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Os benefícios da musculação para obesos

Los beneficios de la musculación para obesos

The benefits of strength training of obese

 

*Aluna de Bacharelado em Educação Física

pela Faculdade de Educação Física de Barra Bonita, FAEFI

**Orientador

(Brasil)

Barbara Helena Conte*

Profº Esp. Robson Aparecido Alves da Rocha**

barbara-conte@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A obesidade hoje em dia é considerada um dos maiores problemas da saúde na atualidade, é considerada uma doença crônica, a prevenção é realizada através de mudanças no estilo de vida, como reeducação alimentar e inclusão da prática de exercícios físicos. Esta pesquisa tem por finalidade apresentar os benefícios que a musculação promove em uma melhor qualidade de vida resultando em uma alimentação adequada, e na perda de peso desejada. Realizada em uma cidade do interior paulista contendo um questionário onde os entrevistados participaram voluntariamente assinando um termo livre e esclarecido. Foi observado exercícios de musculação aeróbia no qual auxilia o aumento da taxa metabólica em repouso e aperfeiçoa os índices de mobilização e utilização de gordura durante o emagrecimento.

          Unitermos: Obesidade. Musculação. Alimentação.

 

Abstract

          Obesity today is considered one of the biggest health problems, is considered a chronic disease, prevention is accomplished through changes in lifestyle such as diet and inclusion of physical exercise. This research aims to show the benefits that weight training promote, a better quality of life resulting in an adequate diet, and weight loss desired. Held within a city containing a questionnaire where participants voluntarily participated in this research. Was observed aerobic weight training exercises which helps increase the metabolic rate at rest and improves the rate of mobilization and utilization of fat during weight loss.

          Keywords: Obesity. Bodybuilding. Food.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A obesidade transformou-se em um problema de saúde publica de considerável importância. Este problema vem crescendo à medida que mais pessoas atingem uma certa idade na qual a gordura é facilmente adquirida e difícil de perder, além de serem comuns as doenças degenerativas.1

    Independente da faixa etária o exercício físico é de extrema importância, além de prevenir doenças, traz muitos benefícios ao cotidiano das pessoas sendo fundamental para portares de doenças crônicas como é o caso da obesidade. O comodismo, a falta de tempo, associada a uma saúde precária, faz com que tenhamos uma “qualidade de vida inadequada afetando a nossa alimentação, tornando-a escassa e irregular para manter nosso organismo saudável”.2

    Baseado no índice de massa corporal (IMC) a obesidade é uma situação na qual o individuo apresenta IMC superior a 30 kg/m2. Entende-se que independente da definição a obesidade se constitui em uma maior ameaça à qualidade de vida do ser humano, e a musculação com fins hipertróficos contribui com o aumento da massa corporal metabolicamente ativa, aumentando o gasto energético basal, favorecendo ainda mais o emagrecimento. A musculação assume características aeróbiasA proporciona a manutenção do baixo conteúdo gorduroso total do corpo assim como também a redução do ritmo de acumulo das células adiposas. Entretanto, a musculação pode assumir aspectos tanto preventivos quando terapêuticos no que se refere ao controle da obesidade.3

    Em meados da década de 80, a comunidade cientifica reconheceu o potencial valor de treinamento com pesos sobre a capacidade funcional e outros fatores relacionados à saúde, metabolismo basal, controle de peso, saúde óssea, histórico de saúde ruim além da sua contribuição para a prevenção e reabilitação de lesões ortopédicas.4

    Para a boa qualidade de vida, Santarém (2003) menciona a capacidade de conseguir realizar as atividades desejadas, do ponto de vista homeostático e biomecânico, sem riscos para o perfeito funcionamento do organismo humano. O desenvolvimento de novos hábitos, com uma ênfase maior na pratica de atividades físicas, é um passo fundamental para a melhoria generalizada da saúde orgânica e consequentemente, da qualidade de vida. Exercícios diversos tais como a caminhada, corrida, ciclismo, natação, hidroginástica, musculação, entre outros, cada vez mais ganham a adesão de uma população que busca o desenvolvimento do bem estar e da saúde física e mental.5,17

    A obesidade associado a um estilo de vida inativo representa uma das maiores ameaças à saúde dos indivíduos atualmente. Sua prevalência vem crescendo acentuadamente desde as ultimas décadas inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença a condição de epidemia global. A obesidade pode ser caracterizada como o distúrbio nutricional mais importante do mundo desenvolvido, já que cerca de 10% de sua população é obesa. Um dos grandes motivos para a instalação desta epidemia é a falta de atividade física.6

    A pessoa obesa, ao se submeterem os exercícios mais intensos, como a corrida, pode sobrecarregar suas articulações, caso estas não estejam preparadas a suportar exercícios mais intensos e cíclicos podendo gerar entre outras doenças articulares a osteoartrite nas mais diversas articulações, o que poderia causar dor, limitar a amplitude dos movimentos e reduzir o numero de opções viáveis de exercícios.7

    Neste caso, Guedes relata que a prática do treinamento com exercícios de força, parece ser um método de treinamento eficiente, tendo o intuito de fortalecer os músculos esqueléticos e assim, diminuir o risco de lesões por impacto, bem como aumentar o gasto calórico. Recomenda-se toda a população se engaje em uma rotina regular de exercícios físicos.8

    É geralmente aceito que a diminuição da quantidade de atividade física tem contribuído para o aumento da predominância do sobrepeso e obesidade.9

Material e método

    A pesquisa foi realizada com praticantes de atividade física musculação, acima do peso, em uma Academia de Musculação em uma cidade do interior paulista. Para a seleção destes participantes foram adotados os seguintes critérios, estar acima do peso ideal, ser praticante de musculação, no qual foi feito uma analise pra obter resultados de melhora do condicionamento físico de tais participantes. Foi realizado um contato pessoal entregando um termo de consentimento livre e esclarecido e um questionário.

    Esta analise é de cunho qualitativo, no decorrer da pesquisa houve anotações, coleta de dados, observação na execução de cada exercício, entre os obesos praticantes de atividade física musculação.

    Os exercícios desenvolvidos na musculação foram realizados em seis obesos, sendo três mulheres e três homens, com idades de 25 a 35 anos, e os exercícios mais focados foram os de resistência muscular com os exercícios aeróbios para obter melhores resultados de perda de peso, e treinamentos de força. Essa pesquisa foi desenvolvida entre dezembro de 2011 a março de 2012, através do perfil dos participantes obteve a construção dos resultados onde foi empregada uma analise descritiva.

Resultados e discussão

    De acordo com a pesquisa realizada foi possível colher informações importantes em relação aos participantes, obtendo respostas exatas e precisas quanto à questão proposta.

    Foi entrevistado um total de seis pessoas, sendo três homens e três mulheres, todos praticantes de atividade física regularmente. Dentre as respostas obtidas, tiveram algumas variações, percebendo assim que cada participante tem um modo diferente de praticar o treino.

    A primeira questão consiste em saber se a alimentação diária dos entrevistados é saudável, somente um dos participantes afirmou que faz alimentação saudável diariamente.

    Um estudo realizado por Monteiro (1995) relata que a “alimentação é um importante fator tanto na prevenção como no tratamento da obesidade” e de muitas outras doenças presentes nas sociedades atuais. Continua relatando que neste século “as tendências de transição nutricional ocorridas em diferentes regiões do mundo convergem para uma dieta mais rica em gorduras” como açúcares e alimentos refinados. “Ao mesmo tempo, essa dieta é reduzida em carboidratos complexos e fibras”. Chegaram a um consenso que como tratamento, “pode-se considerar que o controle alimentar é a principal forma utilizada no combate à obesidade”.10

    A segunda questão pergunta “com que freqüência os participantes vão à academia de musculação”, somente um participante respondeu que pratica a atividade duas vezes por semana, dois dos participantes responderam que vão três vezes por semana, outros dois responderam que vão quatro vezes por semana e um respondeu que vai cinco vezes por semana.

    Hoje em dia vivemos numa vida ansiosa, sem atividade física suficiente para tal ansiedade. A comida e a bebida se tornam soluções para muitos problemas, é muito mais cômodo o fato de só comer e beber, do que ir praticar algum esporte, realizar uma atividade física e esquecer de problemas, profissionais, pessoais entre outros.11

    A terceira questão pergunta “o tempo que cada um leva para praticar a atividade diária”, três deles responderam que o treino dura em torno de 40 minutos, já os outros três disseram que praticam a atividade durante 1 hora.

    Entretanto a recomendação tradicional de no mínimo 30 minutos, cinco dias por semana de atividade física de intensidade leve a moderada, que é baseada primariamente nos efeitos da atividade física sobre a doença cardiovascular e outras doenças crônicas, tem sido recomendado que os programas de exercício para obesos iniciem com o mínimo de 150 minutos semanais em intensidade moderada e progridam gradativamente para 200 a 300 minutos semanais na mesma intensidade.14

    A quarta questão procurou saber “em quantos dias da semana eles fazem atividades de resistência intermediária”, dentre as respostas, quatro participantes disseram que fazem somente duas vezes por semana, e os outros dois participantes responderam três vezes por semana.

    Relatados em pesquisas mostram que os exercícios de força combinado com os exercícios aeróbios, obtém melhores resultados em programas de emagrecimento. Para que aconteçam os melhores resultados os praticantes de exercício físico tendem a conseguir aperfeiçoar o gasto energético total, aumentar a massa magra e a mobilização de gordura durante o processo de emagrecimento.13

    A quinta questão refere-se aos “dias da semana em que eles fazem atividade de resistência avançada”, apenas um participante responde que nunca praticou esse tipo de atividade, já três deles responderam que praticam geralmente uma vez por semana e dois disseram que praticam duas vezes por semana.

    Kraemer et al. (1999) realizou um estudo com 31 mulheres, com idade média de 35 anos, durante 12 semanas. Estes indivíduos foram divididos em quatro grupos, o primeiro de controle, o segundo somente dieta, o terceiro de dieta mais exercício aeróbio e o quarto de dieta, exercício aeróbio e com pesos. Nesse estudo chegou a tais conclusões: os grupos que fizeram dieta (segundo grupo, terceiro grupo e quarto grupo) tiveram significativa redução no peso corporal, percentual de gordura e massa gorda. Através dos resultados obtidos percebeu-se que a perda de peso durante a moderada restrição calórica não é alterada pela inclusão de exercício aeróbio ou exercício aeróbio em conjunto com exercícios com pesos. Mas a dieta em conjunto com o treinamento pode induzir a uma notável adaptação na capacidade aeróbia e força muscular apesar de uma significativa redução no peso corporal.14

    A sexta questão pergunta ao participante se “pratica qualquer outro tipo de atividade física”, três deles responderam que não, os outros três responderam que sim. A entrevistada V.M.C. relatou que pratica hidroginástica, o participante M.A. disse que pratica futebol, e a entrevistada S.B. disse que pratica treinamento funcional.

    O exercício físico também é importante para promover um adequado balanço de energia, pois a energia consumida durante a atividade física é importante para que ocorra um efeito positivo sobre a taxa metabólica de repouso e melhora da composição corporal, o que pode manter ou até mesmo preservar a massa muscular durante a perda de peso.15

    A questão sete procura saber se o participante “sentiu algum tipo de beneficio com a atividade física”, e todos responderam que melhora a disposição, o participante T.S. e Q.S. disseram que sentem bem estar após a atividade física, o participante S.B. e M.A. responderam que gera mais alongamento, que se sente relaxado, o participante R.M.D. se sente mais animado para o trabalho e menos estresse no dia a dia, o participante V.M.C. deixa claro o bem estar, a leveza depois da atividade gerando assim mais qualidade de vida.

    O comitê ACSM (2001) afirmou que as prevalências de sedentarismo estão muito altas, representando um importante papel na etiologia da obesidade, e que os benefícios para a saúde, induzidos pelo treinamento regular podem atenuar a morbidade e o risco de mortalidade dos indivíduos obesos.14

    Ao longo do caminho, tornamo-nos a nação mais gorda do mundo, atacados pela fadiga crônica, depressão, doenças do coração e pulmões, câncer e diabete.16

Considerações finais

    Ao final desta pesquisa de estudos contidos no tema proposto, entendemos que ter uma alimentação saudável é extremamente importante para obter resultados significativos, uma vez adquirindo esse método, sempre estará adequadamente apto para desenvolver uma boa qualidade de vida, no entanto no decorrer desta pesquisa podem ser observados que os participantes não têm uma alimentação saudável e sim uma alimentação razoável e infelizmente, atrapalha os resultados do treino de musculação proposto.

    O tempo ideal ou quantidade de dias para um treino frequentado em uma academia, não existe certo ou errado, pois cada pessoa tem o seu objetivo a cumprir, devendo levar em consideração o desenvolvimento varia de pessoa pra pessoa, pode-se dizer que dentro do conteúdo possível de modificação do corpo do individuo, o resultado é sempre dependente do nível de seriedade em que o praticante treina, sua frequência de treino, sua responsabilidade, alimentação e qualquer suplementação. Diante disso pode-se dizer que os participantes estão treinando de maneira adequada tanto em questão de tempo dentro da musculação quanto aos dias que freqüentam a academia.

    O método de treinamento de resistência tanto intermediário quanto avançado é uma categoria fundamental do processo de treinamento, pois através dele que utiliza-se os exercícios específicos para obter resultados previamente planejados. A seleção do método esta ligada a direção do efeito potencial conseguido e este devem estar de acordo com o efeito previamente planejado. Sendo assim os participantes prosseguem o treino de maneira adequada, pois a maioria opta por treinar mais as atividades de resistência intermediárias.

    Independente da atividade, tudo que se refere o exercício é sempre uma ótima opção, e alem de optar por um treino de musculação, alguns dos participantes fazem também outro tipo de atividade física, como hidroginástica, futebol e treinamento funcional. Desde que seja apto para o individuo, outro tipo de atividade alem do seu treinamento semanal, ocasiona em mais qualidade de vida, e diante disso, os participantes afirmam que ocasiona mais disposição no trabalho, sentem-se mais leves, melhoria significativa nos movimentos executados no dia a dia, mais resistência, menos estresse e bem estar.

    Este contexto relata resultados da pesquisa realizada durante os meses de dezembro de 2011 a maio de 2012, não chegando às conclusões dos estudos abordando o tema Os benefícios da musculação para obesos.

Notas

  1. Características aeróbias: alto número de repetições com cargas quantitativamente pequenas.

Referências

  1. BURTON, B. Nutrição Humana. São Paulo: Ed. McGraw Hill do Brasil, 1979.

  2. CASALE NETO, G.A. obesidade e atividade fisica. 6º Simposio de Ensino de Graduação, UNIMEP. 2008.

  3. PRAZERES, M.V. Prática da musculação e seus benefícios para a qualidade de vida. Trabalho de conclusão de curso monografia, Florianópolis, 2007. p.37.

  4. FEIGENBAUM, M.S.; POLLOCK, M.L. Prescription of resistance training for health and disease. Med. Sci. Sports Exerc. Vol. 31. n. 1. 1999. p. 38-45.

  5. LOPES, M.H. Exercícios de Força em Obesos promove o emagrecimento, Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho Especialização em Fisiologia do Exercício:Prescrição do Exercício, Belo Horizonte, Outubro, 2008.

  6. MATSUDO, S.M. Nível de atividade física da população do estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível sócio-econômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. V. 10, n. 4, 2002, p. 41-50.

  7. FOREYT , J.; GOODRICK, K. The ultimate triumph of obesity. Lancet, 1995. n. 346. p. 134-135.

  8. ACSM stand on progression models in resistance training for healthy adults. Medicine & Science in Sports & Exercise, vol. 34, n. 2, 2002. p. 364-380.

  9. GRUNDY, S.M.; BLACKBURN, G.; Higgis, M.; Lauer, R.; Terri, M.G.; Ryan, D. Physical Activity in the Prevention an Treatment of Obesity and its Comorbidities. Med. Sci. Sports Exerc., vol. 4. n., 7. 1999, p. 502-508.

  10. FRANCISCHI, R.P.; PEREIRA, L.O.; LANCHA JUNIOR. A.H. Exercício, comportamento alimentar e obesidade: revisão dos efeitos sobre a composição corporal e parâmetros metabólicos. Rev. paulista Educação Física, São Paulo, 15(2): 117-40, jul./dez. 2001.

  11. BELMONTE, Terezinha. Emagrecer não é só dieta: uma questão psicológica, corporal, social e energética. São Paulo: Agora, 1986.

  12. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM stand position on the appropriate intervention strategies for weight loss and prevention of weight regain for adults. Med Sci Sports Exerc, v. 33, p. 2145-56, 2001.

  13. HAUSER, C. et al. Estratégias para o Emagrecimento. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Florianópolis. Vol. 6. Num. 1. 2004. p. 73-81.

  14. KRAEMER, W. J et al. Influence of exercise training on physiological and performance changes with weight loss in men. Med Sci Sports Exerc. 1999; 31:1320- 1329.

  15. FOSS, M.; KETEYIAN, S. F. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

  16. SHARKEY, Brian. J. Condicionamento físico e saúde. Traduzido por Márcia dos Santos Dornelles e Ricardo Demetrio de Souza Persem. 4ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

  17. SANTARÉM, J.M. Treinamento de força e potência. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo. Phorte, 2003, p. 275.

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