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Perfil epidemiológico do traumatismo raquimedular em 

pacientes atendidos em um hospital da rede pública de Manaus, AM

Perfil epidemiológico del traumatismo raquimedular en pacientes atendidos en un hospital de la red pública de Manaus, AM

 

*Fisioterapeuta. Pós Graduada em Fisioterapia Neurofuncional e Fisioterapeuta

do Trabalho pela Faculdade Ávila e Pós Graduando

em Ergonomia pela Faculdade Sul Americana

**Fisioterapeuta. Pós Graduada em Fisioterapia em Ortopedia

e Traumatologia, pela Faculdade Ávila

***Biólogo. Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais

da Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas

****Fisioterapeuta. Pós Graduado em Fisioterapia Pneumofuncional Cardiovascular

pela Universidade Nilton Lins. Especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva

pela ASSOBRAFIR. Mestrando em Ciências e Tecnologias

em Saúde pela Universidade de Brasília - UnB

Janaina Aline Pinheiro Reis*

Thayana Freitas da Silva**

Debora Regina de Oliveira Miranda**

Kézia de Souza Nunes**

Paulo Franco Cordeiro de Magalhães Júnior***

Thiago Barbosa da Silva****

janainaaline@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo foi estudar a epidemiologia dos pacientes vítimas de Traumatismo Raquimedular internados no Hospital Dr. João Lúcio de Pereira Machado, no período do outubro e novembro de 2010, no município de Manaus-AM. A mensuração do estudo foi feita através da aplicação de um questionário epidemiológico e avaliação do déficit neurológico pela escala adotada pela Associação Americana de Lesões Medulares adaptada para o estudo. Todos os pacientes era do sexo masculino entre 30 e 40 anos, sendo que 63,50% apresentavam baixo grau de escolaridade, 100% trabalhavam por conta própria e 62,50% eram procedentes do interior. A etiologia do trauma objetivada neste trabalho foram acidentes automobilísticos 37,50% e acidente que envolve árvores 37,50%, o nível da lesão foi cervical com 37,50% dos casos, torácica com 62,50% e lombar 0% associadas com paraplegia e tetraplegia. Os achados mostram uma situação grave que pode ser evitada se mais esforços forem destinados á prevenção.

          Unitermos: Traumatismo raquimedular. Epidemiologia. Escala de ASIA.

 

Abstract

          The objective was to study the epidemiology of patients suffering from Spinal Cord Trauma at the Hospital Dr. João Lúcio Pereira Machado, in the period of October and November 2010, in the city of Manaus-AM. The measurement study was done by applying an epidemiological questionnaire and evaluation of neurological deficit scale adopted by the American Association of Medullary lesions adapted for the study. All patients were males between 30 to 40 years, and 63.50% had a low educational level, 100% self-employed and 62.50% were from the countryside. The etiology of trauma objectified in this study were 37.50% automobile accidents and accidents involving trees 37.50%, the level of injury was cervical in 37.50% of cases, thoracic and lumbar 62.50% 0% associated with paraplegia and tetraplegia. The findings show a serious situation that can be avoided if more efforts are devoted to prevention.

          Keywords: Spinal cord trauma. Spinal cord injury. Epidemiology. ASIA Scale.

 

Presenteado em I Bioergonomics, Congresso Internacional sobre Biomecânica y Ergonomia, Manaus, Brasil, do 30 de maio ao 2 de junho.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A lesão da coluna vertebral tem sido descrita desde os tempos mais remotos. A primeira referência a fraturas da coluna vertebral esta escrita no Papiro de Edwin, em 2500 a.C. Sonntag relata que Celsus (30 a.C.) notava que a morte se seguia rapidamente as lesões vertebrais envolvendo a região cervical e afirma que Galeno (130-201) provocava experimentalmente, a interrupção da medula levando a paralisia e a perda da sensibilidade abaixo do nível da lesão. Relata ainda descrições de tratamentos cirúrgicos preconizados por Ambroise Paré (1510-1590) e Fabricius Hildanos (1646). As modernas técnicas de tratamento das lesões na coluna cervical tiveram seu inicio em 1891 quando Hadra descreveu uma técnica de fusão, através de amarrilho dos processos espinhosos (HERCULANO, 2000).

    As lesões na medula espinhal são cada vez mais freqüentes devido ao aumento da violência urbana. Tais lesões geram uma incapacidade de alto custo para o governo e acarreta importantes alterações no estilo de vida do paciente (VALL, 2006). O paciente com lesão medular é aquele que sofreu uma lesão traumática na medula espinhal devido a um abalo, compressão ou ruptura total ou parcial da transmissão medular, causando, assim uma alteração da função normal da medula. (SARTORI, 2002). O grau de comprometimento motor e sensitivo vai variar em função do nível e gravidade da lesão (completa ou incompleta). Há maior prevalência do sexo masculino, comprometendo 4 homens para 1 mulher e a média de idade é de 35 anos (MUTTI, 2008). A maior incidência acontece em lesões traumáticas, sendo que 80% delas provocadas por ferimentos com arma de fogo, acidentes automobilísticos, mergulhos e quedas. Entre as causas não traumáticas, destacam-se os tumores, doenças vasculares e degenerativas (VENTURINI, 2007).

    O TRM pode apresentar sequelas graves e irreversíveis como comprometimento motor e sensorial, alterações da termorregulação, alterações respiratórias, disfunção vesical, intestinal, disfunção sexual, úlcera de pressão, disreflexia autonômica, hipotensão postural, ossificação, heterotópica, contraturas, trombose venosa profunda, dor, disestesia da medula espinhal, osteoporose e cálculos renais (O’SULLIVAN, 2004).

    Esta disfunção tem sido avaliada pela Escala de Deficiência proposta pela American Spinal Injury Association (ASIA), cuja avaliação clinica é qualitativa e permite estabelecer o tipo, nível e extensão da lesão em cinco níveis: ASIA-A, B, C, D, e E. Porém, essa classificação não permite uma extensa compreensão das alterações da medula espinhal, já que é baseada somente em escores da função motora e sensitiva e necessita da cooperação do indivíduo (GASPAR, 2008).

    Esta pesquisa tem como objetivo geral estudar os aspectos epidemiológicos do Traumatismo Raquimedular (TRM) em pacientes internados no período de outubro e novembro de 2010, no município de Manaus-AM.

2.     Procedimentos metodológicos

2.1.     Apresentação do projeto ao Comitê de Pesquisa e início da coleta

    Consistiu na entrega do projeto para ser analisado e aprovado pelo Comitê de Pesquisa envolvendo Seres Humanos do Hospital Dr. João Lúcio Pereira Machado de Manaus – AM. e cadastro do projeto no CONEP – Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (FR – 363854).

    Após aprovação, o projeto foi encaminhado para o Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário do Norte (UNINORTE), sendo realizado em conformidade com o Conselho Nacional de Saúde de acordo com suas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo Seres Humanos (Resolução CNS 196/96).

    A coleta foi realizada após aprovação do projeto no setor de neurologia do Hospital Dr. João Lúcio Pereira Machado duas vezes por semana durante o período que compreende outubro/novembro de 2010.

2.2.     Características do estudo

    A natureza desta pesquisa está caracterizada como estudo prospectivo e quantitativo, pois irá avaliar dados epidemiológicos e o déficit neurológico caracterizado com pesquisa qualitativa, do paciente com Traumatismo Raquimedular. A mensuração do estudo foi feita através da aplicação de um questionário epidemiológico e avaliação do déficit neurológico pela escala adotada pela Associação Americana de Lesões Medulares (ASIA), em 1992. Foram selecionados 8 (oito) pacientes através dos prontuários com diagnóstico de Traumatismo Raquimedular (TRM), no setor de neurologia, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos e os que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram exclusos os pacientes com idade inferior a 18 anos, com diagnóstico clínico aberto, indeterminado ou duvidoso, encaminhados para o setor de UTI, pacientes que apresentaram patologias neurológicas secundárias, alterações cognitivas e/ou rebaixamento do nível de consciência, os que se recusaram a participar da pesquisa e em assinar o termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    A visita foi realizada individual e no leito, no qual foram utilizados dois instrumentos de pesquisa: Instrumento I: Ficha de avaliação de dados epidemiológicos e clínicos para a caracterização da amostra. Instrumento II: Foi através da Escala de Avaliação da Associação Americana de Lesão Medular (ASIA), que foi adaptada para esta pesquisa.

3.     Resultados e discussões

    Entre Outubro e Novembro de 2010 foram avaliados 8 pacientes com o diagnóstico de Traumatismo Raquimedular (TRM) internado na enfermaria de Neurologia do Hospital Público de Manaus-AM.

    Destes pacientes houve um nítido predomínio do sexo masculino, concordando com os aspectos epidemiológicos de que os homens são atingidos com muito mais frequência do que as mulheres. Com relação à idade, é também observado de forma universal, marcado o pico de incidência de 30 a 40 anos (50%), de 50 a 60 (37,50%), 20 a 30 (12,50%), sendo que de 10 a 20 e 40 a 50 anos não foi observado na amostra. A média da idade dos pacientes ficou em M 41,25 anos. Todos os pacientes analisados eram de naturalidade brasileira. (Tabela 1).

    Quanto à procedência dos pacientes, verificamos que 62,50% eram oriundos do interior e 37,50% da capital. Uma possível explicação para isso é que Hospital atende, mas de 62 municípios do Estado, associada à precariedade dos serviços de saúde do interior, onde poucos municípios possuem hospitais de grande porte e a grande maioria não conta com serviços de neurologia.

    Foi observado entre os pacientes que os dados epidemiológicos com as características da cor foram: mulatos 37,50%, amarelo 37,50%, branca 25% e não houve nenhuma amostra da cor negra.

    De acordo com as estatísticas do estudo, os pacientes que mais frequentemente apresentam TRM possuem um baixo grau de escolaridade, refletindo assim o pouco acesso a educação que a população desta região em geral possui, representando um entrave para campanhas na busca de um comportamento ou um modo de prevenção que evite a exposição desses pacientes a uma situação de risco. O estudo mostra com maior prevalência Ensino Fundamental Incompleto (62,50%), seguido de Analfabeto (12,50%), Ensino Fundamental Completo (25%) e nenhum com Ensino Médio Incompleto, Ensino Médio Completo, Superior Completo.

    Souza (2003) encontrou a maior incidência de TRM entre indivíduos do sexo masculino é unanimemente reconhecida, variando a relação de sua ocorrência entre homens e mulheres de 2:1 até 8:1, corroborando com os dados encontrados na literatura mundial. Este fato encontrado nas lesões traumáticas de qualquer natureza pode ser atribuído ao tipo de atividade desempenhada pelos homens mais exposto aos acidentes de trânsito, de trabalho durante a prática esportiva, assim como seu envolvimento em agressões.

    Ao se estudar os pacientes com traumatismo raquimedular, foram observados que 100% dos pacientes apresentaram etiologia por lesão traumática, sendo: 25% por acidente motociclístico, 25% por quedas, 12,50% automobilísticos, 12,50% acidentes por arma de fogo e 25% outros.

    Campos (2008) em um estudo do Hospital das Clínicas de São Paulo na década de 90 sobre traumatismo da coluna vertebral verificou-se as principais causas foram ferimentos por arma de fogo 36,7%, acidente de trânsito 26,9%, quedas gerais 22,4%, mergulho 7,7% e outras 6,5%. Não chama atenção para as quedas da laje como uma das causas de traumatismo da coluna vertebral, além de se aproximar das casuísticas norte-americanas, evidenciado por ordem de freqüência: os acidentes automobilísticos 45%, as quedas 22%, os esportes 14% e as lesões associadas à violência 14%. Outros dados discrepantes estão presentes na literatura que referem predomínio na idade de 15 a 19 anos em maior incidência para mergulho em águas rasas 45%.

    Oliveira (2002) realizou um estudo durante um período hospitalar na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP) onde a etiologia principal foi distribuída em três categorias: trauma direto (21,1%), quedas (36,8%) e acidentes de trânsito (42,1%).

Tabela 1. Distribuição de casos de Traumatismo

Raquimedular, segundo características da amostra estudada

    Os acidentes com envolvimento de árvores foi à principal causa de TRM no estudo, pois 62,50% dos pacientes eram procedentes do interior. Como há uma maior concentração de reserva florestal, as pessoas têm o hábito de subir em árvores para pegar frutos e andar na mata livremente sem proteção sendo mais sucessíveis a acidentes.

    Foi observado que 12,50% dos pacientes que sofreram lesão por acidentes automobilísticos não usavam cinto de segurança na hora do acidente e 12,50% não usavam o capacete. Esses dados não mostram diferença para pesquisa, pois os acidentes automobilísticos não foram à principal causa de TRM.

    Souza (2002) estudando o perfil epidemiológico de 80 pacientes com Traumatismo Raquimedular internado no Hospital do Pronto-Socorro Municipal de Belém, PA, encontrou como etiologia principal acidentes por mergulho com faixa etária de 21 a 40 anos mais com predomínio em 21 a 30 anos. Esse tipo de lesão da medula espinhal ocorre quando um indivíduo mergulha em águas rasas, batendo com a cabeça no fundo do rio, riacho, piscina, praia ou lagoa. Em concordância com a literatura mundial, mostrou que boa parte dos TRM ocorreu durante o estado de intoxicação alcoólica (62,50%). Quando relacionamos a etiologia do TRM e o consumo de bebida alcoólica, observamos um aumento considerável no número de casos, principalmente quando os fatores etiológicos envolvidos eram os atos de acidente de trânsito e acidentes ligados a queda de árvores.

    Com relação ao local da lesão pode-se evidenciar uma incidência de 62,50% na região torácica, 37,50% na região cervical e nenhuma na lombar. A raíz nervosa varia de C-3 à T-12 sendo que alguns pacientes tiveram o comprometimento de duas ou mais raízes nervosas. O maior déficit neurológico encontrado foi de paraplegia com incidência de 50%, seguindo de tetraplegia com 37,50% e 12,50% sem apresentar déficit neurológico. No Brasil, são poucos os trabalhos publicados a respeito da epidemiologia da lesão medular, principalmente nas áreas de grande densidade populacional. (GONÇALVES, 2007).

4.     Considerações finais

    Os dados epidemiológicos nacionais e regionais sobre Traumatismo Raquimedular ainda são escassos, sendo necessário mais estudos para melhor compreensão e medidas preventivas sobre o tema. A realização deste estudo possibilitou-nos uma visão mais ampla no contexto que envolve o perfil dos pacientes com Traumatismo Raquimedular, sendo que uma das principais limitações desta pesquisa refere-se á amostra, pois devido ao número pequeno de internações no período estudado não foi possível traçar o perfil epidemiológico da realidade do Hospital Dr. João Lúcio Pereira Machado - H.J.L.P. M, sendo assim a necessidade de continuarmos a coletas de dados.

Referências

  • CAMPOS, Marcelo Ferraz, et al. Epidemiologia do Traumatismo da Coluna Vertebral. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões Vol. 35-N 2, Marco/ Abril 2008.

  • GASPAR, Maria Isabel Fernandes de Arruda Serra, et al. Avaliação da ASIA e do Potencial Evocado Somatosensorial em Indivíduos com Paraplegia. Coluna/Columna, 7(3)223-229, 2008.

  • GONÇALVES, A.M.T. et al. Aspectos Epidemiológicos da Lesão Medular Traumática na Área de Referência do Hospital Estadual Mário Covas. Arq. Med. ABC. Vol. 32 № 2. Pag. 64-6. 2007.

  • HERCULANO, Marco Antonio et al. Tratamento Cirúrgico das Lesões Traumáticas do Segmento Médio- Inferior da Coluna Cervical. Arquivo Neuropsiquiatria, 58 (3-A), 656-663, 2000.

  • MUTTI, C. G. Avaliação das Capacidades Funcionais de Pacientes Paraplégicos por Trauma Raquimedular que Freqüentaram e que não Freqüentaram um Centro de Reabilitação. Dissertação Apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para Obtenção do Título de Mestre em Ciências, SP 2008.

  • OLIVEIRA, A.R. et al. Estudo Sobre a Mortalidade de Pacientes com Fratura da Coluna Cervical Durante o Período de Hospitalização. Rev. Bras. Ortop. – Vol.37 № 3 – Março de 2002.

  • O’SULLIVAN, Susan B. et al. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 4 edição, Editora Manole, Pag. 873-915, São Paulo, 2004.

  • SARTORI, N. R. eti al. Necessidades no Cuidado Hospitalar do Lesado Medular. Med. Rib. Pret, Vol.35, p 151 a 159, Abr/Jun, 2002.

  • SOUZA, Milton Francisco de Junior, et al. Característica Epidemiológicas do Trauma Raquimedualar na Amazônia: Analise Prospectiva de 250 Casos. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia, 14 (3), 97-104, 2003.

  • SOUZA, Milton Francisco Junior et al. Perfil epidemiológico de 80 Pacientes com Traumatismo Raquimedular, internados no Hospital do Pronto-Socorro Municipal de Belém, PA, no Período de janeiro a setembro de 2002. Jornal Brasileiro de Neurocirurgia, 13(3)92-98, 2002.

  • VALL, Janaina et al. Estudo da Qualidade de Vida em Pessoas com Lesão Medular Traumática. Arquivo Neuropsiquiatria, 64(2-B) 451-455, 2006.

  • VENTURINI, D.A. et al. Alterações e Expectativas Vivenciadas Pelos Indivíduos com Lesão Raquimedular e suas Famílias. Rev. Esc. Enferm USP, Vol.41 № 4 p. 589-596, 2007.

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