efdeportes.com

Formação continuada em ginástica: uma ‘válvula de escape’

Formación continua en gimnástica: una ‘válvula de escape’

 

Acadêmica do Curso de Licenciatura Plena em Educação Física

da Universidade do Estado do Pará - Núcleo de Conceição do Araguaia, Campus VII

(Brasil)

Thais Barbosa Sales

thais_edf@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por objetivo levar o professor de educação física a reflexão da necessidade de buscar a formação continuada para que o auxilie no ensino do conteúdo ginástica em suas aulas e conseqüentemente suscite o interesse dos alunos para vivenciá-la. Uma vez que a formação inicial dos professores não vem propiciando a eles a experiência em vivenciar o universo geral do conteúdo ginástica. Desse modo, foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica para mostrar a importância da formação continuada do conteúdo ginástica, através dessa pesquisa foi perceptível a relevância da formação continuada para o professor de educação física que sofre com a limitação do conteúdo na graduação.

          Unitermos: Professor de educação física. Formação continuada. Escola.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A ginástica é um conteúdo que abrange um leque de possibilidades de suscitar no aluno a vontade de exercitar seu corpo. Pois a ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática e ginástica geral com e sem aparelhos proporcionam o exercício desse corpo de forma diferente dos outros conteúdos. E o fato de não ser ensinada nas aulas de educação física é preocupante, visto que existe a disciplina de ginástica na graduação em de educação física.

    No programa de ensino da educação física escolar existem cinco conteúdos vigentes, que são jogos, lutas, ginástica, dança e esporte. Mas a sociedade e até mesmo a escola vê a educação física somente como uma aula de recreação, ou momento para jogar bola, pois os conteúdos não são ensinados com objetivos, e não valorizam a formação do aluno para que ele tenha uma visão critica da sociedade em que vive. E a ginástica assim como os demais conteúdos de dança e lutas são deixados de lado, dando prioridade ao esporte.

    Segundo Almeida et al (2012, p.100), “a Ginástica é, portanto, uma construção humana, socialmente produzida, historicamente acumulada”. Pois ao analisar a historicidade da ginástica, ela esta presente desde a pré- história, porém foi na idade moderna, que surgiram as escolas que vieram contribuir com o sistema educacional e determinar a compreensão dos exercícios físicos e gestos gímnicos, são elas: Escola Sueca, Escola Alemã, Escola Francesa e Escola Inglesa. Cada uma tinha sua metodologia diante de exercitar o corpo, mas somente a última não trabalhou os métodos ginásticos, já as outras foram responsáveis pelos principais métodos que influenciaram e influenciam até hoje a ginástica no contexto escolar no Brasil.

    O conteúdo de ginástica nas escolas brasileira passou por diversas modificações, alterações nos seus objetivos e métodos, assim como sua importância deixou de ser exposta e sua participação no sistema educacional perdeu o sentido, isto em detrimento da influência da organização social do país, e hoje ela esta praticamente extinta da escola segundo Lisboa e Teixeira (2012).

    Com a revisão bibliográfica sobre a ginástica e formação surge a indagação de que o professor é o mediador do conhecimento, e sabendo que durante a graduação existe a disciplina de ginástica, por que não a ensina nas suas aulas?

    Se houve muito falar que a culpa são dos materiais que estão sempre em falta nas escolas, mas quando se trata da ginástica acrobática, artística e geral, não se precisa de material. E até mesmo no caso da ginástica rítmica, esta pode ter seus materiais alternativos não oficiais e de baixo custo, o que ajudaria a trabalhar a criatividade do aluno. A desculpa é sempre a mesma, porém quando se fala em futebol, sempre conseguem uma bola. De fato, os professores não são qualificados para encarar a realidade na escola, e ficam a mercê do tradicionalismo do esporte.

    O intuito desta revisão é levar o professor a compreensão da importância de uma formação continuada em ginástica, que venha reconstruir o conhecimento do professor de educação física e aprender novas práticas pedagógicas.

Formação

    A formação inicial é considerada a formação no ensino médio e superior, diante da formação no ensino superior em educação física, ela não tem atingido efeitos esperados, os professores saem da graduação despreparados e acabam não sendo bem-sucedidos em suas aulas. De acordo com Nista-Piccolo e Schiavon (2007):

    é provável que os conteúdos gímnicos desenvolvidos na graduação desses professores não consigam traduzir a realidade das escolas, deixando de preparar os futuros profissionais para solucionarem os problemas que possam encontrar no trato da Ginástica na escola (NISTA-PICCOLO; TEIXEIRA, 2007, p.132).

    É durante a formação que deve ocorrer à qualificação para quando o professor sair da faculdade tenha subsídios para encarar a realidade da escola. O que falta na formação é um olhar pedagógico sobre a ginástica, onde possa vivenciar o ato de ensiná-la para crianças, adolescentes e adultos. Essa vivência pode adquirir em projetos que podem ser elaborados para a comunidade dentro da instituição de ensino superior, como o projeto “Crescendo com a ginástica” que foi realizado na Universidade Estadual de Campinas, durante 10 anos com intuito de ensinar aos acadêmicos como ensinar à ginástica, preparando-o para o âmbito escolar.

    Dessa maneira afirma Almeida (2005, p.16), “na formação de professores a ginástica se encontra como um conteúdo diluído e disperso e fragmentado”. Por isto ocorre à simplificação do conhecimento, sem experiências para ajudar no aprendizado, sem incentivo a projetos, e essa limitação dentro da graduação é prejudicial e afeta diretamente o aluno na escola. Uma vez que o professor vai para a escola somente com o que assimilou na graduação, a chance de ensinar todos os conteúdos da educação física é quase nula.

    Por isso da importância em buscar subsídios que complementem o conhecimento em ginástica adquirido na graduação, e o auxiliem quando for aplicar a ginástica em suas aulas, vivenciando a construção de materiais alternativos no caso da ginástica rítmica, que é possível confeccionar o arco, fita e maças.

Formação continuada em ginástica

    A formação continuada é segundo Alvarado-Prada et al (2010, p. 374) “uma ferramenta que auxilia os educadores no processo de ensino-aprendizagem de seus alunos, na busca de novos conhecimentos teórico- metodológicos para o desenvolvimento profissional e a transformação de suas práticas pedagógicas”. Como já havia falado, a formação continuada vem como uma reconstrução do conhecimento do professor, e serve para preencher as lacunas deixadas pela formação inicial, para capacitação e solução de dificuldades durante a aula.

    A formação continuada em ginástica ainda deve ser mais difundida e suscitada. Um exemplo é a formação continuada em ginástica geral que ocorreu em Barra das Garças- MT e foi realizada com o intuito “de efetivar a elaboração de uma proposta de ginástica geral a ser aplicada pelos professores na escola.” (FERREIRA; RODRIGUES, 2010 p. 04)

    Nessa formação continuada, os professores puderam experimentar novas práticas pedagógicas acerca da ginástica geral, e foi suscitado a eles que realizassem aulas deste conteúdo na educação física. E quando retornaram para socializarem, na sua maioria relataram que a ginástica geral teve uma boa aceitação, e com o que aprenderam na formação continuada foi possível ensiná-la com êxito.

    É necessário que a formação continuada em ginástica seja enfatizada, assim como também a formação continuada para os outros conteúdos. Pois não basta o professor ter o conhecimento do conteúdo a ser ensinado, mas ele deve saber como ensinar, por que sabendo ensiná-lo de maneira bem-sucedida de acordo com Nista-Piccolo e Teixeira (2007, p147), “pode transformar suas idéias em uma prática possível, inclusive criando alternativas de materiais”.

Considerações finais

    A revisão de literatura foi realizada com o intuito de expor a importância do professor buscar a experiência de uma formação continuada em ginástica, visto a importância da ginástica como conteúdo da disciplina de educação física escolar, e o fato de que ela não é ensinada na escola, mesmo estando presente desde a pré-história na sociedade, e hoje praticamente se encontra em extinção.

    A formação profissional deve ocorrer por toda a trajetória de sua carreira, pois é necessário sempre inovar e aprender conceitos e práticas pedagógicas que o auxilie em suas aulas para não cair no tradicional. Não se deve preocupar com a aceitação do aluno por ele achar irrelevante a ginástica, pois aluno gosta de novidade, e a ginástica pode ser ensinada e vivenciada por todos.

Referências

  • ALMEIDA, R.S. et al. A teoria geral da ginástica, o trabalho pedagógico, a formação dos professores e as políticas públicas no Campo da ginástica: contribuições da pesquisa Matricial do grupo LEPEL/FACED/UFBA. Conexões: revista da Faculdade de educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 10, n. Especial, p. 98-114, dez. 2012.

  • ALMEIDA, R.S; A ginástica na escola e na formação de professores. 2005. 213f. Tese (doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005.

  • ALVARADO-PRADA, E.L; FREITAS, T. C; FREITAS, C. A. Formação continuada de professores: alguns conceitos, interesses, necessidades e propostas. Rev. Diálogo Educ. Curitiba, v. 10, n. 30, p. 367-387, maio/ago. 2010.

  • FERREIRA, F.G; RODRIGUES, M.C. Formação continuada em ginástica geral. In: V Fórum Internacional de Ginástica Geral. Rev. Jatai. UFG. Campinas v. 1. p. 86-91, 2010.

  • LISBOA, N; TEIXEIRA, D.A atualidade da produção científica sobre a ginástica escolar no Brasil. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 10, n. Especial, p. 1-9, dez. 2012.

  • NISTA-PICCOLO, V; SHIAVON, L. A ginástica vai à escola. Movimento, Porto Alegre, v. 13, n. 03, p. 131-150, setembro/dezembro de 2007.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 182 | Buenos Aires, Julio de 2013  
© 1997-2013 Derechos reservados