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Diabetes mellitus: o exercício físico como ferramenta de controle

Diabetes mellitus: el ejercicio físico como herramienta de control

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade

do Estado do Pará (Campus VII), Conceição do Araguaia, PA

**Graduando em Licenciatura Plena em Ciências Naturais

pela Universidade Federal do Pará, Cametá, PA

(Brasil)

Francisco Flávio Sales Galdino*

Dayvid Wellington da Silva Coelho*

Carlos Alberto da Silva Gomes*

Fabiano Sales Galdino**

fsales18@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A Diabetes Mellitus é hoje um mal que atinge grande parte da população mundial, crianças, jovens, adultos, pessoas de todas as idades sofrem com esse problema. O objetivo do estudo foi abordar os mecanismos que originam a Diabete Mellitus, suas causas, os tipos, o diagnóstico, as complicações, e a importância de programas de exercício físico para o controle dos níveis de Diabetes. Para tanto, utilizamos obras de autores como Colberg (2003), Mcardle (1998), Texeira (2008), e outros que também possuem grande relevância na discussão sobre o tema. Ao final, percebe-se que se realizado de forma regular e sistemática, o exercício físico pode contribuir tanto na prevenção, quanto no controle dos níveis de diabetes, principalmente nos casos de diabetes tipo 2, que é o de maior incidência entre a população.

          Unitermos: Diabetes mellitus. Exercício físico. Prevenção. Controle.

 

Abstract

          Diabetes Mellitus is a disease that currently affects much of the world's population, children, young adults; people of all ages suffer from this problem. The aim of the study was to address the mechanisms that lead to diabetes mellitus, causes, types, diagnosis, complications, and the importance of physical exercise programs for the prevention and control of diabetes levels. We used the works of authors such as Colberg (2003), Mcardle (1998), Texeira (2008), and others who also have great relevance in the discussion on the topic. At the end, you realize that if done on a regular and systematic exercise can help both in prevention and in the control of levels of diabetes, especially in cases of type 2 diabetes, which is the highest incidence among the population.

          Keywords: Diabetes mellitus. Exercise. Prevention. Control.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 182 - Julio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A seguinte pesquisa parte de estudo realizado como modo de avaliação da Disciplina Educação Física Adaptada, ministrada no 6º semestre do curso de Educação Física. O objetivo foi abordar os mecanismos que origem a Diabete Mellitus, suas causas, os tipos, o diagnóstico, as complicações, os riscos, e a importância de programas de exercício físico para a prevenção e controle dos níveis do Diabetes. Para tanto, utilizamos obras de autores como Colberg (2003), Mcardle (1998), Texeira (2008), e outros que também possuem grande relevância na discussão sobre o tema.

    A Diabetes Melito é hoje um mal que atinge grande parte da população mundial, crianças, jovens, adultos, pessoas de todas as idades sofrem com esse problema. Segundo Guedes e Guedes (1997) a Diabetes Mellitus é uma doença conceituada como hipocinética, ou seja, doenças causada devido á pouca movimentação do corpo. Doenças dessa categoria se difundiram com maior intensidade principalmente após o avanço tecnológico, carros, motos, aviões, são alguns dos objetos criados para facilitar a vida do homem, mas que o tornaram cada vez mais sedentário. Para Mcardle (1998) séculos antes de Cristo (a.C), um médico grego já descrevia sintomas como sede intensa e urina adocicada, para os quais ele denominou como Diabetes Mellitus (adoçado com mel). Infelizmente ainda não existem medicamentos capazes de curar o individuo com Diabetes, porém existem vários remédios no mercado a fim de manter seu controle. Outro procedimento bastante utilizado para manter os níveis normais do diabetes é a pratica de atividade física. Pesquisas demonstram que se realizada de forma regular, e ainda aliada á uma boa dieta, a atividade física pode contribuir de maneira significativa para o controle do diabetes. Estas, e outras questões são abordadas nesta pesquisa a fim de esclarecer um pouco mais sobre essa doença que afeta grande parcela da sociedade mundial.

2.     Causas do diabetes

    Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, levando á complicações crônicas pela falta de insulina que transporta glicose na corrente sanguínea e o acumulo no sangue. O diabetes é causado ainda por fatores genéticos e ambientais, ou seja, o individuo nasce com pré-disposição para desenvolver o Diabetes (MAURO, 2001). Em pacientes com outras formas de Diabetes Mellitus, o que ocorre em geral é uma lesão anatômica do pâncreas, decorrente de diversas agressões tóxicas sejam por álcool, drogas, medicamentos ou infecções, entre outras.

3.     Tipos de diabetes mellitus

3.1.     Dm1

    Para Mcardle (1998) esse tipo de Diabetes Mellitus é ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença auto-imune, levando a deficiência absoluta de insulina. É uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células pancreáticas produtoras de insulina (células betas). Assim sendo, nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue dos pacientes, diversos anticorpos sendo os mais importantes o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta (anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiga, por exemplo) e anticorpos anti-insulina (MCARDLE, 1998).

3.2.     Dm2

    Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção (COLBERG, 2003). Uso de medicamentos, drogas, diversos mecanismos de resistência a ação da insulina, sendo o principal deles a obesidade, que está presente na maioria dos pacientes.

4.     Diagnóstico

    Vários testes diagnosticam o diabético, o teste de glicose plasmática em jejum (GPJ) é um teste popular de tolerância á glicose oral, que avalia os níveis sanguíneos de glicose durante 2 horas após se ingerir uma solução que contem glicose. O teste GPJ mede simplesmente a glicose plasmática após o jejum de 8 horas (MCARDLE, 2002).

    Para Colberg (2003) o valor atual para suspeitar de diabetes (GPJ > 126 mg/dl) é abaixo do padrão precedente de 140 mg/dl e reconhece que os pacientes podem ser assintomáticos com complicações microvasculares (dano dos pequenos vasos sanguíneos) com valores de GPJ na variação baixa a ligeira de 120 mg/dl. A variação alterada representa uma transição entre o normal e o diabetes onde o corpo não responde mais de maneira apropriada a insulina ou deixa de secretar quantidades adequadas.

5.     Complicações crônicas do diabetes

    No caso de hipotensão ortostática, a tontura ou o desmaio são muito mais prováveis de ocorrer durante as mudanças na posição do corpo, portanto os movimentos rápidos devem ser evitados.

    Na gastroparesia, qualquer alimento ingerido para tratar ou evitar a hipoglicemia, durante o exercício pode ter sua absorção retardada ou irregular, resultando primeiro em um nível de açúcar baixo, que depois se torna elevado durante o exercício e a recuperação (GUEDES & GUEDES, 1997).

    Pessoas com diabetes mellitus tipo 1 e 2 tem probabilidade cinco vezes maior de sofrer um infarto do miocárdio do que uma pessoa sem diabetes (MCARDLE, 1998). Por isso os fatores de riscos cardiovasculares no diabético não dependentes de insulina são: obesidade; hipertensão; dislipidemia (referem-se ao aumento dos lipídios (gordura) no sangue); hiperinsulinemia (hiperinsulinemia é o aumento da secreção de insulina pelo organismo); problema renal e tabagismo.

    Por tanto estes devem fazer um tratamento adequado, e devem seguir segundo Texeira (2008) as seguintes recomendações: controle metabólico; controle de peso; exercício físico; controle da nefropatia; dieta hipocalórica; terapia medicamentosa e controle do colesterol.

6.     Complicações agudas do diabetes

    Alguns diabéticos ficam agressivos durante a hipoglicemia; por isso é necessário deixá-lo em um lugar seguro; evitando que se machuquem; o professor ou adulto responsável só deve se afastar da criança ou/ ou adolescente diabético quando ele estiver completamente recuperado da hipoglicemia.

7.     Tratamento

    O tratamento para o controle do diabetes inclui alimentação adequada, exercícios físicos, insulina ou antibióticos orais, para que o mesmo consiga evitar os problemas ocasionados pela doença.

8.     Programa de exercícios físicos para diabéticos

    Geralmente há uma grande dificuldade em cuidar de indivíduos diabéticos principalmente pelo estilo de vida sedentário e a faixa etária de 60 á 69 anos, que dificultam mudanças nos seus hábitos (EDUARDO & CARLOS, 2006). Teixeira (2008) atenta para a importância dos familiares no sentido de incentivar o diabético a aderir um programa de exercício físico, e ainda, para a mudança de comportamento de profissionais da área da saúde, Enfermeiros, Médicos, que gastam pouco tempo prescrevendo e informando os diabéticos sobre a importância da prática do exercício físico. Por isso é preciso motivação primeiro das pessoas que rodeiam o diabético, familiares e profissionais, e o posterior incentivo ao diabético.

8.1.     Programa

    Segundo Teixeira (2008), um programa de exercício físico deve contar com orientação individualizada no que se diz respeito á duração, modalidade, intensidade e freqüência. Um programa ideal contaria ainda com trabalho aeróbico, trabalho de força, trabalho de flexibilidade e trabalho de relaxamento.

    Para que o diabético apresente um bom resultado durante o programa, Teixeira (2008) aponta para a necessidade do aquecimento, resfriamento e alongamento. Segundo Teixeira (2008), os diabéticos produzem muitos produtos finais após a quebra da glicose, mais que a população não diabética. Com o passar do tempo é fisiologicamente normal que nosso organismo entre em estado de envelhecimento, no entanto, como há uma maior quantidade de glicose sanguínea circulante em indivíduos diabéticos, essa substância acaba causando o endurecimento precoce dos tecidos, colágeno, cartilagem, comprometendo sua flexibilidade (MAURO, 2001).

    Para Mcardle (2008), como indivíduos diabéticos são mais sujeitos á doenças cardíacas, desidratação, acumulo de sangue nas extremidades, é importante á pratica de atividades de aquecimento e resfriamento para impedir, arritmias, infartos, desmaios, acumulo de sangue, etc.

8.2.     Treinamento personalizado no diabetes

    Segundo Martins (2000) durante décadas a prática regular de exercícios físicos no tratamento do diabetes não era muito enfatizada, mas atualmente sabe-se que um grande benefício pode ser obtido na prevenção da doença, principalmente quando grupos de maiores riscos familiares de diabéticos ou obesos são alcançados. Recentemente dados epidemiológicos sinalizaram uma menor incidência de diabetes mellitus do tipo 2 em indivíduos fisicamente ativos e naqueles com melhor condição aeróbica. Pessoas diabéticas normalmente possuem menor condição aeróbica e menor força muscular do que seus pares de mesma idade, isso pode, em partes, ser explicado por dificuldades metabólicas e pela menor capitalização geralmente observada nessa população (MARTINS, 2000).

    A adoção de novos hábitos alimentares, as mudanças no estilo de vida e a prática regular de atividade física, tem promovido a diminuição na incidência do diabetes mellitus do tipo 2 (DMT 2) em indivíduos com intolerância à glicose. Praticar atividades físicas pelo menos 4 horas por semana, com intensidade de moderada a alta, diminuiu em média 70% a incidência desse tipo de diabetes em relação aos indivíduos sedentários (COLBERG, 2003). Assim, programas de exercícios físicos têm demonstrado eficiência no controle glicêmico de diabéticos, melhorando a sensibilidade insulínica e a tolerância à glicose, conseqüentemente diminuindo a glicemia desses indivíduos.

    Ao iniciarem qualquer programa de exercícios os indivíduos portadores de DM devem se submeter a uma rigorosa bateria de testes. Os portadores de DMT 2, além da avaliação cardiovascular, precisam avaliar a presença de doença arterial periférica (sinais e sintomas de claudicação intermitente, diminuição ou ausência de pulsos, atrofia de tecidos subcutâneos etc.), retinopatia, doença renal e neuropatia periférica (COLBERG, 2003).

    Antes da prescrição de programas de exercícios para diabéticos, é necessário saber qual o tipo de diabetes e verificar a glicemia. Se um diabético iniciar uma caminhada com glicemia de 80 mg/dl durante 40 minutos, no final desse período poderá apresentar hipoglicemia induzida pelo exercício. Nesse caso, deverá ser estabelecida alimentação orientada pelo nutricionista ou pelo médico. Para auxiliar o médico a respeito da dose de insulina, de hipoglicemiantes orais ou da alimentação no dia da atividade, é importante realizar as medições de glicemia antes e depois das atividades (TEXEIRA, 2008). Segundo Colberg (2003), se o diabético, durante o exercício, apresentar tontura, tremores, visão turva, fome, suor excessivo e palidez, estará com hipoglicemia e deverá parar de se exercitar e ingerir carboidratos de alto índice glicêmico. Pode também ocorrer hiperglicemia, mais comum no DMT 1, em que o aluno apresentará sede excessiva, poliúria, fome e outros sintomas. Cabe ao profissional de educação física e ao aluno conhecerem bem esses sintomas, por isso o trabalho multidisciplinar é imprescindível.

    Uma metanálise realizada por Boulé et al. (apud Teixeira, 2008), mostrou que pacientes submetidos a intensidades maiores de exercícios físicos apresentaram valores menores de hemoglobina glicosilada do que pacientes submetidos a sessões com menores intensidades e maior volume. Esses resultados podem encorajar indivíduos portadores de DMT 2 que já se exercitaram em intensidades moderadas a considerar o aumento na intensidade de suas atividades.

    Segundo a ADA (apud Teixeira, 2008), indivíduos portadores de intolerância à glicose devem realizar um programa para perda de peso, incluindo ao menos 150 minutos de atividades físicas moderadas e vigorosas, além de dieta balanceada, com moderada ingestão calórica. Na ausência de contra-indicações qualquer paciente portador de DMT 2 deve ser encorajado a praticar exercícios resistidos ao menos três vezes por semana, trabalhando preferencialmente os grandes grupos musculares, realizando três séries de 8 a 10 repetições ou com carga que seja suficiente para a realização completa de no mínimo oito movimentos.

Considerações finais

    Portanto é importante ter a compreensão de que o diabetes não tem cura, porém pode ser controlado, possibilitando que o individuo portador da doença leve uma vida normal. Para tal, é preciso todo um procedimento que conte com alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos e uso de medicamentos. Contar com o apoio dos amigos, de familiares e adesão de programas de diabetes, pode ajudar a controlar a doença.

Referências bibliográficas

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