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Avaliação do equilíbrio em idosos do CRAS, 

pré e pós-intervenção de atividade física orientada

La evaluación de equilibrio en personas mayores del CRAS, antes y después de la aplicación de la actividad física orientada

 

*Graduados em Educação Física pela Fagammon

**Discente em Nutrição pela UFLA

***Professor do Unis MG, Fagammon e Unifor/MG

(Brasil)

Lucas Andrade Pimenta*

Rafael Rogério de Oliveira*

Rafael da Cunha Mângia*

Maykeline Stéphani Pereira*

Bianca Martins de Figueiredo**

Alan Peloso Figueiredo***

alanpf@terra.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Com o passar dos anos perde-se o equilíbrio que é ocasionado pela perda de massa muscular, massa óssea e também por alguns problemas na audição. A presente pesquisa tem como objetivo verificar o equilíbrio dos idosos de 60 anos ou mais, já praticantes de atividade física pela escala de Berg. Foram submetidos à pesquisa 27 idosas com idade entre 60 e 82 anos que freqüentam o CRAS II de Perdões – MG. Por serem idosas já praticantes de atividades físicas, obtiveram resultados satisfatórios de acordo com a escala citada. O pré-teste já foi realizado com idosas que foram submetidas a treinos, e após o período de 1 mês e 15 dias foi realizado o pós-teste com as mesmas. Um grupo praticou exercícios de equilíbrio separadamente para que possamos realizar uma comparação no pós-teste entre os grupos que fizeram exercícios resistidos e também o de equilíbrio, com os que fizeram somente o resistido. A análise do desempenho das idosas do Grupo I no período pré e pós-teste resultou em uma melhora estatisticamente significativa (z=-2,555, p=0,011). O mesmo foi observado no Grupo II (z=-2,502, p=0,012). Porém o treinamento de equilíbrio que o grupo 1 realizou a mais (exercícios de equilíbrio) não teve melhora estatisticamente significativa em relação ao grupo 2. Com o passar dos anos os idosos perdem massa muscular, massa óssea, apresentam problemas na audição e esse conjunto leva a perda do equilíbrio. O treinamento retarda este processo do envelhecimento, assim melhorando o equilíbrio.

          Unitermos: Idosos. Treinamento resistido. Equilíbrio.

 

Resumen
         
A través de los años la pérdida del equilibrio es causada por la pérdida de masa muscular, la masa ósea y también algunos problemas en la audición. Esta investigación tiene como objetivo determinar el equilibrio de personas de 60 años o más, físicamente activos, por la escala de Berg. Fueron incluidos en la investigación 27 adultos mayores entre 60 y 82 años que asisten al II CRAS de Indultos - MG. Debido a que son mujeres mayores que practican actividades físicas, se obtuvieron resultados satisfactorios de acuerdo a la escala mencionada. El pre-test fue ha realizado con mujeres mayores que se sometieron a entrenamiento, y después de 1 mes y 15 días se llevó a cabo el post-test con el mismo grupo. Un grupo practicó ejercicios de equilibrio por separado para poder hacer una comparación en el post-test entre los grupos que hicieron ejercicios de resistencia y también el equilibrio, con los que realizaron solamente resistido. El análisis del rendimiento de las personas mayores del grupo I en el pre-y post-test resultó en una mejoría estadísticamente significativa (z = -2,555, p = 0,011). Lo mismo se observó en el Grupo II (Z = -2,502, p = 0,012). Pero ese grupo de entrenamiento del equilibrio se sometió a una más (ejercicios de equilibrio) no hubo ninguna mejoría estadísticamente significativa en comparación con el grupo 2. Con los años las personas mayores pierden masa muscular, masa ósea, tienen problemas de audición y este conjunto conduce a la pérdida del equilibrio. El entrenamiento retrasa el proceso de envejecimiento, mejorando así el equilibrio.
          Palabra clave: Personas mayores. Entrenamiento de resistencia. Equilibrio.

 

Abstract

          Over the years we have lost the balance that is caused by the loss of muscle mass, bone mass and also some hearing problems. We aim to check the balance of the elderly aged 60 years or more, already engaged in physical activity by Berg scale. 27 were tested for the elderly aged 60 and 82 years who attend the CRAS II of Perdoes - MG. Because they are older now practicing physical activities, have obtained satisfactory results according to the scale mentioned. The pretest has been conducted with elderly women who underwent training, and after 1 month and 15 days was carried out the posttest with the same. One group practiced balance exercises separately so that we can make a comparison in the posttest between groups that did resistance exercises and also the balance, with those who had only resisted.

          Keywords: Elderly. Resistence training. Balance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento fisiológico acarreta uma série de alterações nas funções orgânicas e mentais devido exclusivamente aos efeitos da idade avançada sobre o organismo, que perde principalmente sua capacidade de manter o equilíbrio homeostático. Por exemplo, entre as idades de 25 a 75 anos, o compartimento lipídico expande de 14% para 30% do peso corporal total, enquanto a quantidade total de água, a massa muscular e o tecido ósseo diminuem (LEITE, 2000).

    A força é um fator importante para as capacidades funcionais. As fraquezas dos músculos podem avançar até que uma pessoa idosa não possa realizar as atividades comuns da vida diária, tais como tarefas domésticas, levantar-se de uma cadeira, varrer o chão ou jogar lixo fora. É importante manter a força conforme envelhecemos porque ela é vital para a saúde, a capacidade funcional e a vida independente (FLECK; KRAEMER, 1999).

    No Brasil, 30% dos idosos caem pelo menos uma vez por ano e quanto à maior idade, maior a chance de queda, sendo que 32% estão entre 64 e os 74 anos, 35% entre os 75 e os 84 anos e 51% acima dos 85 anos. Estas quedas ocorrem mais nas mulheres do que nos homens da mesma faixa etária (SILVA et al, 2008).

    Dentro do que denominamos “envelhecimento fisiológico” suas características dependerão significativamente de fatores ligados ao estilo de vida que a pessoa assume desde a infância ou adolescência, tais como fumar cigarros, prática regular de exercícios físicos ou esportes, ingesta alimentar (excessiva ou com predominância de um nutriente), tipo de atividade ocupacional, entre outros. Não se pode, por exemplo, esperar o mesmo declínio na função cardiorrespiratória de dois idosos de 70 anos, sendo que um, desde a adolescência, assumiu um estilo de vida sedentária, tabagismo intenso e o outro adotou o programa regular de exercícios e não fumou por toda a vida (LEITE, 2000).

    Katherine Berg, criou em 1992 a escala de equilíbrio de Berg (EEB), no intuito de avaliar o equilíbrio de pessoas da terceira idade (acima de 60 anos). A EEB é uma avaliação funcional do desempenho do equilíbrio, baseada em 14 itens comuns do dia a dia que avaliam o controle postural, incluindo o estável e o antecipatório (TUFIK; MELLO, 2008). Segundo Crilly et al (1989), citado por Gallahue e Ozmun (2002), para muitos idosos, os decréscimos no controle da postura podem representar alterações irreversíveis.

    Tem-se demonstrado que, quando a estabilidade de um idoso é perturbada, o processo de restauração é frequentemente diferente e menos efetivo do que o processo demonstrado por adultos mais jovens (WOOLACOTT et al, 1988).

    O funcionamento apropriado dos sistemas vestibular e visual parece ser crítico nas diferenças de controle postural entre adultos mais velhos e mais jovens. Contanto que esses dois sistemas estejam intactos e capazes de receber e de transmitir informações sensoriais exatas, a habilidade de adultos mais velhos de recuperar-se de distúrbios no equilíbrio é similar aquela dos adultos mais jovens. Entretanto, quando a quantidade de informações visuais e vestibulares disponíveis, tanto para adultos mais jovens como para idosos, é substancialmente reduzida, a habilidade dos adultos mais velhos de restaurar a estabilidade após a perda de equilíbrio é muito mais fraca do que a habilidade de adultos mais jovens (TEASDALE, STELMACH E BREUNIG, 1991; WOOLLACOTT et al, 1988).

    O presente estudo pretendeu através de uma periodização de testes, verificar se houve melhora ou não no equilíbrio das idosas.

Metodologia

    Um termo de consentimento livre e esclarecido foi elaborado e assinado para as 27 idosas. Houve desistência de 5 dessas idosas, passando a ser um total de 22 idosas. As idosas escolhidas foram do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) de Perdões – MG. Foi realizado um pré e um pós-teste da escala de Berg. Entre estes testes, foram feito duas vezes na semana exercícios resistidos, sendo quatro para membros inferiores e três para o tronco, foram realizadas três séries de quinze movimentos. Os exercícios são: agachamento, extensão de joelho, flexão de joelho, elevação de quadril, supino com halter, puxada dorsal e abdominal.

    O grupo que executou exercícios de equilíbrio separado realizou os seguintes exercícios: andar na corda, isometria com variação de movimento e avião.

    Para a análise dos dados foram feitas estatísticas descritivas sobre o desempenho das idosas na escala de Berg. Para análise da eficácia do treino foi conduzido o teste não paramétrico de Wilcoxon para cada grupo. Para comparação do desempenho das idosas entre os diferentes grupos foi realizado o teste de Mann-Whitney.

Resultados

    Houve uma melhora nos resultados dos testes aplicados em ambos os grupos, como podemos observar na Tabela I, porém quando comparado se houve melhora mais aguda no Grupo I que fez trabalho de equilíbrio separado do Grupo II que realizou apenas trabalho resistido, não há uma melhora estatisticamente significativa.

Tabela I

    Foi possível observar que ambos os grupos apresentaram pontuações médias maiores no pós-teste. A Tabela 2 apresenta a estatística descritiva para amostra geral e por grupos.

Tabela 2. Estatísticas descritivas do desempenho das idosas na escala de Berg

    A análise do desempenho das idosas do Grupo I no período pré e pós-teste resultou em uma melhora estatisticamente significativa (z=-2,555, p=0,011). O mesmo foi observado no Grupo II (z=-2,502, p=0,012). A Tabela 3 apresenta os resultados do teste de Wilcoxon para ambos os grupos.

Tabela 3. Teste de Wilcoxon comparando o desempenho das idosas nos períodos pré e pós-teste

    A comparação de GI e GII indicou que o procedimento adicional de equilíbrio não resultou em um incremento estatisticamente significativo no desempenho das idosas na escala de Berg (U=45,500, p=0,328). A Tabela 4 apresenta os resultados do teste de Mann-Whitney.

Tabela 4. Teste de Mann-Whitney comparando o desempenho dos grupos I e II na escala de Berg

Discussão

    Sabe-se que com o treinamento resistido ou um treinamento especifico há uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos de todas as faixas etárias, isso inclui indivíduos acima de 60 anos ou mais não praticantes de atividade física regularmente.

    O estudo realizado por Andressa da Silva et al (2008), que utilizou somente o treinamento resistido por um período de 24 semanas, sendo realizado 3 vezes na semana alternando os dias teve como resultado uma melhora significativa no equilíbrio de acordo com o teste realizado pela escala de Berg.

    O presente estudo demonstrou que com o treinamento resistido houve melhora no equilíbrio de acordo com a escala de Berg, porém o treinamento de equilíbrio que o grupo 1 realizou a mais (exercícios de equilíbrio) não teve melhora estatisticamente significativa em relação ao grupo 2.

    Por ter-se realizado o treinamento por um período de 6 semanas sendo 2 sessões por semana, por ser um período bem inferior ao estudo citado acima, acredita-se que esse pode ser um dos fatores que foi determinante para o G-1 ter um resultado não muito discrepante positivamente em relação ao G-2. Outros fatores foram: ter realizado uma sessão a menos por semana, e também por não ser um local apropriado para os treinamentos realizados, não ter os instrumentos adequados, pode ter interferido diretamente no resultado.

Conclusão

    A expectativa de vida aumentou, estamos tendo um maior número de pessoas idosas, mas essas pessoas não querem viver apenas mais anos e sim dar vida aos anos. Com isso o treinamento resistido é de extrema importância. Com o passar dos anos os idosos perdem massa muscular, massa óssea, apresentam problemas na audição e esse conjunto leva a perda do equilíbrio. O treinamento retarda este processo do envelhecimento, assim melhorando o equilíbrio.

Referências

  • DA SILVA A. Equilíbrio, Coordenação e Agilidade de Idosos Submetidos à Prática de Exercícios Físicos Resistidos. Rev Bras Med Esporte, V.14 Nº2, Mar/Abr 2008

  • GALLAHUE, DAVID L. OZMUN, JOHN C. apud CRILLY A. apud WOOLLACOTT. Compreendendo o Desenvolvimento Motor, Bebês, Crianças, Adolescentes, Adultos. Terceira edição. Phorte editora, 2005.

  • FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

  • LEITE P.F. Aptidão Física Esporte e Saúde. 3ª. Ed. São Paulo: Robe, 2000.

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