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Prevalência de comportamentos de risco em 

adolescentes escolares do município de Maringá, PR

Predominio de conductas de riesgo en adolescentes escolares del municipio de Maringá, PR

 

*Graduado em Educação Física

pelo Centro Universitário de Maringá (CESUMAR) Maringá, PR

**Graduado em Educação Física e Fisioterapia (CESUMAR)

Mestrando em Promoção da Saúde (CESUMAR). Docente do curso de Educação Física

da Faculdade Metropolitana de Maringá (UNIFAMMA)

***Graduada em Fisioterapia. Mestre em Ciências Biológicas. Doutoranda

em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá

Docente do CESUMAR. Maringá, PR

Hélio Eduardo Perina de Camargo*

Daniel Vicentini de Oliveira**

Carmem Patrícia Barbosa***

d.vicentini@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Os comportamentos de risco têm sido responsáveis por uma parcela significativa de mortes prematuras em todas as faixas etárias da população. Essa tendência, até anos atrás quase que exclusiva em adultos, é evidenciada também em adolescentes na sociedade contemporânea. O presente estudo, do tipo descritivo, buscou verificar, através de uma adaptação do questionário YRBS BRASIL, a prevalência de comportamentos de risco em adolescentes escolares do município de Maringá/PR. Neste estudo, uma comparação entre aqueles que estudam na rede pública e na rede privada de ensino foi feita. A partir de análises específicas, pôde-se destacar que uma proporção importante de jovens estudantes encontra-se aliada a maus comportamentos. Como o educador físico faz parte do contexto escolar do adolescente e é um profissional da área da saúde, acompanhar atentamente seu crescimento e desenvolvimento é uma das perspectivas deste profissional. Para tanto, é necessário perceber as interferências que o mesmo sofre das múltiplas estruturas internas bem como auxiliar na construção de sua identidade com confiança e conhecer ativamente a realidade sociocultural a qual pertence este adolescente. Desta forma, entende-se que a Educação Física pode não somente estruturar como também alavancar o conhecimento dos adolescentes em relação ao perigo dos comportamentos de risco, orientando-os à prevenção.

          Unitermos: Adolescência. Educação Física. Sedentarismo. Tabagismo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A globalização, a industrialização e a mídia exercem influência nos padrões atuais de consumo os quais podem contribuir para o desenvolvimento de hábitos e comportamentos não-saudáveis. Essa tendência até anos atrás, quase que exclusiva em adultos, é evidenciada também em adolescentes na sociedade contemporânea. Uma proporção significativa de estudantes, principalmente jovens, encontra-se atrelados a esses comportamentos.¹

    O termo adolescente vem do latim adolescens-adolecere que significa crescer. Apresenta-se como um período longo e complexo devido às transformações corporais, aos novos estímulos ambientais e à mudança cognitiva dos pensamentos e da inteligência.²

    A adolescência é um período crítico na vida de cada indivíduo, pois nessa fase o jovem vivencia descobertas significativas e afirma a personalidade e a individualidade. Caracterizar a adolescência somente como faixa etária seria uma maneira muito simplista de observá-la, uma vez que ela compreende a transformação do jovem até a idade adulta, não apenas sob o ponto de vista biológico, mas também social e, principalmente, psicológico.³

    Os adolescentes são imagens de sua própria sociedade, refletindo, inclusive, todos os seus problemas. Eles precisam de informações claras, orientação e apoio para que possam desenvolver, por si só, conceitos e adaptarem-se às profundas mudanças pessoais. Devem adquirir habilidades que os tornem capacitados, independentes e críticos para ocuparem seu espaço na comunidade.4

    Neste período, é comum o jovem se aventurar em situações de risco calculado por ação pensada expondo-se e comprometendo gratuitamente sua vida de forma irreversível.5

    Os comportamentos de risco à saúde têm sido responsáveis por uma parcela significativa de mortes prematuras em todas as faixas etárias da população.6,7

    Essa tendência, até anos atrás, era quase exclusiva em adultos. Na sociedade contemporânea, é evidenciada também em adolescentes através de hábitos inadequados como sedentarismo, alcoolismo, consumo de tabaco e dieta inadequada influenciando negativamente a saúde e a qualidade de vida.¹

    Os comportamentos de risco à saúde (CRS) incluem atividades não-saudáveis que comprometem a saúde física ou mental do indivíduo de forma que assumi-los depende exclusivamente do próprio indivíduo.³

    A proporção de adolescentes que tem pelo menos um comportamento de risco à saúde, seja maus hábitos alimentares, consumo de fumo e bebidas alcoólicas ou inatividade física, tem se mostrado elevada. Estudo realizado com jovens da cidade de João Pessoa-PB mostrou que a inatividade física estava presente em 55% da população avaliada enquanto que consumo de frutas e verduras eram baixos (48,2 e 55,7%, respectivamente).¹

    Outro fator preocupante foi que entre 50 a 60% dos adolescentes apresentam dois ou mais comportamentos de risco, dentre eles o consumo de tabaco. Entende-se que a possível intervenção e mudança de determinadas condutas poderiam ter impacto positivo no quadro de saúde dos jovens tornando relevante a conscientização.¹

    O tabaco, como exemplo dessas condutas inadequadas, é uma droga lícita largamente utilizada em todo o mundo. É responsável por uma atividade econômica milionária apesar dos malefícios por ele proporcionados. Quando consumido causa dependência, gera enfermidades evitáveis e mortes prematuras.8

    Por se tratar de um grave problema de saúde pública, muitos países têm projetos para reduzir o número de fumantes sendo os Estados Unidos e o Canadá líderes no controle ao tabagismo. No Brasil, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo desenvolve esse trabalho prevenindo a iniciação ao tabagismo (especialmente entre crianças e adolescentes), estimulando o cessar fumo, protegendo os não-fumantes da exposição à fumaça em lugares fechados e instituindo normas para a comercialização dos produtos de tabaco. O Ministério da Saúde tem um órgão responsável pelas ações de controle do tabagismo e prevenção primária de câncer no Brasil, denominado INCA.9

    Estudo realizado pelo INCA para descrever as principais características associadas ao tabagismo entre pessoas de quinze ou mais anos de idade, encontrou que a prevalência de tabagismo variou de 12,9 a 25,2% nas cidades estudadas. Homens apresentaram prevalências mais elevadas do que mulheres, sendo a prevalência de experimentação e uso de cigarro entre os jovens, variável entre 36 e 58% no sexo masculino e 31 e 55% no sexo feminino. A prevalência de escolares fumantes variou de 11 a 27% no sexo masculino e de 9 a 24% no feminino.10

    Em um estudo com amostra constituída por quatrocentos e cinqüenta e dois jovens com idades entre quinze e dezoito anos, 15,4% das duzentas e quarenta e seis moças participantes eram fumantes e 20,9% dos duzentos e seis rapazes.11

    Outro comportamento de risco seria a alimentação inadequada. O processo de alimentação e nutrição é importante em todo o ciclo vital, mas especialmente na adolescência. O adolescente come porque, além de satisfazer seu apetite, ele sente fome que viabiliza garantir o consumo alimentar em graus compatíveis com as necessidades energéticas e a manutenção dos processos vitais de seu corpo.12

    Hábitos alimentares e estilo de vida saudável, muitas vezes, exigem tempo e dedicação. A ingestão excessiva de alimentos e os baixos níveis de atividade física destacam-se como os principais promotores da obesidade e representam a combinação mais efetiva para o controle de peso.13

    Portanto, estabelecer um comportamento alimentar que garanta a promoção da saúde criando hábitos positivos no consumo de alimentos se apresenta de fundamental importância.

    Os adolescentes preferem não ter trabalho para se alimentarem porque são normalmente preguiçosos e procuram as comidas prontas para o consumo como as congeladas, os salgadinhos e os sanduíches. Tendem a viver o momento, não se preocupando com as conseqüências de seus hábitos alimentares em longo prazo.14

    Um estudo realizado em 2006 identificou que apenas 6,2% dos adolescentes apresentavam ingestão energética em conformidade com o intervalo preconizado sendo que 83,8% da amostra apresentavam ingestão energética acima dos valores propostos. O consumo elevado de lipídios foi visto em 36,7% dos adolescentes e de doces com média de 3,8 porções diárias. Além disso, 78,2% dos adolescentes ultrapassaram a recomendação de ingestão máxima de duas porções de doce ao dia.15

    A vantagem de se controlar aspectos nutricionais na adolescência e estimular a prática de exercícios físicos de forma consciente, seja em obesos ou em supostos “normais”, poderia vir, ao longo do tempo, moldar os comportamentos de vida tornando-os mais adequados para seu crescimento e desenvolvimento. Conseqüentemente, atenuaria possíveis distúrbios orgânicos causados pelo excesso de gordura acumulada, além de poder colaborar com os aspectos da qualidade de vida e o bem-estar.16

    Ja prática de atividade física pode gerar benefícios para a saúde e qualidade de vida. Qualidade de vida consiste em sentir-se bem na ausência de doenças as quais poderiam impedir a realização de habilidades e capacidades. Todavia, baixos níveis de atividade física são elevados e parecem afetar indivíduos de todas as idades.A inatividade física, quando iniciada na infância ou adolescência, e apresenta mais estável na vida adulta, assim, mais difícil de modificar. Sendo assim, a participação sistemática em programas de atividade física na vida adulta poderá ser influenciada pelas experiências vividas durante a infância e a adolescência.17

    Além de diminuir os riscos de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas (agravos não-transmissíveis, que incluem doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, câncer e doenças respiratórias), a prática habitual de atividade física traz outros benefícios à saúde, como construção e manutenção de ossos e músculos saudáveis, controle do peso corporal, aumento da massa muscular, redução de gordura, redução de ansiedade, de depressão e promoção de bem-estar psicológico. Portanto, deve ser incentivada na adolescência, não apenas por conta da busca de melhor estado de saúde no presente, mas também na tentativa de preparar os jovens para a prática regular de atividade física na idade adulta.9

    Outro comportamento de risco bem presente nos adolescentes e o consumo de álcool. Ele e uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Atua no sistema nervoso central provocando alterações na percepção, humor e consciência. Quando ingerido de forma excessiva propicia efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar), além de efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Contudo, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência, condição conhecida como alcoolismo.18

    O álcool é a substância mais consumida entre os jovens e o seu uso está associado a uma série de comportamentos de risco que envolve a queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, prejuízo no desenvolvimento e das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais.19

    O álcool é uma das drogas legais com a menor média de idade para o primeiro uso aos 12,5 anos. Com relação ao uso freqüente (definido como consumo de seis vezes ou mais no mês que precedeu à pesquisa), para o conjunto das vinte e sete capitais, Porto Alegre foi a capital que apresentou a maior proporção de usuários: 14,8%. Quanto ao uso pesado (definido como uso de vinte vezes ou mais no mês que precedeu à pesquisa), Salvador foi a capital com maior proporção de estudantes: 8,8%.20

    Estudos apontaram para uma prevalência de 62,2% de uso de álcool entre estudantes sendo a idade média do primeiro uso 12,35 anos, variando entre cinco e dezenove anos, com 22% tendo experimentado a bebida antes dos dez anos.21

    Estudo com adolescentes da cidade de Pelotas-RS demonstrou a freqüência mais elevada de consumo de bebidas alcoólicas foi entre os rapazes (49%), enquanto que dentre as moças a prevalência foi de 37,9%. O maior consumo de bebidas alcoólicas estava relacionado ao número de reprovação escolar.22

    Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são aquelas relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose), ao aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) e ao sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos). Há, ainda, casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.18

    Este trabalho teve como objetivo verificar a prevalência de Comportamentos de risco à saúde (CRS) em adolescentes do município de Maringá/PR, além de identificar os CRS regularmente utilizados pelos adolescentes e comparar níveis de CRS entre adolescentes estudantes em escola pública e em escola privada.

2.     Metodologia

    Este estudo caracterizou-se como descritivo observacional aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário de Maringá/PR (CEP).

    A população foi composta por adolescentes de ambos os gêneros, com faixa etária determinada entre quatorze e dezoito anos, matriculados no ensino médio em escola pública ou privada do município de Maringá-PR.

    A amostra foi composta por noventa sujeitos de ambos os sexos, sendo quarenta e cinco escolares da rede pública e quarenta e cinco da rede privada. O único critério de seleção da amostra foi a disponibilidade para participação da pesquisa.

    Antes da coleta dos dados, os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    Foi utilizado, como instrumento de coleta, uma adaptação do questionário YRBS-BRASIL9 que monitora os comportamentos de risco para a saúde em seis categorias: a) comportamentos que contribuem para lesões não-intencionais e violência; b) uso de tabaco; c) uso de bebidas alcoólicas e outras drogas; d) comportamentos sexuais que contribuem para gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis; e) hábitos alimentares inadequados; e f) sedentarismo. Diferentemente do questionário original que contém oitenta e duas questões, essa adaptação apresenta trinta e um questionamentos que se referem exclusivamente aos itens: b) Uso de tabaco; c) Uso de bebidas alcoólicas; e) Hábitos alimentares inadequados e f) Sedentarismo. Esta seleção considerou o fato de o questionário original ser muito extenso podendo gerar desinteresse à população avaliada.

    A coleta de dados foi realizada durante as aulas de educação física, após a autorização do estabelecimento e explicação do questionário adaptado por parte dos pesquisadores. Os dados foram analisados pela estatística descritiva, apresentados em forma de freqüência, percentual e média em tabelas.

3.     Resultados e discussão

    O presente estudo avaliou noventa adolescentes, dos quais 50% eram matriculados em uma escola púbica e os outros 50% alunos de uma escola privada. A tabela 1 retrata a distribuição por gênero, média de idade, etnia, média de altura e de peso, bem como as séries que os participantes cursavam no ato da pesquisa.

Tabela 1. Caracterização dos estudantes de escola pública e privada

    A análise da tabela 1 demonstra que os alunos da rede de ensino particular e da rede pública de ensino apresentaram dados similares, porém com idade e nível de escolaridade (série cursante) dos estudantes da rede particular discretamente superior em relação aos escolares da rede pública. Diferentemente, as escolas públicas apresentaram maior número de negros e pardos do que as escolas particulares. Todavia, como a amostra foi composta de forma aleatória, dependendo apenas do desejo voluntário de participação na pesquisa, esses dados em nada revelam o perfil geral das escolas avaliadas.

    Os entrevistados foram questionados em relação ao uso de tabaco (tabela 2).

Tabela 2. Resultados referentes ao consumo de tabaco

    A tabela 2 revela que a experimentação do tabaco foi ligeiramente menor nas escolas particulares (20%) em relação às públicas (26,66%). Quanto ao consumo pela primeira vez, sete dos noventa adolescentes pesquisados iniciaram esse comportamento entre treze e quatorze anos de idade. Valor compatível aos resultados apresentados em outro estudo em 1997 onde 90% dos fumantes iniciaram esse comportamento até os dezenove anos de idade e 50% dos que já experimentaram um cigarro se tornaram fumantes na vida adulta.23

    A socialização dos jovens, principalmente na escola, altera os hábitos em favor do novo meio social. Como a alimentação é fator determinante da saúde do indivíduo e tem direta relação com a socialização, questões específicas foram direcionadas à investigação dos hábitos alimentares dos entrevistados.24

    A tabela 3 retrata a tabulação dos dados.

Tabela 3. Resultados referentes à alimentação

    Aproximadamente 57% dos alunos de escola pública não possuem o hábito de ingerir suco de fruta 100% natural. Já os alunos da rede privada 46,67%. Todavia, em relação ao consumo de frutas e verduras, percebe-se um resultado satisfatório entre os adolescentes da rede pública, onde 37,77% dos mesmos têm o hábito de ingerir frutas uma ou mais vezes ao dia.

    Diferença significativa entre escola pública e privada se apresenta em relação ao consumo de refrigerantes onde aproximadamente 55% dos alunos de escola pública consomem refrigerantes um ou mais vezes por dia enquanto que 28,88% dos alunos da rede privada Os jovens apresentam maior facilidade para incorporar novos hábitos alimentares.

    Dados obtidos na literatura afirmam que baixos níveis de atividade física são elevados e parecem afetar indivíduos de todas as idades. A relação saúde e atividade são diretas e foram investigadas.17

Tabela 4. Resultados referentes à atividade física

    Comparação entre ambos os grupos não demonstrou diferença significativa, de forma que 64,44% dos entrevistados afirmaram estar fisicamente ativos.

    Uma outra pesquisa apresenta o álcool como uma das drogas legais com a menor média de idade para o primeiro uso (12,5 anos de idade). Seu consumo foi pesquisado na amostra estudada.20

Tabela 5. Resultados referentes ao consumo de bebidas alcoólicas

    Em relação ao consumo de etílicos, observa-se um número expressivamente elevado entre os jovens de escola privada (68,89%) e um período de iniciação nesse hábito bastante precoce (27 dos 90 estudantes avaliados o fizeram entre 8 e 12 anos de idade).

Conclusão

    O presente estudo evidenciou que os adolescentes se mostraram propensos a adquirir comportamentos não saudáveis. O álcool, por exemplo, se apresenta como uma das poucas drogas com consumo admitido e até mesmo incentivado pela sociedade. Nesse trabalho, pode-se identificar que seu consumo se apresentou como o CRS mais freqüente entre os jovens estudantes assim como uma possível carência nutricional.

    Comparando os dados obtidos através das quatro categorias de CRS, conclui-se que os adolescentes de escola privada apresentaram maior prevalência em comparação aos de escola pública no que se refere ao uso de bebidas alcoólicas, embora aqueles da rede pública estejam mais sujeitos ao hábito do tabagismo. Quanto à prática de atividade física, ambos os grupos obtiveram resultados semelhantes.

    Dessa forma, conclui-se que a prevalência de Comportamentos de risco à saúde em adolescentes escolares do município de Maringá/PR apresenta-se em concordância com a literatura atual.

    Levando em consideração o processo de busca pela saúde e longevidade, sugere-se que desde cedo, o profissional de Educação Física, enquanto profissional da saúde, ressalte a importância da adesão a hábitos e atitudes saudáveis. Possivelmente aumentaria as chances de mudanças nos CRS envolvendo a manutenção dos comportamentos saudáveis.

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