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Estudo comparativo do consumo de oxigênio em atletas de futebol
profissional e sub 20, durante o teste de esforço progressivo. Uma
análise das novas tendências da preparação física do futebol brasileiro

Estudio comparativo del consumo de oxigeno en jugadores de fútbol profesional y sub 20, durante el test 

de esfuerzo progresivo. Un análisis de las nuevas tendencias de la preparación física del fútbol brasileño

 

*Faculdade de Educação e Artes FEA. Curso de Educação Física

**Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento – IP&D

Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP

(Brasil)

Fabiano de Barros Souza* **

Cleyton Santos*

Juliana Lyon*

Leonardo Moreira**

Rodrigo Osório**

fabiano@univap.br

 

 

 

 

Resumo
          O consumo de oxigênio é um importante indicador da condição cardiorrespiratória em vários indivíduos, especialmente em atletas. A Ergoespirometria é realizada através da análise de variáveis expiratórias que avalia o desempenho da capacidade funcional de um indivíduo. O objetivo do presente estudo foi avaliar as possíveis diferenças entre as variáveis respiratórias obtidas para jogadores de futebol profissional e sub 20. O estudo envolveu 45 atletas do sexo masculino, sendo 15 profissionais, com idade média de 23 anos e 30 atletas da categoria sub 20, com idade média de 17. Os atletas foram submetidos a um protocolo de avaliação cardiorrespiratória progressiva empregando o método ergoespirométrico, concluímos que houve uma diferença significativa entre os resultados obtidos para juniores e atletas profissionais.

          Unitermos: Ergoespirometria. Futebol. VO2. Engenharia biomédica.

 

Abstract

          The oxygen consumption is an important indicator of the cardiorespiratory condition in several individuals, especially athletes. Ergoespirometry through the analyses of expiratory variables evaluates the performance of the functional ability of an individual. The aim of the present study was to evaluate the possible differences between the respiratory variables obtained for professional and junior soccer players. The study involved 45 male athletes, being 15 professional, with mean age of 23 years and 30 athletes of the junior category, with mean age of 17. The athletes were submitted to a protocol of progressive cardiorespiratoy evaluation employing the ergoespirometric method and we concluded that there was a significantly difference between the results obtained for juniors and professional athletes.

          Keywords: Ergoespirometry. Soccer. VO2. Biomedical engineering.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, a avaliação funcional de um atleta, visando um melhor desempenho se tornou uma ferramenta valiosa, já que o nível de exigência tem aumentado a cada dia. A avaliação é realizada através de testes que prevêem variáveis ventilatórias. Essas variáveis são extremamente significativas ao esporte, porque elas contribuem para uma avaliação mais eficaz da capacidade cardiorrespiratória, como, por exemplo, no consumo máximo de oxigênio (VO2 max) (1,3).

    O VO2 max é considerado um indicador de desempenho excelente, porque a capacidade do ser humano em realizar exercícios de longa duração depende fundamentalmente do metabolismo aeróbico. Considerando este fato, este tipo de avaliação é considerado um índice perfeitamente adequado como referência para classificar a capacidade funcional cardiorrespiratória, especialmente em atletas.

    Ergoespirometria é um método não-invasivo utilizado para avaliar o desempenho físico ou a capacidade funcional do indivíduo, unindo as análises dos gases expirados e variáveis respiratórias (4,6).

    É importante mencionar que a busca não-invasiva, ou pelo menos minimamente invasivos de análises bioquímicas e diagnóstico tem sido um ponto de preocupação para a área interdisciplinar conhecida como engenharia biomédica (12). Na verdade, a busca de métodos informativos que são menos traumáticos para o paciente melhora significativamente o bem-estar do indivíduo durante o teste, reduzindo o estresse e propiciando resultados mais confiáveis.

    A principal variável utilizada para determinar a capacidade cardiorrespiratória de um atleta é o consumo de oxigênio (VO2), que consiste em uma medida objetiva da capacidade funcional, isto é, a capacidade do organismo em oferecer e utilizar o oxigênio para produzir energia. Vale à pena acrescentar que este tipo de avaliação é acompanhada pelas análises da produção de dióxido de carbono (VCO2) (1).

    O presente estudo teve como objetivo verificar as possíveis diferenças entre as variáveis respiratórias obtidas por juniores e jogadores de futebol profissional. Na verdade, a diferença de idade associado a práticas diferentes quanto à preparação física pode apresentar discrepâncias nas condições cardiorrespiratórias quando os atletas juniores (sub 20) e adultos (atletas profissionais). Normalmente, no grupo júnior, os atletas são mais magros, porque eles estão na última fase de crescimento. Os atletas profissionais têm, obviamente, concluído esta fase de crescimento, e, devido à procura de um desempenho de alto nível, os atletas usam para ser submetida a uma intensa e até mesmo excessiva preparação física. Este trabalho visa especialmente o ganho de massa muscular, que é fundamental em um esporte de contato físico intenso, como no futebol. Na verdade, o ganho de massa muscular não é sempre seguido por um desenvolvimento cardiorrespiratório adequado para uma atividade que exige elevado nível de capacidade aeróbia e anaeróbia. É importante registrar que a diferença média de peso entre os atletas destes dois grupos é de 7,8 kg, o que ilustra a diferença biológica deste grupo.

    Apesar da relevância desse tipo de estudo, poucos artigos foram publicados centrando esta área interdisciplinar, o que denota uma falta de um tema importante para a medicina esportiva. De qualquer forma, os resultados obtidos são discutidos e correlacionados com a literatura disponível, visando contribuir para o avanço na compreensão sobre as diferentes condições fisiológicas em atletas de diferentes faixas de idade e, conseqüentemente, com diversas condições orgânicas.

Material e métodos

    O presente estudo foi desenvolvido no laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP).

    Quarenta e cinco atletas participarem do estudo. O primeiro grupo composto por 30 jovens que atuam como jogadores de futebol na categoria de juniores (sub-20), com idade média de 17 (± 0,8) anos e peso médio de 68,8 (± 8,1) kg. O segundo grupo era formado por 15 jogadores de futebol profissional, com idade média de 23 (± 2,9) anos e peso médio de 76,6 (± 8,2) kg.

    O VO2 foi avaliado de forma direta, com análises de gases, pela ergoespirometria. O analisador de gases empregado foi (Medgraphics), acoplado a um microcomputador e equipado com o software Elite (Micromed). O ergômetro utilizado nos testes ergoespirométricos era uma esteira elétrica (Super ATL, Inbrasport). O protocolo utilizado consistiu em velocidades progressivas com vários estágios de dois minutos de duração e inclinação de 3%. Este protocolo foi repetido até que o atleta chegou à exaustão, situação em que o teste foi concluído e classificado como máximo (pico).

    Para a análise estatística dos dados, o teste T de Student foi empregado, considerando um nível de significância de 5% (p <0,05).

Resultados e discussão

    Analisando a Tabela 1, pode-se observar que os atletas de futebol júnior tiveram o VO2 e o CO2 com valores de pico sempre abaixo dos valores máximos obtidos pelos atletas profissionais de futebol. Na verdade, os atletas profissionais apresentaram maior VO2 (p = 0,04) e valores de pico de CO2 (p = 0, 00001), quando comparados com atletas juniores.

Tabela 1. A média de valores obtidos para VO2 pico e CO2 em atletas juniores e profissionais de futebol

    Em um estudo desenvolvido por Mortimer et al. (5), a capacidade aeróbica (VO2 max) entre os atletas juniores foi de 58,2 mL.kg-1.min-1. No presente trabalho, a mesma categoria de atletas apresentou valores abaixo de 54,6 mL.kg-1.min-1. É importante considerar que a idade média dos jogadores de futebol júnior envolvidos em nosso estudo é um ano menor que a média de idade do grupo que participa dos trabalhos mencionados. Nossos resultados foram bastante semelhantes aos obtidos por Chamari et al. (9), que obtiveram valores entre 55 e 65 mL.kg-1.min-1 para os atletas juniores.

    Junior et al. (10), avaliaram os jogadores profissionais de futebol com idade média de 24,3 anos e os valores obtidos de 54,8 mL.kg-1.min-1, foram muito próximos aos obtidos para os atletas juniores em nosso estudo. No entanto, se esses resultados são comparados com os obtidos por atletas profissionais em nosso estudo, uma diferença considerável foi encontrada.

    Em seus estudos comparando as diferentes posições dos jogadores de futebol, Campeiz et al (11) relataram resultados muito representativos, que, analisados em conjunto, apresentaram, para todo o grupo, um VO2 de 60,0-65,0 mL.kg-1.min-1 para os atletas com idade média de 22,2 anos. Em nosso trabalho, os atletas com idade média de 23,4 foi obtido um resultado inferior (57,6 mL.kg-1.min-1). Por outro lado, o trabalho publicado por Santos (6) apresenta os dados obtidos a partir de jogadores de futebol em nível profissional (de 1 º a 4 º divisão com média de idade de 24 anos) sobre o consumo de oxigênio (VO2), que foram semelhantes aos resultados registrados no presente trabalho. Em Santos,(6) encontraram valores na faixa de 53,8 e 58,1 mL.kg-1.min-1, indicando que a 4 º divisão, para atletas com idade média de 22,7 anos, os valores VO2 foram de 58,1 ± 4,7, enquanto que, em nosso trabalho, com idade média de 23,3 anos, o valor obtido foi de 57,6 ± 5.

    Os resultados obtidos por Lima et al. (1), em um trabalho com jogadores de futsal, são semelhantes aos nossos. Na verdade, Lima et al. (1) obteve um VO2 médio de 60 mL.kg-1.min-1, com idade média de 18 anos e no nosso grupo de juniores, o VO2 foi de 54,6 mL.kg-1.min-1. No entanto, é importante notar que o trabalho de Lima et al. (1) foi realizado com jogadores de futsal, mas Junior et al (10) compararam futsal e jogadores de futebol que leva a concluir que o VO2 são semelhante, apesar das diferenças entre as modalidades. Assim, não há erro em comparar nossos resultados com aqueles obtidos por Lima et al. (1), sendo importante salientar as diferenças entre os protocolos e equipamentos utilizados nos estudos.

Figure 1. Comparison between VO2 peak values (ml/kg,min) obtained for junior and professional categories

    O biotipo mais comum para jogadores profissionais de futebol futsal é significativamente diferente do biotipo de atletas de futebol, que, dependendo da situação específica de cada atleta, são mais altos e fisicamente mais fortes (12).

    Vale à pena lembrar que a maneira como foi realizado o teste, as diferenças no protocolo, a idade dos atletas e o nível competitivo das categorias devem ser observados, bem como a condição do atleta no dia da prova, porque essas variáveis podem causar alterações nos resultados obtidos.

    Novos trabalhos foram desenvolvidos levando em consideração a posição do jogador de futebol, uma vez que, dependendo da posição, a preparação física deve ser específica, especialmente na prática esportiva de alto nível, com o objetivo de concorrência. Um corredor, por exemplo, que atua durante um jogo de futebol como jogador de ataque deve desenvolver habilidades e movimentos em relação aos jogadores que atuam na lateral ou no centro do campo. Na verdade, a preparação física dos jogadores mencionados deve ser cuidadosamente planejada para um melhor desempenho. A explosão geralmente chamada de "física ou muscular", solicitada em pequenas tiragens de cerca de 30 a 40 metros, é fundamental para o jogador de ataque, mas o preparo físico de um jogador do campo lateral ou um jogador do centro de campo deve enfatizar a constância de desempenho em longas distâncias. Fazendo uma analogia, pode-se dizer que, no trabalho específico, o jogador de ataque deve ter a preparação de um corredor de provas curtas, como por exemplo, um corredor de 100 metros. Por outro lado, o jogador que atua na lateral ou centro do campo precisa de maior formação semelhante a um corredor de distâncias maiores (aproximadamente entre 10.000 e 15.000 metros). No alto nível as competições européias, "chips" ligados ao desgaste do jogador de futebol tem informado aos clubes de futebol e vários veículos da mídia sobre a distância alcançada pelos atletas em cada jogo. De fato, nestas avaliações, verificou-se que os jogadores que atuam predominantemente no centro do campo, executam uma média de 12.000 metros em cada jogo.

    Além disso, o modelo de preparação física é fundamental para evitar lesões musculares ou ósseas em atletas de alto nível. Considerando isso, é importante que o profissional que trabalha na preparação física apresenta o conhecimento específico dos princípios básicos da preparação cardiorrespiratória associada a cada esporte, incluindo o risco de lesões de cada atividade.

Figure 2. Comparison between CO2 peak values (ml/kg,min) obtained for junior and professional categories.

    Os resultados obtidos no presente trabalho demonstram que, para ambos, o adulto e a categoria juniores, as posições mais exigentes são as laterais e as dos jogadores de centro. Os estudos foram desenvolvidos avaliando o nível de demanda cardiorrespiratória, subdividindo os atletas juniores e adultos, através de sua posição. Este relatório é altamente relevante, considerando que o mais usual regime de tática, envolvendo a distribuição dos jogadores em campo e estilo de jogo desenvolvido por treinadores e educadores físicos no futebol brasileiro, são mais recente. Na verdade, o sistema tático mais empregado pela maioria dos treinadores sul-americanos, principalmente brasileiros, é o 4-4-2 tradicional. Este esquema de jogo se torna o principal substituto para o famoso "arranjo" clássico 4-3-3, que era a referência de base do futebol brasileiro antes de 1990. Provavelmente, esta transição ocorreu devido à derrota da seleção brasileira em Copa do Mundo, desde a conquista do tricampeonato em 1970, com especial ênfase para a vitória italiana famosa em 1982 (Itália 3x2 Brasil). Assim, de uma maneira lenta e gradual, a mentalidade dos treinadores brasileiros estava sendo influenciado significativamente para a proposta européia do chamado "futebol-força", que também é chamado "defensivo do futebol", ou simplesmente de futebol "de resultados". Na verdade, esta abordagem apresenta uma ênfase muito mais defensiva, predominando grande força física para dominar o processo de contato físico, com elevada preparação física, a fim de desenvolver uma recuperação mais eficaz da bola e corrida em alta velocidade nos contra-ataques. Obviamente, a base deste sistema de jogo seria uma preparação física extraordinária, envolvendo uma excelente condição aeróbia, juntamente com um alto desempenho anaeróbio. Essa ausência de vitórias do estilo ofensivo do futebol brasileiro, que alguns especialistas denominam "futebol-arte", que se caracteriza pelo ataque intenso e contínuo, visando alcançar a meta, originou um novo conceito no futebol brasileiro. Esta nova abordagem brasileira teve sua primeira fase, por volta de 1990, sendo que a defesa passa a ser o principal setor do campo para determinar o sucesso de uma equipe. Por conseguinte, a diminuição numérica o um atleta do setor ofensivo se tornaria o sistema defensivo significativamente mais forte do que o regime tático anterior. Na verdade, mais um jogador no centro do campo seria para proteger a seção de defesa e, indiretamente, poderia aumentar o chamado "volume de jogo", através da recuperação de bola mais eficiente. A rápida obtenção da bola seria um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento de contra-ataques com probabilidades significativas de sucesso, já que o adversário sem defesa seria a distribuição mais adequada. Esta tendência foi acentuada com a vitória brasileira na Copa do Mundo em 1994 (EUA), reforçando o predomínio de um esquema tático mais defensivo.

    Considerando este contexto complexo, a procura de preparação física, especialmente no futebol brasileiro, sofreu uma alteração profunda, já que o uso de dois e, às vezes três protetores da defesa (jogadores que atuam no centro do campo com as prioridades de defesa) inibiram a capacidade de criar um grande número de possibilidades e sobrecarregado os jogadores criativos que organizam a maior parte das oportunidades de ataque (que tradicionalmente é realizada com a camisa número 10, possivelmente em uma referência indireta ao Pelé, Zico, Maradona e, mais recentemente, Zidane). Este novo regime estratégico seria sustentável, com equilíbrio na relação centro-ataque, somente se a equipe tinha jogadores qualificados nas regiões laterais do campo com o nível de preparação física extraordinária. Esta demanda foi devido à necessidade de fugir do principal bloco defensivo da equipa adversária, o que, obviamente, era mais concentrada nas regiões centrais do campo, uma vez que o “matador”, excelente por apontar o gol diretamente a partir desta posição. Desta forma, o papel dos jogadores laterais precisa desenvolver uma função inicial defensiva e, num segundo momento, para avançar para o campo adversário para contribuir com a construção de oportunidades das regiões laterais do campo. Por outro lado, o combate "intenso", desenvolvida no centro de campo para espaços limitados torna esta região e seus respectivos agentes responsáveis igualmente sobrecarregadas. Desta forma, nos últimos anos, as posições de futebol que precisam de mais desempenho físico no futebol brasileiro são os laterais e os jogadores do centro.

    É interessante notar que os jogadores precisam de um ataque decisivo de explosão muscular em espaço pequeno do campo, como a 40 metros ou menos, apresentando uma necessidade menos significativa do ponto de vista da preparação física geral. Isso ocorre porque os treinadores brasileiros não necessitam de uma contribuição significativa de defesa desses jogadores, se estes atletas apresentam um ótimo desempenho nas possibilidades de eventual decisão do jogo. Esta vantagem aparente é permitida, em geral, com a justificação da necessidade da reserva de capacidade física de explosão em situações críticas que ocorrem entre 1 ou 3 vezes, aproximadamente, por jogo. Na verdade, 1 X 0 é um dos resultados mais comuns do futebol, indicando que, apesar de ser menos exigido fisicamente, o jogador de ataque recebe grande impulso para "resolver" os jogos, que, em um grande número das vezes, são muito equilibradas nos últimos dias. Um extraordinário exemplo dessa realidade é a atuação decisiva do famoso atacante, o jogador Ronaldo, chamado "o fenômeno", que no ano passado, jogando pelo Real Madrid, Milão e na seleção brasileira, apesar de estar sem a sua melhor condição física, era um dos jogadores mais determinantes de suas respectivas equipes em função da sua capacidade de concluir as oportunidades de ataque.

    Com exceção do goleiro, a defesa é a posição que menos tem explosão do ponto de vista da capacidade cardiorrespiratória. Isto ocorre devido, ao sistema de bloqueio consistente formado por jogadores do centro, que podem apresentar até cinco jogadores (4-5-1). Desta forma, um jogador de defesa que tem um bom posicionamento, mesmo com menor preparação física, podem apresentar um grande número de recuperação de bola. Além disso, a necessidade de força física significativa para os blocos de ar e contatos físicos, especialmente em situações críticas, como o canto, caracteriza um tipo físico mais forte, que é diferenciado dos jogadores de outras posições. Obviamente, o goleiro é a posição menos intenso sobre a capacidade cardiorrespiratória, mas, surpreendentemente, a diferença entre o seu VO2 e os respectivos valores dos jogadores de defesa não foi tão drástica. Este fato curioso pode ser associado à proibição relativamente recente em relação ao uso das mãos, quando a bola é devolvida por outros jogadores da mesma equipe. Com efeito, esta nova lei reforça a necessidade do goleiro realizar, praticamente, uma função semelhante à dos jogadores de defesa, sendo obrigado a jogar numa posição mais avançada em relação à meta e correr muito mais do que no passado. Este fato é acentuado em função da luta contra o "grande" e com a bola que já ocorre no processo de reposicionamento, estabelecendo, em vários casos, a necessidade de rápida utilização dos pés.

Conclusões

    No presente trabalho foi possível concluir que os juniores e categorias profissionais apresentam padrões diferentes de variáveis cardiorrespiratórias, denotando diferentes necessidades de preparação física, devido às características que são inerentes às respectivas faixas etárias, bem como as condições fisiológicas do cada grupo. No entanto, esta preparação distinta se refere a todos os atletas, porque a respeito dos estudos que envolva posições específicas, é claro que ambas as categorias apresentam exigências muito semelhantes. Realmente, jogadores do meio campo e da lateral são os mais solicitados em ambos os grupos. Este trabalho apresenta resultados interessantes para a medicina esportiva, principalmente em relação atletas preparação física, para profissionais e jovens, que possam servir como orientação para a educação física e ao profissional de fisioterapia à procura de um treinamento físico, que é mais adequado às necessidades do futebol moderno.

Referencias

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  10. Chamari K, Hachana Y, Kaoech F, et al. Endurance training and testing with the ball in young elite soccer players. Br J Sport Med, 2005; 39: 24-28.

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