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Nexos educacionais: família e o professor de Educação Física escolar

Conexiones educativas: la familia y el profesor de Educación Física escolar

 

Discente da graduação em Educação Física da Universidade Castelo Branco (UCB, RJ)

Integrante do Grupo de Cultura Corporal da UCB, RJ

(Brasil)

Monique Camargo

niquecamargo22@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Frente às transformações sociais contemporâneas, instituições educacionais objetivam articular estratégias e reorganizar seus papéis. O propósito do presente ensaio foi investigar a representatividade funcional da Educação Física, representada através da figura do professor, e da família, atuando como sustentáculos do processo educacional, tal qual suas relações, junto a tal sistema. Apresentamos reflexões sobre um estudo de caso, corroborando com o tema proposto. Além do material de cunho bibliográfico, utilizamos como instrumentos a observação participativa e o diário de campo. Concluímos que o professor e a família devem manter um elo crítico, libertador e dialógico, a fim de exceder as limitações e comprometer-se com a educação em todas as suas vertentes.

          Unitermos: Educação. Educação Física. Família.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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“Não se pode educar eficientemente se os pais e professores se desconhecem, se a educação escolar estiver isolada da educação familiar”.

Suenens

Introdução

Libâneo (2000, p. 22) afirma que:

    Educação é o conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.

    É natural e necessário que a Educação, tal qual seus desdobramentos, acompanhe o progresso da sociedade, posto que configura-se um de seus setores mais pertinentes.

    Inseridos nesse contexto temos a escola e a família, revelando-se como alguns dos principais norteadores do processo educacional. Tais instituições partilham funções na construção da cidadania do indivíduo (REGO, 2003) e sua personalidade. Portanto, para que se efetue positivamente o processo evolutivo dos sujeitos, sob o aspecto holístico, deve haver o respaldo de ambos os envolvidos, concomitantemente. O estudo desse prisma tem despertado interesse e sido abordado por estudiosos (Marques, 2002; Davies, Marques & Silva, 1997; Oliveira et al., 2002), outrossim, é tênue a linha que delimita as funções delegadas socialmente a cada qual.

    No que concerne ao cenário educacional, representando o ambiente escolar, destacaremos, nesse ensaio, a Educação Física, área do conhecimento que, ao longo da história, alterou significativamente suas abordagens e conteúdos, buscando a máxima eficiência de seus saberes, além de acompanhar as necessidades epocais. O conceito contemporâneo vincula a Educação Física, dentre outros, à compreensão do corpo segundo sua complexidade, onde se observa um ser constituído por processos históricos, sociais e culturais, perpassando uma visão exclusivamente biológica.

    Nesse sentido, destaca-se a figura do professor de Educação Física Escolar e sua responsabilidade enquanto mantedor social e agente transformador através de reflexões construtoras de ideologias, valores, signos, crenças e conceitos.

    Conforme supra narrado, de igual forma, esse educar surge também através da participação familiar mediando influências culturais, modelos e padrões (AMAZONAS et al, 2003; KREPPNER, 1992, 2000).

    A partir dessas perspectivas, surge a dificuldade em mensurar as atribuições delegadas a cada instituição, por estas próprias: a escola/Educação Física e a família e seus representantes. Ou seja, face ao “jogo de empurra”, levantamos as seguintes questões: qual o papel da família no educar? Qual a atribuição especifica do professor de Educação Física nesse cenário? Qual a importância delega à função de cada um deles? Qual o valor da relação entre família-escola?

    Para responder a essas questões, em uma primeira ocasião traçamos a ótica teórica do estudo, inclinando-nos sobre as posições de alguns investigadores comprometidos com o tema abordado. Posteriormente, com base em uma vivência prática educacional, efetivada durante o segundo semestre do ano letivo de 2011, realizamos um estudo de caso, através de observações sistemáticas do cotidiano da prática pedagógica de um professor de Educação Física, em uma escola da rede municipal de ensino, situada na zona oeste do Rio de Janeiro e a postura de determinados docentes.

    A análise desse prisma surgiu face à observação de um caso específico de irmãos estudantes e seus padrões comportamentos destoantes em ambiente escolar, sobretudo, nas aulas de Educação Física. Não obstante às inquietações desses discentes, a mãe responsável agrega os cuidados do educar tão somente à escola e seu quadro docente. Nesse compasso, compomos conclusões e recomendações acerca do exposto.

A família no processo educativo

    Indubitavelmente a família desempenha atribuições importantes no comportamento de seus filhos, participando e delineando o desenvolvimento do sujeito. Assim, as ações e posturas dos representantes familiares contribuem sobremaneira para moldar e caracterizar a personalidade do indivíduo, posto que a partir dessa unidade e de seus elementos as primeiras experiências estruturarão sua base. Esse processo, geralmente, se estabelece mediante ações imitativas, atribuições de valores às situações, possibilitando a construção de relacionamentos, atitudes e pensamentos.

    (...) a criança constitui seus esquemas comportamentais, cognitivos e de avaliação através de formas que assumem as relações de interdependência com as pessoas que a cercam com mais freqüência e com mais tempo, ou seja, os membros da família. (...) Suas ações são reações que ‘se apóiam’ relacionalmente nas ações dos adultos que, sem sabê-lo, desenham, traçam espaços de comportamento e de representações possíveis para ela. (LAHIRE apud ZAGO, 2000, p. 21)

    Portanto, a tal conjunto social é cabido a transmissão de valores, crenças, idéias e significados presentes nas sociedades (Kreppner, 2000).

    Através da influência familiar, e de seus saberes, seus métodos, conteúdos e objetivos, promove-se a socialização, as circunstâncias garantidoras da vida e o progresso em diversos planos, como o afetivo, o social e o cognitivo. A partir desse cenário, o sujeito, sobretudo as crianças, construirá sua visão de mundo e as diferentes formas de ser e existir.

    A família constitui a intervenção inicial entre o homem e a cultura; é a matriz do aprendizado do homem, com realizações culturais próprias e sentidos que produzem parâmetros para as relações com os outros e consigo mesmo, gerando significados individuais e coletivos. Através dessa dinâmica, a sociedade constrói-se e renova suas características, transformando-se a cada geração. Assim, podemos afirmar que os valores familiares impactam a sociedade, sendo esta transformada política, econômica, social e tecnologicamente, a qual, por sua vez, responde, tornando a influenciar a família (VOLLING & ELINS, 1998; TÁVORA, 2003), constituindo um ciclo bidirecional. São através de aparições nesse sentido que a estrutura da família moderna destoa dos padrões tradicionais às épocas de outrora e estabelecem novas formas de coexistência e relações (CHAVES et al, 2002). Destacamos a evolução no conceito e na configuração de família. Por exemplo: são crescentes os números de divórcios no mundo, tal qual a quantidade de lares chefiados por mulheres, assim como a constituição familiar pai-mãe-filhos não é característica sobressalente nos lares da atualidade. Dessa forma, não há um modelo ideal, tendo em vista as diversas combinações constituintes (STRATTON, 2003). Esse movimento acaba por atingir os componentes sociais, dentre eles a escola, estabelecendo novas características ao público e demandando novas formas de abordagens.

    Szymanski (2001, p. 68) salienta que “a condição de famílias trabalhadoras dificultam um acompanhamento mais próximo do trabalho acadêmico das crianças”. Como descrito, o mesmo ocorre em lares não estruturados. E, nessa direção, “‘família desestruturada’ não quer dizer mais do que uma família que se estrutura de forma diferente do modo da família nuclear burguês” (Ibid, p. 68).

    Tendo em vista as resignificações na imagem da família, sem haver condições para a educação de seus filhos, dado o comportamento contemporâneo, tanto a nível de tempo, quanto de interesse, pais direcionam à escola e seus representantes a competência por tal processo.

    Todavia, conforme cita Althuon (1999, p. 50), “os pais não podem delegar responsabilidade única e exclusivamente para a escola, e a escola não pode eximir-se de ser co-responsável no processo formativo do aluno”.

O professor de Educação Física escolar e sua função social

    A nível escolar, optou-se por destacar a participação da Educação Física (EF) no processo educativo, porquanto das funções orgânicas atribuídas a tal área do conhecimentos, além da aproximação da questão intelectual do alunado, do desenvolvimento do exercício social que o professor dessa dimensão deve desenvolver para além da questão motora, física.

    Como prática pedagógica, o delineamento da Educação Física desponta das necessidades sociais presentes na história, originando entendimentos diferentes a cada momento (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    De modo cronológico, este campo do conhecimento priorizou, por longa data, a dimensão bio-fisiológica. Com a saliência dos conhecimentos das emergentes Ciências Humanas, o cenário adquire uma percepção mais abrangente, incorporando aspectos culturais, históricos e sociais. A dicotomia “corpo-mente” não participa dessa conjuntura, posto que não compete ao professor de EF apenas a redução de suas aulas ao treinamento de atividades práticas, podendo abordar ainda a educação do intelecto, necessária ao desenvolvimento humano e social. Portanto, o profissional em referência representa a junção de ensino “teórico e prático”.

    Para o que se apresenta, aos objetivos da EF anelam-se atitudes de solidariedade, cooperação e respeito, a construção da cidadania, a criticidade, o auto-conhecimento, o questionamento da realidade.

    Podemos afirmar que o labor do profissional em evidência somado à educação familiar deve ter nexo com a significação humana e social que esse representa. Szymanski (2001, p. 90) corrobora:

    A escola tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade, além de sua inscrição futura na sociedade.

    Salienta-se que “não há uma forma única nem um modelo de educação (...), e o ensino escolar não é a sua única prática e o professor não é o seu único praticante” (BRANDÃO, 1982, p.9).

    Nesse sentido, fica evidente a importância da figura do professor, particularmente o de Educação Física, na construção da identidade e formação do caráter dos alunos, na orientação quanto às diretrizes e valores sociais e em propiciar recursos psicológicos para o crescimento global do homem (HEDEGGARD, 2002; REGO, 2003).

    De acordo com Hall (1997) a identidade é um método discursivo, elaborada culturalmente a partir de situações experimentais de caráter pessoal, acontecimentos históricos, que traçam posicionamentos temporários. Diante do exposto, se faz necessário destacar que, para Daolio (2004), “cultura é o principal conceito para a Educação Física”. Daí, o enlace entre educação para a vida, isto é, a nível social, e Educação Física.

    Deste modo, o dever do professor de EF enquanto educador ultrapassa a transmissão do conteúdo, uma vez que o indivíduo adquire o conhecimento e adéqua o aprendizado para aplicá-lo em sua vida prática, em suas relações.

    Uma escola voltada para o pleno desenvolvimento do educando valoriza a transmissão de conhecimento, mas também enfatiza outros aspectos: as formas de convivência entre as pessoas, o respeito às diferenças, a cultura escolar. (PENIN et al, 2001,p.45)

    Muito embora essa missão, nota-se a necessidade da partilha educacional entre o professor de EF/escola e a família do discente. Na trilha dessa parceria, Libâneo (2000, p. 85) esclarece que “a pedagogia familiar não deve estar desarticulada da pedagogia escolar”.

Estudo de caso: a prática docente e seus desafios

    A vivência junto às práticas educacionais ao decurso da formação acadêmica acabam por contribuir sobremaneira à profissionalização, tendo em vista a possibilidade de formação de diretrizes à atuação pedagógica.

    Atendendo ao cumprimento de estágio curricular, pudemos observar experiências em potenciais em uma escola da rede municipal de ensino, denominada CIEP Lamartine Babo, sito à zona oeste do Rio de Janeiro. O colégio atende a discentes, em geral, de classe social baixa, em horário integral. Trata-se de um ambiente com espaço físico vasto e diverso para as aulas de Educação Física, as quais adquirem grande importância, segundo opinião colhida junto ao corpo escolar. A disponibilidade de recursos materiais para ministrar as aulas é boa.

    A receptividade enquanto estagiária de Educação Física foi excelente por parte da direção da escola, tanto pelo corpo docente, quanto pelos discentes, o que possibilitou a liberdade em levantar alguns importantes apontamentos para a construção do presente estudo.

    Despertou-nos grande interesse o fato do alunado ser extremamente carente. Não referimo-nos aqui às condições financeiras, mas às condições afetivas, morais e éticas. Essa “ausência de” acabava por implicar em outras áreas do desenvolvimento daquelas crianças. Nesse compasso, dois alunos em especial comoveram a atenção. Surpreendentemente, tratou-se de uma dupla de irmãos, cujos nomes preservaremos, chamando-os de X e Y. X tem idade de 5 anos, enquanto Y, possui 6 anos. Estão cursando, respectivamente, a Educação Infantil e o 1º ano.

    Inicialmente despertou curiosidade o comportamento agressivo de ambos, desde as atitudes, passando pelo linguajar utilizado, seja com os companheiros de classe ou com o professor de Educação Física. Diante de tal fato, questionado acerca da conduta familiar, o professor orientador informou que a responsável pelos irmãos é a mãe, cujo estado civil é divorciada e que esta possui ainda mais um filho, o qual estuda na mesma escola, apresentando comportamento similar ao dos irmãos. Que, destoando das características apresentadas pela prole, a responsável é bastante vaidosa com sua aparência física. Ainda, uma educadora avisou que, segundo informações, a terna de irmãos passa boa parte do tempo disponível na rua, sem uma supervisão adequada dos valores aprendidos.

    Em diálogo com uma das professoras alfabetizadoras, esta narrou que ao revelar à responsável dados negativos dos comportamentos de seus filhos, ouviu a seguinte afirmativa: “- quem tem que educar é você!”. Fica claro a avaliação que essa mãe, em específico, espelho de outros vários responsáveis - quiçá irresponsáveis -, atribuem ao sistema de ensino e seus representantes, e, a falta de comprometimento para com a educação dos filhos, ao passo que esta é delegada à escola.

    Diante dessa conjuntura, é característico o grupo de professores responsáveis pelos alunos em estudo, tal qual os gestores, reunirem-se a fim de traçar estratégias para detectar a melhor maneira de prestar uma educação que supra as necessidades sociais, educativas e psicológicas de tais alunos.

    A postura desenvolvida pelo professor de Educação Física, figura de maior contato, foi memorável. Através dos conteúdos propostos, esse profissional buscou incessantemente melhorar as atitudes e comportamentos de seus alunos, abordando-os globalmente e utilizando a ludicidade para sensibilizá-los. É evidente notar o esforço que a ação exige desse profissional, não apenas a nível físico, mas, sobretudo, a nível psíquico.

    Consideramos que adotar uma política educacional voltada à afetividade e pautada em uma marcante incisão de valores, no que concerne ao respeito nas relações, à construção de personalidade exemplar, à análise das atitudes e posturas, seja um caminho pertinente. Contudo, movimentos desse mérito devem ser mais incentivados pelo Poder Público, tendo em vista que, do contrário, algumas crianças podem figurar à marginalidade, quando não forem acolhidas por líderes dessa qualidade.

    Acreditamos que as instruções recebidas na instituição de ensino superior têm sido úteis e construtivas, todavia, não suficientes para de fato lidar com algumas poucas situações da prática educacional, sendo certo que apenas o meio profissional e a vivência poderão capacitar nesse sentido.

Unindo forças em prol da educação

    Sabemos o que “a aprendizagem é influenciar o comportamento inicial do aluno por meio das experiências vividas na escola, na rua, na família” (SEAGOE, 1978, p. 6). Assim, tais instituições configuram-se responsáveis diretas do processo evolutivo do sujeito. A relação entre professor e família é essencial para que de fato haja essa causalidade.

    Nesses ambientes, o indivíduo recebe as informações pertinentes à educação que o norteará ao longo da vida.

    A partir desse ângulo, compreendemos a importância concedida à articulação dessas estruturas e a necessidade em notar o sentir de cada qual.

    Segundo Symanski (2001, p. 61):

    Ambas as instituições têm em comum o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida sócia.

    Nos debruçamos sobre a idéia de que o interesse da família e do professor de EF caminham no mesmo sentido, completando-se, almejando, em suma, a inserção do indivíduo no contexto social, permitindo autonomia quando do conhecimento e participação nas mudanças das áreas que o cerca. Entretanto, uma vez que participa de cada fase do desenvolvimento e formação do homem, o papel da família junto à educação é desempenhado com maior magnitude. Ainda, em que pese tal perspectiva, fazer a troca da responsabilidade imputada aos pais para o professor de Educação Física ou a outrem, pode colaborar para o desenvolvimento quando tratamos da omissão de uma família mal estruturada. Nesse caso, o profissional há de ter a sensibilidade necessária à situação e ser conhecedor do funcionamento do sistema escolar, a fim de que haja uma postura correta frente à ocorrência.

    A experiência pedagógica na atualidade aponta para dados e situações que acompanham as mudanças ocorridas no mundo, devido a diversos fatores, como, por exemplo, a globalização, dentre outros citados oportunamente. Transformações estas que, a cada vez mais, tornam os representantes escolares, de certa forma, mais responsáveis pelo educar em todos os seus sentidos.

    Szymanski (2001, p. 53) pensa que “uma instituição não substitui uma família, mas com atendimento adequado, pode dar condições para a criança e o adolescente desenvolverem uma vida saudável no futuro”.

    Os familiares e professores são os exemplos pioneiros da criança, onde, a partir das atitudes desses e modelos apresentados, ela construirá uma leitura de mundo. O envolvimento entre professor(es) e a família através de uma conduta positiva recíproca é o mais esperado para a formação de valores altruístas.

    “Uma condição importante nas relações entre família e escola, é a criação de um clima de respeito mútuo (...) tendo claramente delimitado os âmbitos de atuação de cada um” (SZYMANSKI, 2001, p.75).

    Não obstante, as divergências sociais, de valores, crenças ou de hábitos podem apresentar-se como conflitante durante o processo educacional. Considera-se também a heterogenia, no sentido de que algumas famílias são mais participativas que outras; alguns profissionais carecem do auxílio dos pais, ao passo que outros sentem-se invadidos diante da interferência dos familiares em sua autoridade profissional, tal qual em seu trabalho pedagógico. Em alguns casos, ressalta-se, novamente, a necessidade de parcerias, efetivadas através do diálogo, de reuniões, do respeito e compreensão, mediante estratégias consoantes à história do discente.

Conclusão

    Este ensaio mostra a importância em priorizar e investir na educação, a fim de formemos cidadãos participativos socialmente, e de caráter respeitável. Atentos a alcançar esses objetivos temos os investimentos da família e dos conteúdos da Educação Física, transmitidos através do professor escolar.

    Percebemos, entretanto, que a participação desses personagens na construção dos valores dessa criança é desafiadora, tendo em vista a falta de parceria e os conceitos contemporâneos acerca das respectivas responsabilidades educacionais.

    Buscar estratégias de aproximação em um clima de cooperação e respeito mútuo são passos imprescindíveis ao bom resultado da educação holística de um ser. Para isso, os envolvidos nesse processo devem considerar as situações de trocas pessoais, de crenças, símbolos e poderes, utilizando-se das formas livres, familiares, escolares, dentre outras, notando-se que essa variação influenciará o desenvolvimento da criança, conforme esperado.

    Diante do apresentado, o professor e a família devem sustentar um elo crítico, libertador e dialógico, a fim de exceder as limitações e comprometer-se com o processo educativo das gerações futuras, pois a participação de ambos importa à formação dos sujeitos em todas as suas vertentes.

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