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Atividade física e envelhecimento saudável em pessoas com deficiência intelectual Actividad física y envejecimiento saludable en personas con discapacidad intelectual |
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Graduada em Educação Física pela ESEFIC-SP Especialista em Fisiologia e Nutrição Esportiva pela UNINCOR Especialista em Geriatria e Gerontologia Interdisciplinar pela VICTOR HUGO Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia pela ESC Especialista em Educação Inclusiva pela UCB Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UCB |
Fabiana Neves Politano (Brasil) |
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Resumo Desde 2007, alunos da Educação de Jovens e Adultos da APAE de São Lourenço, MG com deficiência intelectual foram inseridos num programa de atividade física, por estarem sedentários e com baixa estima. Com isso, a assiduidade nas aulas era baixa e os riscos de possuírem patologias associadas à falta de exercícios eram grandes. Este programa foi implantado a fim de promover um envelhecimento saudável e um aumento da expectativa de vida. Alem de estimular a prática de exercícios, este programa proporciona o aumento da auto-estima, o convívio com o próximo e o trabalho em equipe (CASTRO, 2005). Neste período os alunos foram avaliados e distribuídos em grupos. Um grupo realizava atividade aeróbica (caminhada) associada a exercícios de alongamento e o outro grupo, atividades anaeróbicas (fortalecimento muscular) para a manutenção do peso associadas aos exercícios de alongamento. Atualmente, 70 alunos com deficiência intelectual de 14 a 60 anos participam do programa efetivamente duas vezes por semana. O resultado é extremamente positivo na medida em que vimos alegria, o comprometimento, a assiduidade de nossos alunos a cada dia. Unitermos: Envelhecimento. Saúde. Atividade física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A falta de atividade física pode prejudicar sua saúde? Evidências mostram que pessoas que não praticam atividades fisicas definitivamente não estão ajudando sua saúde e provavelmente a estão prejudicando (SIMÃO, 2007). Quanto mais examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos que pessoas que não praticam atividade física devem começar a se exercitar. Pessoas de todas as idades podem melhorar sua saúde e bem estar ao praticar atividade física regularmente. De acordo com U.S. Public Health Service apud Simão (2007), aproximadamente 35% dos adultos de 18 a 64 anos dedicam-se às atividades fisicas regulares. Os deficientes intelectuais não são diferentes. Exercícios físicos os ajudarão a obter o estilo de vida mais saudável. Neste sentido, a APAE de São Lourenço, MG, vem proporcionando a seus alunos jovens e adultos, melhor qualidade de vida e a busca de uma vida mais saudável, estimulando a prática de atividade física regular por meio de caminhadas, alongamentos e exercícios resistidos e orientação nutricional. Portanto, esta pesquisa vem nos mostrar que é possível envelhecer com saúde, buscando melhorar a assiduidade, proporcionando o convívio social entre diferentes culturas e o trabalho em equipe, diminuir ou manter o peso corporal e com isso, diminuir os riscos de adquirir doenças crônicas não-transmissíveis (diabetes e hipertensão arterial). Com isso, este projeto é relevante na medida em que, quanto mais examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos de que pessoas que não praticam exercícios devem começar a se exercitar. Pessoas de todas as idades e deficiências podem melhorar sua saúde e bem estar ao longo do envelhecimento saudável ao praticar atividades fisicas regularmente. Por isso que o programa praticado por pessoas com deficiência intelectual vem obtendo resultados positivos na vida de nossos alunos e familiares. Além disso, em nossa literatura não possuímos diversidade sobre tal assunto, sendo indispensável estimular diversas pesquisas nesta área.
Metodologia
Atualmente, 85 indivíduos participam deste projeto, porém, para a realização deste estudo, a amostra foi composta por 50 indivíduos da APAE de São Lourenço, Minas Gerais, com deficiência intelectual na faixa etária entre 14 e 60 anos de ambos os sexos devido à freqüência escolar. O espaço para a coleta dos dados e os prontuários dos alunos foi cedido pela instituição e as autorizações e orientações aos pais são feitas todos os anos. Além disto, todos os alunos são avaliados pelo médico da instituição todos os anos.
Os participantes do projeto foram avaliados na própria instituição quanto ao peso, estatura, análise postural e IRCQ. Os dados referentes à massa corporal e estatura foram utilizados o calculo de IMC e os avaliados classificados como sobrepeso ou obesidade segundo a Organização Mundial de Saúde (ACSM, 2006). Além desses dados, foram verificados alguns dados subjetivos como a auto-estima, comportamento social, dentre outros.
De acordo com esta classificação, os indivíduos foram encaminhados as atividades fisicas mais adequadas e àqueles com má postura foram encaminhados ao acompanhamento fisioterápico na própria instituição. Com isso, o trabalho multidisciplinar se torna essencial. Agrupamentos homogêneos facilitam o ensino e cria uma atmosfera social agradável (GIANNICHI & MARINS, 2000). Partindo desta afirmação, grupos de caminhada foram estipulados e todos foram inseridos nesta atividade duas vezes por semana por um período de 90 minutos incluindo os exercícios de alongamento realizados no Parque das Águas da cidade e duas vezes por semana os exercícios resistidos durante um período de 45 minutos na sala de musculação da própria instituição, composta pelos seguintes aparelhos: 01 leg press, 01 cross over, 01 peitoral/dorsal, 01 remada sentada, 01 cadeira adutora/abdutora, 01 mesa flexo/extensora, 01 máquina de glúteo, dez pares de caneleira de 1 a 5Kg, 10 colchonetes, 10 pares de halter de 1 a 5Kg, 12 bicicletas ergométricas de uso residencial, 03 esteiras mecânicas e 02 esteiras elétricas de uso residencial.
De acordo com SIMÃO (2007), é necessário ter o conhecimento de nutrição, controle de peso, alívio do estresse e modificações no comportamento, aí sim, o indivíduo pode melhorar sua condição de saúde. Por isso, reuniões com os pais, palestras aos alunos e funcionários da instituição são realizadas semestralmente a fim de esclarecer dúvidas sobre hábitos saudáveis.
Discussão dos resultados
Não é de hoje a preocupação com a qualidade de vida no processo de envelhecimento do homem. Estudos demonstram a influência dos componentes corporais na manutenção das atividades diárias, podendo até contribuir para o surgimento de diversas patologias, principalmente a obesidade que está diretamente relacionada com as doenças hipocinéticas (causadas pela falta de atividade física), diz Simão (2007). Relacionadas ou não a distúrbios psicológicos. Por isso, este projeto vem obtendo resultados positivos acerca da manutenção do peso corporal e conseqüentemente diminuição do índice de patologias relacionadas à obesidade e ao sedentarismo, conforme as tabelas abaixo com os dados coletados em fevereiro de 2013 e junho de 2013.
Devido a esta mudança no estilo de vida dos alunos, verificamos, também, uma expansão intelectual, que é observado nas avaliações periódicas feitas pela equipe multidisciplinar.
O importante é observar a cada dia a evolução dos alunos em relação ao convívio com o próximo, autonomia e independência. Além dessas atitudes, foi verificada a melhoria dos hábitos alimentares, buscando, sempre, o bem estar físico e mental dos participantes.
Conclusão
De acordo com os dados coletados no ambiente escolar em um pequeno espaço de tempo, pudemos verificar que os indivíduos não aumentaram o peso corporal e com isso, a qualidade de vida se mantém preservada e segundo SIMÃO (2007), o profissional de educação física necessita entender a relação entre atividade física, saúde e doença. É importante classificar o estado de saúde e o estilo de vida de cada indivíduo, antes de elaborar um programa de a preparação física. Desde a implantação deste programa, todos os participantes são avaliados periodicamente. Esta é a forma de motivação, ou seja, faz com que o aluno busque sempre melhorar em algum quesito, seja ela peso corporal ou até mesmo o comportamento (GIANNICHI & MARINS, 2000). O profissional de educação física adaptada pode usar testes padronizados ou construir seus próprios instrumentos de observação do desempenho. Qualquer que seja a alternativa é importante levar em consideração qual é o campo de interesse da avaliação (CASTRO, 2005).
Referências bibliográficas
CASTRO, E. M. Atividade física adaptada. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd, 2005.
GIANNICHI, R. S. , MARINS, J. C. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. American College of Sports Medicine, editora de Gregory B. Dwyer e Shala E. Davis, tradução Giuseppe Taranto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
SIMÃO, R. Fisiologia e prescrição de exercícios para grupos especiais. 2 ed. Rio de Janeiro: Phorte, 2007.
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