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Efeitos da atividade física no tratamento da obesidade

Efectos de la actividad física en el tratamiento de la obesidad

 

*Graduada em Bacharelado em Educação Física

Universidade Federal de Santa Catarina

**Graduada em Educação Física. Mestre em Psicologia

Universidade Federal de Santa Catarina

(Brasil)

Fernanda Reinert Rodrigues*

fernanda_reinert@hotmail.com

Patrícia Barbosa Martins Trichês**

patriciatriches@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo é uma revisão de literatura que tem como objetivo de descrever os efeitos da atividade física no tratamento da obesidade. A obesidade é uma doença que pode desencadear diversas condições prejudiciais à saúde. Com a prática regular de atividade física, indivíduos obesos podem se beneficiar com a perda de peso, prevenção de doenças, entre outros.

          Unitermos: Atividade física. Obesidade. Saúde.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A obesidade tem sido reconhecida como um dos mais sérios desafios de saúde pública e estratégias para a prevenção e tratamento da mesma são uma prioridade de saúde pública na atualidade. Dados que revelam o aumento do sobrepeso e obesidade são de grande preocupação, pela associação demonstrada à inúmeras condições crônicas de saúde, que incluem: doença cardiovascular, diabetes e vários tipos de câncer (NATIONAL INSTITUTES OF HEATH, 1998).

    Conceitualmente a obesidade pode ser considerada como um acúmulo de tecido gorduroso por todo o corpo, causado por doenças genéticas ou endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FERNANDEZ et al, 2004). A obesidade pode ser considerada uma alta porcentagem de gordura corporal, usualmente >25% para homens e >32% para mulheres. Isso corresponde a valores do IMC de 27,8 para homens e 27,3 para mulheres (LOHMAN, 1993).

    A inatividade física é a maior causa de obesidade nos Estados Unidos. De fato, a inatividade pode ser um fator mais significativo no desenvolvimento da obesidade do que a ingestão calórica em excesso.

Obesidade

    A epidemia da obesidade parece ter aumentado devido ao aumento de peso gradual da população. De acordo com a World Health Organization (2005), o número pessoas com sobrepeso e obesidade mundialmente irá aumentar para 1.5 bilhões em 2015 se as tendências continuarem.

    A obesidade pode tanto constituir um fator de risco primário para a coronariopatia, como pode exercer sua influência por meio de outros fatores de risco, como a hipertensão, o diabetes, menor concentração plasmática de colesterol de alta densidade (HDL) e de hipercolesterolemia (ITALLIE, 1985).

    A obesidade também traz conseqüências sociais e psicológicas em potencial. A população de pacientes obesos representa um alvo excelente para os meios de comunicação de massa, que promovem a imagem de esbeltez e de como a gordura é indesejável. A sociedade freqüentemente encara o indivíduo obeso como uma pessoa indulgente em excesso e incapaz de se autocontrolar (ITALLIE, 1985).

    O ganho de peso que leva à obesidade é o resultado de um desequilíbrio energético, onde a ingestão energética excede o gasto energético sobre algum período de tempo que, associado a outros maus hábitos alimentares e ao sedentarismo, agravam ainda mais esse mal.

    Quando o gasto energético é igual ao consumo energético, teoricamente o peso do corpo se manterá - que deve ser a meta inicial da prevenção de ganho de peso ou reganho após perda de peso. Entretanto, para promover perda de peso, é necessário criar um desequilíbrio energético que promova um déficit de energia (JAKICIC; OTTO).

Atividade física e obesidade

    Evidências científicas averiguam a importância da atividade física como um recurso fundamental no processo preventivo de doenças, melhora dos níveis de aptidão física, diminuição dos percentuais de gordura corporal, manutenção das capacidades funcionais (MATSUDO et al., 2004; CAPODAGLIO et al., 2006;). A atividade física, em contraste à obesidade, não é simples de mensurar por ser um comportamento complexo e multidimensional (WAREHAM; RENNIE, 1998).

    Estilos de vida sedentários podem indiretamente resultar em cosumo energético mais alto pela habilidade reduzida de regular o balanço energético, por exemplo (PRENTICE; JEBB, 2004); níveis baixos de atividade física ocorrem no contexto de um ambiente "automatizado" e baseado no uso de automóveis que podem conduzir a um estilo de vida sedentário (EPSTEIN; SAELENS, 2000).

    A atividade física na forma de exercício estruturado promove a criação de um déficit energético pelo aumento total do gasto energético, podendo promover perda de peso. Desequilíbrios crônicos entre o consumo energético e o gasto energético levam ao estoque de excesso de energia na forma de triglicerídeos no tecido adiposo (FLEGAL, 2009, GORAN, 2001).

    A atividade física tem o poder de melhorar a força muscular e massa muscular. Além disso, mesmo sem modificações corporais significativas, a atividade física melhora o desempenho físico no que diz respeito a obesidade (GORAN, 2001), o que sugere que a força muscular destes indivíduos pode ser melhorada.

    A prática de atividade física pode influenciar a gordura corporal através de três maneiras (VIANNA; DAMASCENO, 2004): aumento do gasto total de energia, equilíbrio no balanço dos macronutrientes (em particular das gorduras) e ajuste entre a energia ingerida e a gasta.

    Para aproveitar os benefícios da atividade física para o controle de peso, indivíduos necessitam participar em níveis adequados de atividade física. É comumente aceitado que o equivalente de pelo menos 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada é necessária para realizar melhoras na saúde como um todo (US DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1996; PATE et al., 1995). Entretanto, altos níveis de atividade física podem ser necessários para melhorar a perda de peso à longo prazo (BLAIR, LaMONTE, NICHAMAN, 2004).

Considerações finais

    A partir do pressuposto que a atividade física é benéfica para a prevenção e o tratamento da obesidade, se faz necessário a realização de intervenções na área da saúde para uma maior promoção da prática de atividade física em todos os âmbitos da sociedade.

    Indivíduos obesos devem participar de programas de exercício físico e devem incorporar a prática de atividade física em seu dia-dia. A adoção de um estilo de vida saudável através de mudanças de comportamento irá trazer grandes benefícios à saúde de indivíduos com sobrepeso e obesidade (ex: utilizar bicicleta ou caminhada como meio de transporte, subir escadas em vez de usar o elevador, tempo de lazer ativo).

    Um cuidado especial deve ser dado à frequência, intensidade e duração durante a prática de exercícios físicos, a fim de potencializar os benefícios que a atividade física pode trazer, principalmente no que diz respeito ao balanço energético e manutenção da massa magra.

Referências

  • BLAIR, S.N., LaMONTE, M.J, NICHAMAN, M.Z. The evolution of physical activity recommendations: how much is enough? Am J Clin Nutr; v.79, p. 913-920, 2004.

  • EPSTEIN, L.H.; SAELENS, B.E. Behavioral economics of obesity: food intake evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. The Evidence Report Obes Res. v.6, p.51–209, 1998.

  • FERNANDEZ, A.C. et al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.10, p.152-158, 2004.

  • FLEGAL, K. M. The obesity epidemic in children and adults: current evidence and research issues. Med. Sci. Sports Exerc. v.31(Suppl. 11), p.509 –514, 1999.

  • GORAN, M. I. Metabolic precursors and effects of obesity in children: a decade progress, 1990–1999. Am. J. Clin. Nutr. v.73, p.158 –171, 2001.

  • GORAN, M. et al. Total body fat does not influence maximal aerobic capacity. Int. J. Obes. v.24, p.841-848, 2000.

  • ITALLIE, T.B.: Health implications for overweight and obesity in the United States. Ann. Intern. Med. 103:983-988, 1985.

  • JAKICIC, J. M., OTTO, A.D. Physical activity considerations for the treatment and prevention of obesity. The American Journal of Clinical Nutrition, v.82, p.226-229, 2005.

  • LOHMAN, T .G. Multicomponent models in body composition research: opportunities and pitfalls. In Human body compositions, eds. K.J. Ellis and J.D. Eastman. New York, Plenum Press, p.53-58, 1993.

  • MATSUDO, S. M et al. Estudo longitudinal-tracking de 4 anos - da aptidão física de mulheres da maioridade fisicamente ativos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. v.12, n.3,p.47-52, 2004.

  • NATIONAL INSTITUTES OF HEALH. Clinical guidelines on the identification, and energy expenditure. In: Bickel WK, Vuchinich RE, eds. Reframing Health Behavior Change with Behavioral Economics. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates; 2000.

  • PATE, R.R et al. Physical activity and public health: a recommendation from the Centers for Disease and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA, v.273, p.402–7, 1995.

  • PRENTICE, A.; JEBB, S. Energy intake/physical activity interactions in the homeostasis of body weight regulation. Nutr Rev. v.62, p.98–104, 2004.

  • US DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Physical activity and health: a report of the Surgeon General. Atlanta: US Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, 1996.

  • VIANNA, J.M; DAMASCENO, V.O. Obesidade e Diabetes: Prescrição de Exercícios. R. Min. Educação Física, Viçosa, v.12, n.2, p.39-58, 2004.

  • WAREHAM, N.J.; RENNIE, K.L. The assessment of physical activity in individuals and populations: Why try to be more precise about how physical activity is assessed? International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v.22, p.30–38, 1998.

  • WORLD HEALTH ORGANIZATION. Risk Factor Projects. Overweight and Obesity. 2005. Disponível em: http://www.who.int/chp/chronic_disease_ report/part2_ch1/en/index16.html. Acesso: 21 setembro de 2012.

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