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Perfil de tomadas de decisão de árbitros de
basquetebol no campeonato adulto sergipano

Características de las tomas de decisión de los árbitros de baloncesto en el campeonato adulto de Sergipe

 

*Licenciatura Plena em Educação Física. Universidade Federal de Sergipe

Árbitro Nacional de Basquetebol

**Doutor em Educação Física. Universidade Gama Filho/RJ

Programa de Pós-graduação em Educação Física

da Universidade Federal de Sergipe

José Lino Oliveira Neto*

Marcos Bezerra de Almeida**

mb.almeida@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          À medida que o basquetebol vai evoluindo e os atletas deixando os jogos mais dinâmicos e atraindo cada vez mais atenção, seja dos espectadores, da mídia, de patrocinadores, os árbitros se tornam parte integrante dessa evolução, embora muitas vezes de forma equivocada, ainda sejam vistos como figuras secundárias. Preocupações existem para otimizar as capacidades e habilidades físicas desses árbitros e tão importante quanto isso é a condição técnica e cognitiva dentro da arbitragem. Entretanto, pouco se enfatiza sobre as tomadas de decisão em uma partida. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi quantificar e distinguir por tipos e por período de jogo as tomadas de decisão de árbitros ao longo do Campeonato Estadual Sergipano 2010, categoria adulto masculino. Foram analisadas as tomadas de decisão dos árbitros nas sete partidas disputadas pela equipe campeã do certame, considerando-se faltas, violações e os lances duvidosos em que os árbitros consideraram normais. Não houve diferença significativa entre o total de marcações entre os jogos ou mesmo entre períodos de jogo. Contudo, a freqüência de lances considerados normais foi significativamente maior do que a de faltas e de violações (p < 0, 001). Em síntese, concluímos que no decorrer de um jogo oficial de basquetebol, a equipe de arbitragem é responsável por uma grande quantidade de tomadas de decisão e que não houve discrepância no total de decisões entre os períodos distintos dos jogos. Por fim, não houve diferença no total de tomadas de decisão entre as fases do campeonato, contudo houve mais faltas e violações na fase final do que na classificatória, ao contrário dos lances considerados normais, que mostraram redução.

          Unitermos: Tomadas de decisão. Árbitros. Basquetebol.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Não há dúvidas de que atualmente os esportes (de quadra principalmente) estão exigindo dos atletas mais força, resistência, velocidade, etc., para aperfeiçoar o desempenho, tornando os jogos mais dinâmicos, corridos e disputados. Em conseqüência, é cada vez mais notória também a importância e responsabilidade concedidas aos árbitros dos mais diversos esportes. De Rose Junior et al. (2002), reforçam que estas pressões aumentaram sobre a arbitragem devido ao crescimento do número de praticantes, espectadores e interesses econômicos e importância da partida. Apesar disso, Gabardo e Comparim (2008) relatam que, por muito tempo os árbitros foram considerados figuras secundárias no meio esportivo pela comunidade científica.

    Juntamente com essa dinâmica que vem acontecendo nos esportes, aparece uma preocupação de aperfeiçoar a capacidade e as habilidades físicas também dos árbitros envolvidos nas modalidades. A preocupação exacerbada pela condição aeróbia dos árbitros e conseqüentemente, ainda que de forma às vezes despercebida, uma menor ênfase dada à condição técnica e cognitiva, é uma questão freqüentemente discutida por pessoas que convivem com essa realidade, como os próprios profissionais de arbitragem.

    No basquetebol existe uma dificuldade maior para os árbitros com relação à parte cognitiva, pelo tempo mínimo que se tem para tomar uma decisão, diferente do futebol, por exemplo. Vários fatores contribuem para a necessidade desse imediatismo nas marcações assinaladas pelos árbitros de basquete, como o fato dos jogadores de basquetebol estar ficando cada vez maiores e mais fortes, disputando espaços reduzidos na quadra e aumentando os contatos físicos em uma partida. Desta forma, se uma marcação não é rapidamente assinalada, outras irregularidades poderão ocorrer no momento seguinte, tumultuando a arbitragem. Por isso, há a necessidade de estar sempre com o apito na boca, diferentemente de outras modalidades, nas quais o apito fica na mão, o que permite que esses outros árbitros tenham mais tempo (até que tragam o apito a boca) para tomar uma decisão.

    Outra diferença interessante é a questão da lei da “vantagem e desvantagem” aplicada de forma distinta de outras modalidades. Enquanto no futebol as faltas são seguidas de um breve período de tempo até que a marcação aconteça, no basquetebol a vantagem só é aplicada em casos extraordinários, cuja interpretação é bastante subjetiva. Um fato que ilustra bem essas dificuldades enfrentadas pela arbitragem do basquetebol, foi a mudança recente da regra que agora determina três árbitros de quadra ao invés de dois como era em anos anteriores.

    É consenso a importância dessa parte cognitiva, já que as tomadas de decisão da arbitragem são fundamentais para o andamento de uma partida. Desta forma, o número de tomadas de decisão que a equipe de arbitragem executa ao longo de uma partida é uma variável interessante, contudo pouco conhecida. De posse desta informação, é possível que os programas de formação e atualização de árbitros possam se tornar mais eficientes no seu conteúdo técnico, assim como a preparação física destes profissionais. Sabe-se que a capacidade de tomada de decisão é afetada pela condição física do indivíduo (VAN BOXTEL et al., 1997), além de outros fatores, como por exemplo, a privação do sono na noite anterior, que declina em 25% sua habilidade em fazer uma atividade mental para cada 24 horas sucessivas sem dormir (ANTUNES et al., 2008), entre outros fatores que poderiam se tornar intervenientes na atuação do árbitro.

    Desta forma, considerando que a estimativa do número de intervenções do árbitro não é clara, o objetivo deste estudo foi determinar a freqüência de tomadas de decisão da arbitragem ao longo de partidas oficiais de basquetebol, discriminando seus tipos e comparando entre os jogos da fase classificatória e da fase final. Hipotetizamos que o período final da partida tenderá a apresentar uma maior freqüência de intervenções dos árbitros, assim como as partidas das finais do campeonato em contraste com as da fase classificatória.

Métodos

Amostra

    A amostra utilizada foi constituída de sete partidas do Campeonato Estadual Sergipano 2010, categoria adulta masculino, realizada pela equipe campeã do certame. Os jogos aconteceram sempre em quadra neutra, sendo que três tiveram diferenças no placar final entre as equipes de até 12 pontos, sendo um na fase de classificação e dois na fase final. Não houve período extra (prorrogação) em nenhum dos jogos. Ao longo do campeonato, a equipe de arbitragem atuou com três oficiais de quadra (árbitros) e três oficiais de mesa. Oito árbitros diferentes atuaram nos jogos da amostra (quatro mulheres e quatro homens), sendo quatro da categoria nacional e quatro da regional. Todos os equipamentos (placar eletrônico, cronômetro de posse de bola e iluminação do ginásio) estavam em perfeito funcionamento.

Procedimentos

    Os jogos foram filmados na íntegra com uma câmara digital em qualidade digital da marca Sony, modelo HDR-SR10 com tripé, sempre posicionada no alto da arquibancada de cada ginásio na linha central da quadra. Apenas um dos jogos da amostra foi filmado no alto da arquibancada por trás da tabela na linha de fundo da quadra. Posteriormente esses vídeos foram convertidos para o formato “wmv” para favorecer os acessos em aparelhos de leitura de DVD, e posteriormente armazenados em DVDs.

    Cada jogo foi assistido pausadamente para se observar as tomadas de decisão da arbitragem, considerando faltas, violações e lance legal (“segue o jogo”), vale ressaltar que para esse estudo foram adotados os conceitos para essas tomadas de decisão, onde falta significa uma infração das regras envolvendo contato pessoal, ilegal, com um adversário ou comportamento antidesportivo, violação é toda infração as regras cuja penalidade é a concessão de posse de bola do adversário, (CBB, 2011) e o “segue o jogo”, que se chamou assim sempre que o árbitro tomou a decisão de não marcar uma falta ou violação em um lance que poderia ter sugerido tal marcação. Essa interpretação de classificar como “segue o jogo” foi feita por um arbitro da categoria nacional da Confederação Brasileira de Basketeball. Foi classificado também como “segue o jogo”, sempre que ocorreu uma situação de “bola ao alto’’, exceto a do início da partida, e quaisquer outras paralisações feita pela arbitragem, quando um jogador está machucado, por exemplo.

Análise estatística

    A freqüência e o tipo de tomadas de decisão dos árbitros foram comparados período a período de cada jogo, utilizando-se o teste de Qui-Quadrado e a ANOVA de um fator com post hoc de Bonferroni, adotando-se um nível de significância de 5 %.

Resultados

    Não houve diferença significativa entre os quartos de jogo no número total de tomadas de decisão (figura 1; p = 0,905). Quando analisamos apenas as situações em que o trio de arbitragem considerou lances normais (“segue o jogo”), também não houve diferença entre os períodos de tempo dos jogos (figura 2; p = 0,843). Contudo, vale a pena destacar que o número de lances de jogo em que os árbitros não intervém superaram em muito os demais. Diante disso, foi adotada a ANOVA de um fator com post hoc de Bonferroni sendo identificada diferença significativa entre os tipos de tomadas de decisão dos árbitros (39 ± 13,6 vs 36,6 ± 7,3 vs 94,6 ± 13,3 tomadas de decisão, para faltas, violações e “segue o jogo”, respectivamente, p < 0,001), sendo que as médias de faltas e violações foram menos freqüentes que o “segue o jogo” (p < 0,05). As interpretações do tipo “segue o jogo” responderam por 55,3% das tomadas de decisão.

Figura 1. Total de tomadas de decisão de árbitros de basquetebol no Campeonato Estadual Sergipano Adulto Masculino 2010

 

Figura 2. Total de tomadas de decisão de árbitros de basquetebol no Campeonato 

Estadual Sergipano Adulto Masculino 2010, classificadas por tipo e por período de jogo

    Desta forma, considerando os totais apresentados na figura 1, obtém-se que os árbitros são responsáveis por uma média de 170 decisões em cada jogo e chamou atenção a diferença do número total de faltas assinaladas no primeiro período e no quarto período das partidas (74 e 61, respectivamente), apesar do número de tomadas de decisão entre estes períodos serem similares (297 e 299, respectivamente).

    As variáveis foram divididas em dois momentos distintos da competição, fase de classificação e fase final. Percebeu-se que a média das tomadas de decisão nas duas fases, é similar (169,4 ± 25,6 decisões na de classificação e 172,0 ± 21,2 decisões na final), porém os tipos de decisões tiveram um comportamento diferenciado. As médias de faltas e violações por partida aumentaram entre a fase de classificação e a fase final, ao passo que a média do “segue o jogo” diminuiu (tabela 1). Este comportamento fica mais evidente ao observar a figura 3 que apresenta os valores associados de faltas e violações contrapondo-se aos de “segue o jogo”. Neste momento, faz-se necessário esclarecer que não foi efetuada análise estatística entre os dados de ambas as fases em função do reduzido número de partidas na fase final (duas).

Tabela 1. Tomadas de decisão de árbitros de basquetebol por partida nas fases de classificação e final do Campeonato Estadual Sergipano Adulto Masculino

 

Figura 3. Perfil das tomadas de decisão de árbitros de basquetebol no Campeonato Estadual Sergipano Adulto Masculino entre as fases de classificação e final

Discussão

    O objetivo deste estudo foi determinar a freqüência de tomadas de decisão da arbitragem ao longo de partidas oficiais de basquetebol, discriminando seus tipos e comparando-se entre os jogos da fase classificatória e da fase final. O número total de tomadas de decisão nos diferentes períodos da partida foi muito semelhante, embora seus tipos possam ter oscilado em algumas oportunidades. Percebeu-se que tendo como base um conjunto com vários jogos, a tendência é que não se apresente uma diferença significativa dessa variável desde que a análise contemple jogos da mesma categoria, do mesmo gênero e de campeonatos de nível técnico similares.

    Notou-se que os lances que a arbitragem considerou como normal (“segue o jogo”), superaram em muito as outras marcações (faltas e violações), enfatizando mais uma vez que, conceituou-se como “segue o jogo”, um lance que poderia sugerir alguma marcação, e mesmo assim os árbitros optaram por não assinalar. Parece interessante ressaltar que esta foi uma importante contribuição metodológica do presente estudo, pelo fato de se contemplar os lances duvidosos, mas considerados normais pela arbitragem (“segue o jogo"), pois em geral, tende-se a observar somente as intervenções dos árbitros, o que faria ocultar, pelo que se nota nos resultados, a maioria esmagadora das tomadas de decisão ocorridas ao longo de uma partida oficial. Desta forma, pode-se compreender mais adequadamente a intensidade do trabalho do árbitro de basquetebol.

    Como se percebe, nossa intenção não foi identificar erros e acertos das marcações, mas apenas registrar o quantitativo de ocasiões em que o árbitro é solicitado a decidir. Deste modo, o percentual de erros e acertos da arbitragem, embora interessante, não foi agregado em nossa análise. Mesmo o “segue o jogo” sendo assim conceituado, o número de faltas e violações correspondeu a apenas 44,7% de todas as tomadas de decisão da arbitragem. Uma possibilidade para que isso tenha ocorrido, pode ser em função de algumas mudanças de conceitos e critérios dos árbitros, no basquetebol de hoje em dia, como o fato de ter aumentado a tolerância dos contatos físicos em um jogo. Considerando que os atletas estão cada vez mais altos e fortes e atuando em um espaço de quadra que continua o mesmo, ou até mesmo pelo fato de que, com a chegada da mídia e da preocupação de se ter não só um jogo, mas sim um espetáculo que atraia atenção do público. Assim, uma das formas que podem ajudar para que isso ocorra, é um jogo menos travado cuja arbitragem tente dar o máximo de fluência às partidas. Tudo isso colocado em prática pode ter feito com que diminuísse o número de faltas e violações assinaladas em uma partida de basquetebol.

    A elevada média de tomadas de decisão por jogo chamou a atenção (170 decisões por partida), pois esse número nos remete razão aproximada de uma tomada de decisão a cada 15 segundos, podendo este intervalo cair para uma tomada de decisão a cada 11 segundos, aproximadamente, em determinados períodos do jogo. Esse número ilustra bem a dificuldade e o preparo cognitivo que se precisa ter para ser um árbitro de basquetebol e pode ser explicado pelo detalhismo que cerca um jogo, visto que muita coisa acontece em curtos espaços de tempo exigindo do árbitro uma concentração constante.

    Deve-se levar em conta também que a demanda fisiológica dos árbitros durante os jogos não é pequena. Neste contexto, Leicht (2008) analisou as respostas da freqüência cardíaca de árbitros australianos de basquetebol durante uma competição internacional feminina e registrou que os árbitro passam cerca de 78% do tempo com freqüência cardíaca entre 70% e 90% da freqüência cardíaca máxima. Uma análise associada da demanda fisiológica com o número de tomadas de decisão durante a partida permite especular que o grau de dificuldade cognitiva para administrar o jogo fica notadamente potencializado.

    Debruçados em um outro aspecto igualmente importante, alguns estudos se propuseram a elencar as principais causas responsáveis pelas situações de estresse em árbitros de diversos desportos. Neste sentido, um dos itens destacados como o mais estressante para árbitros de voleibol e basquetebol (DA SILVA et al., 2010) e de futsal (FERREIRA et al., 2009), foi o item 32 do TEPA (Teste de Estresse para Árbitros dos Jogos Esportivos Coletivos com contato), que é “errar seguidamente”. Kaissidis-Rodafinos et al. (1998) realizaram estudos com árbitros de basquetebol gregos e australianos e identificaram que entre os fatores estressantes mais percebidos está, além de aspectos relacionados à segurança física, o receio de tomar uma decisão controversa. Diante disso, Da Silva et al. (2010) relatam não haver dúvida da necessidade de se criar estratégias e programas que proporcionem uma melhora na qualidade da tomada de decisão dos árbitros durante a partida. Em adendo, concluem que alguns fatores ligados a erros técnicos e de interpretação das regras por parte dos árbitros continuam sendo a principal fonte de estresse dos mesmos. Tais informações, somadas às de estudos que investigam se a condição física de árbitros de futebol interfere no seu desempenho durante as partidas, como Vieira et al. (2010), sugerem que futuras pesquisas averigúem em que medida os aspectos fisiológicos e psicológicos poderão influenciar no perfil das tomadas de decisão de árbitros nos desportos coletivos.

    Destacou-se também um maior número de faltas marcadas no primeiro período das partidas com relação aos demais, principalmente se comparada ao último período dos jogos (figura 1). Isto pode ser explicado pelo fato da arbitragem tender sempre a deixar o jogo mais travado no seu início, com o intuito muitas vezes de deter o controle administrativo (disciplinar) da partida. Na prática da profissão, este procedimento é notadamente sugerido por árbitros mais experientes, embora não faça parte oficialmente das normas do jogo. Por outro lado, no último período das partidas, existem correntes na arbitragem cuja tendência é de se permitir mais contato não marcando qualquer “faltinha”, e deixando o jogo fluir, pois essas faltas podem até decidir um jogo, nos lances livres, por exemplo.

    Diferenças interessantes ocorreram quando as variáveis foram divididas em dois momentos, fase de classificação e fase final. Com essa separação, notou-se que, embora as médias de tomadas de decisão tenham sido similares nas duas fases (aumentando em apenas 2,6 na fase final), o tipo sofreu uma alteração maior (figura 3). Entendeu-se que vários fatores podem ter contribuído para esse fato, estando atrelados à diferença que se tem em uma fase de classificação, e um jogo decisivo de fase final. Neste contexto, a ansiedade, o nervosismo e a emoção características de uma final podem explicar o maior número de faltas e violações ocorridas nesta fase. Ao que parece, há uma tendência dos atletas a cometer mais faltas e violações, e a arbitragem, por sua vez, pode ser mais rigorosa, estar ainda mais concentrada, ou ainda, incorporar a emoção da ocasião, assinalando assim um maior número de infrações. Desta forma, os árbitros deixam o jogo “correr” menos, explicando a redução do número de “segue o jogo” nas partidas da fase final em comparação à fase inicial.

    Finalizando, pode-se ainda realçar que ambas as partidas disputadas na fase final foram consideradas equilibradas, haja vista que a diferença de pontos entre as equipes foi igual ou inferior a 12 pontos (ANGEL GÓMEZ et al., 2008). Ao longo da fase de classificação, somente uma das partidas apresentou resultado similar. Supostamente, um jogo equilibrado exige maior grau de atenção dos oficiais, já que um erro cometido pode determinar o placar final da partida e definir a equipe vencedora, representando um importante fator de estresse ao árbitro, especialmente entre mulheres (DE ROSE Jr et al., 2002). Não obstante, os resultados do presente estudo não permitem esclarecer se o fato do jogo ser ou não equilibrado exerce influência na quantidade e tipo de tomadas de decisão dos árbitros.

Conclusão

    Conclui-se que a equipe de arbitragem de basquetebol é responsável por um elevado número de tomadas de decisão ao longo de cada partida oficial. Não há discrepância no total de decisões entre os diferentes períodos de jogo. Por fim, não há diferença no total de tomadas de decisão entre as fases do campeonato, contudo houve mais faltas e violações na fase final do que na classificatória, ao contrário dos lances considerados normais, que mostraram redução. Ao nosso melhor conhecimento, este estudo foi pioneiro em investigar o perfil de tomadas de decisão de árbitros de basquetebol, contemplando-se tanto as faltas e violações assinaladas como aqueles lances cuja interpretação da equipe de arbitragem considerou inoportuno intervir (“segue o jogo”).

Referências

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