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Diferenças entre capacidades físicas de 

crianças praticantes de futsal e da Educação Física

Diferencias entre las capacidades físicas de niños practicantes de futsal y de Educación Física

 

*Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade Federal do Amazonas, Amazonas

**Laboratório de Estudo do Desempenho Humano, LEDEHU, Amazonas

***Centro Universitário do Norte, UNINORTE, Amazonas

(Brasil)

Ewertton de Souza Bezerra* **

João Cláudio Braga Pereira Machado**

Marcio Benarros***

Mateus Rossato* **

ewsbezerra@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por objetivo comparar as capacidades físicas e antropométricas de crianças praticantes das aulas de educação física e de iniciação esportiva no futsal de Manaus. O grupo experimental foi composto de 40 crianças (10 e 11 anos), dividida em dois grupos: o grupo composto pelos alunos da educação física (GEF) e o grupo composto pelos praticantes de futsal (GFUTSAL). Foi realizada uma avaliação antropométrica nos grupos, a fim de verificar a massa corporal e a estatura, posteriormente, aplicou-se testes de flexibilidade, potência de membros superior e inferior, agilidade, velocidade e resistência cardiorrespiratória. O GEF obteve uma maior média de altura e massa corporal (43,05 ± 12,52 kg e 1,43 ± 0,06 m), enquanto que o GFUTSAL obteve resultados melhores para os testes de agilidade (4,49 ± 0,37 s), potência de membros inferiores (1,47 ± 0,18 m), velocidade (3,98 ± 0,46 s) e de flexibilidade (0,43 ± 0,11 m), levando sempre em consideração o valor alfa (p<0,05). A prática do futsal proporciona maior eficiência no desenvolvimento da potência dos membros inferiores, velocidade e flexibilidade em virtude da especificidade observada.

          Unitermos: Desempenho motor. Educação Física. Iniciação esportiva.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Modificações de ordem física, motora, cognitiva, social e emocional ocorrem no decorrer da vida, direcionadas por restrições individuais, por experiências vividas, restrições do contexto e pela especificidade e complexidade das atividades que são propostas (BERLEZE et al. 2007). A prática desportiva inicia-se muito cedo no Brasil, seja no futebol ou futsal, por volta dos cinco anos, sendo que a inserção em campeonatos regulamentados pelas federações ocorre nas idades de 10 e 11 anos (BARBIERI et al. 2007), porém os benefícios que a prática regular de futsal proporciona no desenvolvimento dos componentes da capacidade física e no crescimento físico, em meninos de 10 a 11 anos, ainda não estão totalmente esclarecidos.

    Já no ambiente escolar, esse fenômeno de transformação é transmitido nas aulas de Educação Física, entendida como uma área que trata da cultura corporal e que tem como finalidade introduzir e integrar o aluno nessa esfera educacional, formando cidadãos que a produzirão, reproduzirão e transformarão (DARIDO, 2004). O período de 10 a 11 anos é caracterizado por aumento da estatura, ganho de massa corporal, melhora no sistema sensorial e motor e rápida assimilação de habilidades, por isso a grande importância de se trabalhar de maneira correta com crianças dessa faixa etária (GALLAHUE & OZUMUN, 2003), logo, a prática regular de atividade física é benéfica para as diferentes faixas etárias (BORTONI & BOJIKIAN, 2007; VOGEL et al. 2009; GUIMARÃES et al. 2008).

    Diante desse fato, o presente estudo tem como objetivo comparar as capacidades físicas e características antropométricas de crianças de 10 a 11 que só frequentam as aulas de educação física e as que participam de um programa de iniciação desportiva na modalidade futsal da cidade de Manaus/AM.

Métodos

Grupo Experimental

    A pesquisa foi descritivo-comparativa com o grupo de 40 indivíduos selecionados de forma intencional, os mesmos eram pré-púberes do sexo masculino, entre 10 e 11 anos de idade. Os indivíduos estavam regulamente matriculados em uma escola privada localizada na zona centro-sul da cidade de Manaus (AM) e tiveram um mínimo de 75% de frequência durante um semestre de aulas (seis meses).

    A amostra foi dividida em dois grupos: GEF (n=20) para representar, os que somente participam das aulas de educação física formal, e GFUTSAL (n=20), para representar aqueles que participam somente de um programa de iniciação desportiva (futsal). Tanto as aulas de Educação Física quanto as de Futsal, possuíam uma frequência semanal de duas vezes por semana, com duração de 50 minutos cada. Todos os indivíduos participaram de forma voluntária, porém seus responsáveis assinaram um termo de consentimento, de acordo com as normas da Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, aprovados previamente pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Norte, protocolo CEP-102-08.

Procedimento de coleta

    Os testes foram aplicados em dois dias, para cada grupo, com um intervalo de descanso de 24 horas entre eles. No primeiro dia, foram realizadas medidas antropométricas (massa corporal e estatura), bem como a flexibilidade (sentar e alcançar adaptado), potência de membro inferior (salto horizontal) e velocidade (20 m). No segundo dia, os testes aplicados foram os potência de membro superior (arremessos da bola de medicineball de 2 kg), agilidade (quadrado 4x4 m) e o de capacidade cardiorrespiratória (teste de 9 minutos).

Avaliação antropométrica

    A massa corporal foi aferida por meio de uma balança analógica da marca Tânia (modelo HA-623) com precisão de 0,5 kg, a mesma foi calibrada antes da aferição da medida. Para a estatura utilizou-se um estadiômetro (Sanny®) fixado em uma parede, a medida foi realizada após uma inspiração e rápida apneia, sendo registrada em metros com precisão de 0,001 cm. Em ambos os testes os indivíduos trajavam roupas leves.

Testes de desempenho motor

    Os indicadores de desempenho motor (flexibilidade, potência de membros superior e inferior, agilidade, velocidade e resistência cardiorrespiratória) foram avaliados de acordo com a padronização usada pelo Projeto Esporte Brasil (GAYA & SILVA, 2007).

    A flexibilidade (FLEX) foi medida através do teste de sentar e alcançar adaptado (sem banco), no qual uma trena é estendida e fixada no chão, com o ponto zero entre as pernas e calcanhares afastados de 0,3 m próximos a marca de 0,38 m da fita, as mãos foram sobrepostas e dedos médios alinhados. Duas tentativas eram executadas, sem que o indivíduo realize uma flexão do joelho, registrando-se a melhor das tentativas.

    A potência do membro superior (PMS) foi feita a partir do arremesso da medicineball de 2 kg, o indivíduo permanência sentado com a região posterior do quadril e costas apoiadas em uma parede, na qual iniciava o ponto zero de uma trena, o mesmo executava o arremesso em duas tentativas sem retirar as costas da parede com a bola posicionada na altura da região torácica, o registro da melhor marca era feito em metros. No teste de potência do membro inferior (PMI) o indivíduo posicionava-se no marco zero de uma fita métrica colocada perpendicularmente ao ponto de saída, a partir deste ponto realizava um salto horizontalmente com contra movimento, duas tentativas eram executadas, registrando o salto de maior distância em metros.

    Para testar a agilidade (AGIL), um quadrado de quatro metros foi desenhado em um solo antiderrapante, um cone de 0,50 m de altura foi colocado nas extremidades do mesmo. O indivíduo deveria se posicionar com o pé atrás da linha de partida e ao sinal do avaliador em direção ao cone na primeira diagonal, em seguida correr em direção ao cone a sua esquerda e para o cone da segunda diagonal, finalizando com o deslocamento para o cone no ponto de partida. Duas tentativas foram executadas e o menor tempo foi registrado em segundos por um cronômetro (Sport Time Color®), o mesmo era acionado quando o pé tocava pela primeira vez o interior do quadrado.

    Um corredor de 20 metros foi demarcado com cones para a avaliação da velocidade, este possuía três linhas paralelas no solo, que estavam distribuídas da seguinte forma: a primeira linha (linha de partida), a segunda distante 20 metros da primeira (linha de chegada), e a terceira linha (referência para o indivíduo) marcada dois metros após a linha de chegada. Dois avaliadores posicionados, um na linha de partida e o outro na linha de chegada (20 m) controlavam o teste, o cronômetro era acionado no momento em que o indivíduo desse o primeiro passo, ultrapassando a linha de partida, e interrompido quando o mesmo cruzasse a segunda linha (20 m). O tempo do percurso era registrado em segundos e centésimos de segundo. Um intervalo de três minutos era observado entre as tentativas dos testes de PMS, PMI, AGIL e VEL.

    A capacidade cardiorrespiratória foi avaliada através do teste de nove minutos em um retângulo de 56 metros marcado a cada dois metros. Os indivíduos foram divididos em grupos adequados às dimensões do retângulo. Ao sinal do avaliador os indivíduos deveriam cobrir a maior distância possível no tempo previamente estabelecido em ritmo próprio, andando ou correndo. Ao final dos nove minutos um segundo apito era soado, o que indicava que o indivíduo deveria andar perpendicularmente ao ponto final do teste até que um dos avaliadores fizesse o registro dos metros percorridos além do ponto inicial do circuito.

Características das aulas

    Na educação física formal a aula possuía 50 minutos, duas vezes por semana, e era assim dividida: 10 minutos de aquecimento (exercícios gerais), cinco minutos de alongamento, 25 atividade principal (atividades cognitivas e físicas com exercícios globais) e cinco minutos de volta a calma (atividades lúdicas) baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997). Para a iniciação desportiva o tempo de aula foi o mesmo e com a mesma frequência semanal, sendo assim dividida: 10 minutos de aquecimento (exercícios gerais), cinco minutos de alongamento, 25 atividade principal (fundamentação do gesto técnico e tático do jogo) e cinco minutos de volta à calma (repetição do alongamento inicial). Em função da característica transversal do estudo o fator intensidade das aulas não foi controlado nos dois grupos.

Tratamento estatístico

    Os resultados foram testados quanto a sua normalidade através de um teste de Shapiro-Wilk, como apresentaram um comportamento normal (p>0,05), um teste t -Student para amostras independentes foi utilizado para comparação entre os diferentes grupos. O nível de significância adotado para todas as análises foi de p<0,05, os dados foram processados no pacote estatístico SPSS 14.0 for Windows.

Resultados

    Os indicadores de crescimento físico demonstraram diferenças significativas para a massa corporal e estatura para o GEF em relação ao GFTUSAL, tabela 1. Assim como, à resistência aeróbia (corrida de 9 minutos) e a potência de membros superiores. O contrário foi observado para a potência dos membros inferiores, velocidade e flexibilidade, nos quais apresentaram significativa diferença para o GFUTSAL, o teste de agilidade não apresentou valores significativos que evidenciasse diferença entre os dois grupos, conforme mostram as tabelas 2 e 3.

Tabela 1. Medidas antropométricas nos grupos analisados. Média ± desvio padrão

 

Tabela 2. Medidas das capacidades físicas potência de membros superior (PMS) e inferior (PMI) e flexibilidade (FLEX) dos grupos analisados. Média ± desvio padrão

 

Tabela 3. Medidas das capacidades físicas dos testes de velocidade (VEL), 9 minutos e agilidade (AGIL) dos grupos analisados. Média ± desvio padrão

Discussão

    Nos testes de potência de membros superiores o GEF (2,35 ± 031 m) obteve superioridade em relação ao GFUTSAL (1,93 ± 0,40 m). A classificação das crianças de 10 anos foi dada como razoável e dada como fraco para as de 11, enquanto que o GFUTSAL obteve um resultado fraco para as crianças de 10 anos e muito fraco para as de 11, seguindo os valores padrões sugeridos por Gaya e Silva (2007). Os valores inferiores para o GFUTSAL eram esperados em função das características das aulas (realizada principalmente com os membros inferiores).

    Para o teste de resistência aeróbia, os resultados se mostraram muito fracos, tanto para o GEF (1072,45 ± 208,18 m) quanto para o GFUTSAL (940 ± 93,14 m), para exemplificar esse baixo resultado encontrado pelos indivíduos do presente estudo, basta observar os valores obtidos por Ré et al. (2005) para meninos de 10 anos (1753 ± 270 m) e para os de 11 anos (1556 ± 260 m), que se mostraram mais expressivos.

    Apesar de ambos apresentarem resultados baixos de acordo com os valores sugeridos por Gaya e Silva (2007), o GEF foi superior, o que pode ser explicado por uma particularidade do grupo conforme os relatos de alguns autores (GALLAHUE & OZUMUN, 2003; FARINATTI, 1995), que indicam que nesta faixa etária ocorre um rápido crescimento somático e consequente aumento da massa muscular que está intimamente ligado com o consumo de oxigênio, tendo o aumento de órgãos como o coração e os pulmões que tem influência direta na melhora da resistência cardiorrespiratória, principalmente devido ao aumento da captação e utilização do oxigênio. Outra possível explicação para este aumento é a melhora da economia de corrida, que ocorre durante a infância e adolescência (ROWLAND, 1990).

    Quando analisamos a FMI, a FLEX, e a VEL, os alunos pertencentes ao GFUTSAL se mostraram melhores que os alunos do GEF. Os resultados do teste de FMI foram fracos para o GEF (1,33 ± 0,19 m), enquanto que o GFUTSAL (1,47 ± 0,18 m) obteve um resultado bom, levando em consideração os alunos com 10 anos, e razoável, com os alunos de 11 anos, segundo as tabelas normativas do projeto esporte Brasil/PROESP (GALLAHUE & OZUMUN, 2003). O melhor resultado encontrado no GFUTSAL pode ser explicado por Bello Jr (1998), que após analisar os escores-z de atletas de futsal nos testes de impulsão afirma que a coordenação motora de braços e pernas é de fundamental importância, nos movimentos específicos empregados no futsal, obtendo assim, uma maior coordenação inter-membros, o que pode facilitar uma melhor preparação do salto e possivelmente um maior alcance no resultado final.

    Ao comparar com outros estudos estes resultados se mostraram muito baixos, Guedes e Guedes (1997) obtiveram um resultado mais expressivo, tanto com os meninos de 10 anos (1,502 ± 1,45 m) quanto os de 11anos (1,52 ± 1,499 m), este estudo foi realizado em escolares de Londrina. Outros resultados encontraram um melhor resultado (1,539 ± 1,08 m), com crianças no estágio 2 de pilosidade e (1,524 ± 1,3 m) para crianças no estágio 3 de pilosidade (RÉ et al. 2005).

    No teste de AGIL, o GFUTSAL (4,49 ± 0,37 s) obteve uma classificação excelente, confirmando o que diz Araujo e colaboradores (1996), que no caso específico do futsal, os esforços solicitados são provenientes predominantemente da velocidade, agilidade e potência muscular, presentes nas ações de deslocamentos (laterais e para trás), saídas e paradas rápidas, saltos, chutes e piques. Desta forma, o futsal se caracteriza pela realização de esforços intensos de curta duração, por isso é de grande importância um jogador de futsal possuir uma boa agilidade. Embora no presente estudo o GEF tenha apresentado valores de menor eficiência, estes não foram significativos em relação ao GFUTSAL.

    Em estudos realizados sobre os perfis de aptidão física geral de atletas de futsal espanhóis (MOLINUEVO & ORTEGA, 1989) foi constatado que atletas de futsal possuem altos valores de potência de membros inferiores e agilidade, além de potência/resistência abdominal, provavelmente pelas exigências específicas dos movimentos desempenhados durante as partidas.

    Enquanto que no teste de velocidade, os resultados observados para o GEF (4,36 ± 0,60 s) foram fracos, enquanto que o GFUTSAL (3,98 ± 0,46 s) obteve um resultado bom, para crianças de 10 anos e razoável para as de 11. Isso fica mais evidente quando comparado com os resultados encontrados por Ré e colaboladores16, que encontrou como resultados (5,58 ± 0,37 m/s), para meninos de 10 anos e (5,82 ± 0,37 m/s) para os de 11 anos.

    O motivo pelo qual o GFUTSAL possuiu um melhor resultado para o teste de velocidade pode ser explicado pelo fato desta capacidade ser muito exigida nesta modalidade esportiva. A velocidade é utilizada na disputa permanente pela posse de bola, tendo grande desenvolvimento durante a faixa etária de 6 a 11 anos (WEINECK, 2005), mas com déficit no tempo de reação devido à incompleta maturação neurológica4. A velocidade é de fundamental importância para competidores de esportes com ações rápidas, como as que se apresentam no Futsal, como os deslocamentos, os dribles, as fintas e os chutes (MACHADO & GOMES, 2001).

    Os resultados do teste de flexibilidade se mostraram fracos para o GEF (0,26 ± 0,08 m) e para o GFUTSAL (0,43 ± 0,11 m) muito bom, essa diferença embora seja contraditória. Já que Carazzato (1999) afirma que o treinamento intenso e repetitivo de uma modalidade esportiva proporciona a hipertrofia muscular e a diminuição da flexibilidade, causando desequilíbrio entre a musculatura agonista e antagonista e Grau (2003) adiciona que uma menor flexibilidade nos praticantes de futebol estaria ligada a programas de treinamento mal-elaborados. Porém, cabe lembrar que os indivíduos participantes desta pesquisa estavam na fase pré-púbere e não era esperada grandes hipertrofias, nem volumes e frequências elevadas de treino (50 minutos, 2 vezes por semana).

    A maturação é caracterizada por um processo evolutivo do individuo, entendida como um conjunto de mudanças biológicas que ocorrem de forma seqüencial e ordenada, que levam o indivíduo a atingir o estado adulto (GALLAHUE & OZUMUN, 2003). Algumas crianças podem apresentar velocidade de maturação mais acelerada que outras (precoce) ou mais lenta (tardia), porém com a mesma ordem sequencial (GUEDES & GUEDES, 1995).

    A determinação da influência que os programas de treinamento têm sobre o crescimento ainda não é conclusiva. Beunen e Borms (1990) investigaram os efeitos da atividade física sobre o crescimento físico, maturação e desempenho em adolescentes belgas seguidos longitudinalmente dos 13 aos 18 anos e verificaram que os indicadores de crescimento somático e esquelético não foram diferentes entre os grupos. Malina (1994) sugere que o treinamento intensivo tem pouco ou nenhum efeito no crescimento infantil. Embora Cooper e colaboradores (1984) consideram que as diferenças físicas observadas entre jovens atletas refletem, provavelmente, uma seleção de indivíduos que sejam mais aptos às demandas de determinados esportes.

    O estudo realizado por Francelino e Crepaldi-Alves (2007) descreveu e comparou jovens do sexo feminino entre 13 e 16 anos, divididos em dois grupos, um formado por atletas de voleibol da categoria infanto-juvenil e o outro por estudantes participantes de duas aulas semanais de Educação Física Escolar. O estudo demonstrou que houve superioridade em relação a estatura e massa corporal por parte dos praticantes da modalidade desportiva, diferente dos resultados expressos na presente investigação, porém o fato da estatura do grupo de atletas ser menor em nossos achados pode ser entendido como um processo natural da seleção de talentos, já que a modalidade futsal tem como particularidade não ter a estatura como ponto de seleção e a aula de educação física ainda apresentar um maior fator heterogêneo.

Conclusão

    Como o presente estudo foi possível verificar que as melhorias obtidas pelos praticantes da modalidade esportiva são atingidas mais rapidamente do que os alunos de Educação Física da cidade de Manaus/AM. A partir dos resultados obtidos torna-se necessário repensar na estrutura, no planejamento e na execução das aulas de Educação Física nas escolas manauaras, uma vez que nem todas as crianças têm a facilidade de participar de um programa de iniciação esportiva, seja no futsal, handebol, basquetebol, etc.

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