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A automedicação e os riscos que esta
prática representa para a saúde da população

La automedicación y los riesgos que esta práctica representa para la salud de la población

 

*Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMoc

**Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI

***Faculdades Santo Agostinho – FASA

****Faculdade Anhanguera de Brasília – Anhanguera

Universidade de Brasília – UnB

(Brasil)

Ronilson Ferreira Freitas*

Tahiana Ferreira Freitas**

Eurislene Moreira Antunes Damasceno* **

Thaisa Almeida Pinheiro* ***

Anna Maly de Leão e Neves Eduardo****

ronnypharma@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A automedicação é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita que lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alivio de sintomas (GONÇALVES, 2009). Diante desse pressuposto, o objetivo deste estudo foi conhecer a automedicação e os riscos que ela representa para a população. O estudo incluiu livros na área da saúde, bem como artigos de revisão e originais, fornecidos pelos professores do 1° período de Farmácia, sob a ótica das disciplinas. Os principais assuntos do presente estudo referem-se à definição de automedicação e sua incidência, às vias de administração de medicamentos, as lesões celulares causadas por fármacos, além dos principais medicamentos que são utilizados na automedicação. Conclui-se que muitas pessoas buscam a solução de seus problemas, seja a cura de patologias, seja a redução de seus sintomas fazendo uso indiscriminado da automedicação, fator que é extremamente prejudicial, pois a maioria dos medicamentos são extremamente tóxicos, causando sérios danos à saúde.

          Unitermos: Automedicação. Atenção farmacêutica. Riscos à saúde.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 176, Enero de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A automedicação é um procedimento caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita que lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alivio de sintomas (GONÇALVES, 2009). A automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como conseqüência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. È evidente que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde.

    O curso de Farmácia tem como objetivo formar profissionais que atuem em diversas áreas, inclusive na assistência farmacêutica, possibilitando assim o tratamento das mais diversas doenças que desafiam tanto os pacientes quantos profissionais da área da saúde. A farmácia foi criada com o intuito de formar profissionais aptos a atuarem no desenvolvimento da saúde humana, onde os graduados dessa área devem uma formação básica generalista, com um profundo conhecimento do organismo humano como um todo, sua organização e funcionamento nos diversos níveis, e as interações com os demais seres vivos.

    Diante do conhecimento adquirido pelo profissional farmacêutico durante a sua graduação, e do grande índice de automedicação, e da gravidade que esta traz aos pacientes, este estudo teve como objetivo conhecer a automedicação e os riscos que ela representa para a população.

Metodologia

    Para atingir os objetivos propostos neste trabalho, foi realizada uma pesquisa de procedimentos bibliográficos, com objetivos exploratórios e de natureza qualitativa. Gil (2008). A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros e artigos científicos, e é desenvolvida a fim de proporcionar melhor visão do problema. Na pesquisa qualitativa o pesquisador é considerado um instrumento de coleta de dados, e sua principal característica é o conteúdo interpretativo, os pesquisadores devem analisar seus dados indutivamente.

    A partir do tema “automedicação” foi proposto um objetivo geral, de onde foi desenvolvido o presente estudo. Como instrumento para a coleta de dados, foram utilizados artigos nos quais foram estudados, compreendidos e explorados através de fichamento, a fim de proporcionar melhor entendimento sobre o tema. Os textos científicos utilizados foram retirados de sites cofiáveis, datados aproximadamente entre os anos de 1998 à 2010, alguns foram fornecidos de acordo com cada objetivo especifico da disciplina e outros foram buscados pelos próprios acadêmicos do curso de Farmácia. No primeiro momento foram realizadas leituras interpretativas, seguido da elaboração de fichamentos e finalmente elaboração da revisão de literatura.

Discussão

    A automedicação que é considerado o uso indiscriminado de medicamentos pelo doente ou responsável, com o intuito de aliviar sintomas e doenças, por muitas vezes esse uso vem acompanhado pelo desconhecimento dos possíveis efeitos colaterais de fármacos. Sabe-se que estes são extremamente prejudiciais, porque nenhum medicamento é inócuo à saúde (ARRAIS et al, 2010). Um simples analgésico pode provocar sérias reações de hipersensibilidade, dependência ou hemorragias digestivas (GONÇALVES, 2009).

    Ainda baseando-se no estudo de Arrais et al (2010) os medicamentos mais procurados para serem utilizados na automedicação são: 60% para o aparelho digestivo, 21,8% correspondem ao sistema nervoso central e 18,2% ao sistema respiratório. Já na visão de Vilarino et al (1998), os analgésicos, antibióticos e antitérmicos são os mais utilizados, entretanto, Aquino et al (2010) relata a predominância do uso de vitaminas e antianêmicos.

    Estudos realizados sobre o uso abusivo de medicamentos sem prescrição relatam que a indústria farmacêutica é uma das responsáveis por motivar a população à automedicação, com a medicalização e estratégias promocionais (AQUINO et al, 2010). Na visão de Moura et al (2007) as propagandas publicitárias maçantes e a dificuldade em conseguir uma opinião médica são os motivos pelos quais surge essa prática na população. Em contrapartida Arrais et al. (2010) alega que o motivo desse ato está relacionado ao grau de instrução e informação sobre os medicamentos.

    Quando se trata de automedicação, é importante conhecer se também, quais são as vias mais usuais de se administrar fármacos, e dentre essas vias, destacamos: via intramuscular, via oral, via respiratória e a via intravenosa. Na via intramuscular, deposita-se a medicação profundamente no tecido muscular, o qual é bastante vascularizado e pode absorvê-la rapidamente. Essa via de administração fornece uma ação sistêmica efetiva podendo absorver doses relativamente grandes (até 5ml em locais adequados). Pelo fato de possuir uma ação rápida, esta via é utilizada em quadros de reação anafilática, através da administração intramuscular de Betametasona ou Dexametasona, como conduta emergencial. É recomendada também para a administração de medicações que são degradadas pelo sistema digestivo e para pacientes que não podem tomar a medicação via oral. Essa via é muito indicada em casos de substancias irritantes, sempre é aplicada no músculo na sua parte mais profunda. É utilizada também para substâncias de difícil absorção. (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000).

    Os medicamentos administrados por via oral são engolidos da mesma forma que os alimentos, para que as substâncias neles presentes, semelhante ao que acontece com os nutrientes, passem para o tubo digestivo e sejam absorvidas através da mucosa gástrica e, sobretudo, do intestino, de modo a chegarem à circulação sanguínea e serem distribuídos pelo organismo até alcançarem o setor onde têm de cumprir a sua missão (LOPES; ROSSO, 2005). A administração oral de medicamentos é mais segura, mais conveniente e não tem necessidade de acompanhamento, a maioria dos fármacos é administrada por essa via. As medicações orais são algumas vezes prescritas em doses maiores que seus equivalentes parenterais, porque após absorção através do trato gastrointestinal, eles são imediatamente metabolizadas no fígado antes de atingir a circulação sistêmica diminuindo assim efeitos adversos (CASTRO, 1999).

    Alguns medicamentos são administrados por inalação, estando sob a forma de gás ou contidas em pequenas partículas líquidas ou sólidas, geradas por nebulização ou aerossóis. As maiores vantagens desta via consistem em administração de pequenas doses para rápida ação e minimização de efeitos adversos sistêmicos (FIGUEIREDO; JACOB, 2002).

    A administração intravenosa ou endovenosa é efetuada, introduzindo-se o medicamento diretamente em uma veia, na corrente sanguínea. Geralmente recorre-se à veia basílica, por ser mais artificial, e melhor acesso, essa veia tem ligação com outras grandes veias do braço (MOORE; DALLEY, 2007). A medicação poderá ser administrada em qualquer veia periférica acessível, mas com preferência para a dobra do Cotovelo, Basílica, Mediana e cefálica, o antebraço e o dorso das mãos. (JACOB; FRANCONE; LOSSOW, 1990).

    Segundo a Revista Assoc. Med. Bras.(2001) a automedicação é uma pratica bastante comum não apenas no Brasil, mas também em outros países. Em alguns países com sistema de saúde pouco estruturado, a ida á farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Mesmo na maioria dos países industrializados vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácia, drogaria ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica, sendo indicados na maioria das vezes por pessoas leigas, como familiares, amigos, balconistas, podendo prejudicar ainda mais á saúde. Acredita-se que mais 10% dos casos de alto risco de morte por doenças hepáticas são causadas por fármacos. Temos casos de pessoas que tiveram distúrbios por uso excessivo de fármacos como Carbomazipina e Clabozam, e continuou a usar outros medicamentos, com isso piorou o caso clínico, tendo hemorragia pulmonar e insuficiência chegando a óbito. (AQUINO et al, 2010). Segundo Fernando et al (2009) a lesão celular acontece quando limites da resposta adaptativa a um estímulo forem ultrapassados ou quando a adaptação é possível, sobre vendo uma seqüência de eventos. As lesões celulares podem ser consideradas em dois grupos: as lesões celulares não-letal, que são aquelas compatíveis com a regulação do estado de normalidade depois de cessada a agressão; a letalidade ou não está freqüentemente ligada á qualidade, a intensidade e a duração, bem como ao estado funcional ou tipo de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo celular, introduzindo o acúmulo de substancias intracelular (degenerações), ou podem alterar os mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular (originando hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias). Outras vezes, acumulam-se nas células pigmentos endógenos ou exógenos, constituindo pigmentações, e a lesão celular letal, que são representadas pela necrose (morte celular seguida de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise).

    Dentre os medicamentos mais utilizados para automedicação, segundo a Rev. Ass. Med. Brasil (2001) são: Antibióticos (Penicilina, Tetraciclina, Amoxicilina), Analgésicos (Nimesulida, Nimesulida, Paracetamol), Inibidores de ECA (Enalapril, Losartana potássica, Captopril), Antidepressivos (Fluoxetina, Cloridrato de amitriptilina, Citalopram) e os Inibidores de apetite (Cloridrato de Anfepramona, Femproporex, Sibutramina).

    Com relação à temática focalizada nestas produções cientificas referentes a automedicação, é importante destacar que esta não ocorre somente no Brasil, mas também em outros países, principalmente onde o sistema de saúde é pouco estruturado, sendo que muitas vezes ir à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde (Rev. Ass. Med. Brasil, 2001), e desta forma, destaca-se que a atuação do profissional farmacêutico é bastante significativa na atenção farmacêutica, acompanhando e orientando o paciente durante todo tratamento.

Considerações finais

    A automedicação é uma pratica bastante comum em vários paises, em países com sistema de saúde pouco estruturado, a ida á farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e muitos dos medicamentos consumidos pela população são vendidos sem receita médica. Mesmo na maioria dos países industrializados vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácia, drogaria ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos antitérmicos). Assim, conclui-se então que muitas pessoas buscam a solução de seus problemas, seja a cura de patologias, seja a redução de seus sintomas fazendo uso indiscriminado da automedicação, fator que é extremamente prejudicial, pois a maioria dos medicamentos são extremamente tóxicos, causando sérios danos à saúde.

Referências

  • AQUINO, D., S.; BARROS, J., A., C.; SILVA, M., D., P. A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. Revista Ciência de saúde coletiva, Recife- PE, p.2533-2538, 2010.

  • ARRAIS, P., S.; COELHO, H., L.; BATISTA, M., C.; CARVALHO, M., L.; RIGHI, R., E.; BARBIERI, Mariane Massaini. Lesão hepática grave induzida por fármacos anticonvulsivantes. Rev. Soc. Bras. Méd. 8(6): 542-4, nov.dez. 2010.

  • CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. dois ed. São Paulo: Makron Books, 1999.

  • FERNANDO, L. D.; RAVANHANI, V. P.; BERTONC, A. L. F. Uso de medicamentos por pacientes renais crônicos. Rev. Bras. Farm., Porto Alegre,v.90,n.4,p.332,2009.

  • FIGUEIREDO L. A. P.; JACOB C. E. Refluxo gastroesofágico em otorrinolaringologia. In: CAMPO, C. A. H.; COSTA, H. O. O. Tratado de Otorrinolaringologia. 1. ed. v.4. São Paulo: Roca, 2002. cap.46. p.509-523.

  • GONÇALVES, D.; Prática de automedicação entre usuários de uma farmácia escola. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v.7, n.22, outubro/dezembro 2009.

  • JACOB, S. W; FRANCONE, C. A. LOSSOW, W. J. Anatomia e Fisiologia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990.

  • LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia. 1ª Ed, São Paulo, Saraiva, 2005.

  • MAUGHAN, R.; GLEESON, M.; GREENHAFF, P. L. Bioquímica do exercício e do treinamento. Traduzido por Elisabeth de Oliveira e Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 2000.

  • MOORE, Keith L.; DARLLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para Clínica. Rio de Janeiro, 5ª Ed. Guanabara Koogan, 2007.

  • MOURA, A., M.; COSTA, F., M.; SANTOS, G., A.; SANTOS, R., F.; Perfil da automedicação na vila Oliveira; Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros- MG, n.4, 2007

  • VILARINO, J., F.; SOARES, I., C.; SILVEIRA, C., M.; RODEL, A., P.; BORTOLI, R.; LEMOS, R., R.; Perfil da automedicação em município do sul do Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.32, n.1, p.43-49, 1998

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