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Planejamento e desinteresse: elementos em destaque 

durante o período de estágio supervisionado no ensino médio

Planificación y desinterés: elementos destacables durante el período de las pasantías supervisadas en la escuela media

 

Graduandos em Educação Física na Universidade Federal

de Santa Maria, Centro de Educação Física e Desportos, CEFD/UFSM

Acadêmicos do 5º semestre de Educação Física. Licenciatura

na Universidade Federal de Santa Maria no Centro de Educação Física e Desportos

(Brasil)

Thiago Barcelos Fontoura

thiago.tbf@hotmail.com

Adon Marks Silva Colares

adonm@msn.com

Eduardo Abelin Pires

duduabelin@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo pretendeu fazer um ensaio sobre o planejamento das aulas e o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física, procurando analisar através de uma revisão de literatura utilizando como base de pesquisa de artigos acadêmicos que tratassem dos temas que chamaram a atenção no período de Estágio Supervisionado realizado com os alunos do ensino médio. Tendo como conclusão que a partir de um bom planejamento o risco é bem menor que haja o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física e que esses assuntos estão inter-relacionados.

          Unitermos: Educação Física. Planejamento. Desinteresse.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Para Gama e Figueiredo (2009, p.1) “o planejamento está presente em nosso dia-a-dia, mesmo que implícito, como o caso da pessoa que, ao levantar-se pela manhã, pensa no seu dia, no que vai acontecer ao longo dele”.

    O ato de planejar acompanha o homem desde os primórdios da evolução humana. Todas as pessoas planejam suas ações desde as mais simples até as mais complexas, na tentativa de transformar e melhorar suas vidas ou as das pessoas que as rodeiam. Mas não é só na vida pessoal que as pessoas planejam suas ações, o planejamento atinge vários setores da vida social. (CASTRO; PEREIRA, 2008, p.51).

    Nos últimos anos fica claro a grande evasão e o desinteresse dos alunos pelas aulas de educação física, onde é refletida essa evidencia no número de alunos matriculados na disciplina e os que realmente a frequentam (ALMEIDA; CANDURO, 2007).

    Cavalieri (2012) em seu estudo coloca que alunos desinteressados, professores pouco motivados, escassez de materiais e até falta de um espaço físico adequado contribuem com que as aulas de Educação Física sejam apenas um motivo para os alunos não ficarem em sala de aula, colocando de lado totalmente o foco e o seu verdadeiro objetivo comprometendo então a formação escolar dos alunos.

    Dessa maneira, a partir da vivência no Estágio Supervisionado com os alunos do ensino médio reste estudo teve como objetivo fazer um ensaio sobre o planejamento das aulas e o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física.

    A metodologia adotada foi de pesquisa bibliográfica sobre os dois temas que mais chamaram a atenção durante o período de Estágio Supervisionado, que permitem que tome conhecimento de material relevante sobre os temas em questão. A partir de artigos que tinha como assunto principal o planejamento das aulas e sobre o desinteresse dos alunos nas aulas de educação física.

Planejamento

    “O planejar é uma realidade que acompanhou a trajetória histórica da humanidade. O homem sempre sonhou, pensou e imaginou algo na sua vida.” (MENGOLLA, SAN’TANNA apud CASTRO; PEREIRA, 2008, p.51).

    Na educação esta realidade também não poderia ter sido diferente, uma vez que, segundo Kuenzer (apud CASTRO; PEREIRA, 2008, p.52) “o planejamento de educação também é estabelecido a partir das regras e relações da produção capitalista, herdando, portanto, as formas, os fins, as capacidades e os domínios do capitalismo monopolista do Estado”.

    Para Vasconcellos (apud GAMA; FIGUEIREDO, 2009, p.79) o conceito de planejar fica claro, pois: “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa”.

    Na visão de Gama e Figueiredo (2009) planejar o conteúdo a ser realizado durante o ano letivo é uma tarefa que envolve tanto professores quanto diretores e coordenadores pedagógicos, enfim, toda massa de profissionais voltados para a área da educação que pertence à escola.

    No Estágio Supervisionado, o planejamento tentou ser a partir das experiências dos alunos. Muitos alunos tinham déficit de aprendizagem, então tentamos fazer um planejamento tendo como base a abordagem desenvolvimentista. Como estamos atuando pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), já temos, mesmo sendo pouca, certa base sobre planejar e colocar o previsto para a aula no papel.

    Vale ressaltar que a realidade do PIBID é diferente do Estágio Supervisionado porque é no PIBID estamos acostumados a ouvir dentro da sala de aula, e no Estágio não conhecemos a escola nem teve-se tempo de observação das aulas de Educação Física. Algumas aulas planejadas foram um pouco frustradas, até por não conseguirmos seguir todo o roteiro do planejamento. Talvez, isso aconteceu pela falta de interesse dos alunos que era grande, embora tivesse suas exceções. Acreditamos que a falta de interesse fosse pelo fato de ser final de ano e já estavam quase entrando em férias.

    Enfim, o que queremos dizer é que fazer planos de aula não foi difícil, claro que hoje estamos mais cientes de que o plano serve para termos um “chão” e que não precisamos seguir ele cegamente. Pelo seu caráter flexível tem como fazer diversas intervenções em cima dele.

Desinteresse

    Segundo Santos (apud CAVALIERI, 2012) as aulas de Educação Física no Ensino Médio vêm sofrendo com a evasão dos alunos, pois o seu conteúdo não vai ao encontro das expectativas deles. Isso acontece devido à proposta esportista que não mais lhes proporciona interesse, pois os mesmos conteúdos já foram desenvolvidos no ensino fundamental.

    A literatura aponta que o principal fator da não participação dos alunos são os conteúdos realizados nas aulas, principalmente relacionados a esportes. Atualmente o esporte é o veiculo mais utilizado como forma de difusão do movimento corporal na escola (BETTI apud CAVALIERI, 2012).

    Em relação ao desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física, há uma característica que o torna mais explícito e controlável. Isto é, as aulas de Educação Física em geral são pedagogicamente tratadas como atividades de fruição corporal. Enquanto em outras disciplinas os alunos desinteressados podem passar despercebidos, na Educação Física eles são facilmente localizáveis (MILLEN NETO, 2010, p.7).

    Kolyniak (2006) é outro autor a reforçar o argumento de que os fatores que levam à não prática de Educação Física na escola estão associados a problemas específicos dessa disciplina, por exemplo, a ausência de um corpo teórico próprio que seja referência para toda a categoria profissional.

    Em estudos realizados tem-se observado que o número de alunos que se desobrigam da frequência às aulas de Educação Física, através do pedido de dispensa, tem aumentado, caracterizando assim, um visível desinteresse pela disciplina. Atualmente se pode assegurar que o número de reais participantes, em relação ao número de alunos matriculados, é bastante pequeno para um componente curricular que se diz obrigatório por lei (ALMEIDA; CANDURO, 2007).

    Este mesmo autor cita que existem outras evidências, para além dos dispositivos legais, que fazem com que ocorra um esvaziamento das aulas de Educação Física.

    Segundo Correia (1996) o adolescente possui algumas características em seu processo de desenvolvimento que apontam para a necessidade de uma disciplina como a Educação Física. No que diz respeito às transformações do ponto de vista físico, após o estirão da adolescência, o adolescente apresenta um crescimento acelerado, principalmente em relação aos membros inferiores e superiores em comparação ao tronco, o que implica em uma necessidade de vivenciar o maior número de experiências motoras possíveis, no sentido de proporcionar a exploração e a reorganização deste “novo” corpo e destas “novas” possibilidades de movimento.

Conclusão

    Após o nosso período de Estágio Supervisionado concluímos que os temas planejamento e desinteresse das aulas de Educação Física pelos alunos do ensino médio estavam presentes em nossas aulas e estavam inter-relacionados.

    Assim, é possível concluir que o professor de Educação Física deve buscar esclarecer as pessoas dentro e fora da escola sobre a grande importância dessa disciplina no contexto escolar, a fim de desmistificar essa visão equivocada de que a Educação Física não tem papel no contexto pedagógico (CHICATI, 2000). Destacamos que a partir de um bom planejamento o risco é bem menor que haja o desinteresse dos alunos nas aulas de Educação Física, tendo em vista que o não planejamento ou quando feito de forma equivocada pode vir a ocasionar o desinteresse, além da importância de estudarmos esses assuntos para melhorar a compreensão e nossa atuação no Estágio Supervisionado, e, posteriormente na docência que iremos realizar.

Referências

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