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Comparação do nível de desenvolvimento da coordenação 

motora e equilíbrio dos alunos do 2º ano da escola municipal 

Castro Alves do município de Nova Cantu, PR

Comparación del nivel de desarrollo de la coordinación motriz y el equilibrio de los 

alumnos de 2º año de la escuela municipal Castro Alves del municipio de Nova Cantu, PR

 

Faculdade Integrado de Campo Mourão

(Brasil)

Rosana Debastiani

debastianidebas@hotmail.com

Luciany Mydlo Sardi

lumsardi@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A pesquisa busca comparar o nível de desenvolvimento da Coordenação Motora e Equilíbrio dos alunos do 2ª ano do ensino Fundamental Series Inicial da Escola Municipal Castro Alves do Município de Nova Cantu - PR. Através de uma pesquisa Quase-Experimental contendo um grupo experimental e um grupo controle, que consiste na manipulação de uma variável sendo ela independente, no qual possui natureza Quantitativa. Para a coleta de dados foram realizados 13 testes de Coordenação Motora e 4 testes de Equilíbrio de Oliveira (2009), para identificar o nível de desenvolvimento em cada aluno. Foi realizada uma avaliação inicial (pré-teste) com o grupo experimental e uma com o grupo controle. Após, foram realizadas 10 intervenções com o grupo experimental. Ao término das intervenções foi realizada uma nova avaliação final (pós-teste) com cada grupo para identificar se houve desenvolvimento nas valências motoras do grupo experimental após a participação nas aulas aplicadas pela pesquisadora. A pesquisa proporcionou, um maior conhecimento sobre o desenvolvimento da Coordenação Motora e Equilíbrio que os alunos participantes da pesquisa se encontram. A partir desta informação os professores de Educação Física podem estar trabalhando atividades diferenciadas que promovam melhora dos elementos em que a avaliação Psicomotora indicou atraso e onde os índices de desenvolvimento Psicomotor se encontraram adequados para a idade cronológica de cada aluno, assim, os professores saberão que suas aulas estão apresentando resultado positivo.

          Unitermos: Psicomotricidade. Educação Física. Coordenação motora. Equilíbrio.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Só em pleno século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais e posteriormente por psiquiatras, para a classificação de fatores patológicos. É justamente a partir da necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia a palavra psicomotricidade, no ano de 1870.

    Atualmente podemos encontrar várias definições para Psicomotricidade, um exemplo é o conceito de Rosa Neto (2002, p.28), no qual diz que a “Psicomotricidade é a interação de diversas funções neurológicas, motrizes e psíquicas. É a educação do movimento, ou por meio deste, que provoca uma melhor utilização das capacidades psíquicas”.

    Buscando aumentar o conhecimento em Psicomotricidade na Educação Infantil, acredita-se que nessa fase do desenvolvimento da criança de 7 anos é necessário que haja uma formação básica para o desenvolvimento das funções psicomotoras como o equilíbrio e à coordenação motora (LE BOULCH, 2001).

    Para Gallahue e Ozmuz (2001), o desenvolvimento da coordenação motora depende de uma série de mudanças que ocorrem ao longo da vida, em especial o deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço, ou seja, o que chamamos de “movimento”. Já o equilíbrio é o elemento psicomotor fundamental para o movimento humano, no qual depende da integração da visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais e respostas neuromusculares. Se houver falha desses elementos psicomotores nesse período refletirá para toda a vida dessa criança (GUYTON, 1986).

    No entanto, a vida moderna proporciona às crianças um excesso de inatividade. Fonseca (1983) retrata este fato quando afirma: a ausência de espaço e a privação de movimento é uma verdadeira talidomida da atual sociedade, continuando na família (urbanização) e na escola.

    Para Andraca (1998), uma criança que convive em um ambiente que não á estímulos pode atrasar o seu ritmo de desenvolvimento, desta forma acaba diminuindo a qualidade e interação da criança com o seu meio, dificultando sua aprendizagem e capacidades. É através da estimulação que a criança vai conseguindo adquirir a maturação suficiente para desenvolver suas habilidades, sendo que as crianças sejam estimuladas desde o nascimento e principalmente no início da vida escolar.

2.     Referencial teórico

    A evolução da Psicomotricidade no ser humano acontece de forma natural. Precisa apenas de estímulos para que essa evolução aconteça e para prevenir das patologias e defasagens que sem os estímulos podem acontecer.

    O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança. São experiências e vivencias corporais que organizam a personalidade da criança. “A vivencia corporal não é senão o fator gerador das respostas adquiridas, onde se inscrevem todas as tensões e as emoções que caracterizam a evolução psicoafetiva da criança”. (FONSECA, 1983, p. 50).

    Seguida de vários pensamentos, de diferentes autores com uma revisão literária na área da Psicomotricidade foi possível chegar a uma classificação das dez valências da psicomotricidade, sendo elas: esquema corporal, tônus da postura, dissociação de movimentos, coordenações globais, motricidade fina, organização espacial e temporal, ritmo, lateralidade, equilíbrio e relaxamento (MELLO, 1989).

    “Atualmente existem dois eixos pelos quais a psicomotricidade avança, entretanto, eles se diferenciam nas origens, nos objetivos, na forma de entender o desenvolvimento psicomotriz e nas estratégias de intervenção pedagógica” (NEGRINE, 2002, p. 61).

    Um eixo é a chamada psicomotricidade funcional que é aquela que toma como referencia inicial o perfil psicomotriz da criança avaliada, a partir de testes padronizados e que se serve de família de exercícios, como atividades-meio, e o outro eixo que se chama de psicomotricidade relacional, isto é, “a abordagem que se sustenta na ação de brincar como atividade-meio. Em outras palavras, que utiliza o jogo como elemento pedagógico”. Resumidamente na psicomotricidade funcional serve-se de métodos diretivos para conseguir atingir seus objetivos, e a psicomotricidade relacional serve-se método não-diretivos que não significa abdicar da rotina. Pois como ato pedagógico uma aula deve ter início, meio e fim (NEGRINE, 2002).

    Dentro da Psicomotricidade temos vários elementos, entre eles temos o Equilíbrio e a Coordenação Motora. As capacidades de uma coordenação motora são as bases para uma boa aprendizagem sensória-motora. Pois quanto maior for seu nível de desenvolvimento mais rápido a criança consegue aprender novos movimentos ou que sejam movimentos difíceis, fazendo assim com que tenha um menor consumo de força muscular na realização de tarefas (GALLARDO, 2004).

    Pellegrini et al (2003, p.179), diz que a “Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos decorrente da integração entre comando central, o Cérebro, e unidades motoras dos músculos e articulações”. Hollman & Hettinger (1976, apud GALLARDO 2004, p.31) diz que a coordenação motora “é a atuação conjunta do sistema nervoso central e da musculatura esquelética, na execução de um movimento”.

    A coordenação motora abrange duas formas, a rudimentar e a refinada. As habilidades motoras rudimentares usam grandes músculos para realizar a tarefa motora, como por exemplo, corrida, salto, lançamento entre outros. E as habilidades refinadas usam pequenos músculos para realizar uma tarefa com precisão, como escrever, digitar, tricotar, pintar, entre outros (GALLAHUE E OZMUN, 2005).

    Já o Equilíbrio motor é fundamental para a coordenação motora. Segundo Raso (1984, apud GALLARDO 2004) um mau equilíbrio motor irá afetar a formação do esquema corporal de uma criança, por que acaba trazendo como conseqüência a perda da consciência de alguma parte do seu corpo. Quanto mais defeituoso é o equilíbrio motor mais energia a criança gastará para realizar certos movimentos, resultando na insegurança e ansiedade por parte do aluno.

    O equilíbrio é um processo complexo que depende da integração da visão, da sensação vestibular e periférica, dos comandos centrais e respostas neuromusculares e, particularmente, da força muscular e do tempo de reação, ou seja, é a distribuição do peso em relação a um espaço, tempo e eixo de gravidade (BUENO, 1998).

    Podemos encontrar atualmente varias definições que conceitue equilíbrio. Segundo Gallardo (2004, p. 38):

    O equilíbrio motor se relaciona com as leis físicas que intervêm na execução de uma tarefa motora, ou seja, tem relação com as superfícies de apoio, com a localização do centro de gravidade do corpo, com a forma como o peso do corpo está distribuído na superfície de apoio e com a qualidade das estruturas orgânicas.

    É possível identificar diferentes tipos de equilíbrio, dependendo da forma em que se encontra o corpo humano. Podendo ser Equilíbrio estático, que é a manutenção de uma posição no qual o corpo se mantem sem oscilações. O Equilíbrio dinâmico é equilíbrio do corpo em movimento, ou seja, é a resposta natural do organismo ao desequilíbrio provocado pelo deslocamento dos segmentos corporais (GALLARDO, 2004).

    Dentro da Educação Física no ensino fundamental especificamente, todas as atividades geradas, além dos jogos recreativos, estafetas e brincadeiras, estarão aperfeiçoando a coordenação motora geral e o equilíbrio. Essas duas capacidades e tantas outras são desenvolvidas com o tempo e nunca de forma especifica, através de programas para desenvolvê-las. Elas vão sendo desenvolvidas dentro dos jogos e brincadeiras, se utilizando do lúdico, sem a cobrança de resultados perfeitos, sem regras, pois o próprio aluno vai colocando as regras conforme as dificuldades que ele vai sentindo no decorrer da atividade. No entanto essas capacidades também são exercitadas pela criança fora do âmbito escolar, nas brincadeiras realizadas em outros ambientes livres, sendo essas de maneira não direcionadas (BATISTA, 2003).

    Freire (1997, apud MOREIRA 2004), discuti a importância da ação do profissional de Educação Física nas primeiras séries do ensino fundamental, pois nessa fase tanto a ação física como a ação mental estão associadas, que é prejuízo na certa se for analisado qualquer um desses aspectos isoladamente, esse prejuízo não irá prejudicar somente a aprendizagem escolar mais também para o desenvolvimento integral da criança.

    O maior objetivo da Educação Física no ensino fundamental é desenvolver a coordenação de uma forma geral. Isso irá acontecer através de jogos recreativos, estafetas, brincadeiras, entre outros. Nessa idade as crianças estão em uma fase de assimilação, estão sempre atentas com aquilo que acontece ao seu redor e aceitam tudo o que lhe são oferecidas, pois são ativas, dinâmicas, ansiosas para aprender algo novo, tão sempre querendo mais e mais (BATISTA, 2003).

    A Educação Física tem um importante papel que é ajudar na socialização, desenvolvimento e formação do indivíduo. Com isso, fica-se necessário sua prática desde a pré-escola, fazendo assim que as crianças já se acostumem com movimentos dinâmicos, com atividades que estimulem elas a conhecer seu próprio corpo, e também atividade que estimulem a sua expressão corporal. Com isso, quando essas crianças chegarem a séries seguintes elas já estarão com um conhecimento a mais e com determinados domínios em certos movimentos (BATISTA, 2003).

3.     Metodologia

    O presente estudo baseou-se na metodologia quantitativa e de caráter Quase-Experimental, contendo um grupo experimental e um grupo controle, que segundo Gil (2007), é uma pesquisa que consiste na manipulação de uma variável, sendo ela independente.

    A população alvo deste estudo foram alunos do 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Castro Alves e a amostra foi composta por duas turmas de 2º ano do ensino fundamental de ambos os sexos, no qual o grupo experimental tinha 13 alunos e o grupo controle possuía 17 alunos, num total de 30 alunos das duas turmas que participaram da amostra.

    Os dados foram coletados através da avaliação psicomotora proposta por Oliveira (2009), referente ao equilíbrio e a coordenação motora. Com relação ao equilíbrio as provas aplicadas foram: imobilidade, um pé só de olhos fechado, saltar com um pé só de olhos abertos e saltar batendo palmas e na Coordenação motora foram aplicadas as seguintes provas: andar, correr, dismetria de olhos abertos, dismetria de olhos fechados, postura ao sentar, abrir e fechar as mãos alternadamente, dissociação entre mãos direita e esquerda e dissociação entre pés e mãos sucessivamente, recorte, coordenação dinâmica das mãos, labirintos, circunvolução no ar e preensão do lápis.

    Foi realizada uma avaliação inicial (pré–teste) com o grupo experimental e uma com o grupo controle. Após, foram realizadas 10 intervenções com o grupo experimental, aplicando brincadeiras e jogos educativos que estimulassem o desenvolvimento dos elementos psicomotores equilíbrio e coordenação motora.

    Cada intervenção teve o tempo normal de uma aula, sendo assim, em torno de 45 minutos a uma hora cada intervenção.

    Ao término das intervenções foi realizada uma avaliação final (pós-teste) com ambos os grupos para identificar se houve desenvolvimento nas valências motoras.

4.     Resultados e discussão

    Durante o mês de Setembro e Outubro de 2011 procedeu-se com o levantamento de dados. Foram selecionadas duas turmas do 2º ano do ensino Fundamental Séries Iniciais para participarem da pesquisa, sendo uma o Grupo Experimental e a outra o Grupo Controle.

    Apresentaremos a seguir os dados coletados no pré-teste e pós-teste referentes aos dois grupos:

Quadro 1. Comparativo de equilíbrio do grupo experimental e controle

    A partir dos resultados individuais de cada teste do Equilíbrio tanto no pré-teste como no pós-teste, foi analisado os pontos que apareceram com mais freqüência (2, 1, ou 0) em cada teste e assim apresentados no quadro acima, para uma melhor identificação da evolução dos dois grupos que participaram da pesquisa.

    Comparando os 4 testes de Equilíbrio entre o grupo experimental com o grupo controle podemos observar que no teste de Imobilidade os dois grupos permaneceram com os mesmos resultados tanto no pré-teste como no pós-teste.

    No teste Um pé só olhos fechados os dois grupos tiveram melhora no pós-teste. Já no teste Saltar com um pé só o grupo experimental teve melhora no resultado do pós-teste e o grupo controle permaneceu com o mesmo resultado no pré-teste e pós-teste.

    E no teste saltar batendo palmas o grupo experimental teve melhora no resultado do pós-teste e o grupo controle permaneceu com o mesmo resultado no pré-teste e pós-teste.

    Enfim, nos testes de equilíbrio o grupo experimental que sofreu 10 intervenções com atividades direcionadas obtiveram melhora nos resultados comparado ao grupo controle que permaneceu somente com as aulas já desenvolvidas na escola.

    Para uma intervenção Psicomotora ser eficaz é necessário metodologias de credibilidade, abrindo caminhos para á investigação interventiva, que devem acontecer em salas de aulas regulares, em sala de apoio especializado, em salas de consulta ou suas adaptações e ainda temos modelos com estratégias de intervenção especificas para um melhor desenvolvimentos (FONSECA, 2004).

Quadro 2. Comparativo de coordenação global do grupo experimental e controle

    Comparando os 5 testes de Coordenação Global entre o grupo experimental com o grupo controle, podemos observar que no teste de Andar o grupo experimental teve melhora nos resultados, já o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste de Correr o grupo experimental teve melhora nos resultados, já o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste dismetria. de olhos abertos o grupo experimental teve uma pequena melhora nos resultados do pós-teste, já o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste de dismetria. de olhos fechados os dois grupos permaneceram com os mesmos resultados tanto no pré-teste como no pós-teste. No teste referente a Postura ao sentar o grupo experimental teve uma melhora nos resultados do pós-teste e o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    Sendo assim, nos testes de Coordenação Global o grupo experimental no qual sofreu 10 intervenções apresentou aumento nos resultado comparado ao grupo controle que manteve seus resultados todos iguais no pós-teste, não apresentando melhora nos resultados.

    As crianças de seis a dez anos estão na chamada terceira infância que é considerada a fase de produtividade. Nesta idade a criança está em constante movimento, sendo assim ela acaba aproveitando todo o estímulo oferecido pelo meio onde ela vive. Esses estímulos provocam excitação do córtex cerebral e, conseqüentemente, reações motoras. No entanto, no inicio desse período, a coordenação e os sentidos não estão bem desenvolvidos ainda, a criança ainda se movimenta muito com o corpo, mãos, pés e língua (RODRIGUES, 2003).

Quadro 3. Comparativo de dissociação de movimentos do grupo experimental e controle

    Comparando os 3 testes de Dissociação de movimentos entre o grupo experimental com o grupo controle, podemos observar que no teste de Abrir e fechar as mãos o grupo experimental teve melhora nos resultados e o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados obtidos no pré-teste e pós-teste, sendo que estes resultados estão de acordo com o esperado para a faixa etária deste grupo controle.

    No teste de dissociação. das mãos os dois grupo permaneceram com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste e no teste de dissociação. pés e mãos o grupo experimental teve melhora nos resultados no pós-teste, já o grupo controle abaixou seus resultados no pós-teste.

    Podemos perceber que nos testes de Dissociação de movimento o grupo experimental teve melhora nos resultado do pós-teste comparado ao grupo controle, que manteve os mesmo resultados em dois testes e acabou abaixando em um teste no, não tendo melhoras nos resultados.

    Para planejar uma aula adequada que consiga atingir um aumento no desenvolvimento dos alunos é necessário que o professor elabore sua aula a partir dos objetivos que ele quer alcançar, tendo que conhecer a fundo as características psicofísicas de cada criança para estimular de forma progressiva as diferentes etapas do desenvolvimento. Sendo assim, as aulas devem acontecer de forma flexível para atender todas as necessidades e interesses fundamentais, e que possibilite a formação de atitudes como o pensar e sentir (RODRIGUES, 2003)

Quadro 4. Comparativo de coordenação fina e óculo manual do grupo experimental e controle

    A partir dos resultados individuais de cada teste da Coordenação fina e óculo manual tanto no pré-teste como no pós-teste, foi analisado os pontos que apareceram com mais freqüência (2, 1 ou 0) em cada teste e assim apresentados no quadro acima, para uma melhor identificação da evolução dos dois grupos que participaram da pesquisa.

    Comparando os 5 testes de Coordenação fina e óculo manual entre o grupo experimental com o grupo controle, podemos observar que no teste de Recorte o grupo experimental teve melhora nos resultados, já o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste da Coordenação dinâmica das mãos o grupo experimental teve melhora nos resultados, já o grupo controle continuou com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste do Labirinto o grupo experimental teve melhora nos resultados do pós-teste e o grupo controle novamente permaneceu com os mesmos resultados no pré-teste e pós-teste.

    No teste de Circunvolução o grupo experimental teve uma pequena melhora e o grupo controle permaneceu com os mesmo resultados e no último teste que é Apreensão do lápis o grupo experimental manteve seu resultado no pré-teste e pós-teste e o grupo controle deu uma pequena diminuída no resultado do pós-teste.

    Resumindo, nos testes de Coordenação fina e óculo manual o grupo experimental teve uma melhora em quase todos os resultados, enquanto que o grupo controle permaneceu com os mesmos resultados em quase todos os testes.

    Com isso, o professor de Educação Física deve saber problematizar as atividades para que os próprios alunos consigam construir soluções a partir das experiências motoras que cada um já possui sem ordenar um padrão a ser alcançado. Pois nas aulas de Educação física é muito comum observar professores que se preocupam na reprodução dos movimentos, isso indica que todos os alunos devem atingir os mesmos objetivos pré-estabelecidos independentes se o aluno tem condições ou não tem de realizar certas atividades, não respeitando as diferenças de um aluno ao outro (MOREIRA, 2004).

Quadro 5. Comparativo de estágio de desenvolvimento psicomotor dos alunos do grupo experimental e controle

    O quadro acima mostra o Estágio de Desenvolvimento Psicomotor do grupo experimental e do grupo controle no pré-teste e pós-teste. É a pontuação e a idade cronológica de cada indivíduo que vai influenciar na identificação do estágio psicomotora que ele se encontra.

    Com isso o indivíduo que obtiver 2 pontos estará na fase I – Imagem de corpo vivido (até 3 anos de idade), o indivíduo que atingir de 03 a 14 pontos está na fase IA – Reorganização do corpo vivido (3 a 4 anos),o indivíduo que atingir de 15 a 20 pontos está na fase IB – Indícios de presença de imagem de corpo percebido (5 a 6 anos), o indivíduo que atingir 21 pontos está na fase II – Imagem de corpo percebido que corresponde a uma criança de 7 anos de idade, o indivíduo que atingir entre 22 a 27 pontos ele estará na fase IIA – Reorganização do corpo percebido de 8 a 9 anos de idade, o indivíduo que atingir de 28 a 33 pontos eles estão na fase IIB – Indícios de presença de corpo representado (10 a 11 anos) e se o indivíduo atingir 34 pontos ele estará na fase III – Imagem de corpo representado a partir de 12 anos.

    Observa-se que no grupo experimental no pré-teste 5 indivíduos atingiram o Estágio IA - Reorganização do corpo vivido (3 a 4 anos) e outros 5 indivíduos atingiram o Estágio IB – Indícios de presença de imagem de corpo percebido (5 a 6 anos), sendo este um resultado abaixo do esperado de acordo com a sua idade cronológica. Já no pós-teste a maioria (6 indivíduos) atingiram o estágio IIA - Reorganização do corpo percebido de 8 a 9 anos de idade, sendo este o estágio de desenvolvimento psicomotor ideal para a idade cronológica dos alunos pertencentes ao grupo experimental.

    Já os alunos do grupo controle permaneceram no mesmo Estágio de Desenvolvimento no pré-teste e pós-teste, sendo o Estágio IB – Indícios de presença de imagem de corpo percebido (5 a 6 anos).

    Sendo assim, podemos observar nitidamente a melhora no Estágio de Desenvolvimento Psicomotor dos alunos do grupo experimental, quando comparados aos alunos do grupo controle, após as 10 intervenções realizadas com o grupo.

    No entanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo que se inicia na concepção e cessa com a morte. O desenvolvimento inclui todos os aspectos do comportamento humano e, como resultado, somente artificialmente pode ser separado em “áreas”, “fases” ou “faixa etária” (GALLAHUE E OZMUN, 2005).

Considerações finais

    Podemos observar que as intervenções direcionadas ao desenvolvimento do Equilíbrio e Coordenação Motora, realizadas com o Grupo Experimental durante um mês, teve influência positiva no desenvolvimento psicomotor dos alunos participantes da pesquisa, pois todos os indivíduos deste grupo obtiveram aumento na pontuação dos testes.

    Os alunos do grupo experimental atingiram um melhor resultado no pós-teste quando comparados aos alunos do grupo controle.

    Após a aplicação do pós-teste identifica-se que nem todos os indivíduos do Grupo Experimental se encontram na fase ideal considerado pela idade cronológica, no entanto, todos eles tiveram melhora nos resultados. Se o período de intervenção tivesse sido mais longo, esses indivíduos teriam uma maior possibilidade de conseguir atingir sua fase psicomotora ideal, sempre respeitando as fases de desenvolvimento individuais de cada criança e jamais trabalhar com programas específicos para o Desenvolvimento Psicomotor.

    Pois, nesta questão de Desenvolvimento Individual, Gallahue e Ozmun (2005), diz que cada indivíduo tem um tempo específico para a aquisição e também para o desenvolvimento das habilidades motoras. Pois a idade cronológica vai representar as escalas de tempos aproximados, no qual certos comportamentos podem ser observados nesse período, ou seja, o desenvolvimento está relacionado à faixa etária, mas não depende dela.

    Já o Grupo Controle no resultado dos pontos dos 17 teste de Equilíbrio e Coordenação Motora no pós-teste, demonstrou pequena evolução nos resultados, ficando claro que não houve melhora significativa comparada ao Grupo Experimental no qual sofreu 10 intervenções.

    Fica em evidência a importância de estímulos em crianças que se encontram nos primeiros anos escolares, sendo atividades ou jogos direcionados para o desenvolvimento dos alunos. Não basta soltar a bola na quadra e deixar a aula acontecer de qualquer maneira, pois nessa etapa da vida as crianças necessitam que sejam trabalhadas atividades que irá ajudar no melhor desenvolvimento no qual se encontram e principalmente na vida futura.

    Outro fator primordial que pode ter grande influencia positivo no Desenvolvimento Psicomotor das crianças é a quantidade de aulas semanais de Educação Física. Pois na escola onde foi realizada a pesquisa só acontece uma aula semanal e as intervenções realizadas eram feitas fora do horário das aulas de Educação Física, assim as crianças estavam tendo mais de uma aula por semana, sendo um ponto a ser pensado nas escolas.

    Enfim, não basta tentarmos educar nossas crianças somente para ler, escrever e contar, elas necessitam mais que isso para um desenvolvimento integral satisfatório e para não sofrerem as conseqüências no futuro.

Referências

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