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Estágio supervisionado: possibilidades de mudanças

Prácticas supervisadas: posibilidad de cambios

 

*Acadêmica/o curso Educação Física. URI/FW, RS

**Professora Doutora do Programa de Pós Graduação em Educação da URI/FW

linha de pesquisa Formação de professores e Práticas Educativas. Membro

do Grupo de Estudos Qualitativos de Formação de Professores e Prática

Pedagógica em Educação Física e Ciências do Esporte CNPq/UFRGS. Membro

da Comissão de Especialista do INEP/MEC. Professora do Curso

de Educação Física e Pedagogia da URI/FW-RS

Tharles Gabiele Cauduro*

tharlescauduro@hotmail.com

Tania Canci*

tania.canci@hotmail.com

Maria Teresa Cauduro**

maite@uri.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Esse trabalho é parte de uma pesquisa realizada sobre o Estágio Supervisionado em Educação Física. A pergunta norteadora foi: É possível mudar a percepção dos novos professores sobre a Educação Física no Estágio de Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Partiu-se da revisão teórica sobre formação de professores e sobre relatos de estágio. Utilizou-se a metodologia qualitativa descritiva, interpretativa e teve como instrumentos as observações de estágio, como documentos, foram utilizados relatórios e planos de aula, os Padrões Curriculares Nacionais. Tudo isso, triangulado com a teoria de formação de professores. Os resultados apontaram que houve mudanças propostas pela professora do estágio supervisionado. Houve uma proposta diferenciada de supervisão, com trabalho em equipe de alternativas de soluções e de planos de aulas para com crianças que apresentavam problemas e com os diálogos para sanar os medos e ansiedades dos acadêmicos.

          Unitermos: Formação de professores. Estagio supervisionado. Educação Física.

 

Resumen

          Esta investigación es un estudio sobre las prácticas en Educación Física. La pregunta inicial fue: ¿Es posible cambiar la percepción de los profesores sobre la Educación Física en la escuela primaria? Empezó con una revisión teórica sobre la formación de profesores y sobre relatos de prácticas. Se utilizó una metodología cualitativa descriptiva, interpretativa, y los instrumentos fueron la observación, los documentos, los informes, planes y las Normas Curriculares Nacionales. Todo esto, triangulados con la teoría de la formación del profesorado. Los resultados mostraron que hubo cambios del profesor de prácticas supervisadas con una propuesta diferente en la supervisión, con trabajo en equipo, debates sobre soluciones alternativas y planes de clases para los niños que tenían problemas de aprendizaje y con diálogos para hacer frente a los temores e inquietudes de los académicos.

          Palabras claves: Formación de profesorado. Docentes en formación. Educación Física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introduzindo o tema

    O que é estágio supervisionado? Muitos acadêmicos responderiam que é apenas uma prática. Entretanto, é mais que isso. Nas Diretrizes do Estágio Supervisionado em Educação Física Escolar da URI, câmpus de Frederico Westphalen, encontramos a definição: “o estágio se caracteriza pelas atividades realizadas no cotidiano escolar devidamente orientando e assessorado por um professor da área indicada pelo curso de Educação Física” (2001, p. 2).

    Busca-se em Pimenta (2001, p. 21), a complementação mais teórica: “Por estágio curricular e /ou supervisionado entende-se as atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de formação, junto ao campo futuro de trabalho”. Logo, as definições se complementam.

    Entretanto, devemos basear nossas ações do estágio, nas Diretrizes Curriculares Nacionais, (2004 p.4), que assim referendam, já que propomos a formação de professores.

    Art. 10. A formação do graduando em Educação Física deve assegurar a indissociabilidade teoria-prática por meio da prática como componente curricular, estágio profissional curricular supervisionado e atividades complementares.

  • 1º A prática como componente curricular deverá ser contemplada no projeto pedagógico, sendo vivenciando em diferentes contextos de aplicação acadêmico-profissional, desde o início do curso.

  • 2º O estágio profissional curricular representa um momento da formação em que o graduando deverá vivenciar e consolidar as competências exigidas para o exercício acadêmico-profissional em diferentes campos de intervenção, sob a supervisão de profissional habilitado e qualificado, a partir da segunda metade do curso:

    • I – o caso da Instituição de Ensino Superior optar proposição de núcleos temáticos de aprofundamento, como estabelece o Art. 7º, § 1º desta Revolução, 40% da carga horária do estágio profissional curricular supervisionado deverá ser cumprida no campo de intervenção acadêmico-profissional correlato.

    Essas são as diretrizes nacionais que, portanto, orientam as Diretrizes do Estágio Supervisionado em Educação Física da URI, câmpus de Frederico Westphalen. Destaca-se aqui, detalhadamente o que os acadêmicos, futuros professores devem realizar.

    O estágio Supervisionado em Educação Física Escolar sob orientação e supervisão docente, compreendendo a elaboração de planejamentos didáticos, realização de aulas e discussão dos resultados do trabalho tem por objetivo:

  • Contribuir para a formação didática - pedagógica do estudante para que possa desempenhar de forma consciente e espontâneas as funções de professor de educação Física, do ensino fundamental.

  • Realizar estudos individuais em conteúdos específicos da Educação Física do Ensino Fundamental, em instituições de aprofundamento do estudante.

  • Proporcionar vivências de situações de estágio em Educação Física Escolar no ensino Fundamental, em instituições situadas na região sede dos cursos de Licenciatura em Educação Física da URI (2000, p.2).

    Essas diretrizes pautam muito bem o que é necessário realizar para que um acadêmico/estagiário saia da Instituição com competência e habilidade para iniciar sua profissão. Entretanto o que se observa mesmo, durante esse período nas escolas, são professores sem a habilitação para trabalharem com esses conteúdos da educação física e ou professores de Educação Física que trabalham na proposta antiga, ou seja, anterior a LDB/1996 e aos Padrões Curriculares Nacionais (PCNs).

    Portanto, a proposta é buscar uma mudança geral do componente curricular (apoiado nos PCNs). E, verificar como está sendo vista a Educação Física nos dias atuais nas escolas. Enquanto acadêmicos vemos uma realidade nas escolas que não é o que estamos aprendendo na universidade.

    O discurso universitário é a preparação de alunos competentes e com uma visão ampla do que é a Educação Física hoje, pontos imprescindíveis que deverão ser seguidos (PCNs) e vícios que deverão ser mudados. Destacamos um dos principais problemas de hoje que seria: a inclusão. Inclusão que definimos como uma integração social ou uma capacidade de entender e reconhecer o outro sabendo compartilhar e viver com as diferenças, acolhendo todas as pessoas, sem exceções de raça, gênero, classe social ou se apresentam alguma necessidade especial. Os PCNs são claros, independente das condições sociais e/ ou biológicas do individuo, todos têm o mesmo direito de participar e ser incluídos sem descriminação.

    Outro fator importante a ser destacado é a precariedade na maneira com que os conteúdos são apresentados aos alunos na escola. Sabendo que a Educação Física é uma das áreas mais ricas em termos de conteúdos a serem aplicados e trabalhados o que ocorre na grande maioria dos casos é a falta de conhecimento teórico quanto a necessidade de se aplicar as atividades específicas de cada faixa-etária.

Metodologia

    Este texto é resultado de uma investigação cuja pergunta norteadora foi: É possível mudar a percepção dos novos professores sobre a Educação Física no Estágio de Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Desta pesquisa, foi extraída apenas parte dos resultados.

    Quanto à metodologia utilizada foi à qualitativa descritiva e teve como instrumentos, observações, documentos (leis e PCNs, planos) e a teoria. A análise dos dados foi através da triangulação com três observações em diferentes turmas onde os estagiários trabalharam; dos Conteúdos previstos nos Padrões Curriculares Nacionais (PCN) e dos 12 planos de aula realizados por eles. Fundamentou-se a partir da teoria de formação de professores.

O que dizem os teóricos...

    O estágio Supervisionado é uma proposta desafiadora, aceita e desenvolvida pelos acadêmicos no ensino superior. Na visão de Kenski apud Ayres (2007),

    [...] O estágio Supervisionado [...] desenvolvido, em geral, apenas, no final do curso e, muitas vezes, desvinculado das atividades praticadas pelos alunos nos semestres anteriores. O estágio supervisionado traz em si uma expectativa de apoteose, de gran finale, no qual todos os problemas e deficiências apresentados durante o curso têm uma ultima chance a ser pelo menos discutidos. (2007, p. 30).

    São muitos os fatores que interferem na prática de ensino dos acadêmicos quando há realização do estágio. O processo se constrói desde a infância, nas suas relações familiares e escolares, até sua formação teórica inicial na graduação. Na visão de Ayres (2007), existem várias fases durante o desenvolvimento da prática do estágio supervisionado.

    A primeira fase está relacionada com a recapitulação de conhecimentos e de habilidades que o acadêmico aprendeu durante o curso, que serviu de base para a realização do estágio. Através disso, diz o autor, consegue-se discernir as diferentes tendências que a educação física passou ao longo da história e as diferentes tendências pedagógicas e metodológicas, já utilizadas podendo assim fazer uso de diferentes estratégias de acordo com o ambiente em que está inserido. A Segunda fase, é aquela, orientada na procura de uma escola, para realizar o estágio. Nesta etapa, envolve semanas de negociações com autoridades da escola para resolver questões burocráticas. Na fase seguinte, é solicitada a organização de cronogramas e observações práticas de ensino, o próximo passo, é colocar em prática o que foi aprendido/planejado. Ao término do estágio, são entregues os relatórios sobre as práticas docentes. (2007, p. 30,31).

    Durante a construção do relatório final do estágio, é feita uma reflexão sobre as práticas e metodologias usadas durante a realização do mesmo. Essa reflexão é necessária porque os acadêmicos devem socializar com os demais colegas as experiências vivenciadas neste período de novos aprendizados.

    O estágio supervisionado é uma etapa necessária e desafiadora que exige tempo e dedicação. No planejamento da aula, os acadêmicos devem levar em conta o contexto escolar, a infraestrutura, o desenvolvimento da criança e a realidade em que a mesma está inserida. Precisa saber que esse planejamento é passível de mudança, de acordo com o decorrer da aula e das dificuldades apresentadas pelos alunos. Essa disciplina também exige muito conhecimento na forma de trabalhar com o contexto onde se insere a maneira de aplicar os diferentes saberes para que todos aproveitem sempre o máximo das aulas, ressaltando as diferentes realidades que existem na escola, agregando experiências para solução de problemas e a oportunidade de vivenciar seu futuro campo de trabalho. (CAUDURO, 2007).

    É na prática do estágio que o acadêmico vai vivenciando situações que não estava “preparado”, que não tem respostas prontas. Sobre isso, Gómez nos fala.

    Na vida profissional, o professor defronta-se com múltiplas situações para as quais não encontra respostas pré-elaboradas e que não são susceptíveis de ser analisados pelos processos clássicos de investigação científica. Na prática profissional, o processo de diálogo com a situação deixa transparecer aspectos ocultos da realidade divergente e cria novo marco de referência, novas formas e perspectivas de perceber e reagir. (GÓMEZ apud AYRES, 2007, p. 31).

    Sobre isso também encontramos em Imbernón (2011, p.66). Ele diz: “As práticas devem ser o eixo central sobre a qual gire a formação do conhecimento profissional básico do professor”. Segue o autor.

    A formação inicial, como começo da socialização profissional e da assunção de princípios e regras práticas, deve evitar dar a imagem de um modelo profissional assistencial e voluntarista que freqüentemente leva a um posterior papel de técnico-continuísta, reflexo de um tipo de educação que serve para adaptar de modo acrítico os indivíduos á ordem social e torna os professores vulneráveis ao entorno econômico, político e social. (IMBERNÓN, 2011 p. 68)

    As mudanças passam pelas diversas possibilidades de vivencias no ambiente escolar e universitário. É necessário que se elabore trabalhos conjuntos em ambientes formativos de colaboração e de interação social: compartilhar problemas, fracassos e sucessos com os colegas. Logo, é preciso observar, analisar, experimentar, avaliar e modificar.

Quais são as possibilidades de mudanças então?

    A partir da disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Física Escolar (educação infantil e anos iniciais), fomos partidários de que os planos deveriam ser desenvolvidos usando a criatividade e inovação. Ao elaborar planos de aula nós, futuros professores, entendemos que, devemos ter o máximo de atenção e conhecimento no que se refere à escolha das atividades a ser desenvolvidas e sua ligação com a realidade da clientela em que o estágio será desenvolvido. Não é simplesmente jogar “N” atividades ou copiar jogos recreativos ignorando principalmente o que prega a filosofia dos Padrões Curriculares Nacionais (PCNs, por áreas) que na atualidade regem as diretrizes filosóficas e pedagógicas para o ensino. Eles destacam as necessidades motoras das crianças com conteúdos específicos, lúdicos à faixa etária, uma vez que é uma fase determinante para processos futuros (BRASIL, 2001).

    Aprendemos que nos planos de aula são descritas ações específicas de tudo o que será realizado na execução dos mesmos. Devem ter propósitos e metas a serem alcançados, assim, a criança com a qual estaremos trabalhando, se descobrirá dentro de suas possibilidades e limitações, e cabe ao professor motivá-la nesse contexto, intervindo quando necessário.

    Devemos evitar utilizar sempre os mesmos conteúdos, com a intenção de não tornar as aulas monótonas. O verdadeiro sentido está na oportunidade dos alunos vivenciarem, desde cedo, todos os gestos motores, todas as oportunidades, tendo possibilidade de desenvolver suas habilidades corporais como esportes, jogos, lutas, dança, pois quanto mais o contexto for prazeroso e motivador, mais a criança vai desenvolver-se como ser humano, como cidadão. (CAUDURO, 2007; RANGEL e DARIDO, 2008; FREIRE, 1993).

    A verdadeira mudança ocorre durante a graduação, com as atividades complementares (práticas docentes) e com os estágios, pois o acadêmico tem que buscar compreender a teoria relacionada com a pratica, pois ambos caminham juntos cabendo sempre ao professor titular resgatar, corrigir e orientar tópicos que serão muito importantes para nossa formação.

    As competências do professor necessariamente devem estar ligadas à aprendizagem das crianças, para isso é necessário a reflexão, a busca e o estudo durante o curso. Imbernón (2011) fala da ação, reflexão, ação. Ou seja, o professor identifica uma área de interesse, coleta informações e baseando-se na interpretação dos dados, realize as mudanças necessárias no ensino.

    Se a prática for pela prática, os objetivos da Educação Física estarão limitados. Se o acadêmico tiver essa consciência (refletir na ação ou sobre a ação) e realmente colocar em prática o que é ensinado no curso e suas relações, certamente fará a diferença nas escolas.

    Em seu Trabalho de Conclusão de Curso, em sua pesquisa, Frigeri (2012), destaca outros indicadores. É sobre a ética da formação do professor em assumir compromissos em seu meio social e moral na educação que comporta valores tanto individuais como sociais que são relativos. Nas entrevistas de Mariella (p.44) e Fermiano (p.44) apareceram que:

    Eu acredito que o professor pra conseguir hã... passar as coisas que realmente que ela quer que o aluno aprenda, tem que ter planejamento, postura, ética profissional.

    Tu não és professor só da escola, tu é professor 24 horas, isso eu entendo como uma competência, ser bem, sem bem respeitado pela sociedade, ser bem respeitado pelos alunos. (E14)

    Ainda Frigeri (2012) destaca o que os entrevistados falaram sobre as vivências do Estágio Supervisionado.

    Carlotta (p. 45) diz:

    [...] Assim, não me lembro de ter explicado assim de que maneira isso foi feito, mas a gente... eu no meu estágio trabalhei bastante com as aulas que os alunos pudessem participar mais, seriam as aulas abertas assim.

    E outro comentou (p. 45):

    [...] que posso dizer do meu estágio é que tive, que saber entender a turma em primeiro lugar e saber a hora de cobrar e a hora de deixar eles livres.

    Seguem mais dois relatos de acadêmicos do curso de Educação Física – Licenciatura sobre suas vivências de práticas de ensino.

    O início do meu estágio, tudo foi muito complicado, devido à pouca experiência e a preocupação. A preocupação se deu na questão de estar aplicando as atividades de modo correto ou não. Nas primeiras aulas, pude perceber que seria necessário planejar aulas com diversas atividades e conteúdos diversificados para manter os alunos estimulados e que a forma a qual aplicasse as atividades, que fosse chamar atenção de todos. (RA)

    Entretanto, a acadêmica (DB) relatou:

    Apesar de ter experiências com crianças menores, também senti insegurança sobre atividades adequadas para a faixa etária. Não sabia como as crianças iriam reagir na presença de uma outra professora.

    E ainda disse:

    As observações e as primeiras aulas foram momentos de conhecimento de ambas as partes (estagiário e aluno). Com o passar das aulas aplicadas, pude melhorar os planos de aula, trabalhando realmente o que observava que era necessário para aquela turma. (DB)

    Com relação ao conhecimento necessário para amenizar as dificuldades acima relatadas, esses acadêmicos, relataram que muitos não adquiriram no decorrer do curso.

    Quanto a isso recorremos a Morin:

    Ora, o conhecimento pertinente é o que é capaz de situar qualquer informação em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita. Podemos dizer até que o conhecimento progride não tanto por sofisticação, formulação e abstração, mas, principalmente, pela capacidade de contextualizar e englobar (2001, p. 15).

    Quanto a isso pode-se inferir que o conhecimento sobre as ações do estágio foram repassadas, entretanto, os acadêmicos não absorveram de maneira reflexiva sobre a prática ou seja, uma acadêmica realizou uma aula aberta mas não sabia explicar, o outro não sabia se estava aplicando as atividades corretamente ou não. Mas, o conteúdo de psicologia quanto às características dos alunos nas faixas etárias foram trabalhados.

    Para finalizar, Imbernón (2011 p.30) diz que:

    Os professores possuem um amplo corpo de conhecimentos e habilidades especializadas que adquirem durante um prolongado período de formação... emitem juízos e tomam decisões que aplicam a situações únicas e particulares com que se deparam na prática.

    Portanto, se os professores das disciplinas de estágios supervisionados estiverem presentes e atuantes com seus acadêmicos e quiserem oportunizar mudanças nas práticas educativas, essas realmente serão possíveis.

Conclusão

    A iniciativa de a professora titular do estágio ajudar na elaboração de alguns planos de aula pontuando as dificuldades motoras que a turma escolhida apresentava foi muito proveitoso.

    Ela mostrava vários caminhos, demonstrando as diferentes formas de elaborar o plano, visando o contexto proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Muitas vezes elaboramos os planos em grupos, sempre sanando as dúvidas com a professora. No final da aula todos os alunos ficavam com todos os planos dos diferentes grupos com diferentes faixas etárias e características motoras. Quanto ao desempenho da docência, o estágio foi de grande valia, com aprendizagens tanto teóricas como práticas. Aprendemos como adaptar a forma de trabalhar com o contexto onde nos encontrávamos, a maneira de aplicar os diferentes saberes para que todos aproveitassem sempre o máximo das aulas, soubemos administrar as diferentes realidades que existem nas escolas trabalhadas. Respeitar a individualidade de cada um dos alunos, ajudar na autoconfiança, motivar, foram outros princípios que focamos na docência. Obtivemos condições para elaborar aulas onde todos os alunos pudessem participar visando sempre à inclusão (fator primordial destacado no PCN). Adquirimos uma visão crítica, procurando observar as dificuldades das crianças e (re) aplicamos as atividades que pudessem desenvolver as habilidades que não estavam sendo desempenhadas. Superamos o medo e o nervosismo, conquistamos as turmas, conseguimos alterar os vícios da Educação Física do “só jogar futebol e pular corda”.

    Aqui ficou a mudança realizada por nós na nossa região. Mostramos que é possível realizar outro tipo de aula de Educação Física. Justificamos a nossa presença nessa fase de desenvolvimento da criança visto que as dificuldades que foram constatadas com mais freqüência como déficit de coordenação motora, esquema corporal, lateralidade foram auxiliados assim como problemas posturais como “joelho varo” e “joelho valgo” foram trabalhados em sala de aula. A partir do diagnóstico desses problemas foram planejadas atividades com auxílio da professora titular do estágio para contribuir no desenvolvimento de cada criança.

    Aprendemos muito e as regentes de classe também. As diretoras das escolas manifestaram por escrito o bom trabalho realizado pelos acadêmicos. Portanto foi possível realizar mudanças nas aulas de Educação Física.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 174 | Buenos Aires, Noviembre de 2012
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