efdeportes.com

Bullying: quem sofre? Quem faz? Quem presencia?

El bullying: ¿Quién sufre? ¿Quien hace? ¿Quién presencia?

Bullying: who suffers? Who does? Who presence?

 

*Licenciados em Educação Física pela Faculdade Nossa Cidade, SP

**Universidade Presbiteriana Mackenzie, CCBS

Docente do Curso de Educação Física, FNC

Docente do Curso de Educação Física

(Brasil)

William Rogério de Oliveira Nunes*

Emerson Marques Martins*

Natani Cristina de Magalhães*

Vinicius Barroso Hirota**

rogerio.fnc@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi verificar indicativos que apareça no contexto do bullying em alunos do 6ª e 7ª ano do ensino fundamental II em uma escola publica da cidade de Carapicuíba-SP. Utilizando uma metodologia descritiva aplicamos um questionário a 47 crianças de idade entre 11 e 12 anos e os resultados mostraram que o fenômeno bullying acontece em diferentes situações, e que a maioria das crianças já sofreram algum tipo de bullying, e os mesmos também o pratica; a presença do professor não demonstra segurança às crianças, como relataram, e concluímos que este é um trabalho que deve ser feito com bases em conscientização e dialogo entre pais, professores e órgão públicos.

          Unitermos: Bullying. Crianças. Aulas de Educação Física.

 

Abstract

          The aim of this study was indicative that appear in the context of bullying students in the 6th and 7th grade of elementary school II in a public school in the city of Carapicuiba-SP. Using a descriptive methodology applied a questionnaire to 47 children ages between 11 and 12 years old and the results showed that the bullying phenomenon happens in different situations, and that most children have suffered some form of bullying, and also the same practice, the presence of the teacher does not demonstrate safety children, as reported, and concluded that this is a job that must be done with bases in awareness and dialogue among parents, teachers and public agencies.

          Keywords: Bullying. Children. Physical Education classes.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A palavra bullying pode parecer uma palavra difícil de ser entendida, mais se tomarmos consciência do que significa entenderemos que estamos diante de algo expressivo. Esta palavra vem do inglês (bully = valentão) e se relaciona as atitudes covardes que se caracteriza de uma forma física ou verbal causando dor e angústia (TORRES 2011).

    A violência nas escolas sempre aconteceu, pois quem nunca zombou de um amiguinho que era diferente ou que tinha sobrepeso e não conseguia executar algum exercício, porém, foi apenas na década de 1970 Dan Olweus, professor da Universidade de Bergen, na Noruega, começou a pesquisar este fenômeno e nomeou tais agressões escolares como Bullying (CHALITA 2008).

    Por sua vez, a violência sempre esteve presente no ambiente escolar, às vezes, encoberta, por exemplo, por brincadeiras de mau gosto. No entanto, descobertos os efeitos deste mal em vitimas e agressores, estas práticas tomaram nova interpretação e hoje recebem o nome de Bullying (VIEIRA JR. e HENRIQUES, 2012).

    O Bullying é caracterizado por vários motivos, por exemplo: xingamentos, zombações em sala de aula, mas sua principal face é a agressão física ao indivíduo. É fenômeno sistêmico, que existe em função de atitudes individuais e coletivas e do contexto social determinado pelos níveis sociais e valores gerados por influências, sociais e da própria escola. Portanto, professores, alunos, a direção são componentes de uma comunidade escolar e podem ser protagonistas efetivos, diretos ou indiretos, das ações de Bullying (LOPES NETO, 2011).

    De acordo com Chalita (2008) o Bullying é interpretado como atitudes violentas, visto pela sua natureza de uma forma cotidiana sendo de uma forma repetitiva e hostil demostrando desequilíbrio e muitas vezes crueldade contra o próximo, podendo ocorrer entre escolares de uma mesma sala de aula ou em outro lugar, sendo um problema que muitas vezes passa despercebido pela sociedade.

    Para ser Bullying, a agressão deve acontecer diversas vezes e, na maioria das vezes, a vítima possui uma característica (física, social, emocional, financeira) que foge do padrão do grupo ao qual ela pertence (LOPES NETO, 2011).

    A principal característica do Bullying é do agressor se sentir bem ao ver que esta fazendo mal para o outro, isso ocorre quando acontecem as brincadeiras de mau gosto, quando ele se sente superior ao outro, tendo relações negativas com o colega (LOPES NETO, 2011).

    Às vezes sua característica física a prejudica qualquer coisa que não esteja dentro dos parâmetros do agressor isso torna algo que possa ser prejudicial, pois as vitimas não conseguem ser autônomas e se prejudica sofrendo com a violência (SILVA, 2010).

    Ainda Segundo Silva (2010) quem presencia são aquelas pessoas que testemunham as ações dos agressores contra as vitimas, mas não tomam qualquer atitude em relação a isso: não saem em defesa do agredido tão pouco se juntam aos agressores. Pais e professores devem estar atentos a vários aspectos comportamentais das crianças e dos adolescentes, considerando os possíveis papeis que cada um deles pode desempenhar em uma situação de bullying escolar.

    Portanto o Bullying entre os jovens em idade escolar é cada vez mais reconhecida como um problema importante que afetam o bem-estar e funcionamento social (NANSEL ET AL., 2001)

    Sendo assim o objetivo deste estudo foi verificar indicativos que apareça no contexto do bullying em alunos do 6ª e 7ª ano do ensino fundamental II em uma escola publica da cidade de Carapicuíba-SP.

Método

    Através de uma pesquisa descritiva (THOMAS e NELSON, 2002), aplicamos um questionário contendo questões abertas e fechadas referente ao tema bullying a quarente e sete crianças (n: 47) de ambos os sexos de idade ente 11 e 12 anos em uma escola pública da Cidade de Carapicuíba, São Paulo – Brasil. Os resultados foram apresentados na forma de gráficos e porcentagem.

Resultados e discussão

    Para identificar os alunos que sofrem bullying, como se sentem se já presenciou utilizaremos gráficos do tipo pizza.

    A primeira questão se pautava em perguntar aos alunos, se os mesmos sabiam o que significava Bullying, e 100% dos alunos disseram que sim por ter sido um tema de antemão tratado em sala de aula. No que se refere às praticas pedagógicas, podemos verificar que este tema por ser de importância no dia a dia das escolas, os professores tem se preocupado em discuti-lo e não somente mascara-lo.

Gráfico 01. Questão referente a quem já sofreu algum tipo de Bullying

    O Gráfico 01 representa a pergunta “se o aluno já sofreu bullying?” E os resultados mostram que 60% dos alunos afirmam que já sofreram Bullying, no momento da entrevista explicamos que para ser considerado bullying a agressão tem que ocorrer diversas vezes, mesmo assim eles continuaram com essa opinião. Os outros 40% relataram não ter sofrido nenhum tipo de bullying.

Gráfico 02. Como você se sente se alguém comete Bullying contra você?

    O Gráfico 02 revela o sentimento dos alunos é da grande maioria alegam se sentir magoado e triste com esta exposição aos outros colegas de sala, mas na verdade o que nos surpreendeu foram os alunos que se sentem feliz ao serem “zombados”, sendo assim refletimos sobre a necessidade destes alunos precisarem de atenção ou de chamar atenção pelo menos em um determinado momento.

    Ao perguntarmos para confirmamos a concepção dos alunos sobre o bullying se presenciaram o bullying na escola? A grande maioria dos pesquisados 96% afirmaram que já presenciaram o bullying na escola, observe o Gráfico 03 a seguir.

Gráfico 03. Você já presenciou Bullying na escola?

    A questão seguinte se referia a defender algum amigo ou amiga que estivesse sofrendo algum tipo de bullying, e o resultado surpreendeu, 80% defenderia seus amigos, pois tamanha a solidariedade dos alunos e ainda os outros 20% que responderam “não” disseram que o principal motivo foi por medo de ser coagido também.

    Estes mesmos alunos que pareceram ser solidários e que sabem o que significa o bullying surpreendem a todos na questão a seguir, onde se perguntou se os alunos já apelidaram algum colega na escola. E a pesquisa mostrou que 24 dos 47 alunos pesquisados disseram que já apelidaram um colega de turma por ele ter algo fora do padrão como uma situação financeira, por ser gordinho pequeno ou até mesmo por ter algum tique.

    Quando perguntados se achavam certo zombar dos amigos, 51% disseram que sim, e os outros 49% que não. Uma das questões foi referente ao sentimento de segurança, e foi perguntado aos alunos se os mesmos sentem-se seguros na presença do professor, e surpreendentemente, 100% responderam que não, pois a autoridade da sala de aula não consegue transmitir segurança aos alunos e acaba não inibindo os agressores que acabam aprontando mesmo na presença dos professores.

    E por fim, gostaríamos de saber qual o local preferido dos maiores culpados de cometer o bullying, e o resultado da pesquisa relatou que o local onde acontece o bullying com maior frequência é no pátio, 68% dos relatos, e logo depois a sala de aula com 32% a quadra não teve nenhum relato de violência entre os entrevistados.

Considerações finais

    Devido os resultados observados, podemos concluir que o bullying é um fenômeno que esta presente no dia a dia das crianças, e neste estudo enfatizamos o olhar para a entidade escolar, onde existe o encontro social das crianças e convívio acontece de maneira sistemática e diária.

    Podemos observar que é um tema trabalhado em sala de aula, sendo assim verificamos que, por parte dos alunos, os professores discutem o assunto de forma clara, no entanto os alunos não se sentem seguros na presença do professor.

    As agressões verbais aparecem com maior frequência neste trabalho, sendo assim as formas adotadas pelos alunos para agredir os colegas, são as mais variadas e prevalecem sobre algum contexto, por exemplo, raça e situação social, fatores que devemos estar atentos e não confundir bullying com pré-conceito.

    Através de estudos feitos chegamos à conclusão que a melhor maneira para o combate ao bullying é através de conscientização e dialogo. A conscientização sendo feita através de cartazes, vídeos, promovendo debates na escola não somente para os alunos como também para pais e funcionários da escola.

Referências bibliográficas

  • CHALITA, G. (2008). Pedagogia da amizade – o sofrimento das vitimas e dos agressores. São Paulo: Editora Gente.

  • LOPES NETO, A. A. (2011). Bullying: Saber identificar e como prevenir. São Paulo: Editora brasiliense.

  • NANSEL, T. R.; OVERPECK, M.; PILLA, R. S.; RUAN, W. J.; SIMONS-MORTON, B.; SCHEIDT, P. (2001). Bullying Behaviors Among US Youth Prevalence and Association With Psychosocial Adjustment. The Journal of the American Medical Association, v. 285, n. 16.

  • SILVA, A. B. B. (2010). Bullying: Mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Editora Fontanar.

  • THOMAS JR, NELSON JK (2002). Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed.

  • TORRES, C. A. (2011). Bullying: vingança silenciosa. São Paulo: Editora biblioteca 24 horas.

  • VIEIRA JR., L. C.; HENRIQUES, J. C. (2012). Violência escolar, bullying e a problemática da Responsabilidade civil. Revista Athenas, vol. 1, n. 1, jan.-jun.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 177 | Buenos Aires, Febrero de 2013
© 1997-2013 Derechos reservados