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Atividades lúdicas como um diferencial contra agressividade no recreio

Las actividades lúdicas como un contraste contra la agresividad en el recreo

 

*Graduada em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia

**Professora Titular na Faculdade Adventista de Hortolândia

**Doutora em Educação Física pela Unicamp

***Professora nas Faculdades Network

(Brasil)

Marinalva Silva Souza*

Solãine Aparecida Gomes*

Helena Brandão Viana**

Roberta de Oliveira Guimarães***

hbviana2@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo analisar o projeto ”Recreio Dirigido” da Prefeitura de Hortolândia, verificando como este está sendo aplicado, e de que forma o lúdico está sendo utilizado pelos profissionais enquanto as crianças brincam nos intervalos de recreio escolar, a fim de contribuir com a diminuição da agressividade nos intervalo escolar. Participaram da pesquisa 20 profissionais que foram especialmente capacitados para aplicarem o Recreio Dirigido e os responsáveis institucionais das escolas da Rede Municipal de Hortolândia. Foi aplicado um questionário junto aos funcionários que aplicam o Recreio dirigido e aos Diretores dessas instituições. Com essa pesquisa observamos que esse projeto trouxe vários benefícios para convivência dos alunos no horário do recreio como a diminuição da agressividade, diminuição do bullying, valorizando a convivência entre os alunos, e o respeito deles para com todos.

          Unitermos: Recreio dirigido. Lúdico. Agressividade. Bullying.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 177, Febrero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Na última década a violência dentro da escola entre os alunos vem aumentando muito, tanto a física quanto a psicológica. Essa violência é um problema que pode ser encontrado em qualquer parte do mundo, tanto nas escolas públicas como nas privadas. A divulgação desses atos de violência pela mídia é uma forma de informar ou alertar tanto os agressores quanto os agredidos que o bullying, ou qualquer tipo de agressividade pode deixar conseqüências irreparáveis em um indivíduo.

    Toda essa agressividade vinda por parte de alguns alunos vem preocupando o poder público e toda a sociedade, principalmente, pela forma como está sendo configurada. O conflito e a violência sempre existiram, inclusive na escola, que é um ambiente de aprendizagem em que os jovens estão aprendendo a conviver com as diferenças, a viver em sociedade.

    Sabemos que é no horário do recreio escolar que ocorre um aumento de atividades violentas entre os alunos. Há muitas hipóteses que podem explicar esse aumento de agressividade. Uma das maiores causas é o convívio familiar, mas temos também o grande número de alunos nas salas de aula, a falta de uma supervisão adequada, indisciplina, diferença social, entre outros fatores.

    A importância de atividades lúdicas para a diminuição do número de ocorrências provocadas pela agressividade é indiscutível. O uso de esportes e jogos recreativos para a minimização de ações negativas se faz importante. O recreio escolar, sendo utilizado de forma organizada onde predomine a integridade, o respeito, a brincadeira entre os alunos, é fundamental para o bom desenvolvimento desse momento, caso contrário, a falta do que fazer, ou o fazer descontrolado pode propiciar a agressividade. Na escola existem poucos momentos onde o aluno pode extravasar as suas energias. Isso normalmente ocorre no horário do recreio e nas aulas de educação física. Uma forma de castigo que continua sendo utilizada até hoje nas escolas com alunos indisciplinados, é a imobilidade física como punição, e esses perdem o direito de brincar com seus colegas no recreio e até mesmo são impedidos de participar da aula de educação física, como se a liberdade de se movimentar fosse um prêmio a ser conquistado pelo bom comportamento em outros momentos e ambientes escolares.

    Para desenvolvimento do recreio dirigido há necessidade em se pensar nas medidas tomadas em benefício da criança, na preservação do seu direito de brincar e no respeito a sua integridade física e moral e a escola deve, organizar diferentes atividades e materiais necessários, e providenciar uma pessoa para auxiliar cada atividade, porém dando liberdade para as que crianças escolham as atividades que desejam realizar.

    O Projeto Recreio Dirigido da Prefeitura de Hortolândia, tem como objetivo transformar o horário do recreio em momentos de socialização, alegria, trabalhar limites, regras e valorizar a convivência entre os alunos, o respeito deles para com outras pessoas, assim proporcionando atividades prazerosas que contribuam com desenvolvimento de todos, na formação e principalmente na construção de cidadania. O papel da escola é marcante na formação do aluno principalmente na construção de uma cultura de não violência, e para acontecer faz-se necessário propiciar atividades que gerem a paz, a solidariedade, a cooperação e o respeito mútuo como forma de viabilizar a inclusão social.

Atividades dirigidas no tempo livre na escola

    Segundo Strazzacappa (2001) embora conscientes de que o corpo é o veiculo de expressão, o movimento corporal humano acaba dentro da escola restrito a momentos específicos como as aulas de educação física e o horário do intervalo ou recreio. Nas demais atividades em sala, normalmente a criança é direcionada a permanecer devidamente sentada em sua carteira, em silêncio e de preferência olhando para frente. Professores e diretores ainda hoje lançam mão da imobilidade física como punição e da liberdade de se movimentar como prêmio. Muitas vezes, os alunos indisciplinados (lembrando que muitas vezes o que define uma criança indisciplinada é exatamente o seu excesso de movimento) são impedidos de realizar atividades nos espaços livres fora da sala de aula, seja através da proibição de usufruir do horário do recreio ou da aula de educação física, enquanto os mais comportados podem ir ao pátio mais cedo para brincar. Estas atitudes evidenciam que o movimento é sinônimo de prazer e a imobilidade, de desconforto.

    Na escola o recreio é visto apenas como um momento para dar ao professor uma pausa na sua atividade, e dar ao aluno um tempo para extravasar energia, descansar ou merendar. É visto como um espaço improdutivo e está passando despercebido no contexto escolar. É preocupante o modo como esse espaço de tempo está sendo utilizado pelas crianças. Ao saírem das salas de aula, após ficarem sentadas por horas, elas “explodem” em movimento, com isso a necessidade da existência do recreio é indiscutível, pois são esses dois momentos que as crianças possuem para se movimentar, o recreio e a Educação Física. Há necessidade em se pense em desenvolver um recreio orientado, onde a escola organize, em forma de oficinas, diferentes atividades, materiais necessários e um orientador para cada atividade, dando a liberdade para que as crianças escolham a atividade que vão desenvolver. Que sejam tomadas medidas em benefício da criança, na preservação do seu direito de brincar e em respeito a sua integridade física e moral (NEUENFELD, 2003).

    A falta do que fazer, conforme Pereira; Neto; Smith, (1995), “fruto da ausência de apoio na organização de atividades e de espaços pobres, pouco interessantes e pouco variados, não favorece a ludicidade. Pode, inclusive, desencadear comportamentos de bullying, ou seja, manifestações agressivas”.

    Segundo Carolino (2006) no horário do recreio escolar está havendo um aumento de ocorrência de atividades violentas chamado pelos estudiosos de bullying. Porque é no recreio escolar, que reside a maior preocupação dos dirigentes escolares, visto que é nesse momento que acontecem os maiores índices de ocorrências. Algumas hipóteses podem explicar esse aumento dessa violência nos recreios: a superlotação das escolas, fraca supervisão, a falta de atenção para as necessidades das crianças na construção dos espaços físicos de recreio. É possível que a maior causa de violência na escola pública seja o acúmulo de tensões que os alunos carregam originados das relações com a família e a sociedade. A importância das atividades esportivo-recreativas na diminuição do bullying, no número de ocorrências provocadas por indisciplina e nas mudanças de atitudes comportamentais dos alunos durante o recreio escolar, é indiscutível. O uso de esportes e jogos recreativos pode contribuir para a minimização de ações negativas e em seu lugar construir melhor o caráter e cidadania nos alunos.

    Em muitas escolas não há atividades orientadas durante o recreio e os jogos com bola na quadra (futebol é o mais comum) sem nenhum tipo de supervisão, é o que mais acontece. Sabe-se que este momento é um período em que ocorrem muitos problemas: não há supervisão dos professores, há um acúmulo de várias turmas e, conseqüentemente, alunos de diferentes idades dividem o mesmo espaço. Com isso, ocorrem diversas manifestações de agressão, sendo uma delas o bullying. Para que isso seja evitado, é importante que todos os docentes e funcionários da escola elaborem estratégias para evitar estes problemas. Este tipo de violência se manifesta, sutilmente, sob a forma de brincadeiras, apelidos, trotes, gozações e agressões físicas (BOTELHO & SOUZA, 2007).

    Também há o descaso do setor público, contribuindo para as dificuldades da escola em solucionar os conflitos devido à falta de implementação de políticas para a juventude, que possam favorecer o protagonismo infanto-juvenil. Os professores e diretores acabam exercendo múltiplas funções para poder atender a demanda dos alunos, agravada pela falta de recursos humanos, baixos salários e a situação de impotência. Entretanto, não há um reconhecimento geral por parte do corpo diretivo, docente e discente dessas questões como sendo uma forma de violência, sendo considerada natural no cotidiano escolar. Outros indicadores que muitas vezes refletem a violência associada a questões estruturais são a falta de acesso a lazer, cultura, habitação, renda (GROSSI et al, 2005).

    Consideramos também importante o envolvimento da família com a escola. É importante que não haja barreiras entre escola e família. A escola muitas vezes culpa a instituição familiar como a grande responsável pela indisciplina e pela violência das crianças na escola e isso não contribui para resolver o problema (GROSSI et al, 2005).

    Alguns estudos realizados por pesquisadores sobre o recreio escolar traz dados interessantes. Cordazzo et al (2010) relatam que na hora da brincadeira principalmente no recreio as crianças apresentam preferência altamente significativa por brincar com parceiros do mesmo sexo. Entre as meninas preferiam brincar com vários parceiros quando estes eram do mesmo sexo. Parte dos meninos prefere brincar com poucos parceiros do mesmo sexo. Nas escolhas pelos brinquedos os mais escolhidos para brincadeira primeiramente foram relacionados com o desenvolvimento motor, brinquedos cognitivos, sem utilização de brinquedos, e por último, os brinquedo didático foi o menos utilizado. Outra informação deste estudo é que os meninos têm preferência por brinquedos motores, cognitivas e turbulentas, enquanto que as meninas preferiam os brinquedos sociais e o faz de conta.

    No estudo realizado por Cruz e Carvalho (2006), as crianças tinham com foco especialmente os conflitos entre os sexos no recreio, e um número de meninos podia ser visto em brincadeiras que envolviam contato físico (lutinhas); havia também meninos e meninas participando de xingamentos, trocam de tapas, correrias e pega-pegas. Em atividades que envolviam meninos versus meninas, predominava uma mixagem de agressividade com elementos lúdicos, com intuito de aproximação, que pareciam, muitas vezes, ser a única forma possível de estar juntos. Essas ações de aproximação conflituosa entre os sexos podem ser caracterizadas em três modalidades: atividades turbulentas, invasão do espaço por um grupo de outro sexo e provocações verbais ou físicas. Muitas vezes brincar e bater expressam significados muito parecidos nas relações entre as crianças, mas o ato de bater também pode significar violência para todos que o praticam.

    As escolas ainda trabalham com uma educação mais voltada para os aspectos cognitivos, não privilegiando a dimensão holística, que envolve aspectos cognitivos, culturais, emocionais, entre outros, dos alunos. A agressividade dos alunos poderia ser extravasada de forma positiva através de atividades lúdicas, recreativas e esportivas. Espaços dialógicos na sala de aula, através de uma escuta ativa, que leve em consideração o universo dos alunos possibilita que a aprendizagem ocorra, uma vez que esta passa a ser significativa para os alunos (GROSSI et al, 2005).

    Portanto os objetivos deste trabalho foram analisar como é realizado o projeto Recreio Dirigido na prefeitura municipal de Hortolândia, analisar se houve mudança de comportamento do aluno na socialização e na diminuição da agressividade, verificar incidência acidentes no recreio escolar, verificar como foi a aceitação das crianças das atividades propostas.

Projeto Recreio Dirigido – Prefeitura Hortolândia SP

    O projeto foi elaborado pela Prefeitura Municipal de Hortolândia, visando a escola, ambiente de educação e de formação, que assiste e vivencia toda essa insegurança, cria alternativas para minimizar a violência e a agressividade. O projeto tem como objetivo transformar o horário do recreio em momentos de socialização, proporcionando atividades prazerosas que contribuam com desenvolvimento dos alunos e minimizem episódios de agressividade.

    Apresenta-se aqui os principais itens do projeto Recreio Dirigido, conforme consta nos documentos oficiais da Prefeitura de Hortolândia, SP.

Quadro 1. Dados do projeto Recreio Dirigido da Prefeitura de Hortolândia

Metodologia

    Tratou-se de uma Pesquisa de campo em caráter qualitativo, com observação sistemática e aplicação de questionário aos aplicantes do projeto.

Casuística

    Foram visitadas dez Escolas Municipais que possuem o projeto recreio dirigido, onde foram entrevistados sete Diretores/vice, três Coordenadores Pedagógicos e 10 inspetores de alunos que foram qualificados para esse projeto. Todos assinaram o Termo de Consentimento antes de responderem as perguntas.

    As questões foram elaboradas pelos pesquisadores baseados na revisão literária e com base no conteúdo do Projeto “Recreio Dirigido” e teve o objetivo de visar a opiniões dos profissionais que atuam diretamente com o projeto, e através deles, levantar o comportamento e opiniões das crianças participantes do projeto e seus pais.

Questionário aos dirigentes do “Recreio Dirigido”

Após a implantação do projeto “recreio dirigido” houve resultado positivo entre os alunos?

  • ( ) Sim ( ) Não

Quais os resultados positivos em sua opinião?

Quando foi implantado nessa escola o projeto e por qual motivo?

Após a implantação do projeto “recreio dirigido”:

  • A) Houve apoio dos pais? ( ) Sim ( ) Não

  • B) Os pais já relataram opiniões? ( ) Sim ( ) Não

  • Quais? Qual é a aceitação das crianças com relação as brincadeiras sugeridas?

Para esse projeto acontecer há colaboração dos funcionários e direção?

  • ( ) Sim ( ) Não

Houve diminuição de comportamento agressivo:

  • Com outras crianças: ( )sim ( ) não

  • Com os professores: ( )sim ( ) não

  • Com os funcionários: ( )sim ( ) não

  • Com os pais: ( )sim ( ) não

Houve uma boa integração de todas as crianças na escola?

  • ( ) Sim ( ) Não

Inclusive das crianças com características especiais, pouco habilidosas, tímidas, obesas, deficientes?

  • ( )Sim ( ) Não

  • Quais?

Resultados e análise dos dados

    Apresenta-se aqui os resultados da pesquisa.

    Na pergunta 1 quando perguntado se “Após a implantação do projeto Recreio dirigido houve resultado positivo entre os alunos”, todos os profissionais responderam (sim ) que houve resultado positivo.

Figura 1. Pergunta 2. Quais são os resultados positivos após a implantação do projeto.

    Podemos ver nos relatos que nove profissionais relataram que houve menos agressividade/brigas/violência, seis responderam que houve mais Integração, e cinco mais disciplina e menos correria.

Figura 2. Pergunta 3. Por qual motivo foi implantado

    Os motivos mais citados foram acidentes que ocorriam na hora do recreio, agressividade/violência, outro também que se destacou foi que a Secretaria de Educação exigiu.

Figura 3. Pergunta 4a - Após a implantação houve apoio dos pais.

 

Figura 4. Referente à pergunta 4b

    Após a implantação, 40% dos pais relataram opinião, porém, ainda 30% dos pais não opinaram e 30% dos profissionais não responderam a essa questão. Essa teve um lado positivo onde a maioria dos pais relatou sua opinião.

Figura 5. Pergunta 4b (continuação) Quais opiniões os pais relataram

    Com relação à pergunta 4b, observando que a maioria dos pais não relatou opinião, os poucos que relataram, citaram diversos relatos passados pelas crianças e observações próprias.

Figura 6. Pergunta 5. Qual aceitação das crianças em relação as brincadeiras sugeridas

    A maioria relatam que são boas, se destacando as que acham regular.

Figura 7. Pergunta 6.

    Para esse projeto acontecer há colaboração dos funcionários e direção; a maioria dos profissionais relatou que há colaboração.

    Na pergunta 7a quando perguntado se “Houve diminuição de comportamento agressivo das crianças com as outras crianças”, todos os profissionais responderam sim, que houve diminuição do comportamento agressivo.

Figura 8. Pergunta 7b

    Houve diminuição de comportamento agressivo das crianças com os professores na opinião dos profissionais entrevistados.

Figura 9. Pergunta 7c

    Houve diminuição de comportamento agressivo das crianças com os funcionários.

    Na pergunta 7d quando perguntado se “Houve diminuição de comportamento agressivo das crianças com os pais”, a maioria dos profissionais não opinou e quem opinou disse que sim.

Figura 10. Pergunta 8

    Observa-se pelo gráfico que há uma boa integração das crianças envolvidas.

Figura 11. Pergunta 9

    Os profissionais relataram que houve integração de todas as crianças independente de suas necessidades especiais.

Discussão

    Há necessidade de trabalhar elementos relacionados ao afeto, acolhida, vínculo, autoestima, diálogo, valorização dos alunos e de suas potencialidades e resolução não violenta de conflitos, no qual os adolescentes deveriam cuidar das crianças menores, fazendo com que elas passem a se sentir mais valorizadas e com o objetivo de desenvolver um senso de comprometimento e responsabilidade (GROSSI et al, 2005).

    Como Carolino (2006) destacou a importância das atividades esportivo-recreativas na diminuição do bullying, no número de ocorrências provocadas por indisciplina e nas mudanças de atitudes comportamentais dos alunos durante o recreio escolar é indiscutível como o uso de esportes e jogos recreativos pode contribuir para a minimização de ações negativas e em seu lugar construir caráter e cidadania nos alunos.

    Segundo Spréa (2010) as brincadeiras comuns aos recreios escolares promovem a inclusão e troca de informações. Elas são realizadas pelas profissionais em conjunto com as crianças, ou seja, para que aconteçam é necessário que também uma criança ajude a outra. Com isso as crianças com características especiais, pouco habilidosas, tímidas, obesas, deficientes, passam a ser incluídas nas brincadeiras lúdicas, sendo benéfico a todos.

    Antes de realizar a pesquisa foi observados pelos profissionais que após a implantação do Projeto Recreio Dirigido houve diminuição de comportamento agressivo com outras crianças, com os professores, com os funcionários e com os pais.

    Há necessidade em desenvolver um recreio orientado, onde a escola organize, em forma de oficinas, diferentes atividades, materiais necessários e um orientador para cada atividade, dando a liberdade para que as crianças escolham a atividade que vão desenvolver. Que sejam tomadas medidas em benefício da criança, na preservação do seu direito de brincar e em respeito a sua integridade física e moral (NEUENFELD, 2003).

    Ao realizar a pesquisa observou-se que ao entrevistar os profissionais que vivenciam diretamente o projeto com as crianças, estes apenas relatam o que a direção esperava que eles falassem e não sua opinião pessoal, mesmo quando a direção não estava ao seu lado ouvindo com foi a sua resposta. Alguns até relatam que fazem a capacitação por obrigação. Mas por outro lado conhecemos profissionais que se dedicam e interagem com as crianças criando vínculo afetivo. O projeto é realmente benéfico às crianças, desde que os profissionais se empenhem para que ele realmente aconteça de forma esperada. Os profissionais deveriam levar em conta a criatividade e espontaneidade da criança envolvida na atividade, pois pode-se aprender muito com elas.

Considerações finais

    Na realização da pesquisa foi constatado que o projeto “Recreio Dirigido” está sendo realizada em todas as escolas, houve aceitação das crianças e são realizadas capacitações com os profissionais, focando sempre no bem estar das crianças. O projeto atingiu seu objetivo que é diminuição da agressividade, o bullying, acidentes, indisciplina e interação entre as crianças.

Referências

  • BOTELHO, R. G.; SOUZA, J M. C. Bullying e Educação Física na escola: Características, Casos, Conseqüências e estratégias de intervenção. Revista de Educação Física, Nº 139, Dezembro. 2007.

  • CARDOZZO, S. T. D. et al. Brincadeira em Escola de Ensino Fundamental: Um estudo observacional, Universidade Federal de Santa Catarina, Interação em Psicologia, 2010, 14(1), p. 43-52 43

  • CAROLINO, H. C., A aplicação do esporte, jogos e recreação, a partir do programa segundo tempo, com instrumentos para minimizar e conter atividades violentas, indisciplinas e acidente o durante o recreio dos alunos do ensino fundamental das escolas públicas do município de fortaleza. 2006. Universidade de Brasília. UNB, Centro de ensino a distancia. CEAD, Especialização em esporte escolar. Fortaleza, C.E.

  • CARVALHO, M. P. Jogos de gênero: O recreio numa escola de ensino fundamental. 2006. Assistente Pedagógica da UnA Tecnológica e Professora em Educação a Distância da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

  • GROSSI, P. K. et AL, Violência no meio escolar: a inclusão social através da educação para paz. Revista Virtual Texto & Contexto, nº 4, ano IV, dez. 2005.

  • MERIDA, M., A inserção da Educação Física no projeto pedagógico de uma escola pública de ensino fundamental: Um caso que deu certo. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Ano 3, nº 3:55-62, 2004.

  • NEUENFELD, D. J. Recreio Escolar: O que acontece longe dos olhos dos professores? R. da Educação Física/UEM Maringá, v. 14, n. 1, p. 37-45, 1. sem. 2003.

  • PEREIRA, B.; NETO, C.; SMITH, P. Os espaços de recreio e a prevenção do “Bullying” na escola. In: NETO, C.(Org.). Jogo e desenvolvimento da criança. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, p. 238-257, 1995.

  • SPRÉA, N. E. A intenção das brincadeiras um estudo sobre a produção das culturas infantis no recreio de escolas em Curitiba. Capitulo 2. 2010. p. 27-83. Curitiba, S.P.

  • STRAZZACAPA, M., A Educação e a Fábrica de corpos: A dança na escola. Caderno Cedes, ano XXI, nº 53, abril. 2001. p. 69-83.

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