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Slackline uma nova opção nas aulas de Educação Física

El Slackline una nueva opción en las clases de Educación Física

Slackline a new option in Physical Education classes

 

Universidade Nove de Julho

São Paulo, SP

(Brasil)

Jonas de Jesus Carvalho Poli

Adamor Oliveira da Silva

Dimitri Wuo Pereira

jonaspoly@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Geralmente a Educação Física é vista como uma disciplina complementar, mas na verdade ela é muito importante no currículo escolar. Há necessidade de propor uma nova atividade nas aulas de Educação Física escolar, uma opção são os Esportes Radicais. Uma atividade é o Slackline que está se popularizando no Brasil, por isso é importante conhece-lo e inclui-lo nas aulas de Educação Física. Ele foi criado por escaladores que nos momentos de descanso colocavam fitas de escalada entre árvores nos EUA para se divertir e treinar suas habilidades. Com esta modalidade podemos destacar alguns benefícios físicos e mentais, como: equilíbrio, concentração, resistência etc. Conclui-se que o medo interfere na prática, e que o controle do equilíbrio é essencial para a para permanecer na fita.

          Unitermos: Educação Física. Escola. Slackline.

 

Resumen

          Usualmente la Educación Física es considerada como una disciplina complementaria, pero en realidad es muy importante en el currículo escolar. Existe la necesidad de proponer nuevas actividades en las clases de Educación Física escolar, una opción son los deportes extremos. El Slackline es una actividad muy popular en Brasil, por lo que es importante conocerlo e incluirlo en las clases de Educación Física. Fue creado por los escaladores que en los momentos de descanso colocaban cintas de escalada entre los árboles en los EE.UU. para divertirse y entrenar sus habilidades. Con este método se pueden destacar algunos de los beneficios físicos y mentales, tales como: equilibrio, concentración, resistencia, etc. Se concluye que el miedo interfiere en la práctica, y que el control del equilibrio es esencial para permanecer en la cinta.

          Palabras clave: Educación Física. Escuela. Slackline.

 

Abstract

          Physical Education is generally seen as a complementary discipline, but it is actually very important in the school curriculum. There is a need to propose a new activity in school physical education classes, an option is the Extreme Sports. Slackline is an activity that is popular in Brazil, so it is important to know it and include it in physical education classes. He was raised by climbers who in moments of rest put ribbons climbing between trees in the U.S. for fun and train your skills. With this method we can highlight some physical and mental benefits, such as: balance, concentration, stamina etc.. It is concluded that the fear interferes in practice, and that balance control is essential to stay on the tape.

          Keywords: Physical Education. School. Slackline.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Geralmente a aula de Educação Física (EF) é vista como uma disciplina complementar, mas na verdade ela tem sua importância no currículo escolar, pois apresenta características próprias. O normal é observarmos a prática do voleibol, basquetebol, futebol e handebol na escola, porém pretende-se propor uma nova atividade nas aulas de EF Escolar, algo que está conquistando os brasileiros: o Slackline.

    Esta é uma modalidade esportiva que está se popularizando no Brasil, por isso é importante conhecê-la para incluí-la nas aulas de EF de forma segura e com orientação adequada.

    Segundo Poli e col. (2012) por ser praticado em parques, praças, acampamento, praias, entre outros ambientes, atraindo o interesse das pessoas, pela liberdade propor aulas diretamente ligadas ao meio ambiente é uma forma de atrair o interesse do grupo.

Objetivo

  • O objetivo deste estudo é verificar como o Slackline pode ser aplicado na escola, nas aulas de EF.

Método

  • Pretende-se nesse estudo realizar uma revisão de literatura sobre o assunto. Segundo Gil (1991 p. 37-38).

    A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa. A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o assunto.

Aventura na escola

    A história da EF no Brasil sofreu muitas mudanças de objetivo curricular. O Brasil Império incluía a ginástica alemã (europeia) nos currículos escolares nas poucas escolas do país, com atividades separadas por gênero. O Brasil República foi uma época onde começou a profissionalização da EF. Nos anos 70 marcados pela ditadura militar, ela era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos níveis de ensino voltados para esporte de alto rendimento. Nos anos 80 ela passou por uma crise existencial à procura de propósitos voltados á sociedade,  Nos anos 90 o esporte passou a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte desempenho (BRASIL, 1997).

    No século XIX a Educação Física vinculou-se às instituições médicas e militares. Tal fato foi de absoluta importância para concepção da disciplina e na caracterização de seus conteúdos de ensino. Como resultado nasceu a concepção de uma EF voltada para o cuidado com o corpo, tornando-o saudável e mais resistente a aquisição de doenças (BRASIL, 1997). Na mesma época havia no Brasil, um grande número de escravos. Com a intenção de manter a raça branca, a Educação Sexual foi associada à EF com o objetivo alertar a população sobre a consequência de uma possível miscigenação. Havia preconceitos com a prática de atividades físicas, pelo fato das mesmas serem comparadas ao trabalho escravo. Tal tabu deu origem a dificuldade de consolidação da Educação Física como disciplina no contexto escolar.

    Em 1961, com a declaração oficial da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ela passou a ser obrigatória para o Ensino Primário e Médio, tornando as aulas em sinônimos de prática esportivas, porém, após 1964, a disciplina desenvolveu um aspecto tecnicista, onde o ensino era tido como uma ferramenta de se formar mão de obra qualificada. Com o Decreto n° 69.450, de 1971, foi considerada como uma atividade responsável por desenvolver o aluno em seus aspectos cívicos, físicos, morais, psíquicos e sociais. Nesta direção, os alunos eram unicamente motivados com as atividades esportivas a desenvolver novos talentos que pudessem oportunizar o ingresso nas competições nacionais e internacionais. Todo este movimento levou a disciplina a sua perda de identidade, pois até a década de 1980 a ideia de formar novos campeões não se concretizou, uma vez que o país não se tornou a nação olímpica esperada. Por tudo isso se fez necessário uma revisão nas políticas pedagógicas, onde a principal mudança foi no enfoque da disciplina passando de esportes de alto rendimento para desenvolvimento psicomotor do aluno (BRASIL, 1997).

    Com todas essas mudanças as estruturas das escolas não mudaram como relata o Franco (2007) apontando que as escolas urbanas possuem sedimentações em seu ambiente, todo um aspecto controlado, com muros e alambrados, salas de aula e locais destinados para prática de atividades físicas. São construções baseadas em uma forma tradicional de ministrar aulas: salas de aula retangulares, com lousas, carteiras enfileiradas, etc. Não se constrói uma escola com salas ovais, uma parede de escalada ou uma pista de skate, mas sim com quadras, pintadas com linhas dos esportes tradicionais: futsal, handebol, basquete e vôlei.

    O PCN (Parâmetro Curricular Nacional) apresenta os Esportes Radicais como possibilidade de conteúdo na escola, no terceiro e quarto ciclos, enquanto conceitos e procedimentos sobre esportes, jogos, lutas e ginástica:

    “Aspectos socioculturais do surgimento dos Esportes Radicais, alternativos ou não convencionais no contexto da sociedade atual.” [...] “Vivência de Esportes Radicais, alternativos ou não convencionais (skate, surf, mergulho, alpinismo, ciclismo, etc.)” (BRASIL, 1997 p.96).

    Estender cordas entre árvores, para que as crianças se pendurem e se equilibrem, ou organizem voleibol em pequenos grupos, pendurar pneus e aros nas árvores para funcionarem como alvos em jogos de arremesso e basquete em pequenos grupos, utilização de desníveis de terreno como parte dos circuitos com materiais diversos e obstáculos são sugestões de formas de utilização do espaço físico. Mesmo em se tratando de quadras convencionais, o professor pode e deve, conforme a exigência da situação dividi-las de diferentes formas, possibilitando a execução de atividades de natureza diferenciada, simultaneamente (BRASIL, 1997 p. 61-62).

    A questão do espaço em algumas escolas é realmente um assunto delicado. Várias escolas não possuem um espaço apropriado para a prática. Entretanto, a restrição a que se impõe o próprio professor é muitas vezes o maior empecilho á prática. Isso ocorre justamente pela associação aula de Educação Física/Esporte, ou seja, o professor sempre imagina uma aula na quadra, com bolas oficiais, etc. quando isto não existe na escola, ou quando a quadra não pode ser utilizada, a aula termina.

    Mesmo que o conteúdo a ser desenvolvido seja a ginástica, por exemplo, ou a dança, a aula é realizada na quadra. A escola acaba preocupando-se com a organização do espaço físico voltado aos padrões esportivos vigentes e adapta este espaço apenas com fins de competições esportivas. Assim, em escolas temos quadra, mas não salões de dança, por exemplo; os professores acabam não sabendo fazer outra coisa a não ser utilizar as instalações esportivas (KUNZ, 1991).

    As aulas de EF Escolar são um exemplo de como as experiências motoras desenvolvidas e aprimoradas em seu contexto podem propiciar o desenvolvimento de diferentes componentes da motricidade. Além disso, ela tem papel importantíssimo à medida que ela pode estruturar o ambiente adequado para o aluno, oferecendo experiências, resultando numa grande auxiliadora e promotora do desenvolvimento humano, em especial no desenvolvimento motor, garantindo a aprendizagem de habilidades específicas nos jogos, esportes, ginástica e dança (TANI e col., 1988).

    O equilíbrio é a manutenção de uma postura particular do corpo com um mínimo de oscilação (equilíbrio estático); ou a manutenção da postura durante o desempenho de uma habilidade motora que tende a perturbar a orientação do corpo (equilíbrio dinâmico), no qual seus desempenhos influenciam em variadas habilidades motoras específicas, inseridos em diferentes grupos de ação (SILVEIRA e col., 2006).

    Por vários motivos deveríamos pensar nos Esportes de Aventura na escola. O essencial é inovar as atividades das aulas de EF Escolar, e nas atividades de aventura podemos encontrar vários exemplos motivantes para que os alunos além de encontrar prazer nas aulas encontrem conteúdo para vida adulta.

    Darido (2004) assinala que a escola deveria propiciar condições para que os alunos obtivessem autonomia em relação à prática da atividade física, ou seja, após o período formal de aulas os alunos deveriam manter uma prática de atividade regular, sem o auxílio de especialistas, se assim desejarem. Este objetivo é enormemente facilitado se os alunos encontram prazer nas aulas de EF, pois, apreciando determinada atividade é mais provável desejar continuá-la, caracterizando uma ligação de prazer.

    Defendemos os Esportes de Aventura na escola, pois acreditamos que esses conhecimentos e vivências proporcionem sensações e experiências que atinjam emocionalmente e significativamente um jovem estudante e os estimulem com desafios e superações de seus limites, mesmo que sejam práticas apenas adaptadas às estruturas usuais das escolas, mas plenamente passíveis da ligação do “Saber” com o “Saber Fazer”. Alguns dos motivos de inserção dos Esportes de Aventura na escola seriam o alinhamento da Educação Física com as propostas de preservação ambiental; exposição de um conteúdo pouco explorado na escola, mas bem difundido pela mídia; entre outros (FRANCO, 2007, p. 50).

    As sensações que os Esportes de Aventura causam no organismo são únicas, hormônios como adrenalina, endorfina e a própria sensação de vertigem geram prazer quando se consegue realizar um desafio novo, e isso pode ocorrer nas aulas em que todos têm oportunidade de aprender. Segundo Darido (2004) dentre os fatores que interferem na não participação dos alunos nas aulas de EF foram às experiências negativas anteriores na prática da cultura corporal de movimento desses alunos na escola.

Slackline

    O Slackline é um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, praticado geralmente a uma altura de 50 cm do chão.

    Segundo Cardozo e da Costa Neto (2010) ele surgiu nos anos 1980 com os escaladores que esticavam fitas de escalada entre árvores nos momentos de descanso das ascensões. Os mesmos autores também afirmam que os escaladores Adam Grosowsky e Jeff Ellington na Califórnia em 1983 ancoravam suas fitas horizontalmente e que em 1985, Scott Balcom realizou uma travessia nas alturas do que se tornou a famosa linha de Slackline. Os escaladores passavam semanas acampando em busca de novas vias de escalada e nos tempos vagos esticavam as suas fitas de escalada, através de equipamentos, para se equilibrar e caminhar é também conhecido como corda bamba, significa "linha folgada" e pode ser comparado ao cabo de aço usado por artistas circenses, porem sua flexibilidade permite criar saltos e manobras inusitadas.

 

A travesia do Scott Balcom

    Apesar de pouco explorado e difundido o Slackline traz ótimos resultados nas aulas de EF como podemos observar nos exemplos abaixo:

    Milani (2001) procurando inovar e proporcionar novas vivências de atividades diferenciadas aplicou uma aula de Slackline no Colégio Regina Mundi para alunos da 3ª série do ensino médio. Os alunos vivenciaram a sensação de andar na corda-bamba que, derivada da técnica circense, desafiando os limites de resistência dos participantes, além de trabalhar o equilíbrio, coordenação, atenção, concentração e força.

    Matos (2011) apresentou a modalidade para o 4o e 5o ano do Ensino Fundamental. Primeiramente, o professor apresentou aos alunos o material que iriam usar, em seguida abordou a importância das normas de segurança lembrando que em toda atividade física, de aventura, existe riscos de quedas e lesões, ficando a cargo de cada praticante tomar as devidas precauções Foi demonstrado aos alunos como deveria ser a posição dos pés, joelhos, troncos e olhos. Duplas foram formadas, onde um iria subir na corda e outro faria a segurança. A segurança era feita da seguinte maneira: O praticante seguraria no ombro do "segurança". Este, por sua vez, não seguraria o praticante. Apenas acompanhá-lo-ia pela corda ao seu lado. O professor obsevou a execução do movimento e ajudou quando preciso. Colchões foram usados para segurança dos alunos.

    O Slackline faz parte das tendências de modalidades contemporâneas e urbanas. Por ser uma atividade corporal contemporânea, é possível trazê-la para dentro das aulas de EF. Os alunos se motivam em praticar algo novo e inesperado dentro dos muros de uma escola, ainda enraizado por um conteúdo conservador  e tradicional.

    Pereira e col. (2011) em relação aos mecanismos fisiológicos envolvidos na prática em iniciantes perceberam um tremor incontrolável no início, o qual, gradativamente, vai desaparecendo com o treinamento. A promoção do equilíbrio e da força é importante para a prevenção de lesões. Os indivíduos treinados são capazes de manter o equilíbrio por pelo menos 20 segundos, após algumas sessões de treino. Do ponto de vista funcional, a redução do reflexo pode servir para suprimir oscilações incontroláveis do reflexo mediado. Com base nesses estudos, o Slackline pode ser uma estratégia de treinamento significativa para o desempenho em modalidades que exigem capacidade de equilíbrio.

    O Slackline está ligado à natureza e essa proximidade com o meio ambiente é uma forma de atrair o interesse dos alunos. Ele foi criado por escaladores que nos momentos de descanso colocavam fitas de escalada entre árvores nos Estados Unidos para se divertir e treinar suas habilidades. Com esta modalidade podemos destacar alguns benefícios físicos e mentais, como: equilíbrio, concentração, resistência etc.

    Linhares (2012) afirma que para começar a praticar você precisará de uma fita, existem vários modelos e tipos, também de dois locais fixos para amarrá-la a uma distancia que fica ha seu critério, porém é preciso levar em conta de que no início o ideal é optar por uma distancia curta.

    As fitas são feitas de nylon e muito elásticas. O aconselhável é comprar uma fita específica para o esporte e começar sempre em uma distancia curta de ancoragem menor que 9 metros.

Slackline nas aulas de Educação Física

    A EF na escola tem a obrigação de oferecer condições para que os alunos obtenham autonomia e independência em relação à prática, podendo transportá-la para outros ambientes de sua vida. Este objetivo é facilmente atingido se os alunos descobrirem prazer nas aulas. Para tudo isso acontecer de fato é importante considerar que os alunos precisam aprender uma gama de movimentos associados a sua cultura, dando-lhes a oportunidade de vivenciar diversos aspectos vinculados ao corpo e ao movimento.

    “Na aula de Educação Física o professou mostrou-nos um novo jogo [...]. Foi uma brincadeira bem alegre. Pedimos que o jogo continuasse até o fim da aula, até a campainha, mas o professor não deixou. Por que será?” (KORCZAK, 1981, p. 83).

    De acordo com Darido (2004) a participação dos alunos em práticas de atividades físicas fora da escola pode indicar que os alunos por gostarem muito da atividade física procuram algo mais do que apenas as aulas de EF. Por outro lado, a falta de capacidade das escolas em absorver os interesses dos alunos gera desmotivação.

    O Slackline ajuda na concentração, equilíbrio e força, sendo uma modalidade de custo baixo e de fácil aprendizagem, além de contar com um alto grau de diversão. Na escola modalidade pode ser iniciada usando, corda, linhas feitas com giz, linhas da quadra poliesportiva, banco sueco invertido, entre outros.

    Quando os alunos já tiverem dominado os conceitos básicos da atividade, pode-se enriquecer a prática do Slackline com a fita e a catraca presas em dois pontos distintos. Esses materiais são de custo baixo tanto para a Escola como para o professor.

    Para Poli e col. (2012) o medo interfere na prática, portanto a correta fixação da fita, com a manutenção da tensão adequada, a colocação numa altura que não supere os 50 centímetros e o uso de colchões para o caso de quedas deve ser observado na iniciação.

    Segundo Silva (2012) algumas informações são importantes para o professor, como: equilibrar-se em estruturas rígidas e estreitas; praticar de forma livre; variar os movimentos; fazer pequenos jogos; propiciar trabalho coletivo entre os alunos; estimular novos desafios.

    Silva (2012, p. 72-73) apresenta ainda algumas dicas pedagógica tais como:

  • Dica 01. Equilibrar-se em uma estrutura fixa, rígida e estreita, no intuito de ambientar o corpo ao movimento. Podem-se utilizar bancos suecos, improvisar com tábuas, trave de ginástica e pequena mureta;

  • Dica 02. Gostamos muito de um momento de experimen­tação, momento da prática no Slackline propriamente dito, onde a intervenção deve ser mínima (sem se esquecer de observar a área de segurança). Vale investir na implementação de materiais para facilitar a pratica e dicas básicas, como: andar sobre a fita, para que o praticante possa ter tempo de se conhecer na fita e arriscar algumas manobras. Se possível, varie os tipos de slackline à dispo­sição da aprendizagem (baixo, alto, curto, longo, estreito, largo);

  • Dica 03. Estimule as atividades coletivas, no intuito de os praticantes se sentirem mais à vontade para trocar informações e provocar um conflito integral, a fim de resolverem um problema em conjunto. As atividades como corridas na fita, pega-pega sobre o Slack, rouba o rabo e outras, são interessantes para esta finali­dade. As atividades podem ter mais de uma pessoa sobre a mesma fita do Slack. Vale investir em materiais que possam auxiliar na aprendizagem (cordas na parte de cima da fita, cabos de vassoura para apoiar no chão, corda fixa apenas em um ponto da fita, ajuda coletiva com as mãos dos colegas).

Considerações finas

    Podemos observar dentre as afirmações dos autores sobre o processo de ensino aprendizagem, com suas variadas formas, a importância de se refletir sobre um relacionamento harmonioso entre aluno e professor, professor e escola, Educação Física e Esportes de Aventura, sendo assim um desafio para o educador moderno, comprometido com a educação e bem estar.

    Os Esportes de Aventura são modalidades praticadas na natureza, se reinventados podem diversificar as atividades praticadas nas aulas de EF, contribuindo como elemento facilitador da interdisciplinaridade.

    A EF trata pedagogicamente do conhecimento da cultura corporal, por sua vez a escola deve andar junto com a cultura, como os Esportes de Aventura já fazem parte de nossa cultura, eles são adequados para o contexto escolar (NETO, FILHO 2009).

    Slackline é considerado uma Atividade de Aventura rica em elementos educacionais e sociais de integração, e que se caracterizam por atividades desafiadoras e com índices de motivação elevados (BETRÁN e BETRÁN, 2006).

    Ressalta-se a leitura histórica da EF em sua evolução até os dias de hoje e como foi importante a participação dos professores que iniciaram esse processo de modernização dessa área.

    Viu-se então que através do Parâmetro Curricular Nacional é possível apresentar os Esportes Radicais como uma possibilidade de conteúdo na escola, assim incluindo o Slackline dentro do âmbito escolar por meio da EF.

    Essa realização, no entanto, só se valerá a partir do compromisso do professor enquanto agente de sua transformação. Através do diálogo constante com outros professores, pais, alunos e escola mostrando as experiências em seu contexto educacional.

    A escola como espaço sociocultural deve trabalhar a diversidade cultural de um país com tantas diferenças culturais. É uma instituição que representa a sociedade e por isso deve estar presente nos processos de organização, participação e contextualização, para que as ações ali realizadas possam estar voltadas para necessidades da comunidade (FARO e SILVA, 2002).

    Com isso será possível construir com os alunos uma relação permanente e diária com a EF, fundamentada na consciência crítica e reflexiva com novos olhares, novos pensamentos pautados em um progresso da Educação.

Referências Bibliográficas

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  • SILVEIRA, C. R.; PRENUCHI, M. R.; CAETANO, M. J.; GOLBI, L. T. (2006). Validade de construção em teste de equilíbrio: ordenação cronológica na apresentação das tarefas. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. p 66-72.

  • TANI, G.; MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J. E. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo, EPU/EDUSP, 1988.

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