prática relacionada a não fazer atividades, onde o professor tem seu papel baseado em apenas observar seus educandos nas atividades que os próprios escolhem, ou seja, na maioria das vezes jogar futebol onde não aceitam regras externas, só as deles, de forma que sem uma bola não existe educação física. (Kunz, 2004)

    As informação dos pesquisados são desencontradas pois referente à utilização da modalidade Atletismo como conteúdo das aulas de Educação Física 75% dos pesquisados afirmaram que o mesmo é componente básico de suas aulas. O que não vêm ao encontro de outras questões feitas, onde 59% destes mesmos professores alegam não terem locais para trabalharem e 55 % trabalham somente as corridas. Fato esse que pode ser verificado no gráfico a seguir.

Gráfico 1. Freqüência do Atletismo nas aulas sendo 11 professores = 100%

    Pode-se notar que mais da metade dos professores optou por não responder, o que sugere que os mesmos não estão se utilizando do atletismo, assim deixando de lado esta modalidade, a qual como iniciação desportiva objetiva levar o aluno ao aprendizado das técnicas motoras básicas dos esportes. (Romero Frómeta, 2004).

    O estudo mostra que o Atletismo é mais utilizado em séries iniciais, segundo os entrevistados quanto maior a idade menor é o interesse pela modalidade, sendo que no 8° e 9° ano não existe citações da prática do mesmo, demonstrando que a Educação Física nestes anos está voltada para outros esportes.

    Neste caso caberia ao professor estimular o interesse pelo atletismo, ressaltando que a prática esportiva na escola não é negativa o que é negativo é a transformação das aulas em um local de treinamento esportivo, onde se privilegia os melhores e colocam a margem aqueles que possuem outras ou poucas habilidades. (Pereira, 2009).

Gráfico 2. Conteúdos do Atletismo trabalhados nas aulas de Educação Física

    Neste percentual nota-se que os conteúdos estão focados basicamente nas corridas, esta questão vem ao encontro dos estudos de Marques e Lora (2009), onde destaca que o conteúdo Atletismo nas aulas de Educação Física é concentrado geralmente em corridas e saltos, onde o mesmo é mais voltado para a performance.

Gráfico 3. Conteúdos do Atletismo mais aceitos pelos alunos

    O principal são as corridas com 41%, os demais como saltos em distância, altura e arremesso de peso ficam em segundo plano. Destacando que teve um professore que não entendeu bem a questão ou não se deu por conta que o futsal não faz parte de nenhuma modalidade atlética.

    Um fato positivo neste estudo é que mesmo não sendo posto em prática, 100% dos professores concordam que o Atletismo é um conteúdo de base para a Educação Física. Assim concordando com o estudo de Romero Frómeta (2004), onde o mesmo destaca o atletismo leva ao aprendizado de técnicas motoras básicas desta forma levando ao alcance dos rendimentos de acordo com as idades respectivas.

    De acordo com 92% dos professores o Atletismo não é valorizado pela mídia, onde a mesma só se refere às pessoas praticantes desta modalidade quando acontece grandes eventos como as Olimpíadas, sendo que se o mesmo obtivesse mais destaque certamente ganharia mais gosto pela população em geral. Desta forma concordando com Matthiesen et al. (2008, p. 354) onde destacam que:

    [...] para além das competições inerentes a esse esporte, é preciso que se conheça mais do atletismo; é preciso que se explore o seu lado educacional, afinal, por meio dele, é possível explorarmos as habilidades motoras básicas, seus movimentos específicos, sua história e regras, despertando, nas crianças, o gosto e o interesse por essa bela modalidade esportiva.

    Finalizando o questionário, 59% professores entrevistados responderam não possuir espaços para a pratica atlética e 67% relataram que as escolas não possuem nenhum tipo de material, e para conseguir propiciar para os alunos alguma atividade usam da imaginação e do improviso, fato este já detectado por Mezzaroba et al (2006) que em seus estudos destacou que: “Uma minoria de escolas consegue oferecer aos alunos toda a infra-estrutura necessária. A maioria absoluta das escolas (notadamente as públicas) sequer dispõem do espaço físico para a prática de esportes (neste caso o atletismo).”

Conclusão

    Esta pesquisa demonstrou de certa forma a real situação das aulas e das escolas, onde na maioria das vezes não basta o professor ter interesse em realizar as atividades de forma adequada para seus alunos, pois falta material e espaço físico, e na maioria das vezes as aulas precisam ser improvisadas em qualquer local às vezes longe da escola, pondo em risco a segurança de seus alunos, além do descaso dos alunos para com o Atletismo.

    Desta forma, por mais que os professores envolvidos na pesquisa tenham grande interesse em desenvolver da melhor forma possível seus alunos, eles encontram grandes barreiras, e devido ao atual sistema educacional ficam sem alternativas para levar em frente seus planejamentos de ensino.

    E no caso dos professores das escolas municipais de ensino fundamental da cidade de Tupanciretã – RS, envolvidos na pesquisa, notou-se que o Atletismo é deixado em segundo plano, pois a Educação Física nos anos finais está mais direcionada aos outros esportes coletivos, com certeza devido à própria cultura, não só de um lugar isolado, mas de todo o sistema educacional em si.

Referências

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