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Capacitação em suporte básico de vida em uma Unidade de
Atenção Primária à Saúde (UAPS): um relato de experiência

Capacitación en soporte vital básico en una Unidad de Atención Primaria en Saludo (UAPS): relato de una experiencia

 

*Professor/a Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE

Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

**Enfermeiro graduado pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE

***Odontóloga graduada pela Universidade de Uberaba

(Brasil)

Christiane Borges Evangelista*

Ubiratam Lopes Correia**

Pedro Eleutério Santos Neto*

Aline Françoise Cardoso**

Enio Thalles Batista de Faria*

chrisborevan@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve por objetivo relatar a experiência de acadêmicos do curso de graduação em enfermagem na capacitação de equipes de saúde da família em ações de Suporte Básico de Vida em Montes Claros, MG, Brasil. As atividades foram desenvolvidas em uma unidade de atenção primária a saúde no ano de 2011. Foram utilizadas metodologias problematizadoras de ensino e aprendizagem. Houve participação ativa dos participantes ao longo das capacitações e sensibilização dos profissionais a respeito da importância do conhecimento adequado do tema.

          Unitermos: Suporte básico de vida. Atenção primária à saúde. Capacitação.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A emergência é definida como uma situação de agravo à saúde, com risco iminente de vida ou que cause intenso sofrimento ao paciente, exigindo rápida intervenção de pessoa sensibilizada ou qualificada a proceder com manobras que visem à manutenção das funções básicas de vida1,2.

    O tempo é fator determinante em situações emergenciais, a rapidez no início da assistência pode ser o limiar em muitas situações entre a vida e a morte, podendo reduzir as sequelas e o custo final do tratamento. Todos os serviços de saúde, entre eles a atenção básica, devem realizar acolhimento e atendimento das urgências.3,4

    Muitas vezes, os profissionais de saúde da atenção básica, por insegurança ou desconhecimento, ao se depararem com uma situação de urgência, têm o impulso de encaminhá-la rapidamente para unidade de maior complexidade, sem uma avaliação prévia e uma estabilização do quadro.3

    Sendo assim, o profissional da equipe de Saúde da Família precisa ser capaz de atuar com criatividade e senso crítico, mediante uma prática humanizada, competente e resolutiva em qualquer situação que envolve ações de promoção, prevenção, recuperação e de reabilitação, entre elas a urgência e emergência5.

    Diante do exposto torna-se imprescindível que o profissional da atenção primária esteja preparado para realizar os procedimentos referentes ao primeiro atendimento independente do agravo à saúde, com foco na estabilização e rápida identificação de comprometimento à vida. Sendo assim, este artigo busca relatar a experiência dos acadêmicos de enfermagem na capacitação de equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) nas ações de Suporte Básico de Vida.

Percurso metodológico

    O cenário do estudo foi uma Unidade de Atenção Primária a Saúde (UAPS) que abriga duas equipes da ESF do município de Montes Claros-MG e que serve de campo para o estágio curricular supervisionado do curso de graduação em enfermagem. Neste estágio, uma das atividades dos graduandos é a capacitação da equipe de saúde local. Sendo assim, foi levantado junto à equipe, temas de interesse do grupo, surgindo a necessidade de capacitação relacionada ao suporte básico de vida.

    As capacitações ocorreram no ano de 2011, ao longo de três meses, sendo realizado um encontro por mês, com duração total de 9 horas. Participaram das capacitações enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, técnicos de higiene bucal e servente de zeladoria das equipes da ESF totalizando 15 pessoas.

    Para melhor adequação da linguagem a ser utilizada nas capacitações, os participantes foram separados em dois grupos, sendo realizada a capacitação com os enfermeiros e técnicos de enfermagem em momento diferente dos demais profissionais da equipe. Durante todos os encontros, foi adotada a pedagogia problematizadora defendida por Freire,6,7 com discussão e aprofundamento teórico das experiências vividas na realidade. Pensando nisso, trabalhou-se com estudos de caso para a abordagem teórica dos assuntos. Logo, foi possível trabalhar a realidade mais concreta, valorizando as experiências do educando e desenvolvendo nele a capacidade de analisar criticamente uma situação e criar estratégias adequadas para sua solução6,7.

    Como recurso didático utilizou-se material audiovisual e bonecos para realização de oficina de práticas simulando situações reais encontradas no dia a dia.

Resultados e discussões

    No primeiro momento, foram discutidas com os acadêmicos, as principais situações de urgência e emergência a serem trabalhadas em nível da atenção primária e as referências bibliográficas a serem utilizadas.

    Foi então estabelecido um cronograma de atividades e definida a metodologia e o local da capacitação. Os temas trabalhados com a equipe de enfermagem foram: semiologia e semiotécnica, coleta e qualidade dos sinais vitais, conduta perante paciente grave e técnicas e cuidados com punção venosa periférica. Com os demais profissionais da equipe, foram trabalhados os temas: prevenção de acidentes no lar, noções de primeiros socorros: fraturas, entorses, queimaduras, intoxicações, crise convulsiva, técnicas de desengasgo, atendimento de emergência em trabalho de parto, suporte básico de vida em acidentes de trânsito, técnicas de imobilização de fraturas e contenção de hemorragias.

    Todos os temas abordados segundo relatos mostraram-se oportunos, oferecendo momentos de ampla discussão e de participação da equipe, os participantes tiveram oportunidade de tirar dúvidas, expressar seus receios e temores, além de relatar experiências próprias de situações extremas.

Durante os encontros, a equipe demonstrou grande interesse pelo assunto, fato esse evidenciado pela adesão à participação ativa da maioria, através de perguntas e exemplos de situações vivenciadas relacionadas aos temas abordados nos momentos das capacitações.

Considerações finais

    Sendo assim percebe-se a necessidade de educação permanente em ações relacionadas à urgência e emergência no nível da atenção primária, uma vez que quando se tem idéia dos danos causados à saúde e suas consequências, o trabalho de prevenção pode se tornar mais sistemático e eficaz. Após as capacitações, a própria equipe sentiu a necessidade de se verificar na UPAS os materiais e equipamentos disponíveis para utilização em situação de urgência e emergência. Acredita-se que a proposta, teve seus objetivos alcançados na sensibilização dos profissionais a respeito da importância do conhecimento adequado do tema.

Referências

  1. DIAS, AS. As representações da trajetória do atendimento de emergência para a vítima de trauma [Dissertação]. Universidade Federal do Paraná: Curitiba, 2004. [acesso em 09 jun 2012]. Disponível em: http://www.ppgenf.ufpr.br/Disserta%C3%A7%C3%A3oDias.pdf

  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2048/GM, de 5 de novembro de 2002. Política Nacional de Atenção às Urgências, Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

  3. TORRES, AAP; SANTANA PB. Enfrentamento das emergências pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Rev Enferm Saúde, Pelotas 2011;1(1):107-12.

  4. PASCHOAL, AS; MANTOVANI, MF; LACERDA, MR. A educação permanente em enfermagem: subsídios para a prática profissional. Rev. Gaúcha Enferm, Porto Alegre, v. 27, n. 3, p. 337-343, set 2006.

  5. BRASIL. Ministério da Saúde. Treinamento Introdutório/Milton Menezes da Costa Neto, Brasília: Ministério da Saúde; Secretaria de Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica, 2000.

  6. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

  7. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido: 11ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

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