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Importância da estabilização segmentar no tratamento de

lombalgia crônica com o método Pilates. Uma revisão sistemática

La importancia de la estabilización segmentaria en el tratamiento
de la lumbalgia crónica con el método Pilates. Una revisión sistemática

 

*Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia em Traumato-ortopedia

com ênfase em terapias manuais

**Professor da Universidade do Estado do Amazonas

(Brasil)

Débora Regina Oliveira Miranda*

Joana Colares Correa dos Santos*

Sílvia de Souza Oliveira*

Jansen Atier Estrázulas**

deboraregina1982@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Atualmente a lombalgia vem sendo uma patologia que acomete não somente a população idosa, mas os adultos jovens. É uma sensação de dor na qual causa disfunção ao indivíduo. A partir da estabilização central pélvica no método pilates os músculos estabilizadores são estimulados a voltar ao seu funcionamento normal, sendo o músculo transverso do abdome o mais importante para a estabilização. O objetivo desta revisão é demonstrar o quanto se faz necessária a estabilização central pélvica no método pilates durante o tratamento da lombalgia. Foi realizada uma busca em bancos de dados e livros, nos idiomas: inglês e o português e as palavras chaves: dor lombar, lombalgia, estabilização central, estabilização segmentar, power house, pilates, transverso do abdome. Concluímos que na lombalgia, a estabilização segmentar mostrou-se eficaz para a melhora da dor e conseqüentemente para a melhora da postura.

          Unitermos: Dor lombar. Músculos abdominais. Terapia por exercícios. Reabilitação.

Abstract

          Currently low back pain has been a disease that affects not only the elderly but young adults. It is a sensation of pain which causes dysfunction in the individual. From the central pelvic stabilization in the method pilates stabilizer muscles are stimulated to return to normal operation, and the transversus abdominis most important for stabilization. The aim of this review is to demonstrate how much is needed to stabilize the central pelvic pilates method for the treatment of low back pain. A search was conducted in databases and books in languages​​: English and Portuguese and key words: back pain, back pain, core stabilization, segmental stabilization, power house, pilates, transversus abdominis. We conclude that low back pain, segmental stabilization proved effective for pain relief and consequently to improve posture.
          Keywords: Low back pain. Abdominal
muscles. Exercise therapy. Rehabilitation.

 

Presenteado em I Bioergonomics, Congresso Internacional sobre Biomecânica y Ergonomia, Manaus, Brasil, do 30 de maio ao 2 de junho.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A dor lombar ou lombalgia, atualmente vem sendo uma patologia que acomete não somente a população idosa, mas os adultos jovens. É caracterizada por uma sensação de dor na região da coluna lombar, na qual causa disfunções ao indivíduo, tornando-se uma das patologias que mais causa custos ao indivíduo e ainda faz com que o trabalhador se afaste por tempo indeterminado ou definitivamente do trabalho por invalidez e incapacidade.

    Uma das queixas mais comuns da população é a lombalgia, segundo a Organização Mundial de Saúde cerca de 80% dos adultos terão pelo menos uma crise de dor lombar durante a sua vida, e 90% destes apresentarão mais de um episódio (GOUVÊIA & GOUVÊIA, 2008).

    Os tratamentos abordados neste estudo de caso são a estabilização central e o Pilates, sendo o primeiro a base para o segundo.

    A estabilização central é uma forma de restabelecer a função da musculatura transverso do abdômen (TA) e conseqüentemente os multífidos (MT) que segundo estudos, são as musculaturas que deveriam ser contraídas antes de qualquer movimento, e em um indivíduo com disfunção das mesmas, contraem-se atrasadas causando problemas como a lombalgia.

    A estabilização central pélvica se dá pelo controle mecânico articular, através da contração muscular isométrica considerando com o um centro de força que estabiliza a coluna e conseqüentemente aliviando a dor (BEZERRA & GOMES, 2009).

    Estes músculos são responsáveis pela estabilização da coluna lombar, havendo, portanto, a estabilidade do corpo todo. A partir desse momento, em que há uma harmonia nessas musculaturas, o corpo começa a ter maior fluidez em seus movimentos.

    Existem vários estágios de exercícios de estabilização, sendo que cada um conta com 3 níveis de dificuldade, cada um destes deve ser realizados em 6, 10 e 20 segundos, estes exercícios são realizados com a ajuda de um instrumento chamado Stabilizer®, que auxilia os pacientes visualmente se estão realizando os exercícios corretamente, ou seja, se estão contraindo a musculatura correta.

    Após a estabilização central deve-se entrar com exercícios para fortalecimento e alongamento das musculaturas adjacentes, e o Pilates é um dos tratamentos cinesiológicos que ajudam a manter a contração dos estabilizadores, ao mesmo tempo em que realiza movimentos.

    O Pilates exige que a musculatura do abdômen seja contraída para que os exercícios sejam realizados sem causar nenhum dano ao paciente. Este grupo muscular é chamado de centro ou power house. Desta forma, a partir do exposto formulou-se o objetivo desta revisão sistemática de comprovar a eficácia do tratamento da lombalgia com os exercícios de estabilização central e o método Pilates.

Metodologia

    Foi realizada uma busca em bancos de dados SCIELO, PubMed, LILACS, BIREME e livros no período de março de 2011 a outubro de 2012. Os idiomas estabelecidos foram o inglês e o português e as palavras chaves foram: dor lombar, lombalgia, estabilização central, estabilização segmentar, power house, pilates, transverso do abdome. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos que abordavam como o tratamento com o método pilates, a estabilização central e a lombalgia, e ter sido publicados entre os anos de 2002 a 2012.

Resultados e discussão

Lombalgia

    A lombalgia ou dor lombar é um desconforto causado pelo encurtamento adaptativo dos tecidos moles e fraqueza muscular. A procura por um tratamento de dores lombares aumenta a cada dia ocasionando muitas despesas com a saúde (SILVA, FASSA & VALE, 2004).

    A lombalgia cônica é um problema de saúde pública, pois, além da alta prevalência, gera custos sociais altos quando comparados com outras patologias como depressão diabetes, doenças do coração ou dor de cabeça (RIBEIRO & MOREIRA, 2010). Na sociedade industrializada a dor lombar incapacita as pessoas, limitando fisicamente e retirando temporariamente ou definitivamente essas pessoas do mercado de trabalho (CONCEIÇÃO & MERGENER, 2012).

    A dor lombar é uma resposta adaptativa e protetora ao estresse imposto a coluna vertebral e que se reflete através de resposta irritável dos músculos quando realizam movimentos rápidos de torção ou de levantamento causando déficits funcionais (BEZERRA & GOMES, 2009).

    A lombalgia pode ser classificada como primária ou secundária, com ou sem comprometimento neurológico; mecânico-degenerativa; não mecânica; inflamatória, infecciosa, metabólica, neoplásica ou secundária a repercussão de doenças sistêmicas (JUNIOR, GOLDENFUM & SIENA, 2010).

    A lombalgia pode ser causada pela fadiga da musculatura que pode ser provocado pela obesidade, alterações ortopédicas e acidentes que causam alterações na atividade desses músculos e a má postura também interfere para que esta ocorra (SANTOS et al, 2011).

    A lombalgia mecânica pode ser causada por espondilolistese, Doença de Paget, tumores na coluna, estenose no canal vertebral, espondilite infecciosa, hérnia discal e síndrome facetaria (LIMA & QUINTILIANO, 2005).

Musculatura da coluna

    A coluna lombar é formada por cinco vértebras que têm por função a sustentação. As vértebras lombares são as maiores e mais fortes vértebras da coluna vertebral, porque a quantidade de peso corporal que tem que ser suportado, pelas vértebras vai aumentando conforme descemos para as extremidades distais da coluna vertebral (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).

    As concavidades da coluna vertebral tem a função de sustentar grandes cargas compressivas. As vértebras, os discos intervertebrais, ligamentos, articulações e músculos interagem formando uma estrutura dinâmica promovendo ao corpo humano movimento em diversas dimensões (BEZERRA & GOMES, 2009).

    A partir desse ponto, em que as vértebras lombares sustentam maior peso, pode-se citar então os músculos que são responsáveis por esta sustentação. O transverso do abdome (TA) e o oblíquo interno (OI) do abdome são os que formam uma cinta, dando suporte ao redor do abdome e das vértebras lombares. Apenas o TA fica ativo tanto na flexão quanto na extensão isométrica do tronco, enquanto os outros músculos abdominais tem sua atividade diminuída com a extensão resistida. Isso pode estar relacionado à função estabilizadora do TA (KISNER & COLBY, 2005).

    O músculo TA é um músculo profundo e tem sua origem na crista ilíaca, ligamento inguinal, fáscia lombar e cartilagens costais das últimas seis costelas, sua inserção está localizada no processo xifoide, linha alba e púbis e tem por ação comprimir o abdome (TORTORA & GRABOWSKI, 2002). As suas fibras horizontais se dirigem para fora e diretamente para frente e rodeiam a massa visceral (KAPANDJI, 2000).

    O músculo transverso do abdômen tem por função estabilizar a coluna lombar e que é importante o treinamento específico deste músculo. Sendo este um o músculo alvo do tratamento com estabilização segmentar e que se faz necessário que este esteja com seu funcionamento normal para que estabilize a coluna lombar e seus segmentos (GOUVÊIA & GOUVÊIA, 2008).

    A identificação do desequilíbrio da musculatura da parede abdominal pode permitir sua correção, podendo evitar ou minimizar modificações posturais (GOUVÊIA & GOUVÊIA, 2008). As musculaturas estabilizadoras têm como características: inserções segmentares, são monoarticuladas, respondem com baixa intensidade, entre outras (SANTOS & FREITAS, 2010).

    Em indivíduos sãos, o TA, para proteger a coluna, contrai-se antes dos movimentos das extremidades. Nos lombálgicos esta contração falha antes do movimento, demonstrando uma alteração na coordenação desse músculo (GOUVÊIA & GOUVÊIA, 2008).

Estabilização central pélvica

    A estabilização central pélvica, também denominada estabilização segmentar e exercícios de controle motor é caracterizada por exercícios de isometria através de co-contrações. A partir desse momento é feita uma aprendizagem motora através do feedback que foi desenvolvido por Adams, no qual o sistema nervoso central detecta e corrige o erro (O’SULLIVAN & SCHMITZ, 2004).

    A estabilização ocorre por três sistemas: sistema passivo, ativo e neural que devem manter-se em equilíbrio e interligado trabalhando a conscientização corporal para que as estruturas forneçam estabilizações necessárias para a movimentação (BEZERRA & GOMES, 2009).

    Exercícios para estabilização segmentar da coluna ou para controle motor são aqueles elaborados para ativar os músculos profundos do tronco com o uso de abordagem de aprendizado motor para que essa ativação ocorra primeiro na posição estática, depois na dinâmica, e ocorra por fim durante a execução de tarefas do dia a dia (RIBEIRO & MOREIRA, 2010).

    Portanto, o objetivo desta técnica é fortalecer os músculos que formam o centro de força. O qual promove um regime preventivo e terapêutico, desenvolvendo o controle muscular necessário para manter uma estabilidade funcional e diminuir a incidência de lesões e desconfortos no complexo lombo-pélvico, incluindo a região lombar (REINEHR, CARPES & MOTA, 2008).

    A ativação da musculatura central é a técnica fundamental para todos os pacientes antes de qualquer exercício ou atividade, para desenvolver a ativação inicial (KISNER & COLBY, 2005). As contrações isométricas devem ser aplicadas na primeira fase do tratamento de instabilidade lombar para que possa haver um treinamento de estabilização (BISSCHOP, 2003).

    Na presença de dor lombar recorrente e crônica, músculos específicos como o multífido e transverso abdominal apresentam redução da área de secção transversa e atraso do tempo de ativação (FERREIRA et al, 2009).

    A unidade de biofeedback pressórico (UBP), conhecido como Stabilizer®, é um aparelho de baixo custo, apresenta a vantagem de ser uma técnica não invasiva, de difícil utilização, é uma forma de avaliar o treino do músculo transverso abdominal (SANTOS et al, 2011).

    Existem cinco estágios na estabilização pélvica, cada estágio contém três níveis que gradualmente dificulta o estágio. As contrações devem ser realizadas e mantidas em determinado tempo, sendo estes, 6, 10 e 20 segundos para que seja aumentado para o próximo estágio (BEZERRA & GOMES, 2009).

    A técnica de estabilização segmentar lombar contém seis níveis de tratamento e cada nível inclui mais três níveis nos quais dificultam a estabilização, recrutando assim o transverso do abdômen (MENDES et al, 2011).

    Os exercícios de estabilização lombar é de baixo custo, elimina as dores lombares, reduz a dor, melhora o condicionamento por causa do aumento da força muscular, conduz a melhor postura corporal e aumenta a resistência à fadiga, fazendo com que o indivíduo permaneça por longos períodos de tempo na mesma posição nas quais causavam desconforto antes do tratamento (REINEHR, CARPES & MOTA, 2008).

O Método Pilates

    O Método Pilates surgiu durante a 1a guerra mundial, para reabilitar os lesionados da guerra (CONCEIÇÃO & MERGENER, 2012). Este método foi desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates no início da década de 1920 e tem como base, um conceito denominado contrologia ou arte do controle, que é a capacidade que o ser humano tem de se mover com o controle consciente de todos os movimentos musculares do corpo (ROSA & LIMA, 2009; MARÉS et al, 2012; RODRÍGUEZ, 2006).

    O método Pilates é um sistema de treinamento corporal muito completo, que trabalha o corpo como um todo, desde a musculatura mais profunda até a mais periférica, onde intervém tanto na mente como no corpo e na respiração (RODRÍGUEZ, 2006).

    O método Pilates preconiza a melhoria das relações musculares agonista e antagonista, favorecendo o trabalho dos músculos estabilizadores, sendo necessário avaliar sua efetividade no tratamento da lombalgia crônica (CONCEIÇÃO & MERGENER, 2012).

    Os exercícios de Pilates como os de estabilização segmentar iniciam-se na posição deitada para que não haja alteração do centro de gravidade na coluna vertebral. O primeiro aparelho de Joseph Pilates foi o Cadillac, inventado no hospital onde ele esteve (RODRÍGUEZ, 2006).

    É imprescindível que o fisioterapeuta saiba sobre suas indicações e contra indicações, formas de utilização, objetivos, entre outras, pois esta técnica é utilizada para o tratamento de disfunções e devem ser analisados os exercícios apropriados para cada pessoa (SILVA & MANNIRICH, 2009).

    Os exercícios são adaptados às características pessoais; por esse motivo, é uma ginástica muito eficaz, porque evita os erros que se cometem em outras disciplinas esportivas, em que o exercício não é adequado às limitações físicas da pessoa (RODRÍGUEZ, 2006).

    Entre as possíveis indicações do método Pilates, o tratamento da lombalgia tem sido motivo de especial estudo, provavelmente devido a sua alta incidência e alto custo com seu tratamento (SILVA & MANNIRICH, 2009).

    Também é indicado e recomendado para todas as pessoas que padeçam, habitualmente, de problemas nas costas ou de alguma outra lesão muscular, e busquem uma atividade que ao mesmo tempo, sirva como atividade de prevenção e reabilitação (RODRÍGUEZ, 2006).

    Os princípios do método pilates são nove, dentre estes estão a concentração, respiração diafragmática, leveza e precisão, entre outros (GRAIG, 2005). A respiração diafragmática torna-se um componente importante para o envolvimento de atletas num programa de condicionamento (GRAIG, 2005). A partir dai os exercícios são hoje, utilizados em atletas, bailarinos, fisioterapeutas para tratamentos de diversas patologias.

Efeitos do Método Pilates

    No estudo de Mendes et al. (2011), participaram 23 indivíduos de ambos os sexos com diagnóstico médico de dor lombar crônica. Foram realizadas 2 sessões por semana totalizando 8 sessões mensais de estabilização segmentar. Antes e após o tratamento foram feitas as análises estatísticas através da escala visual analógica e o teste t student. Dos 23 sujeitos da amostra, 3 permaneceram no mesmo nível de dor e 20 relataram que houve a redução da mesma e concluíram que a estabilização segmentar é eficaz pois houve melhora de 87% da dor dos indivíduos em apenas 4 semanas.

    Reinehr, Carpes e Mota (2008) realizaram um estudo com seis mulheres, com idade média de 23 anos, com dor lombar crônica. Foram realizadas 20 sessões individuais de estabilização central de 45 minutos cada, três por semana com estímulos táteis e auditivos. Foi feito um questionário para que fosse avaliado grau da dor lombar e exame físico para a região lombar. Os exercícios eram feitos em duas séries com 12 repetições de contrações isométricas de 5 segundos e que era gradativamente aumentado para 10, 15 e 20 segundos. Como resultados obtiveram que os participantes relataram que houve a redução da dor lombar durante o período de tratamento e concluíram que é um método eficaz para o tratamento desta patologia.

    Bezerra e Gomes (2009) constataram que o desequilíbrio muscular é uma das causas de distúrbios que ocorrem na coluna lombar e que para serem capazes de estabilizá-la estes devem estar fortes. Quando estes são tratados com estabilização central, estes músculos mantêm o centro neuromuscular íntegro fazendo que o indivíduo retorne às atividades diárias com suas funções do sistema postural, neuromuscular, reequilíbrio de musculatura e sem ou diminuição da dor lombar, permitindo a normalização da estabilidade lombar.

    Em um estudo de Rosa e Lima (2009), foi feita uma amostra com 30 sujeitos de ambos os sexos, idade entre 20 e 65 anos, que são praticantes de pilates por pelo menos três meses e que praticam ao menos 2 vezes por semana, com lombalgia. Foi aplicada a escala analógica visual-numérica e foi avaliada a flexibilidade pelo teste sentar e alcançar. Após esses testes foram realizados os procedimentos estatísticos e os autores chegaram à seguinte conclusão de que não existe correlação entre flexibilidade e intensidade da dor provocada por lombalgia.

    Ribeiro e Moreira (2010) encontraram 24 estudos, 5 sobre exercícios terapêuticos gerais e 9 sobre estabilização segmentar e dez sobre outras modalidades com o objetivo de descrever as diversas abordagens dos exercícios terapêuticos em pessoas com lombalgia crônica. Os exercícios de estabilização segmentar que foi um dos tópicos escolhidos por eles e relatado, que, são mais efetivos do que técnicas em mínima intervenção para redução da dor a curto, médio e longo prazo e que há uma melhora da capacidade funcional dos indivíduos dos artigos pesquisados. O Pilates, que também foi um dos tratamentos abordados, também teve resultados positivos em pelo menos um dos estudos que foi encontrado. Sendo que ainda há muitos conflitos de informações nos artigos que foram escolhidos.

    No relato de caso de Conceição e Merneger (2012) foram estudadas 7 pacientes do sexo feminino entre 18 e 50 anos com lombalgia crônica. Foi utilizada a escala analógica visual de dor, questionário de Oswestry de lombalgia e um questionário de identificação. Foi aplicado o método Pilates com estas pacientes 2 vezes por semana durante 3 meses, no total de 25 sessões. Duas voluntárias, antes do tratamento não tinham sono interrompido pela dor, quatro só dormiam com medicamentos e uma delas mesmo com medicamentos não conseguia dormir por causa da dor. Antes do tratamento 4 participantes tiveram mais de 15 pontos no questionário funcional de Oswestry e após o tratamento nenhuma delas chegou a 15 pontos. Concluíram então que o Pilates estabilizou a coluna lomba e o quadro de dor lombar melhorou juntamente com a qualidade de vida das pacientes.

    Volpato et al. (2012) encontraram 61 artigos, sendo que 30 foram selecionados e somente 19 artigos entraram no critério de inclusão, destes 19 artigos foram analisados e foi comprovado que há evidência sobre a eficácia dos exercícios de estabilização segmentar na melhora da dor lombar crônica e que não foram encontrados estudos que justificassem a questão da não utilização deste tratamento em dores lombares agudas e que apesar de haver controvérsias sobre os exercícios de estabilização e que estes não devem ser somente o tratamento para a dor lombar e sim deve estar complementado o tratamento do indivíduo, pois ainda que o músculo se estabilize, precisa-se que esta cadeia muscular esteja em harmonia, sendo fortalecida e alongada através de outras técnicas fisioterapêuticas.

    Ferreira et al. (2009) em sua revisão sistemática chegou à conclusão de que os exercícios de controle motor não são tão eficazes para tratamento de dor lombar aguda e que há evidências limitadas sobre os exercícios de controle motor sejam efetivos em dores lombares crônicas e podem ser indicados a estes pacientes que sofrem com esta patologia com objetivo de melhorar a dor, a função e a qualidade de vida e ainda podem ser indicados a dor pélvica pós parto.

    No estudo de Pereira, Ferreira e Pereira (2010) doze jovens adultas com idade de 18-32 anos que apresentavam dor crônica foram submetidas a um questionário para avaliar a interferência da lombalgia em suas funções. O tratamento de estabilização segmentar foi realizado em grupo de doze pacientes, em duas sessões semanais no período se 6 semanas, 45 minutos cada sessão. Os estímulos dados foram táteis e auditivos. Ao final das 6 semanas foram obtidos os seguintes resultados, o tratamento foi efetivo na redução de dor e na incapacidade funcional da dor lombar, demonstrando que a estabilização segmentar é um método eficaz.

Conclusão

    Através da busca de artigos, foram comprovados nesta revisão que a estabilização central e o Pilates são eficazes no tratamento da lombalgia, sendo este de longo prazo ou até mesmo de curto prazo como foi relatado por alguns autores.

    O método de estabilização central é o que mais se tem artigos falando sobre ele e demonstra ser o método benéfico para que haja a estabilização da coluna lombar e para a diminuição da dor que incomoda muito a maior parte da população brasileira e mundial, fazendo com que o mesmo retorne às suas atividades sem dor e com melhor postura.

    Contudo, se faz necessários estudos sobre o método Pilates, pois a dificuldade de encontrar artigos válidos sobre esta técnica foi grande, mesmo assim os artigos encontrados foram capazes de demonstrar a eficácia do método, que por sua vez é muito importante para o tratamento de lombalgia.

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