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As possibilidades de desigualdades

Las posibilidades de las desigualdades

 

*Mestranda em Desenvolvimento Social, Unimontes

**Professora do Mestrado em Desenvolvimento Social, Unimontes

***Mestrando em Desenvolvimento Social, Unimontes

(Brasil)

Caroline Marci Fagundes Coutinho*

karol_marci@hotmail.com

Simone Narciso Lessa**

monelessa@hotmail.com

Guélmer Júnior Almeida de Faria***

guelmerjrf@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A questão da desigualdade está no centro dos debates sociais. Desde os autores clássicos das ciências sociais, como Karl Marx e Max Weber, aos contemporâneos, como Amartya Sem, as desigualdades são temas centrais em seus estudos. Neste artigo é elaborado um histórico do desenvolvimento da perspectiva da desigualdade, considerando ao final que a privação de oportunidades, provocada pela não promoção do desenvolvimento das capacidades do individuo, determina sua renda e espaço na sociedade.

          Unitermos: Desigualdades. Novas desigualdades.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. http://www.efdeportes.com/

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    A questão da desigualdade está no centro dos debates sociais. Identificar e minimizar este problema social são preocupações não só dos estudiosos sobre este tema, mas também do Estado e da população em geral.

    A desigualdade já se reinventou em diversos aspectos. Já foi só de classes, ou econômica, hoje abrange campos da educação, mercado de trabalho, gênero, entre outros. Deixou de ser somente apontada como diferença financeira e passou a absorver novas influências.

    A proposta deste trabalho é apresentar algumas concepções sociológicas, clássicas e contemporâneas, acerca da desigualdade. A idéia é estruturar uma evolução do pensamento, desde a abordagem somente econômica à atual organização desse conceito.

    Autores clássicos como Karl Marx e Max Weber propuseram reflexões importantes sobre a desigualdade. Para Marx (1991), a propriedade era o fator predominante para a promoção da desigualdade, onde só a posse dos bens materiais é que determinavam essa desigualdade. O autor afirma que a história da sociedade era baseada na diferenciação das classes, que por sua vez lutavam para a obtenção de espaço. E esta luta era determinada pela detenção dos meios de produção, que diferenciava quem os possuía, ou não.

    Max Weber (1982) acreditava que a questão econômica tinha sua relevância. O poder financeiro não era reconhecido como base de honra, mas definia a sociedade e suas classes. Assim, a renda seria uma das categorias para análise da desigualdade. Para a definição de classes, o autor acreditava que estas são conseqüências da distribuição de poder, principalmente o poder econômico, mesmo este não sendo reconhecido como base de honras na sociedade.

    Já autores contemporâneos como Amartya Sen e Jessé de Souza analisaram a desigualdade propondo novos olhares. O indiano Amartya Sem (2008) relaciona a desigualdade com a privação da liberdade. Acredita que a privação de oportunidades, provocada pela não promoção do desenvolvimento das capacidades do individuo, determina sua renda e espaço na sociedade. Um aspecto crucial para a manutenção das capacidades é a educação, pois está, por sua vez, possibilita a liberdade. Já a renda seria apenas um das categorias para analisar a desigualdade.

    Um autor brasileiro com grande importância neste debate é Jessé de Souza (2010). Analisando o desenvolvimento do Brasil e as especulações sobre um novo arranjo de classes no país, o autor propõe que este movimento esteja realmente acontecendo, mas é definido de forma equivocada, onde o Estado define como uma nova classe média, mas Souza é categórico que, diante das características dessa classe, eles são a nova classe batalhadora. Não só a questão financeira determina a desigualdade, aspectos relacionados ao capital cultural e familiar também possuem relevância.

    Diante dessas possibilidades de olhares para a questão da desigualdade, é possível considerar que, por mais que a questão econômica seja primordial, outros aspectos devem ser avaliados e valorizados. A complexidade da sociedade atual requer análises aprofundadas e que considerem as diversas influências sobre ela, afastando um pouco dos fatores somente econômica e aproximando de outros, para que assim obtenhamos respostas e propostas realistas para minimizar as desigualdades.

Referências

  • MARX, Karl. Formações Econômicas Pré-Capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 6ª edição, 1991. (Coleção Pensamento Crítico vol. III).

  • SEN, Amartya. Desigualdade Reexaminada. Rio de Janeiro: Record, 2ª edição, 2008. p. 11-19; 147-184.

  • SOUZA, Jesse. (Org.) Os Batalhadores Brasileiros – Nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: UFMG, 2010. Introdução, p. 19-57.

  • WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 5ª edição, 1982. Cap. VII, p. 211-228.

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