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Avaliação: conceitos e metodologias entre duas 

concepções, pedagogias conservadora e contemporânea

Evaluación: conceptos y metodologias entre dos concepciones pedagógicas, conservadora y contemporánea

 

*Licenciando de Educação Física (FASB)

**Licencianda de Educação Física (FASB)

***Professora MS. Docente do Curso de Licenciatura em Educação Física (FASB)

(Brasil)

Renato Silva Silveira*

Daiana Silva dos Santos**

Andréia Dutra Souza Rodrigues***

renato_prof.ef@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo tem por objetivo coletar opiniões de acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física de uma Faculdade particular de Barreiras – Bahia, sobre os diferentes aspectos da avaliação no ambiente acadêmico, fazer um diagnóstico do ensino/ aprendizagem dos acadêmicos em relação à disciplina de “avaliação do ensino aprendizagem” que compõe a grade curricular do curso, através de um questionário fechado e fazer um debate levando em consideração a avaliação da pedagogia conservadora e a avaliação da pedagogia contemporânea a partir das concepções de “Paulo Freire”, utilizando para isso a visão de alguns teóricos que têm sua atenção voltada para a problemática da avaliação na esfera educacional. De acordo com a pesquisa, concluímos que, o modelo avaliativo da Nova Pedagogia dispõe de mais ferramentas pedagógicas e subsidia melhor o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos no âmbito educacional. Contudo ficou notado que a regente da disciplina supracitada segue a linha da pedagogia contemporânea a partir das concepções de “Paulo Freire”.

          Unitermos: Avaliação. Pedagogia conservadora. Pedagogia contemporânea. Ambiente acadêmico.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No âmbito educacional, quando se fala em avaliação, lembramo-nos daquela avaliação tradicional, tecnicista, conservadora, classificatória e que não favorecia o conhecimento dos educandos, a mesma é empregada na pedagogia conservadora, essa avaliação consiste na aprovação e reprovação e existe um enquadramento social dos alunos, pois, para essa concepção os professores são os únicos detentores do saber (HOFFMANN, 2001).

    A avaliação é tradicionalmente associada, na escola, à criação de hierarquias de excelência. Os alunos são comparados e depois classificados em virtude de uma norma de excelência, definida no absoluto ou encarnada pelo professor e pelos melhores alunos (PERRENOUD, 1999 apud RANGEL, 2012, p. 2).

    Para LUCKESI a avaliação propriamente dita é um ato amoroso:

    Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso no sentido de que a avaliação, por si, é um ato aconselhador, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. A avaliação, como ato diagnóstico, tem por objetivo a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção - que obrigatoriamente conduz à exclusão (LUCKESI apud SAKAMOTO, 2008, p. 7).

    Hoje em dia estão em destaque várias discussões sobre a melhor forma de avaliar os educandos na prática do dia-a-dia das faculdades, das escolas, etc. O objetivo deste trabalho foi coletar opiniões de acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física de uma Faculdade particular de Barreiras-BA, sobre os diferentes aspectos da avaliação no ambiente acadêmico, fazer um diagnóstico do ensino aprendizagem dos acadêmicos em relação à disciplina de “avaliação do ensino aprendizagem” através de um questionário fechado e fazer um debate levando em consideração a avaliação da pedagogia conservadora e a avaliação da pedagogia contemporânea, utilizando para isso a visão de alguns teóricos que têm sua atenção voltada para a problemática da avaliação na esfera educacional.

    A nova pedagogia a partir das concepções de “Paulo Freire” sugere que a avaliação deve integrar as diversas instâncias da instituição escolar, ou seja, diretor, coordenador, professores, alunos e a comunidade pertencente à escola, e deverá ter objetivos, diagnóstico, procedimentos e conhecimentos para que se caracterize o ato avaliativo (HOFFMANN, 2001).

    Incontestavelmente, a lógica formativa ganhou importância. Pouco a pouco, denunciam-se os limites que lhe impõem as lógicas de seleção. Esquece-se que elas reinaram sozinhas, durante décadas. A democratização do ensino e a busca de uma pedagogia mais diferenciada fizeram emergir, e depois difundir, a lógica formativa, de modo que hoje em dia as forças e a legitimidade de ambas estão mais equilibradas (PERRENOUD, apud SAKAMOTO, 2008, p. 5 - 6).

    A avaliação diagnóstica auxilia as instâncias escolares; no planejamento, na estruturação curricular, no ensino-aprendizagem e perpassa por uma verificação, construção coletiva, compreensão crítica do Projeto Político Pedagógico e ajuda a conhecer o contexto educacional, ou seja, onde acontece a prática pedagógica. Assim, De acordo com os estudos e as concepções de Dallan (apud SILVEIRA; XAVIER, 2012, p. 2)

    Conhecer o contexto da prática pedagógica da escola significa conhecer o público-alvo: para quem ensinamos, ou seja, nossa comunidade. Por isso, é fundamental obter informações seguras sobre ela, levando em conta a diversidade local. Esse é o primeiro passo do exercício da autonomia e da construção da identidade da escola.

    Dessa maneira entende-se a avaliação diagnóstica como uma metodologia avaliativa bastante abrangente do ponto de vista pedagógico, além de sobressair na estimulação e no desenvolvimento da aprendizagem e das competências dos alunos no contexto educacional.

Avaliação da aprendizagem no contexto acadêmico do curso de licenciatura em educação física de uma faculdade particular de Barreiras, Bahia

    Com diversos textos de alguns teóricos estudados, com debates em sala e a construção de mapas conceituais, foi que surgiu a proposta da docente MS. Regente da disciplina de “avaliação do ensino aprendizagem”, em elaborar um artigo durante o semestre, sobre a problemática da avaliação no contexto acadêmico. Para que se fosse observada a relevância e a finalidade da avaliação ao desencadear estudos.

    A finalidade da avaliação, ao desencadear estudos, não é assim, a de simplesmente observar se os alunos apresentam ou não condições de “dar conta” das propostas delineadas, ou perceber, de inicio, os que apresentam mais ou menos dificuldades em determinada área. Mas a de conhecê-los cada vez melhor, tateando em busca de questões que verdadeiramente os provoquem a agir, a escutar de suas próprias questões, propondo em conjunto situações que lhes sejam verdadeiramente problemáticas a ponto de lhes despertar a atividade, a curiosidade. Em alguns momentos, as provocações irão partir do professor, em outros, dos próprios alunos ou de alguma circunstância vivida pelo grupo (HOFFMANN, 2001, p. 126).

    Luckesi apud Santos e Varela (2007), entende que a avaliação com a função classificatória, constitui-se num instrumento estático do processo de crescimento. Com a função diagnóstica, ao contrário, ela constitui-se num momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, do crescimento para a autonomia, do crescimento para a competência.

    Segundo Luckesi apud Santos e Varela (2007), a avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer com ele. A verificação é uma ação que “congela” o objeto; a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica da ação.

    Ao avaliar o rendimento acadêmico dos alunos, o docente deve utilizar técnicas diversas e instrumentos variados, pois, quanto maior a amostragem, mais perfeita será a avaliação (SANTOS; VARELA, 2007).

    A necessidade de avaliar sempre se fará presente, não importando a norma ou padrão pela qual baseie-se o modelo educacional. Não há como fugir da necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa, com efeito, torna-la eficaz naquilo a que se propõe: a melhora de todo o processo educativo (SANTOS; VARELA, 2007, p. 5).

    Freqüentemente nos deparamos com classes bastante heterogêneas ainda mais se tratando de uma faculdade particular e devido a essas diferenças cognitivas, individuais, alguns acadêmicos absorvem maior conhecimento e mais rápido do que outros. De acordo com Haydt apud Santos e Varela (2007), é comum alunos que retêm com mais facilidade o conteúdo e alunos que esquecem facilmente o mesmo.

Metodologia

    O presente trabalho foi realizado através de um estudo de natureza qualitativa por meio de um questionário fechado contendo (7) sete perguntas chave relacionadas à maneira/ método de avaliação do ensino aprendizagem utilizado por uma Docente MS. Regente da Disciplina de “Avaliação do Ensino Aprendizagem”, a amostra foi composta por 25 acadêmicos do 5º semestre do Curso de Licenciatura em Educação Física de uma Faculdade Particular do Município de Barreiras-BA em abril de 2012.

Tabela 1. Questionário de avaliação da aprendizagem

Tabela 1. Material extraído do programa de Avaliação Institucional PROAVI/UERN.

Adaptação: Renato Silva Silveira (Licenciando do Curso de Educação Física da Faculdade São Francisco de Barreiras FASB).

Resultados

Tabela 2. Respostas dos acadêmicos aos itens do questionário e suas respectivas porcentagens

Tabela 2. Respostas dos acadêmicos ao Questionário.

Elaboração: Renato Silva Silveira (Licenciando do Curso de Educação Física da Faculdade São Francisco de Barreiras FASB).

Considerações finais

    Pesquisar sobre a problemática da Avaliação no ambiente acadêmico apontou para dois modelos de Avaliação comumente utilizados nas Escolas e Faculdades, são eles: Modelo Avaliativo Conservador proveniente da Pedagogia Conservadora e Tecnicista e o Modelo Avaliativo Contemporâneo advindo da Nova Pedagogia a partir das concepções de Paulo Freire.

    O presente trabalho abordou duas concepções, Conservadora e Contemporânea e propôs um debate colocando os objetivos, procedimentos e o método que cada uma utiliza para concretizar o ato avaliativo, em enfrentamento.

    Dessa maneira, podemos fazer um comparativo entre as duas metodologias para debatermos qual a concepção de avaliação que mais estimula o aprendizado e o desenvolvimento dos acadêmicos de uma forma global. De acordo com alguns teóricos que tem a sua atenção voltada para as discussões que envolvem a avaliação, concluímos que, o modelo avaliativo da Nova Pedagogia dispõe de mais ferramentas pedagógicas e subsidia melhor o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos na esfera educacional.

Referências

  • HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.

  • RANGEL, Poliana Barreto. Avaliação entre duas lógicas segundo Perrenoud. Moodle. Ufba, 2007. Disponível em: http://www.moodle.ufba.br/mod/book/print. php?id=14601&chapterid=10945, Acesso em: 20/ Abril/ 2012.

  • SAKAMOTO, Bernardo Alfredo Mayta. A avaliação em questão: Perrenoud e Luckesi. 1º Simpósio Nacional de Educação e XX Semana da Pedagogia, 2008. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/30417960/a-avaliacao-em-questao-perrenoud-e-luckesi, Acesso em: 22/ Abril/ 2012.

  • SANTOS, Monalize Rigon dos; VARELA, Simone. A avaliação como um instrumento diagnóstico da construção do conhecimento nas séries iniciais do ensino fundamental. Revista Eletrônica de Educação. Ano I, No. 01, ago. / dez. 2007.

  • SILVEIRA, Renato Silva; XAVIER, Iara. Compreendendo a escola, a relação entre a comunidade, os alunos e a instituição de ensino. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 166, 2012. http://www.efdeportes.com/efd166/a-comunidade-e-a-instituição-de-ensino.htm

  • UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. UERN: PROAVI/UERN: informação e documentação: referências: elaboração. 2012.

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