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Avaliação do estado nutricional, do conhecimento sobre suplementação nutricional e do uso de dietas da moda por praticantes de atividade física de uma Universidade do município de São Paulo

Evaluación del estado nutricional, del conocimiento sobre suplementación nutricional y del uso de dietas 

de moda por parte de practicantes de actividad física en una Universidad del Municipio de Sao Paulo

 

*Discente do Curso de Nutrição do Centro de Ciências Biológicas

e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie

**Docente do Curso de Nutrição e Coordenadora dos Estágios do Centro

de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Carolina Bezerra Arrais Escarso

Edeli Simioni de Abreu

edelisabreu@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A nutrição e atividade física possuem uma importante relação. Os temas da alimentação e da dieta estão presentes em todos os meios de comunicação. A divulgação na mídia acerca de diferentes suplementos nutricionais e seus possíveis benefícios é crescente. O objetivo desse estudo foi avaliar o estado nutricional, o conhecimento sobre suplementação nutricional e o uso de dietas da moda por praticantes de atividade física de uma Universidade do município de São Paulo. Trata-se de um estudo transversal em que foram levantados dados antropométricos e informações sobre conhecimento e consumo de suplementos e prática de dietas da moda. A amostra foi composta por praticantes de atividade física da modalidade musculação, de ambos os gêneros. Foram avaliados 60 indivíduos, sendo 73,3% do sexo masculino e 26,7% do sexo feminino, com idade média de 32,3 anos. 45,4% dos homens apresentaram sobrepeso, enquanto que 43,7% das mulheres estavam eutróficas e 43,7% apresentaram sobrepeso. Em relação à circunferência da cintura, 68,2% dos homens apresentaram baixo risco para doenças cardiovasculares, enquanto que, entre as mulheres, 75% apresentaram risco alto ou acima para doenças cardiovasculares. Cerca de 66% dos homens e 43,8% das mulheres relataram que não fizeram ou fazem nenhum tipo de dieta. Porém, 56,2% das mulheres e 34% dos homens disseram que fazem ou já fizeram algum tipo de dieta. 68,2% dos homens acham que suplementos alimentares fazem bem à saúde, porém, 56,2% das mulheres não acreditam que fazem bem à saúde. Em torno de 81,2% das mulheres e 54,5% dos homens relataram que Dietas da moda não são ótimas para perder peso. 72,7% dos homens e 62,5% das mulheres obtiveram as informações através da internet. Pode-se concluir que grande parte dos entrevistados apresentou sobrepeso, que as mulheres são mais adeptas de dietas da moda, enquanto os homens valorizam mais os suplementos alimentares. A internet foi meio de comunicação mais citado como fonte de informação sobre alimentação.

          Unitermos: Estado nutricional. Alimentação. Suplementação alimentar. Dietas da moda. Mídia.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    A nutrição e atividade física possuem uma importante relação, pois através de uma nutrição adequada e com equilibrada ingestão de todos os nutrientes, é possível melhorar a capacidade de rendimento do organismo e, também, contribui para a redução de alguns fatores de risco como: aumento de peso corporal e a quantidade de gordura, elevadas taxas de colesterol total e suas frações, hipertensão, diminuição das funções cardiovasculares e estresse, que aumenta cada dia (PEREIRA; CABRAL, 2004).

    É imprescindível o conhecimento da importância dos hábitos de saúde e da prática de atividade física regular para a manutenção da saúde (BRAGGION et al., 2000).

    Os praticantes de atividade física tendem a buscar uma melhora da aparência física, sendo um fenômeno sociocultural, às vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional. Os principais motivos pelos quais pessoas iniciem programas de atividade física são a insatisfação com o próprio corpo ou mesmo pela imagem que se tem dele e pela valorização exacerbada de baixos níveis de gordura corporal (COSTA et al., 2007).

    As academias de ginástica são consideradas como locais que são culturalmente escolhidos para cuidar do corpo e obter padrões estéticos esteriotipados na sociedade. Assim, observa-se nas academias que, apesar dos indivíduos estarem dentro dos valores de Índice de Massa Corporal (IMC) e percentual de gordura adequado para a manutenção da saúde, ainda sim existe a insatisfação com a imagem corporal e os mesmos buscam um ideal de tipo físico (DAMASCENO et al., 2006).

    No caso dos homens, a preocupação excessiva com o corpo se manifesta de maneira diferente das mulheres, os mesmos chamam atenção para um novo quadro denominado vigorexia. Os indivíduos acometidos pela vigorexia se descrevem como fracos e pequenos, quando na realidade são extremamente fortes e musculosos. Estes pacientes, em sua maioria, utilizam esteróides anabolizantes, dietas hiper-protéicas e suplementos à base de aminoácidos com intuito de maior ganho de massa muscular. Normalmente, estes indivíduos praticam atividade física excessiva, o que pode ocasionar em prejuízos em seu convívio social. Além disso, não praticam atividades aeróbias, pois temem perder massa muscular (COSTA et al., 2007).

    Por outro lado, no caso das mulheres, o ideal de corpo perfeito que é proposto pela sociedade e veiculado pela mídia leva as mulheres à insatisfação crônica com seu corpo, culpando-se, na maioria das vezes, por quilos a mais, ou adotando dietas altamente restritivas e exercícios físicos para compensar as calorias ingeridas em excesso, para tentar se aproximar ao modelo cultural vigente (GONÇALVES et al., 2008).

    Em sua busca para alcançar os rígidos padrões de beleza, as mulheres têm se lançado à prática dos mais variados tipos de dietas para o emagrecimento, por exemplo. A procura por tais dietas tem aumentado cada vez mais entre jovens (CARVALHO, 2008).

    O termo dieta tem sido mal utilizado sendo associado ao castigo ou a privação de alimentos, principalmente aqueles que agradam o paladar. A palavra dieta tem origem grega, cujo significado verdadeiro é ”manter-se saudável” e “qualidade de vida”. Nos últimos anos, os alimentos considerados saudáveis, como frutas, hortaliças, grãos e etc., têm sido associados à dieta e, por muitas vezes, soa entendidos como obrigatórios para o indivíduo que precisa perder peso. Porém, os alimentos ricos em gordura, açúcar e industrializados, são aqueles associados a prazer e, não fazem parte do processo de “fazer dieta”. Com este raciocínio, as pessoas foram levadas a adotarem dois comportamentos distintos frente aos alimentos, ou seja, se estão seguindo uma dieta para perda de peso, os alimentos classificados como saborosos são proibidos e os alimentos saudáveis assumem um cunho obrigatório. Com essa condição, a dieta torna-se insuportável e induz o indivíduo a abandonar o tratamento (LOTTENBERG, 2006).

    As dietas restritivas para o tratamento da obesidade, por exemplo, foram utilizadas amplamente nas décadas de 50 e 60 e, proporcionavam perda de peso em torno de 1 kg / dia no primeiro mês e, posteriormente 0,5 kg / dia. Por volta dos primeiros anos da década de 70, as dietas hiperprotéicas e hipoglicídicas foram bem valorizadas e nos anos 80 surgiu a segunda geração de dietas, as dietas de “pouquíssimas calorias” para tratar a obesidade mórbida, sendo oferecidas aos pacientes dietas de 450 a 500 kcal / dia que, depois de um tempo, passava para 800 kcal / dia (STRINGHINI et al., 2007).

    A aderência a estas dietas é grande, inicialmente, mas a continuidade não é mantida em longo prazo, pois não retratam o cotidiano das pessoas. O sucesso das dietas da moda atribui-se à motivação inicial das pessoas pelo contato com algo novo e aos fracassos das tentativas anteriores (LOTTENBERG, 2006).

    Moda significa algo passageiro, do momento, que por onde passa adquire seguidores, por ser fácil e bastante convidativa, assim, deve-se ressaltar que em cada época surgem dietas da moda, como a solução final para problemas de âmbito nutricional. O ideal seria que estas dietas da moda fossem adequadas aos padrões nutricionais estabelecidos, que apresentassem fundamento na sua elaboração e que o indivíduo fosse acompanhado por um profissional nutricionista que limitaria o tempo de uso desta dieta bem como o auxiliaria na reeducação alimentar (STRINGHINI et al., 2007).

    Os temas da alimentação e da dieta estão presentes em todos os meios de comunicação, assim como os anúncios e propagandas de diversos tipos de produtos alimentares (SANTOS, 2007).

    Os meios de comunicação influenciam o consumo de alimentos, pois a alimentação engloba tanto a necessidade quanto o desejo do indivíduo. A televisão é o meio de comunicação mais utilizado para o entretenimento e a educação, representando uma grande fonte de informações sobre o mundo e transmitindo aos mais diversos lugares dados sobre como as pessoas se comportam, se vestem, o que pensam e como aparentam ser e, principalmente, como se alimentam (MIOTTO; OLIVEIRA, 2006).

    O marketing utilizado na divulgação de dietas, tanto na imprensa escrita quanto falada, é muito grande, envolvendo uma série de ilusões aos indivíduos, sendo a principal delas, a promessa de perda rápida de peso. Além de as dietas da moda não estimularem hábitos saudáveis e serem frustrantes, podem em longo prazo, comprometer a saúde dos indivíduos sobre vários aspectos, inclusive o estado nutricional do mesmo (LOTTENBERG, 2006).

    O estado nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas, para manter a composição e funções adequadas do organismo, resultando do equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes. As alterações do estado nutricional contribuem para o aumento da morbi-mortalidade. Sendo assim, a desnutrição predispõe a uma série de complicações graves, incluindo a tendência à infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais, diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico (ACUñA; CRUZ, 2004).

    Dentre as varias formas de avaliação do estado nutricional, em estudos clínicos e principalmente em estudos populacionais, as medidas antropométricas (massa corporal, estatura, circunferências e dobras cutâneas) são as mais utilizadas, podendo estimar a gordura subcutânea ou a reserva muscular, em determinados locais do corpo, de forma razoavelmente acurada. Tais medidas são de baixo custo e de fácil execução, quando comparadas a outros métodos de avaliação (MARUCCI; BARBOSA, 2003).

    Por outro lado, Mello (2002) aborda que se deve utilizar o método de avaliação do estado nutricional aquele que melhor detectar o problema nutricional da população em estudo e/ou aqueles para os quais os pesquisadores tenham maior treinamento técnico.

    Uma avaliação do estado nutricional deveria ser rotineira como parte da atenção primaria à saúde no sentido de prevenir o desenvolvimento de quadros mórbidos diversos, além de importante indicador no estabelecimento de atividades educacionais e de intervenção nutricional (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006).

    A correta ingestão de nutrientes em uma dieta balanceada é essencial não apenas para o indivíduo normal, como também assume especial importância para atletas em suas diversas modalidades esportivas, atendendo às necessidades específicas no treino e das competições (GONÇALVES et al., 2007).

    A alimentação deve suprir a demanda energética assim como garantir o balanço hídrico, balanço de nutrientes, balanço vitamínico e o balanço mineral. Em praticantes de atividade física e em atletas, a alimentação é ainda mais importante, pois a nutrição inadequada às necessidades específicas de cada sujeito pode prejudicar a saúde e o desempenho dos mesmos durante o processo de treinamento físico (LOLLO et al., 2004).

    A nutrição bem equilibrada pode reduzir a fadiga, lesões, ou repará-las rapidamente, otimizar os depósitos de energia e para saúde geral do indivíduo. Dentro dessa visão, os macros e micronutrientes ditos ergogênicos têm sido utilizados pelos alunos das academias de ginástica visando melhorar o seu desempenho e, concomitantemente, a estética. O termo ergogênico é derivado de duas palavras gregas “ergon” (trabalho) e “gennan” (produzir). Diante desse conceito, uma substância ergogênica poderá melhorar ou intensificar a capacidade de trabalho em indivíduos sadios e que eliminam a sensação dos sintomas de cansaço e fadiga física e mental, dessa forma potencializando o desempenho. Porém, algumas substâncias ditas ergogênicas podem produzir um efeito chamado de ergolíticos, efeitos prejudiciais sobre o rendimento. Entretanto, para uma substância ser legitimamente classificada como ergogênica, ela deve comprovadamente melhorar o desempenho (SANTOS; SANTOS, 2002).

    É fato que uma nutrição adequada é fundamental para um melhor desempenho físico associado à melhoria do rendimento, diminuição da fadiga e ainda evitando a perda de massa magra, porém devido às dificuldades que as pessoas encontram hoje em dia, em se alimentar corretamente, cresce o interesse de fabricantes de produtos que prometem os mesmos benefícios de uma alimentação adequada, ou seja, suplementos alimentares (PEDROSA et al., 2010).

    O suplemento tem um destaque primordial, talvez por falta de legislação rigorosa que autorize a sua venda sem receita médica, ou devido indústrias lançarem constantemente no mercado produtos ditos ergogênicos prometendo efeitos imediatos e eficazes (SANTOS; SANTOS, 2002).

    Os suplementos alimentares surgiram há quatro décadas, destinados às pessoas que não conseguem suprir suas necessidades nutricionais somente com a alimentação. No Brasil, a portaria n°. 222 de março de 1998, aprovam o regulamento técnico referente a alimentos para praticantes de atividade física, referindo-se a suplementos como alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física, desde que não apresentem ação tóxica ou terapêutica. Nos últimos 15 anos a indústria de suplementos dietéticos tem demonstrado uma ampla expansão, devido ao aumento da procura, só no ano de 2000 cresceu mais de 10 bilhões de dólares. Embora alguns suplementos promovam benefícios para praticantes de atividades físicas e atletas, a suplementação deve ser realizada de maneira adequada e acompanhada por profissionais capacitados, que estarão aliando a suplementação à dieta, e não substituindo alimentos por suplementos (PEDROSA et al., 2010).

    A divulgação na mídia acerca de diferentes suplementos nutricionais e seus possíveis benefícios os quais, na maioria das vezes, não tem efeito comprovado cientificamente, é crescente. Este fato pode influenciar a demanda desses produtos (CHAUD; MARCHIONI, 2004).

    Desse modo, o objetivo desse estudo foi avaliar o estado nutricional, o conhecimento sobre suplementação nutricional e o uso de dietas da moda por praticantes de atividade física de uma academia de ginástica de uma Universidade do município de São Paulo.

Metodologia

    Realizou-se um estudo descritivo transversal com coleta de dados primários. A amostra foi composta por praticantes de atividade física da modalidade musculação, de ambos os gêneros. Os praticantes que compuserem a amostra foram informados previamente das medidas que seriam realizadas e se submeteram voluntariamente ao estudo depois de devidamente esclarecidos sobre seus procedimentos e após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados foi realizada em uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, no mês de outubro de 2011.

    Os dados foram coletados em um dia habitual de treino. Com a finalidade de avaliar o estado nutricional através do Índice de Massa Corporal (IMC) com classificação proposta pela OMS (1997), da circunferência da cintura (CC), que foram aferidas pela pesquisadora através de uma anamnese que, também, continha questões de múltipla escolha sobre o consumo de suplementos (tipo de suplemento, indicação do produto) e dados sobre a alimentação e a prática de dietas da moda, além de o conhecimento sobre suplementação que foi avaliado através de um questionário elaborado pela pesquisadora. Porém, é importante ressaltar que, os participantes desta pesquisa puderam escolher por mais de uma opção nas questões onde continham mais de uma opção como resposta. O risco para doença cardiovascular foi classificado a partir dos resultados obtidos da circunferência da cintura (CC) que foi classificada conforme as normas da OMS (1997) que classifica a CC, para mulheres, ≤ 80 cm um baixo risco para doença cardiovascular, ³ 80cm um risco alto para doença cardiovascular e ³ 88cm como um risco muito alto e, para homens, ≤ 94cm um baixo risco para doença cardiovascular, ³ 94cm um risco alto e ³ 102cm como um risco muito alto para doença cardiovascular.

    Para organizar os dados, a tabulação das informações coletadas, foram tabuladas utilizando o programa Microsoft Excel versão 2003. O programa Microsoft Word 2003 foi utilizado para a organização de gráficos e tabelas e redação do trabalho final.

Resultados e discussão

    Foram avaliados 60 indivíduos, praticantes de atividade física, sendo 73,3% (n= 44) do sexo masculino e, 26,7% (n= 16) do sexo feminino, com idade média de 32,3 anos. A média do tempo de treino foi de 73,7 minutos por sessão.

    Valores próximos a este foram encontrados em um estudo realizado em academias de musculação em Porto Velho por Pedrosa et al., (2010), onde, dos 191 indivíduos entrevistados, 60% (n= 115) eram do sexo masculino e 40% (n= 76) do sexo feminino. E, num estudo realizado por Pereira e Cabral (2007) em uma academia de musculação em Recife, a idade média obtida entre os praticantes foi de 30,5 anos.

    Vale ressaltar que, há alguns anos atrás, a musculação só tinha adeptos masculinos, porém, tendo em vista os resultados obtidos no presente estudo e, também, no estudo realizado por Pedrosa et al. (2010), a presença de mulheres nas academias tem crescido cada vez mais.

    Dentre os homens, 45,4% (n= 20) dos mesmos apresentaram sobrepeso, enquanto que 43,7% (n= 07) das mulheres estavam eutróficas e 43,7% (n= 07) apresentaram sobrepeso. Em relação à circunferência da cintura, 68,2% (n= 30) dos homens apresentaram baixo risco para doenças cardiovasculares, enquanto que, entre as mulheres, 75% (n= 12) apresentaram risco alto ou acima para doenças cardiovasculares (Tabela 1).

    Em contrapartida, Santos et al. (2006) realizaram um estudo com 103 pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento dialítico na cidade de Sobral – CE e observaram que a média do IMC foi de 21,4 kg/m² e tal resultado não diferiu entre os gêneros, classificando-os em estado de eutrofia em 70,9% (n= 73) dos entrevistado.

    Já, em relação à circunferência da cintura, Rezende et al. (2006) realizaram um estudo em Viçosa – MG com 231 servidores de uma Universidade Federal e, observaram que, com relação à circunferência da cintura, 78,4% das mulheres e 46,1% dos homens apresentaram risco alto ou muito alto para doenças cardiovasculares.

Tabela 1. Distribuição, em número e porcentagem, da classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) e a classificação da Circunferência da Cintura (CC) de praticantes de atividade física de uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, 2011

    Em relação ao número de refeições realizadas durante o dia, obteve-se uma média de 4,1 refeições ao dia. E, entre as refeições realizadas diariamente, 100% (n= 16) das mulheres fazem o desjejum e 100% (n= 44) dos homens almoçam. E, 75% (n= 33) dos homens e 75% (n= 12) das mulheres realizam o jantar (Tabela 2).

    Resultados obtidos por Garcia et al. (2003) em seu estudo de estado nutricional e comportamento alimentar de adolescentes, foi observado que a maioria dos adolescentes que participaram do estudo apresentaram o hábito de realizar em média três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar). Outros dados foram observados por Garcia et al. (2003) no qual encontraram maior omissão de desjejum no sexo feminino. Não há, portanto, um comportamento uniforme para essa questão, variando conforme a população pesquisada.

Tabela 2. Distribuição, em número e porcentagem, das refeições realizadas diariamente por praticantes 

de atividade física de uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, 2011

    Quanto ao emprego de dietas da moda, 66% (n= 29) dos homens e 43,8% (n= 07) das mulheres relataram que não fizeram ou fazem nenhum tipo de dieta. Por outro lado, 34% (n= 15) dos homens e 56,2% (n= 09) das mulheres disseram que fazem ou já fizeram algum tipo de dieta. Destes, 60% (n= 09) dos homens e 55,5% (n= 05) das mulheres responderam “Outros” quanto ao tipo de dieta. Em relação ao objetivo da dieta, 86,7% (n= 13) dos homens e 77,8% (n= 07) das mulheres responderam Perda de peso. Em 100% (n= 15) dos homens e 77,8 (n= 07) das mulheres obtiveram sucesso em suas dietas. Em ambos os sexos, o motivo da dieta foi por autoprescrição (Tabela 3). Ainda na tabela 3, quando questionado qual o tipo da dieta que o indivíduo já fez ou faz, no item “Outros”, as respostas informadas pelos indivíduos foram: Herba Life®, Dieta do Pró-biótico, Aumento de Frutas, Redução de Alimentos, Dieta para Diabetes, Dieta das folhas, Dieta onde o indivíduo não ingeria nenhum alimento uma semana antes de lutar em competição, Dieta Ortomolecular e Dieta onde o indivíduo não come nenhum alimento após as 18 horas. Quando questionado qual o objetivo da dieta, no item “Outros”, as respostas informadas pelos participantes foram: Diminuir colesterol e Problemas de Saúde. E, quando questionado qual o motivo da dieta, no item “Outros”, as respostas relatadas pelos participantes foi por prescrição do treinador.

    Em seu estudo realizado em 2003, Santana et al., observou que as dietas mais frequentes entre seus usuários e encontradas na internet foram: Dieta dos Pontos, Dieta da USP, Dieta do Atum e Dieta dos Líquidos. Após análise de cardápio de cada uma dessas dietas, comparando com as recomendações da RDA de 1989, observou-se que tais dietas da moda são inadequadas às necessidades nutricionais, podendo trazer riscos nocivos à saúde do indivíduo.

Tabela 3. Distribuição, em número e porcentagem, do uso das dietas da moda por praticantes de 

atividade física de uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, 2011

    Com relação ao conhecimento dos participantes quanto à alimentação, 54% (n= 24) dos homens e, 81,2% (n= 13) das mulheres relataram que Dietas da moda não são ótimas para perder peso; 70,4% (n= 31) dos homens e, 87,5% (n= 14) das mulheres acham que mulher engorda mais do que homem; 100% (n= 16) das mulheres e, 95,4% (n=42) dos homens afirmam que ingerir bebidas e sucos com a comida e ingerir carboidratos à noite não emagrece; 93,8% (n= 15) das mulheres e, 81,8% (n= 36) acham que para emagrecer é preciso comer a cada 3 horas; 95,4% (n= 42) dos homens e, 93,8% (n= 15) das mulheres relataram que água quente em jejum não queima gordura; 75% (n= 12) das mulheres e, 68,2% (n= 30) dos homens acham que comer à noite engorda; 59,1% (n= 26) dos homens afirmam que carne vermelha não é ruim para a saúde, enquanto que 62,5% (n= 10) das mulheres afirmam que carne vermelha é ruim para a saúde; 59,1% (n= 26) dos homens e, 62,5% (n= 10) das mulheres acham que comer e assistir televisão engorda; 100% (n= 16) das mulheres e 91% (n= 40) dos homens relataram que pular refeições não é uma boa forma de emagrecer; 66% (n= 29) dos homens e 50% (n= 08) das mulheres acham que o peso corporal não é a melhor forma de saber se uma pessoa faz uma dieta equilibrada, embora que, o restante dos 50% (n= 08) das mulheres acha que o peso corporal é sim a melhor forma de saber se uma pessoa faz uma dieta equilibrada; 43,7% (n= 7) das mulheres acham que comer açúcar não causa diabetes, porém, 56,8% (n= 25) dos homens acham que comer açúcar causa diabetes; 70,4% (n= 31) dos homens e 50% (n= 08) das mulheres relataram que fazer uma dieta da moda de vez em quando não é uma ótima forma de perder peso rapidamente, porém, os outros 50% (n= 08) das mulheres acham que fazer uma dieta da moda de vez em quando é uma ótima forma de perder peso rapidamente; 87,5% (n= 14) das mulheres e, 93,2% (n= 41) dos homens afirmam que cerveja ou chope dá barriga.

    No estudo de Pereira e Cabral (2007) realizado com 141 praticantes de atividade física em Recife, em relação ao conhecimento sobre alimentação, quando questionado qual o macronutriente deve ser consumido em maior quantidade por dia, observaram que mais de 50% dos indivíduos responderam que era a proteína. O que fez com que os mesmos concluíssem que isto ocorra devido à maioria dos praticantes de atividade física acreditar que a proteína em maiores quantidades possa aumentar a massa muscular ou talvez devido às orientações recebidas por profissionais não capacitados. Destaca-se também o meio de comunicação no qual o indivíduo obteve tais informações, gerando conclusões duvidosas quanto ao conhecimento sobre alimentação.

    Tratando-se de suplementação alimentar, 70,5% (n= 31) dos homens e, 75% (n= 12) das mulheres não fazem uso de suplementos alimentares. Os que consomem são 13% (n= 29,5) dos homens e, 25% (n= 04) das mulheres. Destes, 77% (n= 10) dos homens usam Aminoácidos ou outros concentrados protéicos e, 75% (n= 03) das mulheres responderam “Outros” quanto ao tipo de suplemento alimentar. Quanto à indicação do uso, 75% (n= 03) das mulheres e, 69,2% (n= 09) dos homens fazem o uso de suplemento alimentar por autoprescrição (Tabela 4).

    Ainda na tabela 5, quando questionado qual o tipo de suplemento alimentar, no item “Outros”, as respostas informadas pelos participantes foram: Ração Humana e Herba Life®.

    Em um estudo realizado por Pedrosa et al., 2010, onde foram entrevistados 191 frequentadores de academia de musculação, 55% (n=106) usam ou já usaram algum tipo de suplemento alimentar. Destes, 47% (n= 50) dos indivíduos que usam suplementos, também, fazem uso de Aminoácidos ou outros concentrados protéicos. Observou-se também que 30% (n=32) destes relataram que fazem uso de suplemento alimentar por prescrição do instrutor da academia e, 20% (n=38) dos entrevistados fazem uso do suplemento por autoprescrição.

    Araújo et al (2002) avaliaram 183 indivíduos do sexo masculino, praticantes de musculação em academias de Goiânia – GO, onde 34% (n= 62) consumiam suplemento alimentar e, quando questionado sobre quem orientou o uso de suplementos foram, na maioria, indicados por nutricionistas ou professores/instrutores de academia.

    Pereira e Cabral (2007) em seu estudo realizado em Recife com 141 praticantes de atividade física, 38.3% (n= 54) consomem suplemento alimentar e, dentre os mesmos, 48,2% (n= 29) usam suplemento alimentar por indicação do professor da academia.

    Em relação à questão ética, é importante ressaltar que apenas o nutricionista é o profissional que deve prescrever qualquer tipo de suplementação alimentar, já que, em sua graduação, o mesmo recebe capacitação profissional para auxiliar os indivíduos que optam por fazer uso de suplementos.

Tabela 4. Distribuição, em número e porcentagem, do consumo de suplemento alimentar e indicação do uso do mesmo por 

praticantes de atividade física de uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, 2011

    Com relação ao conhecimento dos participantes quanto à suplementação alimentar, 68,2% (n= 30) dos homens acha que suplementos alimentares fazem bem à saúde. Enquanto 56,2% (n= 09) das mulheres não acreditam que suplementos alimentares não fazem bem à saúde. Quando questionado qual suplemento alimentar você acredita ser eficaz para ganho de massa muscular, 52,3% (n= 23) dos homens responderam Aminoácidos ou outros concentrados protéicos e, 75% (n= 12) das mulheres responderam “Outros” quando questionado qual suplemento é eficaz para ganho de massa muscular. As respostas informadas pelos participantes do sexo feminino no item “Outros” foi: Não Conhece; 77,3% (n= 34) dos homens e, 93,7% (n= 15) das mulheres responderam que suplemento alimentar não causa calvície; 68,7% (n= 11) das mulheres e, 63,6% (n= 28) dos homens responderam que suplemento alimentar não causa impotência sexual; 75% (n= 12) das mulheres e, 54,5% (n= 24) dos homens dizem que suplemento alimentar não causa espinha; 62,5% (n= 10) das mulheres responderam que suplemento alimentar não pode causar algum problema cardiovascular; em contrapartida, 54,5% (n= 24) dos homens afirmam que suplemento alimentar pode causar algum problema cardiovascular; 91% (n= 40) dos homens e, 87,5% (n= 14) das mulheres afirmam que o excesso de proteína provinda de suplementos alimentares pode causar problemas nos rins ou no fígado; 100% (n= 16) das mulheres e, 84,1% (n= 37) dos homens acham que exercício em jejum não é a melhor forma de perder peso.

    Pereira e Cabral (2007) verificaram que 95,6% de sua amostra acham que exercício em jejum não é a melhor forma de perder peso e, os mesmos sugerem a necessidade de um profissional especializado atuando nas academias para orientar os praticantes de atividade física quanto à alimentação saudável.

    Em relação ao meio de comunicação onde foram obtidas as informações sobre alimentação e suplementação alimentar, 72,7% (n=32) dos homens e, 62,5% (n= 10) das mulheres obtiveram as informações sobre alimentação e suplementação através da internet; também 62,5% (n= 10) das mulheres obtiveram informações através da televisão; 50% (n= 22) dos homens e, 50% das mulheres conseguiram informações através de colegas de academia (Tabela 5). Ainda na tabela 5, quando questionado qual o meio de comunicação onde foram obtidas as informações sobre alimentação e suplementação alimentar, no item “Outros”, as respostas informadas pelos participantes foram: livros, artigos, professor de faculdade, palestras, médicos, Nutricionista, amigos e, até mesmo houve resposta que todas as questões são “lendas”.

Tabela 5. Distribuição, em número e porcentagem, do meio de comunicação onde foram obtidas as informações sobre alimentação e 

suplementação por praticantes de atividade física de uma academia de musculação de uma Universidade do município de São Paulo, 2011

    SANTOS (2007) em seu estudo exploratório sobre os programas de emagrecimento na internet, afirma que, a internet, possui confidencialidade e o anonimato estabelecendo dois pólos distintos entre os indivíduos que utilizam seus serviços tanto para inserir ou em busca de informações. Afirma também que, esse meio de comunicação, estabelece uma relação em diferentes horários, diferentemente de uma relação médico-paciente, trazendo conforto e segurança ao paciente. Tais dados podem explicar o meio de comunicação mais citado no presente estudo, pois a internet é um meio onde as pessoas não passam por processos invasivos e com total privacidade, tendo em vista que o livre acesso ao mesmo pode ser realizado no anonimato.

Conclusão

    Pode-se concluir que grande parte dos entrevistados apresentou sobrepeso, que as mulheres são mais adeptas de dietas da moda, enquanto os homens valorizam mais os suplementos alimentares.

    A internet foi o meio de comunicação mais citado como fonte de informação sobre alimentação. Sabendo que a internet tende a vincular informações sem base científica que nem sempre são confiáveis, se faz necessário uma orientação nutricional e suplementar aos praticantes de atividade física.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires, Agosto de 2012  
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