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Educação Física no ensino fundamental I:
período precioso para a educação

La Educación Física en la enseñanza básica I: un período maravilloso para la educación

 

Graduanda/o em Educação Física UERN / CAMEAM

(Brasil)

Ehrika Shirley Joças

kinhakarate@hotmail.com

Francisco Leosvaldo Arlindo Júnior

leosvaldo-junior@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste trabalho consiste em possibilitar ao educando um mundo imaginário, simbólico, utilizando o movimento pedagógico que ativa o conhecimento das mais diversas experiências possíveis. Um relato de experiência profissional a partir do estágio supervisionado II na Educação Física no ensino fundamental I, com o intuito de possibilitar a prática de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas possibilitando desenvolver aspectos cognitivos, afetivos para a construção do conhecimento.

          Unitermos: Educação Física. Infância. Fundamental I. Jogos.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Educação Física no ensino fundamental I é um período precioso da educação do ser humano. Assim como outras fases de ensino, tem características e necessidades específicas. Nesse nível de ensino, é importante visualizar as vivências e o mundo das crianças, por meio de atividades próprias da cultura infantil, ou seja, atividades lúdicas e imaginativas, e conteúdos pedagógicos facilitadores como jogos, brincadeiras, brinquedos, entre outros, que garantam o interesse e a motivação das crianças.

    Os conteúdos serão trabalhados de forma a adquirirem significado para que o aluno construa sua identidade, compreenda sua realidade, desperte sua curiosidade e motive-se para uma atitude de construção no mundo em que vive.

    Na primeira infância, a criança apresenta, como principal característica, a intensidade de suas atividades motoras, seu mundo lúdico, simbólico e fantasioso. Nessa faixa etária, movimentando-se, elas aprendem que o corpo não precisa estar estático para que se integre em um só organismo.

    Assim, a Educação Física, que utiliza os movimentos corporais, torna-se um meio para se alcançar uma educação integral (trabalha com a ética, o social e o intelectual da educação) e o global (vincula ações cognitivas, afetivas e motoras).

    Na educação no ensino fundamental I,, a Educação Física, de forma lúdica, trabalha com o cognitivo e o afetivo, conectados com o movimento por meio dos jogos, brincadeiras e atividades rítmicas, revelando a cultura corporal de cada grupo social e constituindo-se em atividades privilegiadas, nas quais o movimento é aprendido e ganha significados.

    Por essa razão, uma proposta educacional coerente deve considerar a criança como um “sujeito” integrante e co-construtora do mundo infantil. Ela não apenas recebe conhecimentos, mas interage e vivencia-os para poder se apropriar de saberes educacionais que vão assumir significado no seu cotidiano.

    Deste modo, os conteúdos estarão divididos em jogos, que serão realizados pelas crianças em forma de brincadeiras, optando pela valorização do símbolo dentro das atividades propostas. Onde estão sistematizados em jogos: tradicionais, construtores, motores, rítmicos, de percepção e faz-de-conta. O nosso trabalho tem como objetivo geral Possibilitar ao educando um mundo imaginário e simbólico, utilizando o movimento como elemento pedagógico que ativa o conhecimento nas mais diversas experiências possíveis.

Fundamentação teórica

    Durante muitos anos, a Educação Física foi vista apenas como se relacionasse ao corpo e às Ciências Biológicas. Por isso, as atividades desenvolvidas nas escolas tinham como objetivo primordial o desenvolvimento e a aquisição de habilidades motoras. No entanto, com as contribuições da Sociologia, da Antropologia, da História, das Ciências Políticas, entre outras, os alunos deixaram de ser visto apenas como conjuntos de músculos e ossos, passando a serem considerados sujeitos integrados por corpo e mente que vivem em determinado contexto social e possuem herança cultural.

    Soares et. al. (1992, p.39) afirma que a materialidade corpórea foi historicamente construída e, portanto, existe uma cultura corporal, resultado de conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade que necessitam ser retraçados e transmitidos para os alunos na escola. Na mesma linhagem de pensamento Zunino (2008) afirma que considerada componente curricular no ensino fundamental, a Educação Física trata de um elemento específico da cultura: o movimento humano.

    Nessa perspectiva, torna-se de fundamental relevância a intervenção de um profissional de Educação Física nesta fase de ensino, onde o mesmo deverá interagir e relatar sua vivência nesse período de atuação, servindo como base para intervenções futuras e espelho para que outros profissionais da área conduzam suas ações pedagógicas.

1.     A cultura Corporal na Educação Física Escolar

    O conhecimento sobre a cultura corporal implica oportunizar ao indivíduo vivenciar de forma crítica, participativa, e acima de tudo reflexiva, a diversidade da cultura corporal (dança jogos, brincadeiras, esporte, ginástica, etc.). Através das relações que o individuo estabelece entre essas vivências e destas, com outros saberes que adquire, torna-o capaz de apropriar-se da cultura corporal a ser desenvolvida na prática pedagógica escolar.

    Daolio (2004, p.72), propõe uma educação física que considere o indivíduo numa relação intersubjetiva, como indivíduo socializado que compartilha o mesmo tempo histórico do educador que faz a intervenção. Nesta perspectiva, o indivíduo é considerado como parte importante, necessário e participante do processo pedagógico a ser planejado pelo educador. Para possibilitar que o indivíduo estabeleça relações entre subjetividades diferentes. O indivíduo é pensado/considerado como ser que pensa, sente, se expressa, age, faz parte de um grupo é sociocultural e deverá estar preparado para intervir no mundo, portanto, não pode ser visto só como um corpo. Esta forma tão reducionista de conceber o indivíduo, não contempla tudo o que representa em si.

    De acordo com Soares et al (1992) a EF é uma disciplina que trata pedagogicamente, na escola de uma área de conhecimentos denominada de cultura corporal. Com isso torna-se um importante instrumento de vivencia, conhecimento e incorporação de diversas manifestações corporais no ambiente escolar.

    Segundo os PCN’S (2001) a concepção da cultura corporal amplia a contribuição da EF escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que, tomando seus conteúdos e as capacidades que se propõe a desenvolver como produto socioculturais, afirma como direito de todos no acesso a eles. Deste modo, a Educação Física como ensino fundamental deve fazer uma conexão com a vida dos alunos e as atividades propostas nas aulas necessitam serem significativas, fazendo que os alunos se relacionem com o mundo e compreendam essa relação. Alem disso tais atividades devem auxiliar na concepção entre os conteúdos escolares e cotidianos.

    Conforme afirma ZUNINO (2008) durante um longo período, as aulas de Educação Física foram entendidas pelos alunos como mementos de descontração, sem muitos objetivos, em que era possível brincar com bolas, arcos, cordas e elásticos, correr pela quadra, conversa com os amigos e realizar atividades de lazer. Seguindo a linhagem de pensamento dos PCN’S (2001), é necessário que a Educação Física seja um espaço de formação e informação, em que a aprendizagem de conteúdos de conteúdos favoreça a inserção do aluno no cotidiano das questões sociais marcantes e um universo cultural maior.

    Para ZUNINO (2008), a Educação Física deve trabalhar o afetivo e o cognitivo de forma conectada ao trabalho com os aspectos motores. É necessário desenvolver no aluno a capacidade de perceber as possibilidades do seu corpo nas mais diversas experiências possíveis, bem como perceber sua realidade e as possibilidades de transformação. O que pode dar subsídios a uma futura transformação de seu contexto social. Assim o trabalho da EF no ensino fundamental, é ampliar as vivencias corporais por meios de conteúdos da cultura corporal (jogos, esportes, lutas, ginástica, danças, dentre outros). Que integrados ao contexto social dos alunos assumem uma conotação significativa e auxiliam na criação da identidade e da autonomia corporal do individuo como cidadão.

    Os conteúdos culturais de Educação Física abordados nessa proposta de ensino se caracterizam como: jogos, esportes, danças, ginástica e lutas. Estes têm em comum a representação corporal e as características lúdicas de diversas culturas humanas; todos eles dão novo significado a cultua corporal humana e o fazem com uma atitude lúdica. Para do Coletivo de Autores (1992) o estudo desse conhecimento visa aprender a expressão corporal como uma linguagem.

    Portanto, torna-se imprescindível compreender a Educação Física como disciplina que desenvolve pedagogicamente os elementos da cultura corporal para proporcionar aos alunos conhecimento, vivencia e incorporação das praticas e saberes relativos ao corpo.

2.     Os conteúdos tratado na Educação Física Escolar

    Podemos compreender que os conteúdos de ensino da educação física, configuram temas que se originam de certa cultura de movimento, gerada numa sociedade, que contam a sua história individual e coletiva, seus costumes e formas de se movimentar particulares. Nesse sentido, torna-se inconcebível que o conhecimento a ser adquirido/compartilhado de todo esse acervo seja negligenciado dentro da escola, em detrimento da aquisição de aspectos secundários, como a busca exclusiva pelo desempenho técnico, pela alta performance, pela aptidão física, pelo padrão ideal de corpo; valores que ainda hoje influenciam diretamente a organização e os modelos das aulas de educação física escolar.

    DAOLIO (2004) fez algumas colocações sobre o termo cultura relacionadas à educação física, com base na análise de abordagens pedagógicas de alguns autores contemporâneos, evidenciando que em todo o fazer pedagógico há um conceito implícito ou explicito, de cultura. “É possível perceber a utilização da expressão “cultura” acompanhada de termos como “física”, “corporal”, “de movimento”, “corporal de movimento”, e outros. Entretanto, essa utilização aparece de forma superficial, por vezes incompleta ou de forma reducionista” (Daolio, 2004, p.13).

    A Educação Física vem tematizando, historicamente, as praticas corporais de movimento construídas e realizadas no âmbito escolar segundo KUNZ (1994), afirma que a cultura do movimento compreende todas as atividades do movimento humano e que pertence ao mundo do se movimentar humano. Já OLIVEIRA (1997), prefere a expressão corporalidade, pois entende que a expressão cultura de movimento ou cultura corporal de movimento esta muito centrada na questão motriz. Para o autor a corporalidade é o conjunto de praticas corporais do homem que suas expressões criativas, seu reconhecimento consiste e a sua possibilidade de comunicação e interação na busca da humanização da relação do homem entre si e com a natureza.

    Cultura corporal, cultura do movimento e cultura corporal de movimento, as três termologias é vinculada a Educação Física e diversificada, interpretada por diferentes autores, que objetiva os conhecimentos de forma diferenciada.

3.     Formação integral do aluno

    As relações entre educação Física passa-se a discutir a sociedade sob influencia das teorias críticas da educação, sobre o seu papel e sua dimensão política. Há uma mudança de enfoque, amplia-se á visão da área biológica, enfatizando as dimensões psicológicas, sociais, cognitivas e afetivas, concebendo o aluno como um ser humano integral. Os objetivos da disciplina se embasam em objetivos educacionais mais amplos, o conteúdo torna-se diversificado e os pressupostos pedagógicos mais humanos, opondo-se á visão comportamentalista expressa no ensino educacional.

    Nesse sentido, mesmo constatando que essas práticas pedagógicas são pontuais, ou seja, correspondem a, em projeto político-pedagógico consistente das escolas, não podemos deixar de lado depoimentos e práticas visualizadas que apontam para essa realidade. Se pensarmos, ainda, em relação à Educação Fundamental, verificamos como esses projetos se tornam importantes para a formação completa e ampla do aluno. Principalmente, porque grande parte dessas informações aponta para a extensão qualitativa do tempo como um ingrediente essencial a essa prática.

    Dessa forma concordamos com Kunz (2004), que o papel da Educação Física é fazer com que através do se-movimentar cada sujeito desenvolva sua real subjetividade, e com isso tornem sujeitos mais sensíveis de saberes humanos enquanto capacidade de saber sentir, saber fazer e saber agir.

Considerações finais

    No ensino fundamental, a Educação Física, de forma lúdica, trabalha com o cognitivo e o afetivo conectados com o movimento, por meio dos conteúdos distribuídos em forma de jogos, brincadeiras e atividades rítmicas, revelando a cultura corporal de cada grupo social e constituindo-se em atividades privilegiadas, nas quais o movimento é aprendido e ganha significados.

    A Educação fundamental é um período precioso da educação do ser humano. Assim como outras fases de ensino, tem características e necessidades específicas. Para Freire (1989, p.37) no momento em que a criança começa a se comunicar, ela representa suas ações e, para isso, penetra num mundo extremamente diferente do mundo dos adultos, que é o mundo da fantasia do faz-de-conta. Nesse nível de ensino, é importante visualizar as vivências e o mundo das crianças, por meio de atividades próprias da cultura infantil, ou seja, atividades lúdicas e imaginativas, e conteúdos pedagógicos facilitadores como jogos, brincadeiras, brinquedos, entre outros, que garantam o interesse e a motivação das crianças.

    De tal modo, os conhecimentos a serem aprendidos nas aulas de Educação Física escolar são compostos por fatos, princípios, conceitos, habilidades, atitudes, normas e valores sobre o movimento humano, considerado não como um ato motor, mas como uma ação repleta de significado (ZUNINO, 2008). O referido autor ainda afirma que: os conteúdos da cultura corporal do movimento, por sua vez, devem ser tratados no contexto escolar de forma lúdica, a fim de facilitar o processo pedagógico.

    Portanto, torna-se imprescindível compreender a Educação Física como disciplina que desenvolve pedagogicamente os elementos da cultura corporal de movimento para propiciar aos alunos: conhecimento, vivência e incorporação das práticas e saberes relativos ao corpo.

    O jogo está presente nas atividades humanas desde suas origens, participando diretamente nas transformações sociais. Para Huizinga (2000, p.3), ”o jogo é fenômeno cultural”, que deve se analisado mediante uma perspectiva histórica. Durante o jogo, confirmam-se objetivos comuns, confrontam-se idéias, buscam-se soluções, além de haver competição e cooperação entre participantes que têm diferentes vivências historicamente produzidas. Quando a criança joga, ela opera com o significado das suas ações, o que faz desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente das suas escolhas e decisões (Soares et al, 1992).

    Zunino (2008) afirma que, a elaboração do jogo tem a intenção de distrair e instruir os alunos ao mesmo tempo. O jogo educativo tem sempre duas funções: a lúdica, na qual a criança encontra prazer em jogar, e a educativa, por meio da qual o jogo ensina alguma coisa. O mesmo autor relata que, por intermédio dos jogos, podem ser trabalhados diversos aspectos da vida humana, como o físico, o motor, o cognitivo, o afetivo, o social e o cultural.

    Desse modo, entendemos que os conteúdos abordados servirão como base para o agir pedagógico e como meio de interação entre o ambiente educativo e o de diversão. Fazendo sempre essa via de conexão, na qual, tornam as aulas de educação física mais prazerosa, envolvente, animadas e principalmente educativas.

Referências bibliográficas

  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

  • DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 2004.

  • FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1989.

  • HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva 2000.

  • KUNZ, E. Didática da educação física. 2° ed. Ijuí: Unijui, 2004.

  • KUNZ, Elenor (199 I). Educação física: ensino & mudanças. Ijuí, Editora Unijuí.

  • __________ (1994). Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí, Editora Unijuí.

  • PCN’S. Ministério da Educação e Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física / Secretaria da Educação Fundamental. 3ª ed. Brasília: MEC, 2001.

  • SOARES et. al. Metodologia do ensino da Educação Física / Coletivo de Autores. São Paulo: Cortez, 1992.

  • OLIVEIRA, Martha Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

  • ZUNINO, A. P. Ensino Fundamental: Educação Física. Curitiba: Positivo, 2008.

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