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Métodos de ensino dos esportes coletivos aplicados ao handebol

Métodos de enseñanza aplicados al equipo de deportes de balonmano

Teaching methods applied to team sports handball

 

Profissional de Educação Física e pesquisador, membro da equipe da USP

do Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa do Programa de Assistência Primária

de Saúde Escolar – PROASE

Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira

prof.zedu@usp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O desporto que teve o período da primeira Guerra Mundial como ponto decisivo para o seu desenvolvimento, derivado do “Torball”; vem se desenvolvendo, tornando-se um desporto com potencial de incremento de técnicas complexas, minuciosas, através da combinação de movimentos que podem auxiliar o praticante no contexto do jogo, e, sobretudo fora dele, através da capacidade de desenvolvimento de respostas motoras eficazes e soluções rápidas a situações no campo desportivo, no cotidiano e no universo laboral (VIEIRA e FREITAS, 2007). Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar os métodos de ensino dos esportes coletivos aplicados ao Handebol, o presente texto propõe fazê-lo, primeiro, a partir de uma perspectiva que considere as semelhanças estruturais e pedagógicas entre as diversas modalidades esportivas coletivas, e, a partir disto, discutir uma metodologia de ensino pautada no jogo. Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva, é possível afirmar que agrupar os esportes coletivos dentro da idéia da família dos jogos possibilita que, além de utilizar os esportes coletivos como jogos, que tragam transferências de aprendizagem entre si, e que o ensino dos Esportes Coletivos a partir das semelhanças estruturais entre as várias modalidades, também permite visualizar uma mesma estrutura lógica, tornando-as passíveis de um mesmo tratamento pedagógico.

          Unitermos: Métodos de ensino. Handebol. Esportes coletivos.

 

Resumen

          El deporte tuvo el período de la Primera Guerra Mundial como un punto de inflexión en su desarrollo, derivado de "Torball", ha venido desarrollando, convirtiéndose en un deporte con posible aumento de la profundidad técnica compleja, a través de una combinación de movimientos que pueden ayudar al médico en el contexto del juego, y sobre todo fuera, a través de la capacidad de desarrollar respuestas eficaces motores y soluciones rápidas a situaciones en el campo de deportes, en la vida cotidiana y el trabajo en el universo (VIEIRA y FREITAS, 2007). Así, con base en la intención de discutir y analizar los métodos de enseñanza aplicados al equipos de deportes de balonmano, este texto se propone hacer esto, primero, desde una perspectiva que tenga en cuenta las similitudes entre las actividades colectivas estructurales y pedagógicos deportivos, y de esto, hablar de metodología de la enseñanza guiada del juego. Por último, la perspectiva de un análisis concluyente, se puede decir que la idea del grupo de deportes de equipo dentro de la familia de juegos permite, además de usar los deportes de equipo, como los juegos que traen las transferencias de aprendizaje entre ellos mismos, y que la enseñanza de Deporte colectivo de las similitudes estructurales entre los diferentes modos también permite ver la misma estructura lógica, por lo que con sujeción a lo pedagógico mismo tratamiento.

          Palabras clave: Enseñanza. Balonmano. Deportes colectivos. Aplicada.

 

Abstract

          The sport had the period of the first World War as a turning point in its development, derived from "Torball", has been developing, becoming a sport with potential increase of complex technical depth, through a combination of moves that can assist the practitioner in the context of the game, and especially outside, through the ability to develop effective motor responses and quick solutions to situations in the sports field, in everyday life and work in the universe (VIEIRA and FREITAS, 2007). Thus, based on the intent of discussing and analyzing the teaching methods applied to team sports Handball, this text proposes to do this, first, from a perspective that considers the similarities between the structural and pedagogical collective sports activities, and from this, discuss teaching methodology guided the game. Finally, the prospect of a conclusive analysis, we can say that group the idea of team sports within the family of games allows, besides using team sports like games that bring learning transfers between themselves, and that the teaching of sport Collective from structural similarities between the various modes also allows viewing the same logical structure, making them subject to the same treatment pedagogical.

          Keywords: Teaching. Handball. Sports collective.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 179, Abril de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O desporto que teve o período da primeira Guerra Mundial como ponto decisivo para o seu desenvolvimento, e que a partir de 1919, após a idéia inicial de Max Heiser, que idealizou um jogo ao ar livre para as operárias da Fábrica Siemens, derivado do “Torball”, e reformulado pelo Professor Alemão Karl Schelenz, que também alterou seu nome para “Handball” caracteriza-se pela coletividade, pela oposição e a cooperação, sendo composto por habilidades específicas, quer sejam contínuas ou intermitentes, onde companheiros de equipe, adversários, limites de tempo e espaço determinam uma imprevisibilidade, tornando-o um dos esportes mais dinâmicos e variados do mundo (VIEIRA e FREITAS, 2007).

    Nesse cenário, o Handebol vem se desenvolvendo, tornando-se um desporto com potencial de incremento de técnicas complexas, minuciosas, através da combinação de movimentos que podem auxiliar o praticante no contexto do jogo, e, sobretudo fora dele, através da capacidade de desenvolvimento de respostas motoras eficazes e soluções rápidas a situações no campo desportivo, no cotidiano e no universo laboral.

    Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar os métodos de ensino dos esportes coletivos aplicados ao Handebol, o presente texto propõe fazê-lo, primeiro, a partir de uma perspectiva que considere as semelhanças estruturais e pedagógicas entre as diversas modalidades esportivas coletivas, e, a partir disto, discutir uma metodologia de ensino pautada no jogo.

As semelhanças estruturais entre os esportes coletivos

    Os principais avanços na literatura sobre Esportes Coletivos são alusivos ao ensino a partir das semelhanças estruturais entre as várias modalidades. Portanto, inicia-se pela própria estrutura do jogo esportivo coletivo, onde segundo Bayer (1994) as modalidades esportivas coletivas podem ser agrupadas numa única categoria, em razão de possuírem seis invariantes comuns: equipamento esportivo (bola ou implementos similares); um espaço de jogo; companheiros de equipe; adversários; um alvo a atacar/defender; e regras específicas.

    São essas invariantes que geram a categoria - Esporte Coletivo - e que permite visualizar uma mesma estrutura, considerando uma mesma lógica, tornando-as passíveis de um mesmo tratamento pedagógico, tal como no Handebol.

    Assim, e a partir desse reconhecimento, definem-se seis princípios operacionais, comuns, para o ensino dos esportes coletivos, divididos em dois grandes grupos; um para o ataque e outro para a defesa.

    Entre os três princípios de ataque estão à conservação individual e coletiva da bola; a progressão da equipe e da bola em direção ao alvo adversário; e a finalização da jogada, visando à obtenção de gols.

    Já os três de defesa, citam-se a recuperação da bola; impedir o avanço da equipe adversária e da bola em direção ao próprio alvo; impedir a finalização da outra equipe.

    Portanto, a partir desses princípios operacionais, também é possível a definição dos mecanismos necessários para o seu ensino, que são os meios de gestão, necessários, para se alcançar êxito pedagógico, onde esta compreensão e de atuação em relação ao Esporte Coletivo, parte da crítica à abordagem tradicional, elemento central de toda pedagogia esportiva, onde praticar uma modalidade esportiva com qualidade implica possuir pleno domínio da dimensão gestual, resumindo uma modalidade esportiva a somatória dos fundamentos técnicos de cada desporto.

    Nesse sentido, se o professor/técnico conseguisse transmitir os chamados elementos do Handebol, devidamente separados, a aprendizagem estaria garantida e seria esperada a junção qualitativa dos elementos técnicos numa situação de jogo. Além disso, a concepção de técnica presente na visão tradicional é limitada, por contemplar somente a dimensão gestual como se o corpo fosse o executor eficiente de uma ação antecipadamente prevista pela mente.

    Esta nova forma de conceber o ensino do esporte coletivo, iniciada por Claude Bayer (1994), rediscute a técnica aliada à discussão da tática. Assim, a técnica seria o “modo de fazer” e a tática, “as razões do fazer” e, obviamente, uma não existiria sem a outra, justificando o “fazer técnico” através de sua utilidade e de seu objetivo no curso de um jogo.

    Por outro lado, são as intenções individuais e coletivas que ocorrem durante o jogo, quem demandam certos procedimentos técnicos, surgindo nesta proposta os conceitos de tática individual e coletiva, que se configuram como ações coordenadas entre o indivíduo e o grupo, no sentido de uma prática de jogo, qualitativamente melhor, tanto por parte da equipe, como por parte do sujeito.

    Garganta (1998) contribui com as afirmações suscitadas acima, ao frisar duas competências básicas para o processo de aprendizagem dos esportes coletivos: primeiro, a inteligência, vista como a capacidade de adaptar-se a situações dinâmicas que acontecem no jogo, a fim de resolver os problemas que surgem; e, segundo, a cooperação, vista como a necessidade do praticante combinar suas ações com os objetivos do grupo. Nessa concepção, jogar bem não seria, apenas, executar eficientemente um conjunto de técnicas, e sim, contribuir cooperativamente e inteligentemente para o sucesso do empreendimento coletivo.

    Dentre as vantagens dessa abordagem metodológica para os esportes coletivos, cita-se a formação de alunos inteligentes, cooperativos, autônomos e empoderados a escolher a prática esportiva em seus momentos de lazer, ao longo de suas vidas, principalmente na fase adulta, e em condições de participar, ativamente, de várias modalidades da cultura esportiva, pois serão (re) conhecedores dos princípios operacionais do esporte coletivo.

    Obviamente, que apesar destas considerações, um aluno poderá ser mais habilidoso que outro ou em determinada modalidade, dependendo de algumas características biológicas, do tempo de prática, da opção por uma modalidade, das oportunidades de prática, ou mesmo dos significados culturais que seu grupo atribui a certo desporto. No entanto, o mais importante é que o acesso à cultura do esporte coletivo estará assegurado, independente da idade, da condição atlética ou de habilidades, pois na atualidade ainda se pode verificar a preferência por aprendizes mais habilidosos, em detrimento daqueles tidos como menos aptos, segregando-os da oportunidade de prática, passando a preterirem as diversas formas de atividades esportivas ao longo de suas vidas, reproduzindo essa cultura em seu ambiente sócio familiar, agravando o problema.

    Com a abordagem de técnica (o como fazer) aliada à tática (as razões do fazer), a especialização do gesto técnico acaba sendo retardada em nome da garantia da aquisição dos princípios operacionais e das regras de ação das modalidades coletivas (DAÓLIO, 2002). Não se tratando de menosprezar as formas eficientes de execução esportiva, e sim, de colocá-las no tempo/espaço/situação correto da aprendizagem, a fim de se evitar o abandono precoce, em face das frustrações ou da especialização de uma prática esportiva, pois, os efeitos danosos da especialização precoce têm sido registrados por vários autores, em pesquisas que apontam atletas de alto rendimento bem sucedidos, e que tiveram em sua história de vida, amplas experiências motoras, antes de se especializarem (REVERDITO e SCAGLIA, 2009).

    Outra vantagem da abordagem a partir das semelhanças estruturais das modalidades é a consideração dinâmica e seqüencial ao longo de todo o processo. Abordam-se as fases de aprendizagem do esporte coletivo, a partir da compreensão que os aprendizes vão adquirindo em relação ao jogo, e não como tem sido comum: apenas a partir das faixas etárias.

    Da forma tradicional, seriam as fases de desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo, esperadas em cada idade, quem dariam as bases aos processos de ensino do Esporte Coletivo (GALLAHUE e OZMUM, 2003).

    Assim, pensar a partir das fases de desenvolvimento implica em aceitar que todas as pessoas passam pelas mesmas fases, nas mesmas épocas, tal qual se tivesse uma programação. Em segundo lugar, sugere-se que o ensino dos Esportes Coletivos só será possível para crianças que estão dentro dessas fases de desenvolvimento, aceitas teoricamente.

    A dimensão técnica nesta abordagem de ensino, obviamente, é considerada, mas, entendendo que ela não garante, necessariamente, o acesso a um jogar inteligente, uma vez que jogar bem sugere compreender a lógica estrutural do Esporte Coletivo e não somente realizar uma habilidade específica.

Metodologia de ensino do handebol através do jogo

    Assim, apresenta-se a partir desse ponto uma proposta para o ensino do Handebol, partindo da própria gênese metodológica da pedagogia do ensino dos Esportes Coletivos, onde o - jogo e o esporte - se confundem, em função de ambos possuírem a mesma natureza, onde o princípio sobre qualquer forma de abordagem aos esportes coletivos deverá começar na sua forma primária de jogo.

    Dessa forma, o jogo deve ser uma peça fundamental para a aprendizagem esportiva, a ponto de nortear o seu ensino, pois, por ser o jogo um sistema complexo, uma manifestação capaz de pedagogizar os Esportes Coletivos de maneira dinâmica e sistêmica, evidenciando a aprendizagem esportiva dotada de características não lineares, possibilitando a construção de suas habilidades dentro dos próprios jogos.

    No entanto, ao falar sobre jogo, este não pode ser reduzido à prática do desporto, pois, para se ensinar o Handebol, deve-se ensinar mais do que a modalidade, e também ensinar através dela, o que pode ser orientado sob a organização das “famílias de jogos”, para o planejamento do ensino dos esportes coletivos (DAÓLIO, 2002).

    Isso significa que ensinar Esportes Coletivos através do jogo é valorizar a complexidade do fenômeno esportivo, negando o ensino pelas partes e enfatizar a totalidade, num conjunto de ações complexas, gestos, intenções e situações a serem resolvidas no contexto de jogo.

    Ao se tratar os conteúdos da Educação Física e do Esporte, deve-se destacar que o jogo é uma categoria maior, uma analogia com a vida, uma simulação lúdica do cotidiano e do universo laboral que se manifesta, se concretiza quando as pessoas jogam o Handebol, por exemplo.

    Desta forma, partindo desta perspectiva que adota a visão magna do jogo, enquanto fenômeno capaz de manifestar-se, a exemplo do Handebol, dando a essa categoria uma grande importância dentro do processo do ensino dos esportes coletivos.

    Como as principais características do jogo aplicadas ao Handebol, identificam-se algumas inerentes, capazes de tornar mais acessível a sua compreensão, no sentido que a característica de ocupação voluntária deve estar presente no jogo, onde em decorrência, o jogador pode suspendê-lo a qualquer momento, ficando livre de imposições externas, sendo a obrigatoriedade resultante de estímulos internos que absorvem os praticantes e os levam a um fim que pode ser diferente para os demais envolvidos (HUIZINGA, 1999).

    Portanto, além dos limites temporais e espaciais, todo jogo é organizado a partir de regras que possibilitam o aparecimento da ordem em meio à desordem harmônica. Essas regras podem ser explícitas, implícitas, flexíveis ou rígidas, porém são fixas, obrigatórias e devem ser respeitadas por todos os jogadores, bem como previamente aceitas, onde todos que o iniciam as conhecem, e têm ciência das conseqüências decorrentes do resultado final, onde o jogo tem um fim em si mesmo, um fim na sua própria realização e visa às repetições de condutas, que visam à superação do que está sendo colocado em jogo, e também a busca de auto superação que o próprio jogador se impõe.

    Outra característica no conceito de jogo é a agradável sensação de admiração, entusiasmo, possibilitada por seu ritmo e harmonia cativantes. Entretanto, ao mesmo tempo em que gera alegria é seriamente encarado por seus praticantes, pois somente essa seriedade é quem garante o acesso a ele.

    O Handebol, quando jogado, é ao mesmo tempo lúdico e sério, e talvez aí se encontre uma das suas mais valiosas virtudes, por apresentar inúmeras outras características antagônicas, tais como: ordem, desordem, tensão, movimento, mudança, ostentação, ritmo e entusiasmo e etc.

    Desta forma, o jogo torna-se uma suspensão da realidade, uma forma de manipulação de algo que não é real (mantendo semelhanças e vínculos com o sagrado, o profano e seus rituais), configurando-se num momento de deformação da vida cotidiana, um jogo de faz de conta, e, quando possível, consciente, levando-se em conta o nível de desenvolvimento cognitivo do jogador (CAPRA, 2001).

    Essas características fazem do jogo de Handebol um fenômeno cultural, carregado de valores éticos, transformando-se em legado ao ser passado de geração em geração, assumindo um caráter polissêmico, por ser capaz de pertencer a estudos de várias áreas, reinventariando-o ou apenas se alicerçando nas características evidenciadas para sustentar suas respectivas idéias sobre jogo.

    Nesse sentido, é possível compreender que o jogo é dotado dessas características, onde o profissional de Educação Física e do Esporte tem a possibilidade de organizar práticas pautadas por uma teoria fundamentada nele, e assim ter maior certeza de que a atividade pensada será plenamente realizada pelos seus alunos, e não apenas executada como uma atividade qualquer, podendo dessa forma atingir o seu objetivo de aprendizagem, que é ter no jogo o elemento que fundamente uma prática significativa de seus aprendizes. Ciente, portanto, de que o jogo é um sistema complexo e ao considerá-lo como uma grande categoria da qual o Handebol faz parte, pode-se afirmar que os Esportes Coletivos também são um sistema dotado de complexidade.

    Para confirmar isso, basta analisar o Handebol praticado num ambiente no qual coabitam a imprevisibilidade, a aleatoriedade, o equilíbrio, o desequilíbrio, a ordem e a desordem, a organização e a interação; fatores esses operacionalizados a cada momento que uma equipe tenta desequilibrar as ações do oponente, em prejuízo da organização de seu próprio sistema.

    Observa-se, portanto, que ao se estudar o jogo sobre essa ótica, os novos estudos da pedagogia do esporte ampliam a discussão do ensino dos esportes a partir de novas tendências que fujam ao tradicionalismo, advindo do pensamento cartesiano, em detrimento de uma abordagem pautada em conceitos sistêmicos, cujo principal elemento pedagógico passa a ser o jogo; um fenômeno também sistêmico e complexo (GARGANTA, 1998).

    O Handebol, que pertence à família dos jogos esportivos coletivos, também é influenciado por emergências produzidas em outras famílias, tais como as famílias de jogos de bolas, com as mãos, de apelo popular, com alvo e uma gama enorme de famílias que podem ser organizadas de acordo com o interesse do profissional de Educação Física e do Esporte.

Considerações finais

    Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva, o ensino do Handebol a partir de uma metodologia que considere o esporte coletivo, como manifestações legítimas de jogo, o ensino da modalidade não pode negar sua essência, tendo no jogo uma das suas principais opções pedagógicas, seja em ambiente escolar ou em ambientes esportivos, quer seja pelas suas características complexas ou sistêmicas, negando a tendência do ensino tecnicista tradicional.

    Para que o professor utilize-se de jogos para o ensino dos esportes coletivos, ele deverá saber criar um ambiente propício para que as atividades sejam significadas para seus alunos, e para tanto deve (re) conhecer as principais características do jogo, possibilitando aos aprendizes jogar plenamente, onde esses jogos devem estar alinhados com os aspectos lógicos dos esportes coletivos, e, para tanto, a organização de famílias de jogos pode potencializar que as emergências advindas de cada um desses esportes sejam capazes de regular toda a família de jogos.

    Além disso, agrupar os esportes coletivos dentro da idéia da família dos jogos possibilita que, além de utilizar os esportes coletivos como jogos, que tragam transferências de aprendizagem entre si, e que o ensino dos Esportes Coletivos a partir das semelhanças estruturais entre as várias modalidades, também permite visualizar uma mesma estrutura lógica, tornando-as passíveis de um mesmo tratamento pedagógico, propiciando a possibilidade de desenvolvimento de currículos de formação de futuros profissionais de Educação Física e do Esporte, bem como de futuros atletas, devido à transferência de aprendizagem que outras manifestações “esportivizadas”, ou não, de jogo podem garantir para uma dada manifestação esportiva, como no caso do Handebol.

Referências bibliográficas

  • BAYER, C. O ensino dos deportos colectivos. Lisboa, Dinalivro, 1994.

  • CAPRA, F. O Ponto de Mutação. 22ª ed. São Paulo: Cultrix, 2001.

  • DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos – modelo pendular a partir das idéias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília v.10, n.4, p.99-104, Outubro. 2002.

  • GALLAHUE, DL; OZMUN, JC. Compreendendo o Desenvolvimento: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003.

  • GARGANTA, J. M. O ensino dos jogos desportivos coletivos: perspectivas e tendências. Movimento. 1998; 4 (8): 19-27.

  • HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento de cultura. São Paulo: Perspectiva, 1999.

  • REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Editora Phorte, 2009.

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