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Gêneros separados nas aulas de Educação Física. 

Reflexão acerca de tal problemática dentro da escola

Géneros separados en la clase de Educación Física. Una reflexión acerca de esta problemática dentro de la escuela

 

Mestra em Educação pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – MG (CES – MG)

Especialista em Natação – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC – MG)

Especialista em Psicopedagogia – Fundação Dom André Arcoverde de Valença – RJ (FAA)

Especialista em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) – Faculdades Integradas de Jacarepaguá

Graduada em Educação Física – Universidade Federal de Juiz de Fora – MG (UFJF)

Graduada em Pedagogia – Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – MG (CES - JF)

Professora do Curso de Educação Física

Faculdades Presidente Antônio Carlos (FAPAC) Leopoldina - MG

Professora do Curso de Educação Física – Faculdades Sudamérica – Cataguases – MG

Professora do Curso de Pedagogia da Universidade

do Estado de Minas Gerais (UEMG) Unidade Leopoldina - MG

Martha Bezerra Vieira

martha.bezerra@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem por finalidade elucidar a questão de gênero dentro da escola, no âmbito da educação física escolar. Apresentar propostas para discursão acerca da construção de estereótipos sobre o gênero e sua gênese, sendo sobre aspectos culturais, corporais ou apenas comportamentais. Busca-se então atenção ao processo de escolha dos conteúdos a serem trabalhados e se estes não colaboram ao processo de exaltação do masculino em prol de uma fragilização do feminino dentro da Educação Física.

          Unitermos: Gênero. Educação Física. Identidade.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Meninas de um lado, meninos do outro. Quem não ouviu isso alguma vez durante seu tempo de escola? Fato comum do ser humano social é a separação por gênero. Esta estereotipação está enraizada dentro do cenário social. Seja desde antes do nascimento da criança, pelas expectativas dos pais, seja durante a infância pela apreensão existente ao explorarmos nossos corpos e nos reconhecermos como pessoas sexualizadas.

    Dentro do contexto escolar da Educação Física nas aulas eram de caráter separatista em relação ao gênero. Isto até meados de 1998, quando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) diante das questões de gêneros citam que é de fundamental importância as aulas mistas visando favorecer assim meninos e meninas a serem respeitosos e tolerantes, evitando-se a estereotipia (CRUZ E PALMEIRA, 2009).

    São nas atividades fora da sala de aula, onde os alunos adquirem uma certa liberdade corporal ao se soltarem durante as dinâmicas, esportes em caráter lúdico ou não, e demais conteúdos diferenciados que percebemos mais claramente a existência de diferenças entre os mesmos. Tais diferenças destacam-se nos aspectos físicos, psicológicos, comportamentais, sociais, afetivos e, mais destacadamente, biológicos.

    Historicamente, percebemos uma diferenciação na forma de educação de meninos e meninas. Pode-se citar como exemplo as influências exercidas sobre meninas, quanto ao fato de serem “educadas” para as atividades domesticas, tendo assim de retratar um comportamento servil, com bons modos e gentil. Em contraponto, os meninos têm seu processo de masculinização incentivada pelos pais em um comportamento voltado a defender seu lar, apostando em uma demonstração de virilidade, força e coragem, de que, por exemplo, homens não choram.

    Frente a estes e outros posicionamentos far-se-á necessárias ponderações e reflexões sobre aspectos como: as implicações entre os gêneros e suas diferenciações; o posicionamento dos professores tendo de ministrar suas aulas sendo estas decididas pela instituição de ensino acerca da maneira como são ministradas; sobre os conteúdos a serem aplicados em relação ao método de divisão da turma, se mistas ou separadas.

Conceituações acerca de gênero

    Segundo Silva (1996), o conceito acerca de gênero tem sua historia relativamente recente, disso sua primeira utilização em 1955, pelo biólogo Money, no intuito de caracterizar os aspectos sociais do sexo, afirmando que há também diferença em “gênero” e “sexo”. Essa diferença se dá de maneira que “gênero” referenciará aspectos construídos socialmente e “sexo” aos aspectos biológicos.

    Em contraponto a Money, Arruda (2002) apresenta-nos gênero como uma categoria relacional, na qual, ao se levar em conta os gêneros em presença deve-se também considerar as relações de poder, a importância da experiência e da subjetividade e, o saber concreto.

    Categorizemos então gênero de forma analítica. Forma criada para explicar como se articulam as relações entre o masculino e o feminino e, como tais relações podem ser utilizadas como estratégias educativas. Sob esta perspectiva conceitual é que se faz sentido compreender os sujeitos (as crianças) e as praticas educativas produzidas e inscritas no interior de redes de poder (FOCAULT, 1988).

    Gênero então se trata também de uma categoria conceitual que traz à superfície discussões sobre a compreensão de que ninguém nasce homem/mulher, menino/menina, e que tais convenções sociais são produzidas pela historia e pela cultura, não sendo fundamentadas apenas pela ordem natural (corporal). São de uma ordem do vir-a-ser, do fazer, da produção. É “a civilização como um todo que produz” a posição de gênero (BEAVOUIR, 1988, p. 301).

    Coloquemos então gênero como um elemento que constitui as diferenças entre sexos, além de favorecer o entendimento e maneiras de convivência humana (SCOTT, 1990). Que possa ser entendido também como uma construção social que dada população determina ao relacionar homens e mulheres (SOUZA e ALTMANN, 1999).

    Os autores citados acima apontam que o processo de educação de homens e mulheres supõe uma construção social e corporal dos sujeitos, o que implica – no processo ensino/aprendizagem de valores – conhecimentos, posturas e movimentos corporais considerados masculinos e/ou femininos.

    Cabe reconhecer os papeis desempenhados pela família, pela escola e pela sociedade no processo de construção do conceito de gênero.

Construção do processo de generalização

    Cruz e Palmeira (2009) apontam as instituições – escola e família – como às principais responsáveis pela construção e/ou reprodução de conceitos equivocados, ou melhor, valores estereotipados acerca das questões de gênero. Dessa mesma forma, Althusser (1985) classifica a escola e a família como Aparelhos Ideológicos.

    Tornam a seu cargo crianças de todas as classes sociais [...] inculcando-lhes durante anos, saberes práticos envolvidos na ideologia dominante.

    [...] velando pela manutenção do status quo, ou seja, na ordem social vigente, e reprimindo as tentativas de contestação (CRUZ e PALMEIRA, 2009, p. 116).

    Na sociedade atual é possível perceber claramente mulheres exercendo papeis secundários em relação aos homens em todos os setores de empregos, passando desta forma, a mulher a desempenhar e ocupar uma responsabilidade secundária (CRUZ e PALMEIRA, 2009). Estes mesmos autores nos apontam que em 1920 foram criadas escolas mistas com o intuito de igualar o acesso e métodos de ensino para homens e mulheres. Entretanto, tal relação persiste conflituosa visto que os (as) professores (as) exigem ainda resultados diferenciados de ambos os gêneros ocasionando a tomada de posturas aleatórias perante a sociedade.

    Na tentativa de interferir nesta realidade, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1998), de Educação Física, diante destas questões, cita a importância das aulas mistas propiciando vivências onde os alunos possam ser mais respeitosos e tolerantes evitando-se a estereotipia (CRUZ e PALMEIRA, 2009).

    Em acordo com os PCNs, devem as aulas serem mista para que se evite a construção e/ou reprodução estereotipada dos sexos, não podendo se cobrar resultados diferentes de meninas e meninos. Isto pelo fato que os (as) alunos (as) ocupam o mesmo espaço, tendo aulas com os mesmos (as) professores (as), usando os mesmo textos, os mesmos programas, tendo acesso aos mesmos saberes, à mesma linguagem, à mesma atividade (CRUZ e PALMEIRA, 2009).

    Duncan (2001, p. 121) afirma que “a mídia, os pais, os professores e colegas dizem às crianças, de muitas e diferentes maneiras, que os meninos são fortes, e as meninas, o oposto”. Em estudos de Scarton (1994) percebeu-se que os professores de Educação Física fazem de um modo geral, uma avaliação mais positiva da aptidão física dos meninos em relação à das meninas.

    Não se trataria de uma visão simplesmente essencialista, mas sim de que o conteúdo e a forma do pensamento, ou as ideias e processos pelos quais essas ideias são geradas e compreendidas são afetadas por fatores sociais concretos, e o gênero é um deles (FARGANIS, 1992; ARRUDA 2002).

    É nas aulas de Educação Física que fia em evidência as diferenças corpóreo-fisiológicas existentes entre os meninos e meninas. Ao propormos atividades aos alunos onde tais diferenças se sobressaiam, temos os meninos destacando-se nas atividades físicas de grau motor um tanto mais complexo se comparados às meninas.

    Este quadro se apresenta primeiramente pelo preceito social existente, onde as privações de vivências motoras às meninas acontecem ainda em suas fases de desenvolvimento motor primário, como nos apresentam Sousa e Palmeira (2009), tidas como diversificações de experiências motoras vividas.

    As meninas não são incentivadas à prática de atividades motoras que possam lhe colocar em risco, que sejam, digamos, por exemplo, aventureiras. Devem permanecer com o faz-de-conta, com o imaginário e suas bonecas.

    Dowling (2001) em seus estudos aponta o mito da fragilidade física, que esta começa no berço, quando a criança já é privada de liberdade de estímulos corporais. Este autor afirma que os pais estimulam mais os meninos a tocar seus corpos do que as meninas, que são deixados mais à vontade. Dowling diz ainda que os pais se entreviam menos com suas filhas como se não deixassem as meninas explorar os seus corpos. Neste estudo, vemos ainda que os pais realizavam atividades envolvendo brincadeiras com contato corporal maior com seus filhos, como exemplo rolamentos pelo chão, enquanto que com as filhas, não havia tal atividade (SCHWENGBER, 2009)

    Diante de tais estímulos provocados pelos pais a seus filhos, pondo-os para correr, pular, dentre outras, ainda que solitariamente ou grupalmente, implica mesmo que não obrigatoriamente, que tais crianças ao atingirem a idade escolar e participarem nas aulas de Educação Física, se sobressairão. Wex (2001) aponta em destaque que no ambiente escolar, as meninas as repreendidas quanto a seus modos corporais enquanto o espirito agressivo, competitivo é estimulado nos meninos.

    Scarton (1990 apud SCHWENGBER, 2009) destaca que:

    [...] os meninos são criados para serem fortes, independentes, agressivos, competentes, competitivos. Já as meninas, para adquirirem um comportamento dependente, carinhoso, sensível, afetuoso.

    Souza (1999) diz que a história nos mostra que se faz presente ainda o processo de hierarquização entre homens e mulheres mesmo após a implementação das escolas mistas. E que há uma representação da mulher como ser dotado de fragilidade e emoção e o homem dotado de força e razão.

    Sacristán (1995, p. 89) ressalta que “a escola não opera no vazio; a cultura que ali se transmite não cai em mentes sem outros significados prévios”. Sobre esta colocação, Souza (1999) coloca em questionamento que todo o ambiente, a televisão, os quadrinhos, a fala e a atitude dos adultos no cotidiano, os grupos sociais em que o individuo está inserido, a sociedade (e a escola não foge deste agrupamento) exerce influencia e determina a construção de estereótipos para suas próprias crianças. Este mesmo autor chama-nos atenção sobre a intervenção como educadores, é a mesma instituição responsável por construir a cultura, e é em suas praticas politico-pedagógicas que se inserem significações para vincular a mesma com a sociedade (Ibidem).

A escola – sua contribuição na construção da identidade de gênero

    Romero (2001) faz alusão às diferenças culturais delineadas mesmo antes de seus filhos nascerem, se serão meninos ou meninas. E a partir das expectativas de seus pais, expectativas essas que variam de um sexo para outro a educação da criança seguirá seu percurso. Este menino autor aponta ainda em seu estudo que a determinação e manutenção do comportamento sexual para homens e mulheres criam e mantêm as desigualdades entre eles existentes na sociedade, quase sempre com prejuízos para mulher.

    Tal tipo de comportamento deve-se em primeiro à família, e logo em seguida ao ambiente e à escola.

    Escola é uma entidade aberta a todos e que ao mesmo tempo o sucesso dependerá do interesse de cada um, além de se tratar também de um mundo à parte com acesso controlado e papeis pré-determinados: o aluno cala, escuta, obedece e é julgado; o professor sabe, ordena, julga e ao mesmo tempo anota e pune (AMARAL, SANTOS E ANDRADE, 2007, p. 28).

    Segundo Simões (2006, p. 8), “na Educação Física, até o final da década de 70 e inicio da década de 80, alguns estudos sugeriram a separação dos sexos, como também a distribuição desses em função dos esportes e das brincadeiras”.

    Cunha Júnior (1996) baseia-se em Romero (1992) e em Louro (1995) ao elucidar suas argumentações acerca dos diferenciados papeis comportamentais atribuídos pela escola a seus alunos. Este reflexo torna-se ainda mais evidente dentro das aulas de Educação Física, onde geralmente, em turmas separadas, os meninos desfrutam de atividades que os tornem fortes, independentes, agressivos, competentes, competitivos e dominantes, enquanto às meninas cabem atividades que façam com que sejam dependentes, sensíveis, afetuosas. Este mesmo autor aponta-nos alguns jargões como “menino não chora!, futebol é coisa para homem!, o esporte de menina é queimada!, mulher não pode brigar!, eu não fico em grupos com meninas!” dentre outros, que quando proferidos em classes mistas, tendem a inibir as meninas de desempenharem as atividades (SIMÕES, 2009, p. 10).

    [...] há preocupações, os meninos e as meninas jogam juntos, os meninos apresentam mais força, e tem mais habilidades do que as meninas, em algumas turmas os meninos debocham das meninas, isto se dá porque faz parte da nossa cultura [...] (CRUZ e PALMEIRA, 2009, p. 129).

    Segundo Simões (2006) este tipo de comportamento deve-se pela problemática quanto à Educação Física ainda estar ligada à aptidão física e princípios de rendimento.

    Podemos nos ater que um dos principais fatores de repetência, prejudicação da aprendizagem, fracasso e evasão escolar é quando ocorrem casos onde houve menosprezo sofrido por alunos que se calam para não serem ainda mais criticados (AMARAL, SANTOS e ANDRADE, 2007, p. 28).

    Em um ambiente em que muito é cobrado dos alunos e pouco lhes é ofertado, a escola parece por vezes um mundo alheio à realidade.

    Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às necessidades do aluno é preciso, antes de mais nada, saber para quem vai planejar. Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do processo de planejamento. É preciso saber quais as aspirações, frustações, necessidades e possibilidades dos alunos (PILETTI, 2001, p. 63).

    Durante muito tempo se fundamentou nas aulas de Educação Física a separação dos sexos durante a concepção de ensino com base na visão dualista e diante disto era função da Educação Física cuidar do corpo, ora educando-o e ora adestrando-o (CRUZ e PALMEIRA, 2009).

    Com o propósito de explicar o porquê da separação por gênero nas turmas escolares para a aula de Educação Física, Cruz e Palmeira (2009) apontam que professores (as) argumentam, em sua maioria, que tal divisão deve-se às diferenciações de habilidade e força entre os meninos e meninas.

    Tal justificativa só seria cabível se o objetivo da Educação Física Escolar fosse o de rendimento.

    No campo biofisiológico, a performance motora feminina fica prejudicada pelas menores oportunidades de vivências corporais, em relação às oportunidades de jogos esportivos oferecidas aos meninos. No campo psicológico a aceitação por parte das meninas da ideia de superioridade física do homem, que transferida aos outros aspectos de vida, leva à acomodação, uma vez que “os meninos são desde cedo estimulados para a independência”. E no campo social, pode-se facilmente deduzir em decorrência dos fatos anteriores, as consequências para o papel social de ambos os sexos. (Saraiva, 1999, p. 27).

    Não podemos negar essas diferenças entre sexo. “A compreensão de que gênero e sexualidade são culturalmente construídos e não naturalmente dados não é imediata.” (CRUZ e PALMEIRA, 2009, p. 121). Assim, faz-se necessário aplicar aulas conjuntas com objetivo de conscientizar os próprios alunos que tais diferenças podem ser amenizadas e respeitadas.

    Segundo Louro (2000) a escola deve se transformar em um espaço social privilegiado na formação de suas crianças. Um espaço generificado, onde possas transitar pelas representações de gênero. Um ambiente onde as diferenças sexuais possam ser entendidas e trazidas para a pratica social e tornadas parte do processo de desenvolvimento (CONNEL, 1995).

    Gaspari et al (2003), aponta que as preferencias pelas turmas mista se dão de maneira que os alunos possam aprender com diferenças, respeito, cooperação, solidariedade e também é notável a facilitação de questionamento ou tratamento de gênero. Isso pode trazer consequências imediatas (CRUZ e PALMEIRA, 2009, p. 122).

    Está considerada como educação conjunta entre os gêneros como forma de equidar o aprendizado nas aulas de Educação Física, mediante a perspectiva progressista, esta separação faz apenas reafirmar as diferenças entre os mesmos (CRUZ e PALMEIRA, 2009).

    Por fim, devem-se procurar alternativas pedagógicas que auxiliem na instrumentalização do ser humano para a transformação da sociedade, sendo as aulas de Educação Física palco para esta proposta. Percebe-se que no processo de co-educação, aos poucos a competitividade é substituída pela brincadeira enquanto o individualismo, pelo senso de coletivo podendo assim afirmar que as aulas mistas como praticas pedagógicas de transformadoras, são possíveis, e além disso, mostram-se como ferramentas importantes ao processo de superação das desigualdades atribuídas às questões de gênero pela sociedade.

Considerações finais

    Partindo-se do pressuposto que a Educação Física deve proporcionar vivências múltiplas aos alunos, estas não se devem relacionar explicita nem implicitamente quanto aos estereótipos de gênero. Devem apontar estratégias para que se descomponham estes preconceitos, a fim de esclarecer as diferenciações biológicas existentes entre o masculino e o feminino, mas sem que este seja o argumento base para a escolha das atividades a serem desempenhadas dentro das aulas de Educação Física Escolar.

    As influências sociais e culturais a que todos os indivíduos estão submetidos devem ser avaliadas conjuntamente com a proposta pedagógica ao se planejar os conteúdos das aulas, assim estabelecendo aulas cooperativas, mistas e de desenvolvimento motor pleno.

    Como os autores Cruz e Palmeira (2009) apontam, cabe ao professor de Educação Física compreender as diferenças entre gêneros e respeitá-las não as considerando como obstáculos no desenvolvimento de quaisquer que sejam suas atividades. Devem considerá-las sim, como importante argumento para discussões, a fim de promover a igualdade de oportunidade para todos, tolerância e respeito às individualidades.

    Não obstante, o esporte, quando centrado na competição ou no desempenho, sob uma perspectiva lúdica e co-educativa, mostra-se como grande possibilidade educacional para todos os gêneros, uma vez que pelo lúdico, podemos transformar os alunos, suas culturas, proporcionando-lhes um espaço para criarem, recriarem e transformarem, assim atingindo o objetivo de que possam desenvolver-se como cidadãos.

    Assim, cabe-nos sempre procurar por alternativas pedagógicas que auxiliem a transformação da sociedade sendo as aulas de Educação Física, com aspectos co-educativos, uma destas ferramentas.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 177 | Buenos Aires, Febrero de 2013
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