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Acontecimentos dos boicotes olímpicos: análise dos Jogos de 1980

Eventos de los boicots olímpicos: análisis de los Juegos de 1980

Events Olympic boycotts: analysis of 1980 Games

 

*Graduandos do Curso de Ciências da Atividade Física

Universidade de São Paulo

** Orientador Professor Doutor Universidade de São Paulo

Escola de Artes Ciências e Humanidades

Pesquisas Interdisciplinares em Sociologia do Esporte

(Brasil)

Felipe Procópio da Silva* | Adriano Vicente Froncillo*

Fábio Hanada* | Filipe Soto*

Gabriel Gonçalves* | Marcos Antônio*

Oliver Schelesky* | Thiago Socio*

Marco Antonio Bettine de Almeida**

marcobettine@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Os jogos olímpicos são um grande evento esportivo, com um peso político importante para a sociedade. O presente estudo buscou através de revisão literária e história analítica descrever os primeiros acontecimentos associados ao boicote das olimpíadas de 1980. Entender a relação política e histórica associada e por que culminou ao acontecimento. Devido ao bombardeamento da capital do Afeganistão e uma serie de conflitos cumulativos derivados da Guerra Fria, uma briga para afirmação de regime político, o lado capitalista, liderado pelos Estados Unidos, boicotou as Olimpíadas sediadas pela União Soviética, a qual liderava o lado comunista.

          Unitermos: Jogos Olímpicos. Guerra Fria. Regime político. Boicote.

 

Resumen

          Los Juegos Olímpicos son un gran evento deportivo, con un peso político importante para la sociedad. El presente estudio a través de revisión de la literatura y la historia analítica describe los eventos asociados con el boicot de los Juegos Olímpicos en 1980. Se intenta comprender la relación entre realidad política e histórica y por qué culminó con el evento. Debido al bombardeo de la capital afgana y una serie acumulativa de conflictos derivados de la Guerra Fría, una lucha para afirmar el sistema político, el lado capitalista, liderado por los Estados Unidos boicoteó los Juegos Olímpicos organizados por la Unión Soviética, que lideraba el bloque comunista.

          Palabras clave: Juegos Olímpicos. Guerra Fría. Régimen político. Boicot.

 

Abstract

          The Olympic Games are a great sporting event, with an important political weight to society. The present study through literature review and analytical history describing events associated with the boycott of the Olympics in 1980. Understanding the relationship between policy and associated historical and culminating with the event. Due to the bombing of the Afghan capital and a cumulative series of conflicts arising from the Cold War, a fight to claim political system, the capitalist side, led by the United States boycotted the Olympics hosted by the Soviet Union, which led the communist side.

          Keywords: Olympics. Cold War. Political regime. Boycott.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O objetivo deste artigo é entender os acontecimentos históricos e as relações políticas nas Olimpíadas, devido à força e as proporções desse evento. Através da análise do esporte contemporâneo e do período no qual se desenvolve, buscou-se entender o boicote aos Jogos Olímpicos de 1980, compreendendo a relação entre esporte e política.

    É de consenso a importância do esporte na sociedade, assim como o quão grandioso são os mega eventos esportivos e toda a comoção que ocorre sobre o mesmo, econômica e politicamente. É objeto de estúdio a relação e influência da política sobre os acontecimentos históricos nesses mega eventos. O esporte foi e é utilizado para afirmação política e para benefícios próprios.

    Meynaud (1972) diz que a importância política de um evento depende da sua relevância na sociedade. Assim entende-se as Olimpíadas com um grande peso e relevância na sociedade e seu boicote tem um grande impacto socioeconômico. Os acontecimentos que precederam esse evento e culminaram no boicote pelo lado das nações ocidentais, liderados pelos Estrados Unidos, fizeram parte de um conjunto de ações de protesto contra a invasão do Afeganistão.

    O período discutido é após a Segunda Guerra Mundial (1945), durante a Guerra Fria, onde havia conflitos entre Estados Unidos e União Soviética. A briga era em razão da afirmação de sistemas políticos vigentes nos dois países, caracterizando-se pela corrida na construção de um maior arsenal bélico. Encerou-se com a extinção da União Soviética (1991).

    Primeiramente, buscou-se realizar uma contextualização da organização social e política no mundo na época dos Jogos Olímpicos de 1980. Para isso, foi necessário retomar os acontecimentos que levaram à decisão de participar ou boicotar as Olimpíadas de Moscou, relatando os fatos que culminaram na Segunda Guerra Mundial até a Guerra Fria.

    Após isso, foi realizada uma discussão sobre a influência da política no esporte, principalmente nos mega eventos. O destaque foi para as Olimpíadas de Moscou, em 1980, onde alguns países, liderados pelos Estados Unidos, optaram por não participar desta edição.

    O método de pesquisa utilizado foi o histórico analítico, descrito por THOMAS e NELSON (2002) como metodologia histórica de busca. Para isto, foi realizada uma revisão bibliográfica de livros e artigos nas seguintes bases: Scielo, USP Teses, Google Acadêmico. Além disso, buscou-se realizar uma revisão em periódicos, a fim de descrever os acontecimentos da época.

Contexto

    Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a economia alemã encontrava-se muito má devido às multas que foram impostas pelas nações vencedoras e também à Grande Depressão. Após o Tratado de Versalhes, Hitler e os Nazistas assumiram o controle da Alemanha, apelando ao esforço massivo heróico para restaurar as glórias do passado e à situação humilhante em que se encontrava a Alemanha e o seu povo.

    Segundo Churchill (2005), a Segunda Guerra foi iniciada pela Alemanha, que se juntaria à Itália, Japão, Hungria e Romênia, tornando-se o bloco das Potências do Eixo. As principais causas do conflito se relacionam aos acordos feitos após a Primeira Guerra Mundial, com a política de apaziguamento, dirigida pelo Reino Unido e França, e com o expansionismo da Alemanha e Japão.

    Lima (1996) aponta duas das principais forças pós-Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos, voltados ao capitalismo, e a antiga União Soviética, voltada ao comunismo. Os quatro motivos principais que nortearam os interesses da Guerra Fria foram: o aumento do arsenal bélico e estratégias militares; o domínio da economia mundial; a autoridade mundial; e, finalmente, a importância política no Terceiro Mundo. Esse período ficou marcado como um conflito de interesses políticos, militares, tecnológicos, econômicos, sociais, ideológicos e esportivos.

    De acordo com Colli (2004) a União Soviética, em 1979, bombardeou Kabul, a capital do Afeganistão, por tentar se libertar do domínio soviético. Esse fato levou os Estados Unidos a boicotar os Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, rejeitando a política externa dos soviéticos e gerando uma divisão entre o Mundo Olímpico e a postura norte-americana.

    Inicialmente o Conselho Africano foi a favor de Moscou, mas, através da intervenção de Muhammad Ali, mudaram de postura. Os Comitês Olímpicos Nacionais de alguns países, como Grã-Bretanha, França e Itália, enviaram as suas delegações para Moscou, porém sem a bandeira e o hino de seus países.

Discussão teórica

    O esporte ajuda a moldar o caráter e a personalidade, ensinando que todos os seres humanos são normais e não existem super-homens. Também é uma constante ligação com a vida, a cultura, a sociedade e as necessidades vitais, pois surgiu de necessidades básicas para a sobrevivência, como luta e pesca (FIGUEREDO, 2005).

    Estes fatores fizeram do esporte um trunfo para empresas de mídia, que passaram a utilizá-lo como meio de propaganda. Pode-se dizer que o inverso também é verdadeiro quando o assunto é a força política e mobilizadora das atividades esportivas nos dias de hoje. Esta interação entre esporte e mídia é essencial para os trâmites políticos. Betti (2004) é um autor que destaca essa interdependência entre mídia e esporte.

    Nas primeiras edições dos Jogos Olímpicos o marketing não era um fator muito significante, embora houvessem algumas mensagens de publicidade. Contudo, o dinheiro que as empresas ganhavam com esse “marketing” era muito limitado, obtendo um lucro baixo. Na atualidade, os Jogos Olímpicos têm um caráter econômico e de poder, fazendo com que os atletas que ganham medalhas consigam levar o país que eles representam a um melhor olhar dos telespectadores. Assim, seu país ganha em “poder” e a marca a qual é patrocinado se torna mais conhecida, aumentando a venda de produtos. (PRONI 2008)

    Meynaud (1972) faz uma relação entre esporte e política, lembrando que o peso político de qualquer elemento social depende da importância dele para a sociedade. Portanto, para poder compreender o esporte no âmbito político, deve-se verificar sua relevância social através da quantidade de pessoas que, de alguma forma, apresentam interesse por alguma modalidade. Por mais difícil que pareça mensurar isso, basta visualizar o quanto que o esporte está presente no cotidiano, sendo que grande parte da população é praticante, espectador ou consumidor, direta ou indiretamente.

    De acordo com Lima, Martins e Capraro (2009), os Jogos Olímpicos são uma combinação de espetáculo e competição, heroísmo e fatalidade, onde só os melhores atletas participam. Há uma racionalidade na disputa por esses Jogos e, por trás disso, há uma disputa por medalhas. As Olimpíadas são razões de Estado com interesses privados que, quando bem elaborados, modificam um planejamento rigoroso capaz de transformar custos altos em dividendos políticos, econômicos e sociais, que não são visíveis aos olhos da população.

    Em julho de 1894, Pierre de Coubertin realizou o Congresso Esportivo-Cultural em Paris, que teve como objetivo reformular, formalizar e recriar os Jogos Olímpicos (RUBIO, 2010).

    O estabelecimento Olímpico de 1894 coincide com a criação e a divulgação de um amplo ambiente de organizações internacionais, que tinham como objetivo a promoção da paz. No século XIX ocorreu um desenvolvimento muito grande das ciências e das ideologias, mas os conflitos eram resolvidos na forma de guerra e brutalidade. As organizações internacionais procuravam uma maneira de resolver esses problemas pelo uso da razão e das leis. Dentro dessa lógica, o esporte foi a melhor forma que encontraram para resolver tais conflitos. (LIMA, MARTINS E CAPRARO, 2009)

    A utilização da política no esporte se submetia às relações políticas do Sistema Internacional, e as ações tinham como propósito manter a estabilidade do poder, diminuindo a possibilidade de guerra (SIGOLI E DE ROSE JR. 2004).

    Segundo Desai (2003), o Capitalismo conduz a sociedade em duas principais classes: a burguesia e o proletariado. A partir deste processo, foi criado o sistema de mais-valia (lucro), quando a mercadoria produzida pelo trabalhador tem um valor maior do que os meios de produção e seu próprio trabalho.

    Nesta sociedade capitalista, não se propõe trabalho a todos, havendo a necessidade de desemprego, ou seja, um exército reverso para sempre se obter mão-de-obra e nunca parar a produção.

    De acordo com Athayde (1942), o Comunismo se assemelha em muito ao Capitalismo, pois este sistema de governo não visa à eliminação de qualquer aspecto capitalista, visando apenas dar todo o poder de tomada de decisões ao Estado.

    Bacigalupo (2000) define que a política externa brasileira não se exprime com os principais ideais Norte Americanos, criando-se um vinculo brasileiro com a União Soviética para a realização dos Jogos Olímpicos de Moscou (1980). Com isso, a celebração da prática esportiva é transcrita para diversos meios da vida cotidiana, onde, a partir de uma abordagem marxista, o esporte aparece como produto da dominação mercantil do mundo. Tendo em vista esses fatores, os Estados Unidos confrontam a União Soviética, realizando um boicote às Olimpíadas de Moscou em 1980, com a adesão e apoio de diversos países.

Dados

    De acordo com a tabela abaixo podemos destacar os números de participantes nas Olimpíadas de Moscou (1980), em duas edições anteriores: Munique, Alemanha Ocidental (1972) e Montreal, Canadá (1976) e em duas edições posteriores: Los Angeles, Estados Unidos (1984) e Seul, Coréia do Sul (1988).

Tabela 1. Países participantes nas Olimpíadas de 1972 a 1988. Fonte Cardoso (2000).

Considerações finais

    De acordo com os autores analisados, entende-se que houveram diversos interesses políticos que nortearam o boicote às Olimpíadas de 1980. Existem muitas questões envolvidas que dificultam uma análise mais profunda à esse boicote, como o retorno econômico ou o incentivo à prática de esportes e integração entre as pessoas, características do evento.

    Nessa época, havia uma briga entre dois blocos, capitalista e comunista, que visava basicamente adventos tecnológicos, armamentos bélicos e até mesmo a busca de melhores rendimentos no esporte, tentando de qualquer forma provarem a sua superioridade. Isso ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, onde estavam os Estados Unidos e a União Soviética. Esse fato fez com que esses países se tornassem duas potencias, o primeiro voltado ao capitalismo e o segundo voltado ao comunismo, dando origem à chamada Guerra Fria.

    Esta briga política chega ao seu maior êxtase quando se defronta com esporte, onde Cupinussú (2007) afirma que os Estados Unidos e alguns países aliados não foram para as Olimpíadas de Moscou em 1980 como forma de boicote político, pois a União Soviética era um país comunista. O que é interessante destacar é que o boicote pode ser entendido como uma represália aos conflitos que haviam acontecido anteriormente.

    Os dois países queriam provar qual o sistema de governo era mais desenvolvido e este boicote serviu para os americanos tentar mostrar a sua hegemonia sobre os russos (COLLI, 2004).

    Também é importante ressaltar a relação de exclusão destes países nas Olimpíadas, sob a hipótese que isto sinalizaria a possibilidade de serem excluídos também em outros meios, o que poderia significar grandes prejuízos.

    Cupinussú (2007) destaca que o não comparecimento dos Estados Unidos e seus aliados nas Olimpíadas de Moscou em 1980 deve-se à agressão sofrida pelo Afeganistão, que teve o seu território invadido pela União Soviética em 1979.

    De acordo com Hobsbawn (1995) o pensamento Norte Americana era de que a presença das tropas soviéticas no Afeganistão constituía o primeiro passo de um avanço soviético rumo ao oceano Índico e ao Golfo Pérsico. Isso evidentemente não seria facilmente tolerado, pois a geopolítica mundial interferia diretamente no movimento Olímpico, uma vez que alguns países eram possuidores de bombas nucleares e a região era estratégica por causa do petróleo.

    A principal ação do boicote em nível econômico era a suspensão da comercialização de cereais, principalmente o trigo, com a União Soviética. Isso causaria uma instabilidade política nos Estados Unidos, mas por outro lado os Soviéticos também sentiram o efeito pela carência dos cereais, sendo obrigados a comprar o produto onde ele fosse produzido e a preços acima do mercado.

    Essas modificações econômicas surgidas a partir do boicote dos Jogos Olímpicos de Moscou (1980) foi um atrativo ao Brasil, pois o país era um grande produtor agrícola e passava por um período de crise econômica, com grande descontrole inflacionários e indicativos desfavoráveis de crescimento econômico.

    Diante disso o Brasil avistou uma grande possibilidade de estabelecer relações comerciais com a União Soviética, mesmo que a posição do país fosse contrária ao ato de invasão soviético. Então não somente o Brasil conseguiu de certa maneira separar a economia e o Comitê Olímpico, mas também pela ausência de atletas de países de elite nos jogos, o país conseguiu aumentar o número de participantes e as chances de conquista de medalhas.

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