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Comparação entre o índice de massa corpórea e 

porcentagem de gordura, e análise da relação cintura/quadril 

em desportistas de uma academia de São Paulo

Comparación entre el índice de masa corporal y el porcentaje de grasa y el análisis 

de la relación cintura/cadera en deportistas de un gimnasio de Sao Paulo

 

*Alunos do 7º semestre do curso de Nutrição

do Centro Universitário São Camilo

**Discente orientadora do Centro Universitário São Camilo

***Orientadoras da Academia Toshio Aquatics & Fitness

(Brasil)


Ana Beatriz Brandão Giuntoli*

anabeatrizbgiuntoli@hotmail.com

Kátia Outa*

Patrícia Maria Akagui Monteiro*

Priscila Yumi Monomi**

Stephanie Zapparoli de Moraes***

Tamara Stulbach***

stephaniezmoraes@gmail.com


 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Os fatores de risco da obesidade e do sobrepeso estão relacionados às mudanças no padrão alimentar e estilo de vida da população, somando à redução da atividade física. O método de pregas cutâneas, que tem baixo custo e praticidade de mensuração para determinação da porcentagem de gordura, embora não seja padrão-ouro para avaliar adiposidade, são considerados melhores indicadores de quantidade de gordura corporal do que o IMC. Objetivo: Comparar o índice de massa corpórea (IMC) com a porcentagem de gordura corporal, e verificar o risco de doenças cardiovasculares em freqüentadores de uma academia da Zona Sul de São Paulo. Materiais e métodos: As medidas utilizadas para o estudo foram: peso, altura, IMC, prega cutânea tricipital (PCT) prega cutânea subescapular (PCSE), prega cutânea suprailíaca (PCSI), prega cutânea abdominal (PA), porcentagem de gordura corporal total, circunferência da cintura (CC), circunferência quadril (CQ), relação cintura/quadril (RCQ). Resultados: Foram avaliados n=52, ambos os sexos, sendo possível verificar nos resultados do IMC, que há um numero maior das mulheres (82,9%) no quadro de eutrofia, e um número maior dos homens (53%) no quadro de sobrepeso. Quando analisado a porcentagem de gordura, verifica-se no total 71, 2% abaixo da média, e apresentam-se na média e acima da média, 35,3% dos homens avaliados. Comparando os resultados de IMC e porcentagem de gordura corpórea, é visto que o IMC não é um bom indicador de quantitativo de adiposidade corporal, podendo subestimar o percentual de gordura. A Relação Cintura/ Quadril é considerada uma das medidas mais eficiente na avaliação do risco cardiovascular. Dos indivíduos avaliados, 9,6% apresentam risco alto e 71,2% não apresentam risco para doença cardiovascular. Conclusão: O IMC não é um método preciso para diferenciar massa muscular e tecido adiposo, ou seja, pode mascarar os resultados e muitas vezes, o indivíduo está classificado em sobrepeso/ obeso, mas na verdade, o “excesso de peso” é massa magra adquirida pela atividade física. Já o método de porcentagem de gordura é mais preciso, pois é realizada uma avaliação antropométrica onde são medidas as dobras cutâneas necessárias para o diagnóstico.

          Unitermos: Musculação. Atividade física. Obesidade. Gordura abdominal. Antropometria.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    A prática de atividade física e a busca de uma alimentação saudável têm sido utilizadas a fim de se conseguir a imagem corporal perfeita (FILHO, 2007). A imagem corporal significa representações internas da estrutura corporal e aparên­cia física, em relação a nós mesmos e aos outros. Os indivíduos obesos apresentam imagens corporais negativas, e essa insatisfação tem sido um dos principais motivos que levam as pessoas a realizarem atividade física em busca de melhor aparência, o que faz aumentar a procura de academias, clubes ou centros de saúde (FERMINO, 2010).

    A atividade física é fundamental para qualquer faixa etária, podendo destacar os idosos que merecem atenção especial já que a demência e a depressão têm incapacitado idosos em todo o mundo por levarem à perda da independência e quase inevitavelmente da autonomia (BENEDETTI, 2008).

    Atualmente, muitos profissionais da área da saúde, estão interessados neste assunto, pois com exercício físico e com uma alimentação equilibrada, é possível atingir a meta do peso ideal. Hoje em dia, as pessoas estão mais preocupadas com a saúde, e estão sempre em busca de uma vida saudável, evitando assim, as doenças crônicas não transmissíveis (FERMINO, 2010).

    A obesidade integra o conjunto das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), incluindo ainda neste grupo: diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, infarto do miocárdio e alguns tipos de cânceres. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam as DCNT como responsáveis por 58,5% de todas as mortes e por 45,9% da carga global da morbidade adulta em todo o mundo (OLIVEIRA, 2009).

    Os fatores de risco da obesidade e do sobrepeso estão relacionados às mudanças sociais, culturais, ambientais e comportamentais, e especialmente nas mudanças no padrão alimentar e estilo de vida da população, somando à redução da atividade física, prática do tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Entre os determinantes biológicos destaca-se a idade, em especial a faixa etária dos 30 aos 50 anos (OLIVEIRA, 2009).

    De acordo com dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefô­nico (VIGITEL, 2008), no conjunto da população adulta das 27 ca­pitais brasileiras, a prevalência de inatividade física completa foi 26,3%, de excesso de peso foi 43,3% e de obesi­dade foram 13,5%. Além disso, em 2006 as DCNT foram responsáveis por 61% das mortes no Brasil.

    Muitos estudos têm apontado que a concentração de gordura na região abdominal, independentemente da gordura corporal total, é fator determinante de múltiplos distúrbios cardiovasculares e metabólicos. O aumento excessivo da gordura corporal está fortemente associado com o risco de morte, representando assim, um dos maiores problemas atuais de saúde pública (GROSSL, 2010).

    Para que a imagem corporal desejada se realize é necessário que algumas medidas sejam adotadas. Para acompanhar a evolução decorrente da pratica de atividade física e das mudanças de hábitos alimentares na academia é importante que além de observar o peso corporal do indivíduo, seja analisado periodicamente o perímetro e espessuras de dobras cutâneas. Algumas vantagens desse procedimento é o baixo custo e que não demora muito para realizá-lo (FILHO, 2007).

    O índice de massa corporal (IMC), desenvolvido por Quetelet em 1871, é um dos procedimentos mais usados para avaliação do excesso de peso e obesidade em estudos epidemiológicos. (GROSSL, 2010).

    Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), além da massa corporal e da estatura, devem ser medidos a circunferência da cintura (CC) e circunferência do quadril (CQ), pois o aumento da deposição de gordura abdominal na população pode fornecer um indicador sensível (WHO, 1995) (GROSSL, 2010). Apesar de não indicar quantidade e distribuição de gordura corporal, vários estudos demonstram sua importância na avaliação do risco de mortalidade (REZENDE, 2010).

    É importante ressaltar que as categorias de IMC de adultos não são diferenciadas segundo o sexo, além de abranger uma ampla faixa etária (20 a 59 anos). Um fator que limita a aplicação do IMC é que ele não é capaz de fornecer informações relacionadas com a compo­sição corporal. Pessoas com elevada quantidade de massa muscular podem apresentar elevado IMC, mesmo que a gordura corporal não seja excessiva (REZENDE 2010).

    A razão cintura-quadril (RCQ) é indicador de risco, pois o quadril inclui a gordura subcutânea pélvica, a massa muscular e o tamanho do osso pélvico horizontal. A circunferência abdominal (CA) também tem sido utilizada como um indicador da distribuição central da gordura corporal. Nesse sentido, os indicadores antropométricos têm como objetivo refletir o excesso de gordura corporal, esse fato se torna importante pela praticidade na utilização desses indicadores por profissionais na área da saúde (GROSSL, 2010).

    Os profissionais envolvidos em programas interdisciplinares para redução/controle da gordura corporal necessitam de ferramentas válidas para prescrever exercícios e monitorar a efetividade do programa em grandes grupos de praticantes, sobretudo quando o objetivo é a modificação na quantidade de gordura corporal. Assim pode-se dizer que os indicadores antropométricos (IMC, CC, RCQ e CA) possuem relação com o percentual de gordura corporal (% GC) em freqüentadores de academia de ambos os sexos (GROSSL, 2010).

2.     Objetivo

    Assim, o objetivo desse artigo é comparar o índice de massa corpórea (IMC) com a porcentagem de gordura corporal, e verificar o risco de doenças cardiovasculares em freqüentadores de uma academia da Zona Sul de São Paulo.

3.     Materiais e métodos

    O estudo foi realizado em uma academia, localizada na Zona Sul de São Paulo, no período de 30 de janeiro a 30 de março de 2012. Foram avaliados 52 adultos de ambos os sexos, com idade entre 18 a 60 anos que voluntariamente participaram do estudo.

    Dado a confirmação do local permitindo a realização do estudo, uma campanha de divulgação do trabalho foi criada para que todos os colaboradores ali fossem convidados a participar comparecendo no dia e lugar marcado para a avaliação antropométrica. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre esclarecido, e o trabalho foi aprovado pelo COEP n° 407/ 05.

    Os materiais utilizados foram uma balança digital portátil da Rahda, para averiguar o peso, uma fita métrica para medir a circunferência da cintura e do quadril e um adipômetro da SANNY para coletar as dobras cutâneas. A altura foi estimada pelos participantes.

    O grupo de pesquisadores se dividiu para que a dinâmica pudesse acontecer. Cada pesquisador ficou então responsável por uma tarefa. A planilha de coleta de dados continha todos os dados a serem levantados de forma que o pesquisador anotava cada medida realizada, garantindo a totalidade dos dados coletados. As alunas dividiram cada função (peso, altura e dobras), em estações.

    Estação 1: A primeira medida realizada foi o peso. Foi utilizada uma balança digital de marca Geratherm com capacidade para 180 kg, providenciada pelos pesquisadores na qual os alunos foram orientados a subirem na balança, onde o equipamento estava ligado e zerado antes do indivíduo subir sobre ele e em seguida o indivíduo foi colocado no centro da balança com o mínimo de roupa possível, descalço, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo. Ele foi mantido parado nessa posição e a leitura foi realizada após o valor do peso estar fixado no visor. As medidas de peso aplicaram-se as técnicas propostas pelo SISVAN (MS, 2004) para crianças maiores de dois anos, adolescentes e adultos. O pesquisador então registrava o peso e a estatura em sua planilha, na qual o sistema calculava imediatamente o valor do IMC e seguia para a estação seguinte.

    OMS (1995) para ambos os sexos:

    Estação 2: Nesta estação foram medidas a prega cutânea tricipital, prega cutânea abdominal, prega cutânea ilíaca e a prega cutânea escapular.

    Para a medição da prega cutânea tricipital (PCT – medida em mm) utilizou-se o ponto médio do braço direito. Separou-se levemente a prega do braço direito, desprendendo-a do tecido muscular, e aplicando o adipômetro da marca Sanny de propriedade de cada aluno. O braço estava relaxado e solto ao lado do corpo (CARDOSO, 2008). A prega cutânea tricipital foi verificada no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o olecrano, na região posterior do braço dos alunos. O indivíduo permaneceu com o braço relaxado, estendido e ligeiramente afastado do corpo. A prega cutânea subescapular foi verificada imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula na diagonal, formando um ângulo de 45° entre a prega e a coluna vertebral. Para a medição da prega cutânea suprailíaca a leitura foi feita 2 cm acima da crista ilíaca ao nível da linha media axilar. E a medida da prega cutânea abdominal foi realizada no ponto localizado 2 cm à direita da cicatriz umbilical, determinada paralelamente ao eixo longitudinal do corpo e na direção do eixo transversal

    Para obter a porcentagem de gordura utilizamos a fórmula de Faulkner, 1968:

    Valores de referências para percentuais de gordura corporal (para somatória das 4 dobras):

    Estação 3: Aqui foram medidas as circunferências da cintura e do quadril. A circunferência do quadril foi medida em centímetros, com fita métrica inelástica, no ponto onde se localiza o perímetro de maior extensão, entre o quadril e as nádegas, ou seja, na área de maior protuberância glútea. A circunferência da cintura foi medida em centímetros, com fita métrica inelástica, no ponto médio entre a crista ilíaca e a face externa da última costela, ou seja, na área de menor curvatura e a leitura foi feita no momento da expiração do aluno.

    Para cálculo da relação cintura e quadril aplicou-se a fórmula abaixo conforme sugere o Ministério da Saúde 2004.

    LOHMAN e col, 1988:

    As variáveis de estudo foram as medidas de: peso, altura, IMC, prega cutânea tricipital (PCT) prega cutânea subescapular (PCSE), prega cutânea suprailíaca (PCSI), prega cutânea abdominal (PA), porcentagem de gordura corporal total, circunferência da cintura (CC), circunferência quadril (CQ), relação cintura/quadril (RCQ).

    Em resposta aos alunos sobre a classificação das medidas, foi entregue um folder explicando os resultados.

4.     Resultados

4.1     IMC

Tabela 1. Distribuição da população estudada em número e porcentagem segundo gênero 

e estado nutricional de acordo com a classificação do IMC (OMS/95). São Paulo, SP, 2012

4.2     Porcentagem de Gordura

Tabela 2. Avaliação da população estudada em número e porcentagem segundo gênero e a 

classificação do estado nutricional avaliando % gordura (LOHMAM/1992). São Paulo SP, 2012

4.3     Relação Cintura/ Quadril

Tabela 3. Avaliação da população estudada em número e porcentagem segundo gênero e risco de doenças

 cardiovasculares avaliado pela relação cintura/quadril (LOHMAN E COL./1988). São Paulo SP, 2012

5.     Discussão

    Com base nos resultados obtidos, pode-ser afirmar que a maior parte das mulheres são eutróficas (82,9%), sendo que a maior parte dos homens está com sobrepeso (53%), como pode ser analisado na Tabela 1. Entretanto, é importante ressaltar que as mulheres tiveram uma participação muito mais significativa do que os homens, pois foram 35 mulheres avaliadas contra 17 homens.

    Estudos demonstraram limitações e evidenciam que não existe correlação precisa entre o IMC e a porcentagem de gordura corpórea, como por exemplo, indivíduos com IMC que apresentam-se dentro do padrão de normalidade, mas possuem uma quantidade de gordura corporal acima do ideal, confirmando relatos de que o IMC não é um bom indicador quantitativo de adiposidade corporal, podendo subestimar o percentual de gordura e classificar de forma errônea indivíduos com excesso de adiposidade. O mesmo pode ocorrer com indivíduos que possuem excesso de massa magra, que na classificação da OMS (2000) encontram-se na categoria de sobrepeso, e até obesidade. (COSTA ET AL., 2007; GLANER, 2005).

    Considerando ambos os sexos, mais da metade dos indivíduos avaliados estão eutróficos, contudo, quando se compara os resultados desse estudo com a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008-2009 verifica-se que os números não condizem. Levando em consideração os resultados da última POF, homens e mulheres adultos foram diagnosticados com excesso de peso, e no presente estudo aproximadamente quarenta e seis por cento dos homens e vinte e dois por cento das mulheres estão com sobrepeso, tendo um total de vinte e sete por cento de indivíduos com excesso de peso (MS, 2009).

    As regiões de prevalência de indivíduos com excesso de peso e obesidade da segundo a POF (2008-2009) são: Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos domicílios urbanos, estando de acordo com o local do estudo, pois foi feito no estado de São Paulo em uma área urbana. Mas, como o estudo foi realizado em uma academia do município de São Paulo, a maior parte dos indivíduos analisados são eutróficos, pois todos estão em busca de qualidade de vida.

    Pode-se observar na tabela 2, que a porcentagem de gordura analisada nos freqüentadores de academia apresentou-se em sua maioria abaixo da média (71,2%), podendo ser vista mais em mulheres (91,4%). Já nos homens, 12 participantes apresentaram classificação da porcentagem de gordura com média e acima da média, ambos com 35,3%.

    O aumento de gordura corporal, principalmente na região abdo­minal, observado com o aumento da idade pode tornar a utilização do IMC cada vez mais limitada na avaliação do estado nutricional, já que indivíduos com sobrepeso ou até mesmo eutróficos podem apresentar risco de alterações metabólicas devido a valores elevados de circunfe­rência da cintura (REZENDE, 2010).

    A Relação Cintura/ Quadril é considerada o indicador mais freqüentemente utilizado para identificar o tipo e a distribuição de gordura em avaliações individuais e coletivas, tem se mostrado superiores para identificar adiposidade visceral e, por conseguinte, desordens metabólicas e risco cardiovascular. A RCQ foi considerada uma das medidas mais eficiente na avaliação do risco cardiovascular (SANTOS, 2005).

    Na tabela 3, dos indivíduos que freqüentam a academia 5 (9,6%) apresentam risco alto de doenças cardiovasculares e 37 (71,2%) não apresentam nenhum risco. Das 52 pessoas avaliadas apenas 3 (17,6%) homens apresentam risco baixo, enquanto 6 (17,1%) mulheres apresentam o mesmo risco. Nenhuma mulher avaliada tem risco moderado, e 3 têm risco alto (8,6%). O restante de mulheres (74,3%) e de homens (64,7%) não tem riscos cardiovasculares.

    Na maioria das pesquisas foram utilizados como ponto de corte para a avaliação da RCQ, os valores que podem variar de 1,0 a 0,90 para homens e de 0,95 a 0,80 para mulheres. Porém, segundo a WHO, 2000, os valores: >1,0 em homens e >0,85 em mulheres, indicam o acúmulo de gordura abdominal.

    E em outro artigo foi utilizado como ponto de corte o valor de = 0,95 para homens e de = 0,80 para mulheres. E notou-se prevalência de RCQ elevada entre pessoas que não praticavam nenhuma atividade, principalmente entre mulheres na menopausa. Estudos demonstram que as mulheres que realizam atividade física apresentaram menor prevalência de RCQ aumentada (MACHADO, 2002).

    A RCQ elevada mostrou-se mais frequentemente associada a outros fatores de risco cardiovasculares ou socioeconômicos (colesterol elevado, inatividade física, baixa escolaridade) (MACHADO, 2002).

    Assim, é possível verificar que a comparação dos métodos de IMC e porcentagem de gordura corpórea utilizados para avaliar os freqüentadores da academia, apresentam resultados muito distintos. Em alguns indivíduos com o IMC que apresentam quadro de eutrofia, mas possuem quantidade de gordura acima da média, quando comparado com o resultado de porcentagem de gordura, mostra que o método IMC não é um bom indicador quantitativo de adiposidade corporal. O mesmo acontece, quando em alguns indivíduos o IMC resulta em sobrepeso/ obesidade, mas na verdade, quando é realizada a avaliação das dobras cutâneas, mostra que há muita massa magra e pouca adiposidade corporal, e assim, acaba elevando o peso da pessoa. Portanto, estudos mostram que o IMC não é um método preciso, pois acaba mascarando os resultados finais, e que um excelente indicador quantitativo de adiposidade corporal, é a porcentagem de gordura corpórea, onde os resultados finais são precisos.

6.     Conclusão

    Em relação aos freqüentadores da academia, foi-se observado que com o treinamento (musculação, ginástica ou natação), houve uma estimulação do tecido muscular, e consequentemente, um aumento na massa magra e diminuição do tecido adiposo.

    Pode-se verificar que os resultados de IMC e Porcentagem de Gordura, não são diretamente proporcionais, pois os 13 indivíduos que apresentam IMC classificado como sobrepeso (25–29,99) estão em uma quantidade maior, do que na classificação de porcentagem de gordura, onde apenas 9 indivíduos estão acima da média (homens: 16 – 24; mulheres: 24 – 31).

    O IMC não é um método preciso para diferenciar massa muscular e tecido adiposo, ou seja, pode mascarar os resultados e muitas vezes, o indivíduo está classificado em sobrepeso/ obeso, mas na verdade, o “excesso de peso” é massa magra adquirida pela atividade física. Já o método de porcentagem de gordura é um método preciso, pois é realizada uma avaliação antropométrica onde são medidas as dobras cutâneas necessárias para o diagnóstico.

    Os resultados em relação Cintura/ Quadril foram excelentes, onde 73% dos participantes da avaliação antropométrica estão classificados no quadro de sem risco para doenças cardiovasculares.

    Portanto, casa vez mais estudos comprovam que a prática de atividade física regular e alimentação balanceada são muito benéficas para saúde, pois diminuem o risco de doença cardíaca coronária e o risco de infarto; câncer de cólon; diabetes e pressão alta; ajuda a controlar o peso corporal; contribui para ossos, articulações e músculos sadios; ajuda a aliviar dores da artrite e diminui os sintomas de ansiedade, depressão.

Referências

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  • CARDOSO, Larissa Isis da Silva. Avaliação da qualidade dietética e do perfil antropométrico de jogadoras profissionais de voleibol da cidade de S. J. Campos, SP. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2008.

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  • FILHO, Albertino De O. et. al. Variabilidade intra-avaliador e inter-avaliadores de medidas antropométricas. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v.29, n.1, 2007.

  • GLANER, M. F. Índice de massa corporal como indicativo da gordura corporal comparado às dobras cutâneas. Rev Bras Med Esporte. 2005, vol.11, n.4, pp. 243-246.

  • GROSSL, Talita. Relação entre a gordura corporal e indicadores antropométricos em adultos freqüentadores de academia. Motricidade, São Paulo, v. 6, n. 2, p.35-45, 30 mar. 2010.

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